Resenhas - Kindred - Laços de Sangue

Fanfinc_sf.devorador_de_livros 04/05/2023

Kindred conta a história de Dana, uma jovem que, no dia de seu vigésimo sexto aniversário, está de mudança com seu marido para um novo apartamento. Do nada, ela se sente mal e se vê diante de um rio onde um garoto está se afogando. Após entrar na água e salvar a vida da criança, Dana é colocada na mira de uma espingarda.

Sentindo-se novamente atordoada, ela é transportada de volta para o seu apartamento. Está encharcada e diante do olhar perplexo de seu marido, que a viu desaparecer e reaparecer em segundos.

A experiência assustadora se repete diversas vezes e Dana, uma escritora negra que vive no ano de 1976, percebe que está sendo levada para o século XIX, quando a escravidão ainda era praticada nos Estados Unidos.

Quais os riscos para uma mulher negra e livre numa época como essa? Como se adaptar a esta nova realidade? Quais são os laços que a prendem ao passado?

João Paulo 05/03/2022

Não ganhou cinco estrelas pq a protagonista me fez raiva em alguns momentos da história. Mas no geral o livro é incrível. Devorei em poucos dias ? Super recomendo!

Angelica.Lauer 06/08/2020

Esperava mais
Demorei um tempo para concluir essa leitura, a partir da metade do livro a leitura fluiu e melhorou a história. Mas ainda assim, esperava bem mais, não achei os personagens bem desenvolvidos e nem a história. É um livro bom, mas acho que havia criado expectativas demais nele.

Natália 06/09/2020

A temática é visceral, mas a trama não me conquistou.
Concordo com todas as resenhas que li falando que este se trata de um romance visceral em relação à época da escravidão e seus reflexos na sociedade atual. A gente testemunha momentos extremamente fortes, que dão vontade de fechar o livro e sair esbofeteando qualquer um que apresente resquícios de uma época tão cruel e vergonhosa na história da humanidade.

No entanto, eu não consegui me conectar com a personagem e me envolver com a trama. As páginas realmente passaram muito rápido, mas isso foi em razão da hábil escrita da autora. Já a história não me convenceu, apesar de sua premissa tão convidativa.

Ao final, fiquei no estilo "meme do John Travolta no Pulp Fiction": não entendi o porquê das coisas, não compreendi a conexão entre os protagonistas (além dos laços de sangue é claro) e como tudo aquilo acontecia. Enfim, não funcionou para mim, apesar da temática tão cara a minha visão de mundo.

romulo mafra 24/08/2020

Essencial como era em 1976!
Mais uma vez (24/08/2020) as câmeras flagram um homem negro sendo executado pela polícia nos mesmos Estados Unidos onde se passa o EXCELENTE livro "Kindred" que acabei de terminar. E dói ainda mais ver que TUDO continua do mesmo jeito, mesmo com toda a reação que se teve lá, homens e mulheres continuam e continuarão, lá e aqui e acolá, sendo tratados como sub-humanos pela cor de sua pele ou sua classe.

Octavia Butler trata disso neste livro que me fez ler em tão poucos dias. Uma jovem, negra, de repente é levada pras primeiros anos do século retrasado, em pleno sul escravagista, Maryland, nos Estados Unidos. E de lá pra 1976, repetidas vezes, Octavia nos mostra esse mundo de horror onde o capitalismo mundial construiu suas bases, e onde ainda estão as suas algemas, longe da alforria do pobre e preto, condenados a aceitar o que lhe restar, pelo salário que for, apenas para SE MANTER VIVO.

Butler é ESSENCIAL agora como era em 1976. "Kindred" já poderia ter virado filme, mas, sabemos provavelmente os motivos porque isso não aconteceu. Poderia virar um roteiro e se passado no Brasil com tanta facilidade que precisaríamos apenas trocar os nomes e locais. O horror é o mesmo. As marcas são as mesmas e a dor continua doendo todos os dias, como em 1815, 1976 ou 2020.

Malu 15/06/2022

Sensacional! Que história! Estou profundamente mexida com tudo que li, nunca tinha lido nada que retratasse de uma forma tão sólida a escravidão. A sensação é de que somos a própria Diana revisitando aquele tempo, claro que não sentimos sua dor física, mas ficamos com os olhos marejados e o coração doendo com frequência.

