Resenhas - A Revoada (O Enterro do Diabo)

Igor 27/04/2022

História simples com narrativa envolvente
No povoado de Macondo, o Coronel, sua filha Isabel e seu neto(filho de Isabel) saem de casa sob o sol para enterrar o Doutor e toda história acontece nesse mesmo lugar, entre a casa do coronel e, três casas abaixo, a casa do Doutor.
A história a partir dali começa a viajar no tempo, mostrando toda a trajetória de cada um dos três até chegarem ali, enterrando o Doutor, que era um homem odiado, acusado de vários crimes, que tinha olhos grandes e amarelos e comia mato, para alguns ele era o Diabo, passamos a conhecer o personagem pela visão daqueles que estavam vivos.
Entre os artifícios da escrita o que mais me chama atenção foi quando o autor, para localizar o leitor entre a narração dos três personagens (Coronel, Isabel e o neto) utiliza frases idênticas entre as narrações e, com isso você consegue aos poucos identificar quem narra cada capítulo. O mistério de saber quem está narrando, e aos poucos, ir descobrindo deixa cada capítulo, mesmo simples, interessante e divertido.
Não existe nesse livro uma grande alegria. Os personagens contam sobre suas tristezas de forma realista e ponderada. Aos poucos você entende o porquê Isabel não quer ser vista no enterro do Doutor, e o motivo do Coronel dizer que aquele trabalho devia ser feito por ele e o porque o doutor era conhecido como o Diabo.
Os personagens são vivos, a história é simples e sem grandes reviravoltas mas se encaixa, faz sentido, convence. Minha primeira experiência com o autor Gabriel Garcia Marquez não poderia ser melhor.

Paula 21/03/2022

Okay
Não foi um livro que me despertou interesse. Achei bacana que se passava em Macondo, mas fiquei o livro todo esperando que alguém explicasse qual era a desse médico. Por que ele parecia com o Cachorro? E por que o Cachorro ficou entimidado na presença do médico?... Acho que preciso assistir algum Booktuber falando desse livro ?

Luí­s Carlos Sousa 07/03/2022

Sempre genial Marquez
Em um conto derivado de seu macondiano universo, Marquez apresenta diferentes pontos de vista de um mesmo personagem e acontecimentos - tudo com uma estrutura muito simples, dando complexidade ao que importa: seus idiossincráticos personagens, que bailam com desenvoltura no ambiente realístico fantástico que só o mestre do gênero é capaz de fazer.

Uma leitura curta, mas intensa.

Martony.Demes 23/02/2022

Eis outra leitura que realizei em 2021: a revoada ou O enterro do diabo, do escritor colombiano e do mundo Gabriel Garcia Márquez.

O livro foi a primeira obra dele. A história também passa em Macodo (o mesmo lugar de Cem anos de solidão). A narrativa se passa no enterro de um médico que fez algo bem grave para esse povo. Porém, um coronel ajuda-o nos trabalhos do velório e enterro.

Eu pensei que havia realismo mágico na obra, mas pesquisei e descobri que não há. Porém, é apresentada a visão sobre a morte por diversos prismas: pela criança, pela mãe dessa criança, pelo Coronel e também pelo povo de Macondo.

É um livro curto, simples mas bem interessante.

agathatriste 17/02/2022

O enterro do diabo
Quarta-feira em Macondo, um bom dia para enterrar o diabo.
Um homem sem nome, só com título "doutor", foi encontrado morto. Temos uma cidade que não quer o enterro do diabo e do outro uma família que se dispõe a fazer esse enterro. O livro é narrado por três pessoas em diferentes fases da vida -infância, adulto e uma idoso- e é através deles que descobrimos quem foi esse doutor e o pq do ódio do povo. O quão solitário pode ser não ter o direito de ser enterrado na nossa cultura? é isso que Gabo nos traz nessa narrativa. Romance de estreia de Gabo, escrito aos 22 anos do autor e é incrível o seu poder narrativo com o tema "solidão".

marina510 25/01/2022

esse é um ótimo livro de estreia, fico impressionada. muito legal ver como ele já trazia aspectos que consagrariam suas obras, como a solidão quase como uma personagem, a narrativa simples e bem escrita e a morte, por exemplo. ler Gabo é sempre prazeroso, sempre me toca de algum jeito

klebio 13/01/2022

livro muito bem escrito, é impressionante.
principalmente quando paramos pra pensar que esse é o primeiro livro publicado pelo "gabo" (somos próximos já).a escolha desse livro como minha primeira leitura do autor foi bem recompensada. ótimo jeito de começar a ler ele, recomendo.


eu adorei os vários pontos de narrativa e o fato da história não seguir uma linha padrão de acontecimentos.

enfim, gostei muito

Natalia 12/01/2022

Solidão
Essa leitura transmite uma sensação abrasadora de solidão. Conta a história póstuma de um médico, que nunca é nomeado, chamado apenas de Doutor. Ele trabalhava na cidade, sentado em sua poltrona, dia após dia; porém, quando Macondo recebe novos médicos, preferidos pela população por não serem tão "estranhos" quanto o Doutor, a escassez de pacientes em sua sala de espera o faz parar de medicar. Muitos acontecimentos depois, o Doutor se enforca em sua casa.

