Esaú e Jacó

Esaú e Jacó Machado de Assis...




Resenhas - Esaú e Jacó


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Antony.Trindade 01/02/2022

Liberais e conservadores
Machado nunca decepciona!
Gosto muito desses clássicos, principalmente pelo contexto históricos em que estão inseridos, final do século XIX começo do século XX, fim da monarquia e o começo da república, a república da espada e depois a oligarquia do ?café com leite.?
Machado usa a alegoria Bíblia pra contar a história de dois irmãos gêmeos que tem diversos pensamentos opostos, principalmente na política.
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isa farinacio 29/02/2024

Machado foi um cara incrível né
Achei muito legal esse narrador, um personagem mas um personagem secundário, e que fala de si mesmo em terceira pessoa (às vezes eu até esquecia quem ele era kkkkkk)
O tanto de frases maravilhosas que tem nesse livro, o cara era um mestre das palavras
Gostei bastante dos textos de apoio dessa edição, contando um pouco sobre o livro e sobre o Rio da época de Machado
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Maria19642 12/08/2023

"Não, senhora minha, não pus a pena na mão, à espera do que me viesse sugerindo..."
Eu não posso dizer que fiquei cem por cento feliz com o final desse livro. Também não sei se era para ficar feliz ou triste, visto que a ambiguidade é o que deixa esse texto único. Como sempre, Machado de Assis soube fazer uma crítica social de uma maneira tão brilhante que me fazia parar de ler e voltar algumas páginas, gritando "Caramba, não acredito que tal parte significava isso" --- muitas vezes no meio da rua.
Para mim, a história dos gêmeos e Flora ficou em segundo lugar. Não foi o que me saltou os olhos dentro do livro, parecendo mais um detalhe. Não que seja ruim, pelo contrário, gostei de como a personalidade do trio foi trabalhada, bem como a rivalidade "de nascença" de Padro e Paulo permitiu que a obra terminasse não terminando, o que foi um impasse incrível.
O que me saltou aos olhos, entretanto, foi a forma como os acontecimentos históricos e os comportamentos do dia a dia foram sendo despejados em detalhes. A abolição da escravatura, por exemplo, não foi citada genericamente, mas também aconteceram menções à Lei do Ventre Livre e aos posicionamentos dos republicanos e dos monarquistas perante ela.
Flora, Natividade, Santos, Aires e Nóbrega foram os personagens que mais gostei. Talvez eles não sejam os mais corretos ou os mais "honestos", sim, senhor Nóbrega?, mas esses serão aqueles que me lembrarei primeiro quando falar de Esaú e Jacó. O engraçado é que esse grupo para uma constelação que giram em torno de dois dóis gêmeos, cada estrela com a sua lua e comportamento. (Não que eu acredite em signos, por favor)
Por fim, creio que o sentido central do livro não seja, de fato, centralizado. Ele é dividido entre duas pessoas, duas opiniões, dois narradores(o que foi uma jogada tão incrível que vou mandar um áudio pro meu melhor amigo detalhando) (não, ele não leu o livro ainda) e dois interesses. O protagonista, ironicamente, é um só. Porque ninguém me tira da cabeça que o Aires é quem é o dono desse pardieiro.
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Lucas 09/01/2021

Esaú e Jacó: Uma obra com o padrão sem rótulos de Machado de Assis
A literatura universal apresenta uma infinidade de símbolos que trazem uma identificação imediata ao leitor: quando se fala em Dostoiévski (1821-1881), logo se lembra de drama psicológico; Victor Hugo (1802-1885) denota romance digressivo; o nome Gabriel García Márquez (1927-2014) logo traz no leitor a sensação de nostalgia... São inúmeros os exemplos de identificações particulares que os grandes patriarcas da literatura causam de imediato.