Silvinha 10/01/2023

Imersivo
Peguei este livro para ler por causa do meu clube do livro. Ainda não conhecia a autora, por isso comecei a leitura de forma despretensiosa. E não consegui mais parar de ler! A autora conseguiu transmitir as situações e emoções da personagem de uma forma impressionante, real, imersiva...

Vale a pena conhecer!

Gabriel 15/08/2021

"Há coisas bem piores do que a morte"
"Kevin, você não precisa bater nas pessoas para tratá-las com brutalidade"

[*****], tô apaixonado por esse livro e por essa escrita! Octavia E. Butler me conquistou já no primeiro contato com sua escrita, quero ler tudo dela!

A narrativa é impecável, não tem nada que eu mudaria. Os personagens são muito bem construídos, a forma que a narradora movimento o enredo é perfeita e os "toques de ficção científica" são geniais. Não consigo acreditar que tem gente que acha "parado" (é a realidade de pessoas escravizadas, [*****], queria aventura?).

A Dana é uma das melhores protagonistas que já li e os personagens secundários são muito necessários e humanos, principalmente o Ruffus (senti tanta esperança de que ele fosse mudar e ao mesmo tempo senti muito ódio dessa caçamba de merda ambulante).

A ambientação é muito bem feita e os dilemas sociais e étnicos trazidos pela autora são muito fortes. Eu já consumi muitas obras sobre a escravidão, mas a cada nova eu fico mais chocado e enjoado com a brutalidade humana.

Enfim, achei o livro perfeito e com certeza vou adicionar aos "favoritados"

"Ela qué dizê que ocê deve mandá pro inferno as pessoa que diz que ocê é algo que não é" ??

vanessa 03/04/2021

Leitura densa, mas de muito aprendizado
Durante o livro, muitas cenas causam incomodo ao leitor, principalmente ao tratamento em que os escravos eram submetidos e como eles podiam fazer de tudo para sobreviver e não sofrer castigos piores do que já sofriam nas mãos de seus senhores.

Além disso, temos o embate entre Dana e Kevin, já que eles são um casal interracial e no tempo que passaram em um época diferente, a realidade os afetou de forma diferente. Enquanto Kevin não conseguia enxergar totalmente a crueldade que os escravos sofriam, Dana por outro lado, sentia literalmente na pele o que eles passavam e muitas vezes fora humilhada por ser negra.

No mais gostei, dos apontamentos feito pela autora, a qual não poupou esforços para retratar a escravidão nos Estados Unidos da forma mais verídica possível.

Mateus.Caixeta 28/11/2021

Extremamente Necessário
Primeira experiência com a Octavia, não poderia ser melhor, ate agora absorvendo essa leitura densa. Não me hypei muito pra essa leitura, justamente por outros tombos nesse ano, mas nesse caso valeu a pena cada página. Já vou falar meu único ponto negativo pra não me estender, que foi o final, acho que faltou um pouco mais. É o tipo de livro que você começa e sai uma pessoa diferente. Tratem de ver os gatilhos antes de ler, não é um livro leve nem de longe, tem várias cenas bem gráficas, principalmente de tortura, me doeu muito ler essas cenas. Inclusive não esperem muito da ficção nesse livro, a autora não se preocupa em explicar porque tal coisa acontece (Não foi um ponto negativo pra mim). Porém, um eu gostei, ela usa de modo maravilhoso, a ficçao pra construir a sua narrativa.

Dana: Avisa que é ela, lenda viva. Gostei da forma que a protagonista foi construída. Normalmente é bastante incômodo ver um protagonista "burro", que não sabe de nada, demora metade do livro pra entender o que está acontecendo. Aqui não acontece isso, a protagonista é bem estratégica, 60 páginas e ela já sabia o que estava acontecendo, perfeita. Ver ela sofrendo e não poder fazer nada, foi super doloroso.

Rufus: RANÇO ETERNO. No começo estava tudo lindo, aí acontece aquilo... podre. E pensar que ele é um "príncipe", entre os outros brancos daquele época, o sangue ferve só de pensar. Mas, gostei da forma que a autora mostra os dilemas dele, um personagem bem doente e que precisava de uma terapia.

