Diário de um homem supérfluo

Diário de um homem supérfluo Ivan Turguêniev




Resenhas - Diário de um Homem Supérfluo


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Camila2087 02/03/2024

Um amor não correspondido (que lembra a situação de Werther, inclusive)
É engraçado como os filmes dos Estados Unidos tentam retratar o russo como bruto, bárbaro e cruel, enquanto praticamente toda a literatura russa é baseada em homens chorões, medrosos, sentimentais e meio gays.
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Marina 03/08/2022

Meu primeiro contato com Ivan Turguêniev. À princípio achei parecido com ?A morte de Ivan Ilitch? do Tolstói: um homem prestes a morrer escreve sobre sua vida, mas diferente de Ivan, aqui o homem supérfluo conta apenas um episódio que viveu, talvez o mais importante, e no qual foi coadjuvante. Supérfluo.
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Eric 20/01/2022

Sofrido
Que homem sofrido. Em muitas partes estava me questionando o pq desse bofe se colocar nessas situações. Em todo caso, o livro é quase uma terapia e em muitos momentos a escrita é linda. Livros dessa época são praticamente poéticos.

Poderia dizer mais, mas estou indo almoçar!

Por ser um livro rápido, recomendo.
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Washington 22/04/2023

Nesta novela somos apresentados ao termo Homem Supérfluo, que vem a ser utilizado em várias outras obras literárias Russas posteriormente.
Um livro bom, de leitura fluída.
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Rapha 10/07/2023

Literatura russa trazendo os sofrimentos da vida, como de hábito.
A variante aqui é que se trata de um amor não correspondido.
Vale muito a leitura, a compreensão do personagem sobre sua vida supérflua e sem significado chega a ser um pouco perturbadora.
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Beatriz Machado 21/06/2022

contexto histórico para quem está perdido + explicação do que é o homem supérfluo
"Ao longo de toda a minha vida, sempre encontrei o meu lugar ocupado, talvez porque não o procurasse onde deveria fazê-lo.", eis o homem supérfluo. (EXPLICAÇÃO AO FINAL DA RESENHA)

Ok, eu amo literatura russa e sou suspeita para falar sobre incontestáveis autores. Antes de mais nada, para entender os clássicos russos, é preciso compreender o contexto histórico da época em que o(a) autor(a) estava vivenciando, isso porque ele(a)s conseguiam retratar de forma incrível o momento. No caso de "Diário de um Homem Supérfluo", o contexto histórico ganha uma ampliação.

INTRODUÇÃO:
No Brasil, durante a Ditadura Militar, os grandes artistas passaram pela censura, obras musicais, literárias, teatrais e etc, eram censuradas com a finalidade de evitar a influência destes na sociedade (não estou aqui para discutir sobre isso), e na Rússia não foi diferente. O Império Russo, URSS e a atual Federação Russa eram, e ainda é (Rússia atual), cercados de censura, inclusive o próprio livro o qual resenho neste momento foi censurado à época.

Mas qual o motivo da censura? O homem supérfluo! Quem é este? É basicamente um jovem aristocrata de alto valor moral, inteligente, instruído conforme à época, teve contato com a modernidade, possuía princípios iluministas, liberais etc etc e que não consegue externar aquilo que ele entende como certo. Inclusive, estes jovens aristocratas saíam da Rússia para estudar (vou destrinchar isso mais abaixo), por exemplo, e retornavam ao seu país e percebiam que sua sociedade estava completamente atrasada frente ao que viam no exterior.

CONTEXTO HISTÓRICO:
A Rússia no início do século 19 era um país extremamente agrário. Se retornarmos ainda no tempo, no século 17, por exemplo, durante o reinado do czar Alexei, pai do que viria a ser o czar Pedro (aquele lá citado por Putin), Moscow era completamente atrasada: casas de madeira, ruas de madeira, violência constante e etc. Entre os séculos, percebe-se a lentidão da Rússia em tornar-se minimamente moderna, mesmo tendo Pedro como um pontapé inicial importante para esse momento. Não obstante a isso, a Rússia também era despreparada, principalmente militarmente. Ainda no contexto do século 17, por exemplo, temos a Rússia perdendo Kiev (atual capital da Ucrânia) para a Polônia (depois retorna), tínhamos a campanha na região do que viria a ser a Criméia perdida três vezes (Império Otomano), que levou a raiva dos próprios russos, do czar Pedro quando ainda possuía tenra idade e posteriormente contribuiu, em parte, para a queda a regente Sofia. No século 19 temos Napoleão indo atrás da Rússia com a finalidade de conquistá-la, porém a elite agrária (que possuía títulos militares) era completamente inoperante e os russos só conseguem ganhar a guerra por conta do… inverno, do famigerado inverno russo.