Mas e quando se fala de Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), o que prevalece? Talvez seja o realismo, que ele praticamente fundou no Brasil a partir da década de 1880... Mas o romantismo que o definiu nos seus primeiros anos de escritor (na década de 1870) não é tão facilmente ignorável assim... Este hipotético dilema está atrelado ao seu gênio: o maior escritor brasileiro de todos os tempos era multifacetado, capaz de misturar drama, romance, ironia e comicidade em seus trabalhos sem deixar rótulos unificados. Ele simboliza não um estilo ou uma sensação específica que seus escritos causam, mas uma grandiosidade que é só sua dentro da literatura nacional do Brasil.

Explicar essa grandiosidade é complicado em palavras, mas um único livro do "Bruxo do Cosme Velho" é preciso em prover esse encanto: o romance Esaú e Jacó, lançado em 1904. Seu penúltimo trabalho, e o primeiro escrito após o absolutamente eterno Dom Casmurro (1899), reúne em si todas as nuances que definiram sua obra, seja no romantismo como no realismo, que o consolidou como expoente maior.

Machado de Assis aqui trata de uma questão com alcance universal, que envolve lendas e mitologias: a rivalidade entre irmãos. O título do livro é um claro símbolo disso: Esaú e Jacó eram filhos de Isaac, e, portanto, netos de Abraão, todos eles importantes personagens do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada (do livro de Gênesis, mais precisamente). Nas Escrituras, os irmãos brigaram (Jacó fugiu de casa e, após uma conversa com Deus, teve seu nome alterado para Israel), mas no fim da vida, reencontram-se: Esaú perdoou o irmão por ele ter recebido, em seu nome, uma bênção com a primogenitura dada pelo pai de ambos. Contudo, o título do livro simboliza de forma universal a rivalidade entre os irmãos, não possuindo apelo religioso algum.

Esaú e Jacó do título são Pedro e Paulo, filhos gêmeos de Agostinho Santos e Natividade Santos, membros da aristocracia carioca da segunda metade do século XIX. A semelhança física contrastava com as diferenças: enquanto Paulo formou-se advogado, liberal e era mais impulsivo, Pedro entra para a medicina e era mais racional, conservador e contido em termos emocionais. As brigas eram frequentes, mas não são o foco da narrativa: Machado de Assis é criativo o suficiente para abordar essa rivalidade sob ângulos diversos.

Dois elementos traduzem em cores mais vivas essa rivalidade entre Pedro e Paulo. O primeiro deles se refere à política. Os gêmeos nasceram em 1870 e eram praticamente adultos quando, em 15 de novembro de 1889 houve a Proclamação da República. Ocorre que Paulo era republicano, e essa diferença de ideais com Pedro, se não rendeu nenhuma escaramuça mais significativa quando o Império caiu, já tinha sido a razão para muitas desavenças físicas entre eles quando crianças. Outro ponto da rivalidade é Flora Batista, a protagonista feminina da história, também de família aristocrática que, como o próprio narrador sugere antecipadamente (de forma hilária), é quem vai protagonizar a rivalidade dos irmãos Santos em termos passionais. Cabe aqui um adendo acerca da construção de Flora como personagem: ela possui um viés vago em seu caráter, que não é necessariamente negativo (os famosos "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", que descrevem a inesquecível Capitu de Dom Casmurro também podem ser adequados à Flora dentro da obra).

Basicamente, Esaú e Jacó em sua narrativa é isso: os dois irmãos brigando, na maior parte das vezes de forma inconsciente, pela atenção e aprovação de Flora. Há um mistério nisso que envolve a escolha por um deles (Pedro e Paulo se complementavam em muitos momentos, e somente Machado de Assis é capaz de fazer na literatura nacional uma análise oculta nas entrelinhas dos aspectos psicológicos de Flora nessa avaliação dos irmãos), que prende a atenção até quase as últimas páginas. No mais, o livro não apresenta grandes desdobramentos familiares desse permanente conflito, ora velado, ora exposto. Difere também de outras obras do autor no que tange ao materialismo, aos matrimônios sem amor e à hipocrisia, grandes componentes da aristocracia carioca da época e que aqui não são debatidos ou expostos de uma forma depreciativa (pelo menos não de uma forma incisiva).

