Kindred

Kindred Octavia E. Butler
Octavia E. Butler




Resenhas - Kindred - Laços de Sangue


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olivversion 15/12/2023

Com uma narrativa fluída e agradável de ser lida, Octavia E. Butler nos entrega um dos melhores livros de ficção científica do mundo; já consagrada nesse meio como a mãe da ficção científica, ela se consagra também como uma das minhas autoras de sci-fi favoritas. adentrar esse mundo violento, racista e angustiante, que não se diferencia nem um pouco do nosso, foi uma experiência inesquecível e que vai marcar pra sempre minha memória, me fazendo lembrar de personagens bem construídos, complexos e com diferentes motivações: o desejo de poder e a busca pela liberdade.

É uma leitura muito dolorosa, sufocante e interessante, mas que vale apena do início, meio e fim.
JurúMontalvao 18/12/2023minha estante
??
acho q tenho esse na minha lista


olivversion 18/12/2023minha estante
@JuruMontalvao espero que goste quando ler




Isabella658 10/03/2024

Uma leitura ansiosa e angustiante.
Bom, que leitura angustiante. Já esperava um pouco que seria assim pelo tema, mas superestimei a minha capacidade de aguentar.
É uma história sobre racismo e sobre escravidão. A protagonista vive num paradoxo voltando no tempo pra uma época onde ainda era normalizado escravizar negros e indígenas, então já esperamos que ela viva o inferno na terra. De fato sim, mas também meio que não, podia ser pior.

A única coisa que tenho pra criticar é a divulgação do livro ser toda focada na ficção científica, acredito que é o motivo de decepção de vários que avaliou o livro tão baixo: não desenvolve bem a questão da viagem do tempo. Quando acontece ela entra em choque e está o tempo todo com medo, eles custam a acreditar, mas não podem negar o que viram. Principalmente porque tudo o que acontece com Dana no passado, permanece com ela no presente. Essa parte achei ok, teve sim o desenvolvimento do medo e do questionamento. Toda vez eles se questionavam como acontecia, quando ia parar, como parar. Porém, não é o foco da história, fica beeeem em segundo plano. A Dana percebe o paradoxo e comenta sobre ele uma vez e pronto. E acho que isso decepcionou muita gente. Eu não, porque não tava com expectativas. O livro é claramente mais focado na crítica social e pessoal.

Essa é outra parte que vi criticarem, porque esperavam mais sangue e acontecimentos piores. Até mesmo a Dana questiona isso quando volta, por que tudo parece tão tranquilo? E é aí que entra a frase:
?? [?] Não sabia que as pessoas podiam ser condicionadas com tanta facilidade a aceitarem a escravidão.?
O maior ponto do livro é sobre a capacidade adaptativa do ser humano, principalmente sobre isso de aceitamos a realidade que nos é imposta tão facilmente. E isso entra em muitos aspectos. É como ver a corrupção na política e aceitar, porque ?político é tudo assim mesmo, nunca vai mudar?.
De início Dana tenta fazer alguma coisa, até mesmo Kevin, mas no fim eles acabam aceitando a nova realidades dele e é tão fácil, que isso os deixam completamente malucos da cabeça. O pensamento de ter que aceitar ser escravizado ou morre, tenho que fazer isso porque é minha única opção, é o sentimento mais aterrorizante do livro.

E isso leva pra outra questão do livro, que é a diferença entre uma pessoa negra do século XX é uma pessoa negra do século XIX. É de se esperar que a Dana se encaixe ali com os outros pela experiência compartilhada, mas não, ela não é como eles e ela não é como os brancos também. Então tem essa questão do não pertencimento. E isso a faz ser vista como negra branca. Ela questiona muito quem ela é e o papel dela ali. A rivalidade que existe entre os próprios escravizados. É um livro muito mais reflexivo sobre essas questões humanas, sobre como a Dana aceita e normaliza fácil demais a condição dela. Por isso parece tudo tão mais fácil. Fora a relação dela com os brancos, que chega a dar raiva porque a gente passa a odiar todo branco nesse livro. Até eu mesma comecei a me questionar. Mas são sentimentos conflitantes o dela, muito conflitantes. Como a Alice diz, é uma mistura de ódio, amor, raiva e tudo de bom e ruim. Porque não tem como ser uma relação genuína, se a pessoa exerce tanto poder sobre você. Não há escolha.

