Nayara 19/02/2022
O planeta está sendo devastado, a natureza se voltou contra seus habitantes, mas a culpa é do homem, que destrói em nome do avanço. A esperança do futuro da humanidade está em Europa, a lua de Júpiter, onde acredita-se ser o próximo lar. A missão Europa tem como objetivo desbravar e dar início a colonização, para isso serão escolhidos seis adolescentes, pois estes são os únicos com chances de sobrevivência nesta missão inicial.
São selecionados inicialmente 24 jovens com características únicas e essenciais pra sobreviver a viagem espacial e em Europa, e após os treinamentos e uma intensa preparação os seis finalistas serão anunciados. Seguimos os pontos de vista de dois jovens, Léo, um nadador exímio e com grande capacidade respiratória, e Naomi, uma jovem extremamente inteligente.
A partir daqui, uso alguns exemplos pra explicar meu ponto de vista sobre o livro, então aviso que pode haver SPOILER. Então, fica por sua conta se continuar.
?? Último aviso de spoiler ??
A escrita é bem fluída e boa, prende a atenção do leitor. O enredo é interessante, mas deixou a desejar em alguns pontos, que me fizerem retirar algumas estrelas, por exemplo, o grande número de conveniências que aparecem na história que ajudam os protagonistas, acredito que foi um pouco demais, acontecerem inúmeras vezes e esse foi o problema. Outro ponto que foi incômodo também está na lista de conveniências do enredo, que é a inteligência surreal de Naomi, ela é ótima em assuntos diversos, desde estudar o genoma humano a robótica, computação, astronomia e sabe até como encontrar indícios de vida extraterrestre. E detalhe que é uma adolescente de 17 anos, ela ainda manja de inteligência artificial, sabe as falhas de robôs da Nasa, e inclusive como hackeá-los. Parece forçado, né?
Outra coisa foi o fato da pressa, um treinamento de um mês pra se preparar pra sair do planeta? Dava pra ampliar esse tempo e não teria necessidade de preencher todos espaços, de certa forma isso enfraquece o enredo, pois é preciso um grande investimento pra um programa espacial, me refiro inclusive ao trabalho árduo e difícil que é necessário pra fazer tudo acontecer, aí de repente o futuro da humanidade está nas mãos de adolescentes com pouco treinamento, não faz muito sentido.
Além disso, seria interessante um aprofundamento maior nos personagens secundários, mas como é o primeiro livro de uma duologia, talvez o segundo livro aborde mais sobre os outros finalistas. E por isso também, o final ficou em aberto, o livro termina quando os finalistas são enviados a missão. Então todas as perguntas e indagações feitas por Naomi só devem ser respondidas na sequência.
Lendo minha resenha percebi que fui muito crítica, mas apesar das conveniências e incômodos é uma história bem agradável de se ler, e com certeza tinha um bom potencial. Mesmo com todas os pontos que citei ainda consegui aproveitar bastante a leitura, a escrita da autora nos transporta pra dentro da história. Gostei do universo criado em os seis finalistas e também da maneira que a autora descreveu as cenas e a abordagem dada sobre as desordens na natureza provocadas pela humanidade.