Esaú e Jacó

Esaú e Jacó Machado de Assis...




Resenhas - Esaú e Jacó


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Romulo 13/02/2020

Interessante
Não é a principal obra de Machado de Assis, mas é bem interessante, principalmente por se situar no momento da queda do Império e início da República!
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andre.marinhocosta 22/08/2020

Não era verdade quem vence, é a convicção
Penúltimo romance de Machado de Assis, Esaú e Jacó não é o melhor. O fio narrativo central - o dilema de uma moça apaixonada por dois gêmeos - carece da profundidade e originalidade das obras anteriores, sobretudo quando se contrapõe às três imediatamente predecessoras - a trilogia que é o pináculo da carreira do maior escritor do Brasil. Não surpreende, portanto, que muitos considerem esta a mais fraca novela do Bruxo de Cosme Velho.

No entanto, a busca desesperada por um enredo cativante pode ocultar as grandes qualidades de um livro que, como nenhum outro, mergulha o leitor no pensamento político machadiano. Não que seja verdadeiro aquele mito de que o autor fugia da realidade de seus tempos e apresentava histórias alienadas do contexto histórico. Mas precisamente porque é nas reflexões do conselheiro Aires e na contraposição entre Pedro e Paulo que Machado traduz a visão circunspecta com que encarava eventos primordias: o movimento republicano, a abolição da escravidão, o colapso da monarquia brasileira e os primeiros desdobramentos da República.

Através da metafora bíblica, Esaú e Jacó são introduzidos como Pedro e Paulo, filhos de um casal alçado à elite carioca por meio do trabalho no serviço bancário. Desde a barriga da mãe, os gêmeos dão sinais de antagonismo, do que os pais só se dão contam depois do prognóstico de uma vidente cabocla. A família empreende todos os esforços possíveis para evitar as tensões fraternas, mas a oposição se intensifica ao ponto de chegar ao auge na arena política: Paulo se torna um advogado republicano e Pedro, um médico monarquista. Ambos implacáveis na defesa do que acreditavam, com a verdade dos acontecimentos em segundo plano. Afinal, "não é a verdade que vence, é a convicção. Convence-te de uma idéia, e morrerás por ela", conforme lembra o conselho Aires, amigo da família, em determinada passagem.

O enredo principal começa a se desenrolar no momento em que fica claro que os dois compartilham um único traço em comum: o amor por Flora. Filha de um político sem rumo, a jovem entra em difícil impasse ao se ver apaixonada pelos irmãos, aos mesmo tempo, na mesma intensidade - a ponto de chegar a enxergá-los como só um. É claro que a moralidade da sociedade imperial jamais permitiria uma menina encantada por dois homens e ela teria que se apressar para escolher o amado.

O suspense advindo do dilema até desperta alguma curiosidade, mas bem poderia estar em qualquer obra romântica do início do século XIX. A assinatura de Machado, na verdade, está nas entrelinhas. Está na fina e sofisticada ironia que, sem dizer explicitamente, faz sarro do cotidiano e da estrutura da alta sociedade fluminense. Está na bilhante passagem em que o pai de Flora, um político conservador jogado ao escanteio pelo partido que representou a vida inteira, começa a se questionar se, na real, ele não seria mesmo um liberal. Ou então na tentativa da mãe dela, a Dona Claudia, de convencer o marido de que ele deveria considerar a mudança de partido para conseguir um cargo.

Com exemplos como esse, Machado denuncia o oportunismo da classe política que, embora dividida por colorações partidárias, invariavelmente compartilha um só interesse: a manutenção do poder. E, mesmo quando o arranjo monarquista dá lugar ao presidencialismo republicano, o status quo de uma sociedade estratificada permanece intacto. O tom de resignação das derradeiras páginas talvez seja reflexo do desencanto do autor, que tendo testemunhado tantos episódios históricos, chega ao fim da vida com a conclusão de que o Brasil sempre será esse.