Enfim, é um livro pra ler e refletir sobre relações humanas. Não achei que a Dana passou pano pro pessoal daquela época não, o relacionamento deles não eram convencionais e é uma parte da reflexão da história. Sim, eles são monstros por escravizar pessoas, e é exatamente por isso que cada açãozinha minimamente boa deles (como o Tom dar roupa pro novo bebê da Carrie) é vista como uma enorme bondade. ?Como assim o cara que me tortura deu um cobertor pro meu bebê recém nascido? Ele deve ter alguma bondade dentro dele!?. A gente sabe que ele só tá cuidado pra que tenha mais um escravo e consiga lucrar com ele mais tarde, mas pra quem só recebe dor, algo assim parece outra coisa. É uma relação complexa entre vítima e violentador. Nada é tão preto no branco e foi isso que amei no livro.

Adorei a dinâmica da Dana com o Kevin, cheguei até a odiar ele algumas vezes, mas mostra bem como a gente, como brancos, nunca vamos entender o que é estar na pele de uma pessoa negra. Mesmo tendo vivido horrores lá também, não consegui sentir a mesma empatia que senti pela Dana.

E sobre o plot: não achei ruim. O livro já começa com ele, então já imaginava que seria nada chocante, porque o objetivo dele é nos deixar instigado no começo da história. E digo mais: foi o que mais me deixou angustiada. Toda vez que ela voltava pro presente e aquilo não tinha acontecido, eu ficava com mais medo de ler porque sabia que não tinha acabado. Foi uma leitura ansiosa. E quando aconteceu a cena, em vez de sentir a dor dela como achei que sentiria, eu senti foi alívio, porque tinha finalmente acabado. E achei isso simplesmente genial.

Recomendo bastante, é um ótimo livro pra trabalhar reflexão e empatia. E é nada do que esperava que fosse, mas não de uma forma ruim.
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Paulo 11/10/2017

Antes de mais nada, é preciso parabenizar de pé o esforço da editora Morro Branco em publicar esta obra seminal de ficção científica no Brasil. Em um país miscigenado e formado por um enorme contingente de população negra, é inadmissível que somente após quase quarenta anos de publicação, Kindred tenha chegado ao Brasil. Com tantas editoras grandes e dedicadas a publicar grandes nomes da literatura mundial, não posso conceber que ninguém tenha se dado conta do furo que é não publicar a autora ou pelo menos esta obra em especial no Brasil. Foi preciso aparecer uma editora com uma proposta inovadora e com absoluta coragem em seus pouco mais de um ano de vida para que isso acontecesse. Não é porque a editora é parceira do blog, mas como é bom ver um trabalho que não teme publicar obras reflexivas e que fazem o leitor pensar. Para mim, a Morro Branco é a sensação do ano em 2017 e dificilmente alguma outra vai conseguir tirar este título. Talvez não com o volume de outras editoras, mas certamente pela escolha certeira dos títulos publicados.