O que o livro não destoa das outras grandes obras de Machado de Assis é em sua contextualização histórica. Aliás, aqui o leitor terá diante de si uma exacerbação daquilo que o autor tem de melhor, ao meu entender: a habilidade ímpar de contextualizar sua narrativa dentro da época. Machado de Assis transporta o leitor para a cidade do Rio de Janeiro do final de século XIX com uma facilidade instantânea que deve(ria) ser estudada. As "conversas" que o narrador onisciente mantém com o leitor (especialmente a leitora mais ávida por romance) trazem uma cor palpável a essa característica. Na narrativa, o símbolo dessa ambientação é o conselheiro Aires, espécie de "bon-vivant", ex-diplomata aposentado, que, tendo boas relações com as famílias dos gêmeos e de Flora, acaba se envolvendo no imbróglio que vai se criando entre os três. Aires é tão fascinante e comicamente sofisticado que o leitor acabará tendo a impressão de que o conselheiro tem mais tempo de páginas que os próprios protagonistas. As menções ao livro de memórias que ele estava escrevendo (e que correspondem ao Memorial de Aires, lançado por Machado de Assis em 1908, sua derradeira obra) trazem certas situações hilárias. O "drama" que Aires compartilha com o padeiro seu vizinho no contexto da Proclamação da República, onde se explica de uma forma genialmente metafórica os impactos posteriores desse acontecimento, sintetizam muito dessa singularidade narrativa do autor.

Este aspecto de "fascínio distanciado" que Esaú e Jacó traz em relação aos personagens e núcleo principal não são decisivos à obra em sua ficção: o desfecho possui traços de imprevisibilidade e compensa o certo marasmo com que a narrativa se desenrola em seu último terço. O fato do encanto da obra estar nas nuances, na contextualização, no pano de fundo, simboliza o sacrifício da narrativa que Machado de Assis fez para realçar o seu estilo em detrimento do enredo principal (como uma amiga leitora disse sabiamente em uma das resenhas do livro aqui postadas). Mas é interessante acompanhar esse processo, e de como ele o fez com maestria, sem causar nenhum desgaste na relação íntima e fundamental entre leitor e livro, que é a essência do prazer de ler.

Esaú e Jacó cumpre muito bem o seu papel nessa relação. De leitura breve, leve, com pitadas de drama e de cômico nas horas certas, ele corresponde a tudo aquilo que Machado de Assis tem de melhor, sendo, assim, totalmente indispensável a quem ama ler.
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Marcelo217 07/05/2023

Morno
Machado de Assis, para mim, é igual Clarice Lispector: ainda não sei se gosto ou desgosto. Recebi uma indicação convincente e resolvi tirar mais um livro dele do caminho.

Esaú e Jacó recorta um momento específico da história do fim do império/início da república no Rio de Janeiro. É quase como os bastidores desse momento sob a perspectiva da alta sociedade. Através de um olhar crítico, o autor explora o antagonismo político, um toque de hipocrisia religiosa e as relações entre a aristocracia do final do século XIX.

Acontecem mudanças sucessivas no rumo da narrativa. É quase como que o próprio cenário tirasse o protagonismo dos personagens. Os gêmeos perdem constantemente o foco para o narrador e também para o personagem Aires, o que me faz pensar que essa história foi separada posteriormente de sua outra obra, o Memorial de Aires.

Os capítulos são curtos, quebrando constantemente o fluxo sequenciado da narrativa. O conflito entre os irmãos convence pouco. E a política se torna o principal motivo do atrito entre o médico e o advogado, colocando, inclusive, seu triângulo amoroso com Flora para a posição de coadjuvante da história.

Essa colagem de capítulos de Machado na história é cheia de dualidades. Esperei muito pelo clímax, a escolha de Flora. O que deveria ser algo surpreendente, se desenrolou de forma abrupta e sem graça. O ponto alto do livro ainda é a escrita caprichada do autor e seu conhecimento refinado sobre diversos assuntos inseridos na história.