Faz sentido que muitos leitores reclamem da monotonia narrativa de Esaú e Jacó. Mas é justamente essa suposta estagnação que o torna interessante. Não há motivo para pressa em busca da verdade se, no fim, quem sempre ganha é a convicção.
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Locimar 04/09/2020

Leitura feita em Vilhena quando eu estava no Ensino Médio e estudava no Álvares de Azevedo. Quantas saudades, meu Deus. Estudava a noite, lia muito literatura brasileira e sonhava.
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Flávia 06/09/2020

Machado sempre me surpreende! Nesse romance, conhecemos Pedro e Paulo, inimigos "ab ovo" (desde o ovo). Mesmo no ventre de sua mãe, os dois já brigavam e não foi diferente em vida. Inclusive, no amor, pois os dois se apaixonaram pela mesma moça, Flora. Leitura que vale a pena.
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Lêlê 27/11/2023

A narração de Esaú e Jacó
O narrador de Esaú e Jacó é singular. Apesar de fazer parte dos cadernos do conselheiro Aires, a jornada de discórdias dos gêmeos não é narrada por este. Temos aqui um editor narrando. Além de que o título também engana a nós, leitores, que esperamos o foco de toda história mais centrada nos gêmeos (o que não acontece). Mais uma vez, o narrador machadiano, com um estilo que brinca com leitor, conduz a narrativa com o seu jeito inconfundível: cínico e surpreendente.
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Mia 07/05/2021

Não tem como um livro do Machado ser ruim, mas esse não foi um dos mais estimulantes pra mim. Com certeza foi o que mais demorei a ler.
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Lisboa 31/05/2021

Caim e Abel, o arquétipo dos irmãos hostis.
Terminei faz algumas semanas essa leitura, a minha introdução apropriada ao icônico Machado de Assis, em outras leituras ('O pai', e, 'Memórias póstumas de Brás Cubas') acabei não me engajando e findei adiando essas outras obras.
Mas, fico feliz que comecei a lê-lo por esse livro. Primeiro foi interessante perceber o contexto em que o enredo se desenrolava, o pano de fundo da narrativa era a transição histórica que ocorreu no século XIX no Brasil, de Monarquia para República. Foi no mínimo preocupante perceber como essas mudanças revolucionárias acontecem "despercebidas", sem entrar no mérito se é uma mudança positiva ou negativa, lendo tive a impressão que tais revoluções geralmente acontecem gradativamente e quase imperceptíveis em meio às nossas aflições e rotinas. O tom de incerteza e dúvidas era muito bem construído em relação ao novo regime governamental, a sua permanência ou provável instabilidade, a polarização que gerou e percepção que cada um tinha do que poderia acontecer, (o trecho do muro pichado e a polaridade entre os irmãos em relação ao governo talvez sejam a melhor forma de ilustrar isso.) Entretanto, textualmente sempre era tratado como secundário e não era a grande prioridade ou preocupação de todos. Fazer a associação com a república do Brasil no século 21, depois de ditadura nos anos 80 e com a atual crise política que enfrentamos nos últimos anos ... Preocupante.
Pois bem, a ira entre os irmãos Pedro e Paulo e o triângulo amoroso com Natividade (? N lembro se é o nome da personagem mesmo, tlvz Natividade fosse a mãe, mas enfim) é o norte do livro, com personagens interessantes como o conselheiro Aires e familiares das de Pedro e Paulo, e tb Natividade (?); Aliás, Aires é um personagem cativante e querido por todos, imagino que tanto por leitores como para os demais personagens do livro, um dos melhores momentos do livro na minha opinião, e que demonstrou muito bem a famosa ironia e humor marcadas nas obras de Machado, é o trecho em que Aires encara um jumento e a partir do olhar do jumento deduz o que o mesmo gostaria de dizer, hahahaha soltei uma boa risada ao ler, memorável.
Enfim, o relacionamento dos irmãos ao meu ver nunca foi disfuncional, era nítida a competitividade, implicância e até certa hostilidade, mas não identifiquei ódio ou desdém, talvez de forma estranha fosse assim que demonstrassem admiração um pelo outro, parafraseando Nietzsche, devemos aprender a arte de amar principalmente os nossos inimigos. E é simbólico que a competitividade dos gêmeos se direcione para a conquista da querida Natividade, pensando em termos evolutivos, são as mulheres que incorporam o papel da mãe natureza e fazem a seleção natural, escolhem o mais apto e adaptado para replicar genes. Era a prova peremptória para eles saberem quem fez o melhor sacrifico, fazendo uma alusão aos sacrifícios de Caim e Abel que eram aceitos ou não, e ninguém quer ser o não escolhido e ressentido Caim.
Apesar da analogia acredito que nenhum dos irmãos fosse o Caim, como a vidente disse para a mãe dos gêmeos: seriam grandes homens futuramente, e foram, mas sem querer entrar em detalhes da narrativa, talvez a competitividade entre eles fosse confundida como hostilidade pela mãe, talvez em alguns momentos foram hostis entre si, mas o final me fez acreditar que o respeito e admiração se fortaleceu entre eles, e que apesar dos apesares, a relação entre eles nunca foi de ressentimento e ódio apenas uma pueril busca infantil por aceitação e destaque em sua forma última, que acaba inevitavelmente sendo um axioma abstrato e inalcançável, indo para o campo das ideias, dos princípios e valores. Talvez o "melhor" deles não deveria ser escolhido por terceiros mas sim pela incessante busca racional da superioridade.
Lindos trechos escritos por Machado de Assis, lírica e poeticamente impecáveis, bem reflexivos também. Achei um ótimo livro!
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Lia 03/06/2021