A escrita da Butler é bem diferente do que eu imaginava. Kindred tem um status diferente de outras obras de gênero. É considerada alta literatura em muitos meios, não caindo tanto nas graças dos aficcionados de ficção científica. Porque é um livro diferente. É aquele livro que possui uma aura majestática, aquele espírito que somente poucas leituras como Guerra e Paz ou Ulisses (de James Joyce) possuem. Aquele aspecto intimidados. Porém, quando você começa a ler Kindred, tudo isso cai por água abaixo. A autora coloca nas linhas uma escrita deliciosa e as páginas voam em uma velocidade inacreditável. Me peguei lendo 80 páginas sem cansar. Eu queria saber o que viria a seguir sempre. E olhe que o livro possui uma narrativa em primeira pessoa, uma ferramenta que eu não aprecio tanto. Aqui ficou genial porque cumpre o propósito de nos apresentar uma realidade cruel a partir dos olhos de uma mulher que está fora de seu tempo. Os diálogos são o ponto alto da narrativa porque comprovam a diferença de vocabulário e tratamento entre alguém de 1976 e pessoas de 1816. O encadeamento de palavras empregado é bem específico do período, um cuidado bem especial tomado pela tradutora. Aos poucos vamos vendo o quanto o fraseamento e o vocabulário da Dana vão se alterando por conta de sua longa permanência em outra época.

Temos também um trabalho muito grande no componente visual e no emocional. São características que chamam a atenção porque serão elas que irão compor a empatia com o leitor. O fato de a autora se preocupar em tocar nossos corações através de sua escrita colabora para dar um tom todo especial à história. Dana nos leva até o período tamanha a riqueza de detalhes e sensações colocadas pela autora. Fica também os meus parabéns para a tradutora que fez um trabalho impecável no livro. Seria muito simples cair no erro e traduzir erroneamente expressões típicas da época ou descuidar diante das formas como os personagens falavam na época.

Os personagens são riquíssimos em detalhes e nuances. Como estamos vendo a história diante dos olhos da Dana, precisamos entendê-la como uma narradora não-confiável. Isso porque a narradora nem sempre consegue captar as verdadeiras intenções de outros personagens. E isso vai ficar claro à medida em que a narrativa vai se desenvolvendo. Butler nos apresenta uma mulher corajosa e com ideais fortes, mas que ao mesmo tempo pode ser fragilizada diante de uma situação de violência extrema. O que Dana passa ao longo da história vai fazendo ela questionar a si mesma e aqueles que a cercam. Nem sempre suas decisões são as mais acertadas. Já Rufus começa com sendo um menino em apuros e vai se transformando pouco a pouco em um homem de seu tempo. Aliás, Rufus é o exemplo clássico daquela máxima que "as pessoas não mudam, mas apenas se adaptam ao seu meio". A relação entre Dana e Rufus é extremamente complexa e nem sempre o leitor vai compreendê-la de todo. De certa forma, eu consigo meio que entender algumas das escolhas da protagonista. Posso não concordar com algumas, mas compreendo as razões.

Outros personagens como Tom Weylin, Margaret, Kevin, Carrie, Nigel, Alice, Sarah tornam a história inesquecível. Não consigo descartar nenhum deles. Seja Kevin e sua eterna parceria com sua esposa e seu amor incondicional, Margaret e sua inconstância e amor por seu filho, Tom e sua crueldade aliada a um senso deturpado de justiça, Carrie e seu jeito quieto e mudo de ser, Nigel e sua coragem, Sarah e a forma materna como ela trata os demais escravos da casa e, claro, Alice e sua objetividade em ver as coisas. Todos os personagens são muito vivos em suas características, suas virtudes e suas falhas. Ter de me despedir deles ao final da história foi duro, foi como se eu deixasse pessoas conhecidas para trás.

Falar de escravidão é um assunto considerado tabu em alguns lugares. Isso porque não basta comentar apenas sobre como esta se deu, mas as consequências sociais deixadas por ela. E isso porque a história se passa nos EUA que teve um volume muito menor de escravos e por muito menos tempo do que no Brasil. Aqui, a escravidão se estendeu por mais de trezentos anos e foi responsável pela morte e devastação de milhões e milhões de almas que vieram do continente africano. Mais de um terço de todo o volume de escravos negros africanos traficados vieram ao Brasil. Assuntos considerados polêmicos como as cotas raciais não deveriam ser sequer polêmicos. Nós, homens brancos, devemos muito por conta dos erros de nossos antepassados. E acho que jamais conseguiremos pagar completamente por isso. Escravidão é uma violência extrema. Aqueles que leram Kindred podem perceber isso na maneira como a protagonista vai nos mostrando pouco a pouco como ela destrói o ser humano irremediavelmente.