"Valeu a pena?": Nossa, caso esteja lendo essa resenha, leia pelo amor de deus. Ver esse livro falando sobre escravidão, doeu, mas foi uma dor necessária. A realidade deste livro não está tão longe assim, pessoas negras ainda sofrem todos os dias, ainda há um longo caminho pra melhorar isso. Enfim, Kindred deve ser uma leitura obritória, todos deveriam ler.

Luciano 16/11/2021

Incrível.
Uma das melhores e mais impactantes obras que li este ano. O livro é grandinho, mas você lê que nem sente.

Mandark 20/01/2022

Um soco no estômago.
A construção narrativa do livro é muito inteligente e diferente. Tem alguns aspectos que me incomodaram, mas no geral, foi angustiante e impressionante ver a Dana revivendo a escravidão, tornado-a real pra si mesma. Um livro doloroso e com reflexões muito fortes.

@bibliotecadedramas 29/09/2020

Leitura necessária
Octavia Butler – a Grande Dama da Ficção Científica como é assim conhecida nasceu na Califórnia, em 1947. Aos 12 anos começou sua jornada como escritora motivada por um filme muito ruim que assistiu e convencendo-se de que poderia escrever histórias muito melhores. E foi que fez. Butler começou a vender algumas histórias para antologias e na década de 1980 ganhou os prêmios Nebula e Hugo, mas foi a partir de 1993 que sua carreira foi solidificada com duas de suas obras e adquirindo assim sua merecida notoriedade como a Dama da Ficção Científica Feminista e principalmente por inserir a questão do preconceito e do racismo em suas histórias.

Butler morreu em fevereiro de 2006, aos 58 anos e em 2010 foi inserida no Hall da Fama da Ficção Científica, em Seattle. Seu legado é tão importante que seus livros são objetos de estudo e seu trabalho e vida ganharam uma exposição na The Huntington Library, na Califórnia.

Kindred pra mim é um livro que não conseguirei descrever com todas palavras o quão incrível foi. Eu não gosto de ficção científica, mas nessa história, a ficção foi inserida de uma maneira muito crua e real de se entender então pra mim, foi muito fácil de acompanhar as viagens no tempo da personagem, sem ficar confuso. Dana é a protagonista na história, sua viagem ao tempo quando se está no passado corre diferente de quando ela volta ao presente. Quando Dana volta ao passado é nos EUA do século XIX pré guerra civil e no auge da escravidão, ela sempre volta para salvar a vida de um homem branco que de alguma forma, irá fazer parte dos seus ancestrais.

É impossível não se impactar e não se emocionar com Kindred. Entender o quanto o racismo ainda é, infelizmente, tão pungente no mundo de hoje mesmo quando se fala de um passado, cuja a escravidão acabou e torturou a vida de milhares de pessoas que eram tratadas como objeto. Kindred é um livro realista quando envolve questões raciais, sem romantizações, é provocativo e perturbador que te tira da zona de conforto ao te colocar no sofrimento da protagonista quando ela é teletransportada e passa pelas piores situações de violência, humilhação e sofrimento. Mais que recomendada, eu diria que é sim uma leitura necessária.

site: https://shejulis.com/livro-kindred/

Jonathan.Queiroz 16/01/2023

Eu não sei nem que título dar
Um dos melhores livros que já li, sem dúvida nenhuma. Se vc ler e não sentir nada... é pq vc já morreu por dentro. É extremamente desconfortável e desconcertante em muitos momentos e chegou a me dar mais medo do que qualquer livro de terror que eu já tenha lido.

Octavia não se intimida e trata de temáticas raciais de uma maneira complexa, cheia de nuances, e que às vezes até parece contraditória, mas isso só deixa a narrativa mais verossímil, pq emoções humanas são contraditórias e conflitantes.

Acho que todas as pessoas deveriam ler esse livro em algum momento da vida. Ler e refletir bastante.

Com certeza merece uma releitura no futuro, quando eu tiver lido mais coisas da autora. Octavia ganhou um fã, pois quero ler TUDO o que ela já escreveu.

asaquebrada 17/08/2021

O começo pega a gente de jeito.

Fiquei numa montanha russa de impressões da obra durante toda a leitura.

Personagens complexos, trama envolvente.

A escrita é fluida,
a história aperta o peito e embrulha o estômago.

Senti falta de desenlaces mais entramados, questão de gosto pessoal.