Foi difícil terminar essa leitura...mas não podia abandonar Machado em qualquer lugar da estante. Dessa vez a escrita pegou (não sei pq) ...a história é interessante, o autor é incrível...me peguei algumas vezes tendo a certeza que ele falava diretamente comigo, adivinhando meus pensamentos e me respondendo.

Vale uma tentativa de releitura desse livro em outros tempos para ver como será o processo.
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Didi 09/08/2021

Bom livro
Interessante trama tendo como pano de fundo a passagem do Brasil Império à República. Muito interessante a relação de ?gato e rato? dos irmãos e as demais que se formam em volta desta, tão importantes quanto para história. Muito bem escrito por M.Assis, mais um deleite para nós. Como ele constrói bem as personagens, impressionante!
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Paulo 13/01/2023

Paulo e Pedro, Pedro e Paulo
Me foi séculos lendo esse livro e enquanto lia mantive a sensação de estar perdendo meu tempo.
É importante lermos sinopses e mais de uma opinião sobre os livros que vamos ler. Adicionei esse na minha lista depois de um bom comentário e me arrependi.
O tema central que é o conflito de ideias entre Paulo e Pedro, na verdade, serve como pano de fundo para acompanhar a história do Brasil na transição de poderes, e não o contrário, como era de se esperar. Não deixa de ser interessante e valeu para relembrar algumas datas sobre as revoluções e nomes importantes da época, mas...
Fiquei querendo mais desse conflito dos gêmeos, um aprofundamento psicológico maior sobre eles.
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Rayane 19/06/2012

Uma obra tão completa que é capaz de nos fazer sorrir e até chorar.
Publicado em 1904, Esaú e Jacó é o penúltimo romance de Machado de Assis.
Durante algum tempo, Esaú e Jacó era considerada uma obra de menos importância, principalmente quando comparada com Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borda e Dom casmurro, porém a crítica literária atual tende a rever as posições antigas, chegando mesmo a apontar Esaú e Jacó como uma das obras machadianas mais bem elaboradas do ponto de vista estético.
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Ana Ruppenthal 28/12/2016

Bom, inteligente, mas não foi o melhor
A leitura é fácil e gostosa; dá pra ver que o autor segue a tendência da época de se utilizar da literatura como entretenimento (tanto é que o autor se dirige diretamente à leitora ou leitor em diversas passagens). Também é muito inteligente, na medida em que fica clara a sátira ao romantismo e até mesmo ao parnasianismo - tanto pelo estilo do romance quanto pelo vocabulário e alegorias empregados. Mas justamente o enfoque na satirização dos outros movimentos literários que tornam a obra um tanto sem graça - ao menos na minha opinião. Para um autor tão renomado poderíamos esperar mais. Por fim, acho que a ideia de utilizar o mito bíblico de Esaú e Jacó foi uma boa pegada, mas deveria ter sido melhor explorada.
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Marquinho 23/12/2022

Alienação pequena grande burguesa
Uma família tradicional, uma previsão. Não precisa de muito para que se produza sentidos. Natividade e Santos embriagados pelas coisas futuras a vir. Ela muito mais que ele. A guardiã, a diplomata, o acordo entre o gêmeos. Escolhida pelo destino para criar os grandes homens da nação. Sem conseguir enxergar que as coisas futuras não eram extraordinárias, apenas o ciclo natural de um classe. Quem pode enfeitar um quarto com os melhores e mais variados brinquedos, conseguem pagar a melhor educação, os melhores, alimentos, as melhores roupas, andar nos melhores lugares. Coisas futuras nada mais que validação do presente.
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tray 28/01/2018

Não é apenas um romance
esse livro é muito mais que uma possível rivalidade de dois irmãos, aqui temos a história do país, a formação política do país o desenvolvimento de ideias e pensamentos, Machado conta a história do país nas entrelinhas da paixão, dos mitos e ciências, um GÊNIO!
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