O livro foi uma grande oportunidade de Machado de Assis expôr sua opinião sobre um momento emblemático na história do Brasil. Provavelmente esse livro agrada um nicho muito específico, mas serve para vislumbrar, de forma superficial a transição de governos que aconteceu nas últimas décadas do século XIX. Confesso que fiquei curioso para saber mais sobre o personagem Aires e o que tanto ele escreve em seu memorial. Devo dar continuidade a essa história apenas pelo mistério que o autor faz no decorrer do livro. Esperava um conflito entre irmãos mais parecido com o que Milton Hatoum fez com Dois Irmãos, mas acho que essa nunca foi a intenção de Machado nesse livro.
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Monique | @moniqueeoslivros 25/09/2021

Esaú e Jacó
{Leitura 21 - 2021}
Esaú e Jacó - Machado de Assis

Aqui temos a história de dois irmãos - Pedro e Paulo - gêmeos que discordam em tudo na vida. Um é Republicano, o outro é Monarquista. Um gosta do previsível, o outro das mudanças. Um é advogado, o outro médico.

A história se passa na transição do Império para a República, e o conselheiro Aires é quem convive de perto com a família e narra as suas memórias.

Permeado daquela ironia que só Machado de Assis domina, o livro conta a história dos dois meninos desde o nascimento até a idade adulta, quando os dois concordam em apenas uma coisa: ambos desejam o amor de Flora.

Nada no livro é por acaso, nem mesmo a escolha dos nomes dos personagens. A Pedro, o monarquista, Machado dá o nome do imperador. Já Paulo ganha o nome do santo que se rebela e também o nome da cidade que o Império encontrou forte oposição nos anos finais. O próprio título faz alusão aos irmãos do Antigo Testamento.

Uma história divertida e irreverente, totalmente simbólica, do jeito machadiano de ser. Aqui tem muita Psicologia, História, metalinguagem e muitos outros olhares possíveis. Recomendo muito!
@quixotandocomadani 29/09/2021minha estante
estou com esse livro para ler aqui! otima resenha!


Monique | @moniqueeoslivros 29/09/2021minha estante
Muito obrigada! Quando ler me avisa, a gente pode trocar ideias! ?


@quixotandocomadani 29/09/2021minha estante
Aviso sim!! ?


Alê | @alexandrejjr 19/03/2022minha estante
Tenho que revisitar esse livro! Tentei ler ele na adolescência, na época da escola, e não funcionou. Mas é Machado de Assis, né?! Quem sabe hoje, com um pouco mais de bagagem, a experiência seja outra...


Monique | @moniqueeoslivros 19/03/2022minha estante
Com certeza, Machado de Assis na escola eu tenho pra mim que era outro cara, não podia ser o mesmo... Kkkkk.




Raquel 06/01/2021

Machado sendo Machado
Em "Esaú e Jacó", Machado nos relata as vidas desde o ventre de dois irmãos gêmeos idênticos: Pedro e Paulo. Após uma gravidez conturbada, a recém-mãe dos gêmeos, tomando todas as precauções exigidas por uma dama da sociedade, fora a uma vidente consultar a respeito do futuro dos seus rebentos. Saiu de lá com apenas uma promessa de seriam grandes homens e que "cousas boas eram esperadas". Nota da autora do post: desde que li o livro não consigo mais falar "coisas". Adicionei o "cousas" ao meu vocabulário cotidiano.

A infância e adolescência dos irmãos é retratada em meio à agitada vida social da família, nas mais altas classes da sociedade carioca do Império. Desde sempre, fica claro ao leitor que, apesar de gêmeos idênticos, Pedro e Paulo têm personalidades quase opostas. Um é combativo, outro pacificador. Na fase adulta, um se torna médico, outro advogado. Na política, um é conservador e outro revolucionário. E na época retratada da história, quando da dissolução do Império e da proclamação da República, esta última distinção não foi apenas causa de rixas entre os irmãos, mas de verdadeiros entraves entre a tradicional família e a sociedade carioca.