[nota de rodapé inexistente: acharam que somente os nazistas perderam pra rússia por causa do inverno? acharam errado: até napoleão perdeu e ainda o rei carlos xii da suécia havia perdido o seu exército para o "suave" inverno russo anteriormente, falta de aviso que não foi]

Passando mais para frente, houve o tratado de paz entre a Rússia e a França. Uma parte da elite russa esteve na França para assinar o tratado de paz e retornou posteriormente à Rússia. Lembram o que eu falei sobre os russos saírem de seu país para irem para o exterior? Esse era o momento: não só para assinarem o tratado, como também estudarem, conhecerem aquele país e os demais. No mais, encontraram uma Europa em plena Revolução Industrial (que iniciou na segunda metade do século 18 e foi concluída no século 19), e ainda com Constituição em seus países! Sei que isso não tem nada a ver com os russos, mas por exemplo, houve uma revolução liberal em Portugal. Então assim, era uma outra Europa, e a Rússia estava completamente deslocada da realidade da época. Desse modo, os russos queriam levar tais ideias ao seu país, mas não puderam por conta da repressão do czar Nicolau I, e aqui surge o homem supérfluo.

PAIS E FILHOS, livro de Ivan Turguêniev:
Após ler “O Diário de um Homem Supérfluo”, sugiro que leiam “Pais e Filhos” (eu li antes, mas enfim) do mesmo autor, isso porque a geração dos pais no livro é, basicamente, na minha visão, a geração dos tais homens supérfluos. São pessoas que conseguiram mudar em NADA na sociedade russa em virtude da repressão e censura do czar. Já a geração dos filhos é uma geração niilista (o livro vai tratar muuuuuuuuuuuuuito sobre isso), isto é, que a vida não possui um sentido, que o ser humano não tem uma função na terra etc, é uma geração completamente cética. Os filhos olham para seus pais e vêem que estes foram uma elite que não conseguia nada com nada e tudo isso vai servir de pano de fundo para a famosíssima REVOLUÇÃO RUSSA.

Por isso, gente, que é sempre bom vocês, antes de começarem a ler um livro sobre literatura russa, atentem ao contexto histórico. Se forem ler “Oblomov” de Ivan Gontcharov, vai haver um tiquim do homem supérfluo, “O Idiota” de Dostoiévski idem. Então antes de tudo, vejam o ano, busquem quem era o czar, como a sociedade se comportava, se havia alguma movimentação, tudo isso vai servir para compreensão da literatura russa :)

CITAÇÃO:
"Ao longo de toda a minha vida, sempre encontrei o meu lugar ocupado, talvez porque não o procurasse onde deveria fazê-lo"

Não vou me estender demais porque já há muito texto aqui, mas quem leu, vai perceber que o Tchulkatúrin vivia um amor não correspondido e ele sempre se colocou em cima do muro, ele sempre esperava que a vida resolvesse para ele os seus b.o, inclusive amorosos. Nesse momento, surge um concorrente um pouquinho a sua altura, senão muito, isto é, Tchulkatúrin encontrou seu lugar ocupado, porque não procurou sequer declarar-se à Liza. É dessa forma que um homem supérfluo agiria: fazendo nada.
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Janzinha- 06/08/2023

"D1HS"
Muito boa tradução de Samuel Junqueira, com um posfácio excelente. Livro curto, fácil e até reflexivo, uma grande obra da literatura russa. Se você ainda não leu, leia!
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Ricardo 05/03/2024

Diário de um homem supérfluo, Ivan Turguêniev
Um homem moribundo escrevendo sobre sua vida não vivida. Pouco confiante, angustiado, deslocado, supérfluo. Tchulkatúrin quis amar, tentou, mas nunca recebeu nada em retorno.

Um livro muito curto com boas reflexões sobre a vida e um retrato interessante da sociedade no interior da Rússia do século XIX.
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Nazrat 03/04/2021

Importância histórica
Um homem supérfluo. Esta novela mostra este que é um tipo comum da literatura do período. Interessante ver suas características, suas relações - ou falta de relações. Perto da morte, ele se perde em suas memórias, mas acaba por se mostrar como um típico fruto de sua época e do seu próprio meio disfuncional.
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Madruga - Caractere 10/02/2024

Supérfluo
O homem, não o livro.
Obra muito interessante para conhecermos um tema recorrente na literatura russa oitocentista, explorado também por autores do Velho e do Novo Mundo.
Curto, rápido, intenso.
Ótima leitura!
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Cat 09/01/2022

"E que me importa? Não daria no mesmo se eu não contasse? Ante a morte, as últimas futilidades terrenas se dissipam"

É o que o senhor Tchulkatúrin evidencia frente ao abismo de sua própria finitude. Inútil e supérfulo, desiludido por uma paixão inexistente, encara a morte ainda jovem e pela morte encara a memória de sua vida? Para que sua existência afinal importa? Talvez para escrever um diário...
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mrsnone 20/06/2020