O que ocorre com ele é um dos medos mais profundos de muitos seres humanos: ninguém quer ir ao enterro ou prestar condolências ao Doutor. Ninguém sente sua falta. Pelo contrário, muitos desejavam que ele apodrecesse ao léu, sem a dignidade de um caixão. Só quem atende a cerimônia são os três narradores da história: o coronel, sua filha Isabel e o menino, filho dela. Aí chega uma questão importante da história: o Doutor realmente merecia esse fim? Esse ódio se justifica? Creio que cada um tira as suas próprias conclusões durante a leitura a partir das visões de cada personagem. O coronel tem uma compaixão louvável em meio a uma cidade inteira que, simplesmente, odeia.

O livro me passou uma sensação melancólica profunda. Não só pela história do Doutor, mas também pelas narrativas de cada um dos personagens e da própria cidade em si. O único que foge disso é o menino, porque ele ainda tem a alegria da infância, mas é como se tudo ali estivesse esquecido ao pó. Como se cada um naquele lugar pudesse se enforcar em breve ou, simplesmente, sumir em um sopro. Na leitura, procurava conexões profundas entre os personagens, pessoas que se amassem de verdade ou que fossem efetivamente companheiras umas das outras e nada disso parecia existir.

Talvez aqueles que têm audácia de chamar um ser humano de Diabo não sejam melhores que ele.

Hera 08/01/2022

Ótima estreia
Talvez o melhor livro de estreia que já li. Curto e aparentemente simples, acompanha as impressões e lembranças das únicas três pessoas que se veem ?obrigadas? a realizar o enterro de uma pessoa mal vista na pequena cidade de Macondo. É de uma premissa tão simples mas que carrega tantas camadas que ao ler é possível que se pegue pensando nessa narrativa por dias. Recomendo.

Loren Fernandes 05/01/2022

Não deu certo pra mim
Infelizmente esse livro não deu certo pra mim, sou muito fã do gabo, mas a leitura foi meio prolixa, me perdi em diversos pontos em que eu nem ao menos sabia quem estava narrando... Talvez futuramente eu tente de novo.

Sílvia 31/12/2021

Pior do Gabo até agora
Meu segundo autor favorito e ex-favorito da vida. Nesse texto temos sua mitológica Macondo, seus personagens eternamente solitários. Mesmo em um enterro, todos sempre sozinhos. Aqui temos três narradores, um avô, sua filha e seu neto. Todos foram enterrar um homem que não era visto há muitos anos, pois tinha se entrincheirado dentro de seu cubículo. Todos vão relembrando as tristezas de suas vidas, seus desapontamentos e o porquê de terem medo de enterrar o diabo, que na verdade era um médico que tratou muita gente na cidade.

Ana 08/11/2021

Personagens
acho incrivel como cada os pensamentos dos personagens se encaxam perfeitamento uns com os outros e com o rumo da historia.

filipetv 27/10/2021

Em 1950, quando morava em Barranquilla, Gabriel García Márquez recebeu a visita de sua mãe, Luisa Santiaga, que o convidou para ir a Aracataca, sua cidade natal, para vender a casa que foi do seu avô, o coronel Nicolás Márquez. Essa viagem foi tão fundamental que é a com ela que García Márquez começa sua autobiografia, "Viver para Contar". Para ele, foi essa visita à cidade onde viveu a primeira década da sua vida que o transformou em um escritor.

Não à toa, depois da viagem, ele começou a escrever um romance chamado "La Casa", que nunca chegou a ser publicado como tal, mas que serviu de embrião para várias das histórias que viria a publicar. A primeira delas foi "A Revoada (O Enterro do Diabo)".

Ambientada em Macondo, a narrativa é conduzida através de monólogos intercalados de três personagens diferentes: o coronel, sua filha, Isabel, e seu neto. O ponto de partida é a morte (sempre ela) de um médico que se hospedara durante 25 anos na casa da família do coronel e que, devido a um evento detalhado no decorrer do romance, é odiado pela população da cidade. O conflito se dá porque no passado o coronel prometera cuidar do enterro do tal médico, contra a vontade de todo o povoado.

O título original da obra é "La Hojarasca", um termo que se refere à "invasão" de forasteiros que ocorreu em Aracataca à época da instalação da United Fruit Company na cidade. Porém, a não ser no prólogo do livro, a narrativa apenas tangencia esse tema, tanto que, nas primeiras edições brasileiras, o título escolhido foi "O Enterro do Diabo", que tem muito mais a ver com a história.

Interessante notar que o universo de "Cem Anos de Solidão" já está sendo cultivado, não só por espaço onde ocorrem os eventos ser Macondo, mas também por alguns personagens que as duas obras compartilham, como os padres Ángel e El Cachorro e o Coronel Aureliano Buendía.

Para finalizar, uma curiosidade: "A Revoada" foi publicado em 1955 pela pequena Sipa Edicciones, porém, três anos antes, o autor enviara os originais para a editora argentina Losada e recebeu a seguinte resposta: "procure outra profissão". Sorte nossa que García Márquez não seguiu a sugestão.

J^! 10/10/2021

Macondo
O ponto de vista. Um pai, sua filha e o neto. A perspectiva de cada um. E Macondo sob outra perspectiva também.

Gabi 12/09/2021

O livro de estreia
No primeiro livro de Gabo já somos apresentados a Macondo - cidade célebre de 100 anos de solidão - num enterro contato pelo coronel, sua filha e seu neto, cada um pelo seu ponto de vista e baseado nas experiências passadas com o morto.