Com o passar dos anos, vemos que a similaridade entre os dois passa a não se restringir apenas ao campo físico, pois começam a amar também a mesma mulher. Flora, uma jovem retratada como confusa e dissimulada, não consegue se decidir qual dos irmãos ama mais, pois vê em um tudo o que falta no outro, e vice-versa.

Li alguns comentários de que essa obra de Machado deixou a desejar, pois o enredo é bastante batido. Vejam, nem tem como discutir esse ponto. O próprio título do livro faz referência a uma história bíblica de dois gêmeos que também travam batalhas entre si em busca de amor e aprovação. Mas o que mais me fascina nas obras de Machado de Assis não é o enredo das histórias, é a narrativa. Muitas vezes, o autor usa o narrador como um personagem, tão importante quanto aqueles dos quais as histórias ele relata. Se utilizando da não onisciência do narrador, Machado nunca deixa certeza sobre o que de fato aconteceu ou o que as pessoas sentiram, deixando a cargo do leitor interpretar apenas os sinais e expressões captados pelo narrador. A irreverência das suas obras é gigantesca e envolvente. Sou muito fã do Machado, essa é só mais uma obra que li e amei.
Júlia 07/01/2021minha estante
Aí nossa, acabei de ler. Machado é único só posso dizer isso.


Raquel 07/01/2021minha estante
Ele é maravilhoso!




Sparr 02/09/2023

Não te atreva a entrar!
Esaú e Jacó é um livro que não costuma encabeçar elogios, mas eu gosto demais. A história principal dos irmãos gêmeos e de Flora não parecia ser totalmente o foco do autor à época de sua escrita. É o período do final do Império, início da República além das incertezas que sonhavam a vida no cotidiano, a abolição tinha ocorrido ali bem perto, os efeitos da sociedade escravagista engolindo as emendas e leis, as lutas e as diferenças, precisando aceitar obrigatoriamente pessoas escravizadas como pessoas, transformam a época em um daqueles núcleos que parecem prestes a explodir. Machado tece críticas à Lei do Ventre Livre, ao depois da assinatura da abolição, à maneira como a dita sociedade queria se passar por "melhor" do que homens e mulheres livres, antes escravos. A indignação por ver pessoas protestando, cheia de rancores e ódio ao reconhecimento de escravizados como seres humanos, trazem ao texto de Machado um ambiente onde todos parecem respirar pouco, esperando que o entorno exploda a qualquer momento.
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Os personagens secundários apresentam histórias sólidas e presenças firmes, de maneira que nos afeiçoam até mais do que Flora, Pedro e Paulo.
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Usa a relação entre os irmãos para construir ambiguidades que só essa obra tem. Uma dualidade muito peculiar, que beira o sinistro de tão parecido.
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Para mim, ele foi genial ao retratar a ambiguidade entre a sociedade que diz amar, mas rivaliza e pouca aceita no reconhecer de seus crimes contra seus próprios membros. Diz querer liberdade e se emputece quando acontece a minorias, aquela que briga por reconhecimento e nunca quer reconhecer. Por meio da rivalidade de nascença entre os irmãos, Machado deixa claro que somos nossos maiores rivais. Somos a face oculta de quem idealizamos ser. Somos o verdadeiro olhar, quando ninguém mais está olhando.
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Pode ser um desafio. Tem uma linguagem um pouco mais complexa e essa ambiguidade pode dificultar a atenção, mas vale demais a leitura. Livrão!!
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Denise Ximenes 14/12/2020

Uma aula de estilo machadiano
Os gêmeos Pedro e Paulo divergem desde o nascimento. Na política e nas mínimas opiniões. Disputam até mesmo o amor da mesma mulher - Flora. Pronto, é isso.

Na minha opinião, esse foi o livro em que Machado se dedica especialmente ao estilo. Em detrimento, inclusive, do enredo.

Para alguns leitores, isso pode soar como um defeito, pra mim não. Acho delicioso "presenciar" o espetáculo da escrita e, como todos sabem, Machado é hors concours nisso!