O sentimento de inutilidade do homem.
Nesse livro temos a história de um homem relativamente estável financeiramente que, na beira de sua morte, resolve escrever um diário sobre sua vida. Acontece que ao longo da narrativa o personagem percebe que foi "supérfluo" durante toda a sua vida, visto que as únicas coisas que foram grandiosas foi seu amor por Liza e a tristeza que sentiu na morte de seu pai. Supérfluo no sentido de inútil. O romance reflete um sentimento comum das classes mais abastadas na Rússia do tsar Nicolau I. Imperador cujo governo foi marcado por repressões e por ser bastante conservador, quebrando a economia política da Rússia na época. Os jovens abastados se sentiam inútil diante de tal governo e frustrados por não saberem como fazer para mudar os acontecimentos. Acho que, de alguma forma, reflete o Brasil atual que vivemos. A inutilidade que sentimos diante do nosso governo e dos acontecimentos no mundo. Nos sentimos impotentes diante de tudo que está acontecendo. No final, somos todos supérfluos.
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Renatha 25/08/2020

E se no fim de sua vida você percebesse que não fez nada?...
... E digo isso significando "algo digno de nota". E se a grande emoção da sua vida fosse um amor não correspondido permeado de palavras não ditas e ações que você não teve coragem de tomar?

Turgêniev é mestre em captar a realidade da sociedade russa da época e nessa novela ele faz uma verdadeira exposição do que vem a ser o homem supérfluo (padrões russos).

Era uma época muito particular e difícil, a censura era presente (a novela em questão teve partes censuradas, inclusive) e Turgêniev vem nos apresentar o produto daquela geração: homens de boa posição social, com conhecimento e altos padrões morais, que em face da realidade que viviam apenas observavam o tempo passar, com muitos desejos e poucas ações: eis o homem supérfluo.

Eu estou passando a ficar encantada com a forma com Turgêniev expressa emoções e explora cada face de seus personagens. É fascinante a complexidade de cada um. Penso que o romance narrado é a forma com que Liza lida com o que aconteceu muito interessante. Há sofrimento, mas não arrependimento. Faz com que a gente reflita sobre a forma como vivemos, sabe? Recomendo demais.
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Henrieth Hasse 06/02/2022

Tchulkatúrin decide escrever um diário ao descobrir que está doente e tem poucos dias de vida. E então se dá conta que não tem o que contar, não fez nada que fosse relevante.
Não é uma história, é o retrato de uma geração.
Incrível.
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@livrosdelei 03/01/2021

Uma obra basilar para entender literatura russa
?Supérfluo, supérfluo? Encontrei uma palavra excelente. Quanto mais profundamente me perscruto, quanto mais atentamente examino a minha vida pregressa, mais me convenço da estrita exatidão desse termo. Supérfluo ? é isso?. p. 17

Essa obra é um clássico na história da literatura e teve um papel muito importante, em especial, na literatura russa.

É a primeira vez em que temos contato com o psicológico do ?homem supérfluo?, uma figura que já era presente na literatura russa, mas que ganhou uma maior complexidade na obra de Turguêniev.

O livro nos mostra um pouco o diário de Tchulkatúrin, um homem que está em seu leito de morte e que relembra o seu amor por Liza, filha de um proprietário de terras, bem como expressa a sua frustração com a vida. Há grande ênfase nesse amor por Liza, pois é o único acontecimento relevante que ocorre na vida de Tchulkatúrin, por mais frustante que essa experiência tenha sido (Liza o desprezava).

Essa frustração é uma característica marcante da figura do ?homem supérfluo? da literatura russa. Mas, afinal, quem eram esses homens supérfluos? De acordo com Samuel Junqueira, eles são ?jovens de origem nobre, dotados de grande capacidade intelectual e dos mais elevados princípios morais, mas também incapacitados para a ação, para a luta?.

É importante ressaltar que ocorreram grandes acontecimentos na primeira metade dos anos 1800 na Rússia, como omo a Revolta Dezembrista (1825) e a emancipação dos servos (1861). Os referidos eventos criaram um sentimento de união e busca por mudanças por parte da sociedade russa, em especial na juventude russa.

Todavia, por mais que os jovens estivessem com esse espírito revolucionário, eles não tinham como colocar seus ideais em ação, pois o regime do tzar Nicolau I tinha como característica a repressão e a censura. Logo, diante da impossibilidade de ação em um regime opressor e anacrônico, surge o Homem Supérlfuo.

Outro ponto interessante é que a obra de Turguêniev foi quase que inteiramente modificada pela censura em sua publicação. Apenas em 1856 que a obra é reestruturada com os trechos originais.

Na obra, Turguêniev cria tamanha profundidade para o personagem que acaba criando uma infância para ele. Logo, neste momento, surge a ?criança supérflua? na literatura.

A leitura flui super bem e o narrador, apesar de sua situação trágica no leito de morte, se torna engraçado. Muitas vezes me pareceu bastante com ?Memórias póstumas de Brás Cubas? do Machado de Assis. Eu recomendo bastante a leitura desse clássico e espero que esse apanhado histórico e análise literária de Samuel Junqueira enriqueça a leitura de todos!
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