spoiler visualizarJoyce.Kelly 20/08/2022
Mr. Darcy se afogava mais no preconceito que no orgulho
A obra "Orgulho e preconceito", escrita por Jane Austen, considerada um dos clássicos da literatura inglesa, traz um romance entre dois personagens, inicialmente distintos, e, finalmente, semelhantes: Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy.
Em primeiro plano, pude compreender muito mais da sociedade gregoriana com esse livro que
com um livro de história de não ficção. A forma que Jane Austen expõe a desigualdade de gênero (Sr. Collins sendo digno de uma fortuna que, injustamente, pertencerá a ele) futilidades da alta sociedade (Opa Lady Catherine!), e a nítida hierarquia social dentro da alta burguesia, é sutil, mas simples.
Ainda assim, o caráter de cada personagem, inclusive os secundários, sendo exibidos de uma maneira discreta ou, no caso dos protagonistas, intensa. Por exemplo, Mary, uma das irmãs que se esforça para abraçar a racionalidade e alta performance para vencer o tédio e, possível, insegurança que sentia sobre si mesma, uma vez que a autora a descreve como "com pouca beleza". Tal fato, pode parecer bobo, mas em uma sociedade em que um rosto bonito poderia destinar um bom casamento...é coisa demais. Além disso, Charlotte, a moça de boa índole que se casa com o Sr. Collins por ser "velha demais". Charlotte, com certeza, sentia-se angustiada por ainda não estar casada e depender de seus pais, era mais pressionada, e ainda, como pontuou a Senhora Bennet: não muito bonita. A realidade dela, sem dúvidas, foram as de muitas moças inglesas no século XVIII.
O caráter de Darcy é pura arrogância, no início, porém, ao passar do livro, nota-se que parece ser mais um forma de esconder a dificuldade que sentia em expressar-se. Sentia mais preconceito a orgulho, já que enfatiza, não só no livro, mas no filme (inclusive disponível na Netflix) a "inferioridade" (econômica claro) de Elizabeth.
O único detalhe que me desagradou e que me fez oferecer quatro estrelas, e não cinco, foi a "estagnação" que ocorre no livro, um pouco antes do casamento de Lydia. Se não me engano, um pouco depois do capítulo 36. As descrições foram imensas, e fiquei ansiosa para saber o desenrolar da história, mas quanto mais lia, mais informações não interessantes surgiam. Isso é comum em clássicos, mas querendo ou não, pode tornar a leitura monótona.
Enfim, o livro é muito bom. A ironia de Jane Austen fara você rir em vários momentos, e as cartas de Darcy terá sua atenção de forma única. Pretendo, a partir dele, ler mais Jane Austen.