A utilização de recursos diversos, a ironia tão típica, a elaboração de mulheres fortes e de homens inseguros e a crítica às crenças religiosas fazem de Esaú e Jacó uma obra digna de apreciação, ainda que o enredo não seja lá tão atrativo assim.
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Kecia.Viana 30/10/2021

Esaú e Jacó
Como não favoritar essa obra de Machado?

Política pura e falada de uma forma inteligente.

Só Machado sabe misturar relações pessoais com fatos históricos. Fazer críticas à uma sociedade da época de forma sutil e disfarçada.

Esse é meu autor preferido e, agora, meu livro preferido dele.
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Laura 13/06/2023

Muito bom, como sempre
Não preciso nem falar muito pois uma obra machadiana é uma obra machadiana, não é mesmo? O livro te prende bastante, é um ótimo enredo.
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Amanda Zanella 30/03/2021

Foi uma leitura totalmente arrastada. O livro é bom, mas não me envolvi com história, não simpatizei com os personagens. Enfim, para mim foi uma leitura ok, pouco interessante.
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Peterson15 28/01/2023

História boa e divertida
É uma boa leitura, e num momento de polarização cada vez mais acentuada fica ainda melhor.

Temos Pedro e Paulo, irmãos gêmeos, nascidos num grupo social bem favorecido, cuja mãe carrega a promessa de uma vidente de que os dois serão grandes. Ela passa a vida tentando mantê-los unidos, mas os dois são diferentes, discordam, brigam, tem posições políticas distintas, gostos opostos.
Essa distinção entre eles vai das coisas mais simples às coisas mais grandiosas, passando inclusive por uma moça. Eles são diferentes um do outro e querem ser diferentes um do outro. Acredito que tenha relação com individualidade, pois embora parecidos fisicamente, constantemente buscam formas de mostrarem-se únicos.
As duas pernosagens que os querem iguais por dentro e por fora acabam não tendo um final muito bom.

Machado de Assis é Machado de Assis. Além de uma boa história, o livro é divertido, engraçado, arranca sorrisos. Tem personagens legais em situações muito gostosas de se ler. Fora os momentos que ele conversa com o leitor, acho isso sensacional, a forma como tenta ler nossa mente, dizer o que podemos presumir ou não da leitura. É possível se imaginar lendo, como se fôssemos um personagem! Loucura!

Também gostei do momento em que se passa: a proclamação da República e como os personagens, que não eram agentes políticos, passaram por isso. O capítulo da tabuleta é o melhor! Mudar ou não mudar o nome da "Confeitaria do Império"? Genial.
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Gabryells 03/09/2012

Um livro simples porém viciante
Eu como vários estudantes do Ensino Médio, é obrigatório uma leitura clássica, não vou dizer que sou apaixonado por ela, mas posso falar que gosto bastante. Principalmente agora, depois que terminei Esaú e Jacó.

Logo de início gostei da narrativa, gostei de todo aquele clima criado em cima das "Coisas Futuras!". Ao longo do livro, ele, aos poucos foi me prendendo, não devo negar que algumas partes foram realmente entediantes, mas nada que não possa ser superado. Sou um grande amante da história, então vivenciar de forma secundária, todo o processo de Proclamação da República, foi algo muito interessante e de cara ganhei simpatia por Paulo.

Não quero contar nenhum spoiler, mas posso garantir que daria 4 estrelas para esse livro se não fosse esse final, sinceramente fiquei sem palavras, George R.R. Martin e Machado de Assis serão grandes amigos lá no céu.

O livro tem uma história simples, nada fantástica e incrível, justamente por ser um livro da época do realismo ele não é aquela coisa utópica do romantismo, mas justamente essa simplicidade deu algo a mais no livro, e de uma forma que não sei explicar fiquei preso e mergulhei em uma história maravilhosa. Recomendo muito esse livro para quem quer se aventurar na mente de Machado de Assis!
Walter 13/09/2014minha estante
Cara! Gostei da sua resenha...
Principalmente pela parte do Martin e do Machado amigos no céu :D

Estou lendo o livro e já cheio de suposições para o final...




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