Quem imagina que ser escrava doméstica é menos pior do que trabalhar na lavoura vai mudar rapidamente de ideia. Existe tanta humilhação, abuso e violência na casa grande que as mulheres acabam acionando mecanismos de auto-defesa como a aceitação tácita, a fuga (o que acaba levando à morte) ou ao suicídio. E a autora consegue nos mostrar isso com uma riqueza e uma sutileza incríveis. Até mesmo detalhes pequenos não escapam dela. Recomendo aos leitores que façam uma leitura atenta neste livro. A quantidade de informações e detalhes que vocês irão captar são incríveis como o porquê da submissão diante da escravidão, a maneira como os escravos eram tratados pelos senhores, como eles sobreviviam e como estabeleciam relações sociais. É preciso destacar acima de tudo a maneira como os EUA formaram uma sociedade escravocrata única. Os senhores de escravos nos EUA tentaram "procriar" seus escravos de forma a não precisar "reabastecer" sempre o seu contingente, algo que não foi feito pelos senhores de engenho no Brasil. Isso levou à formação de um núcleo social bem específico nas fazendas. Até acho que a maneira como o americano sulista encara o escravo até os dias de hoje é fruto dessa estranha formação social.

O elemento de ficção científica, ou seja, a viagem no tempo, é mais um instrumento para fazer a história acontecer do que algo levado a sério. Alguns leitores dirão que Kindred pode ser encaixado no gênero do realismo mágico. Discordo. Discordo porque esse é um gênero específico de autores latino-americanos além de uma série de outras nuances de escrita como marcas regionalistas entre outros. A autora não se preocupa em explicar como a viagem no tempo funciona, apesar de ela tentar esboçar uma explicação em alguns momentos. Mas, isso nunca se dá de todo. Aliás, fica novamente o aviso de que esta não é uma obra de ação, mas um livro voltado para a discussão de um tema que é a escravidão no sul dos EUA no século XIX, o preconceito racial e a violência que um ser humano pode provocar. Quem procura outro tipo de obra, sugiro iniciar outra leitura.

Mas, mesmo que não seja o seu estilo de livro, Kindred é uma leitura especial. Recomendo demais lerem esta obra incrível. Em toda sua violência, a autora é capaz de nos apresentar uma realidade cruel que aconteceu de fato entre nós. E nossos antepassados foram responsáveis diretos por causar sofrimento a muitas pessoas. E, mais do que isso, essa escrita me encantou demais. Quero muito que a editora publique outros livros da autora. Este aqui já é um clássico instantâneo.

site: www.ficcoeshumanas.com
Mayara945 12/10/2017minha estante
Só tenho visto elogios a este livro. Quero ler em breve.


Paulo 13/10/2017minha estante
Leia sim. É um livro pesado em algumas partes, mas necessário. E a autora tem uma escrita sensacional.


Leonardo1436 20/10/2017minha estante
Parabéns pela escolha de palavras... adorei a resenha!


Évelin Noah 29/01/2019minha estante
Acabei de ler o livro e estou simplesmente encantada! Apaixonada!
Parabéns pela resenha, Paulo! Faço das suas palavras as minhas.




Luan 16/01/2022

De forma geral, é uma leitura bem difícil (devido ao conteúdo) em vários momentos. De início fiquei muito preso à dúvida de como a Dana voltaria para sua época, mas ao decorrer da narrativa o que prevaleceu foi se ela conseguiria sobreviver, visto que isso sim era mais importante. Querendo ou não, algumas vezes me permiti apegar à possibilidade de uma transformação moral, ou pelo menos tive a esperança, com relação ao comportamento de Rutus. Fui muito inocente. Com certeza uma leitura que agrega muito, faz refletir.
Bibis8 16/01/2022minha estante
Olha eleeeeeeeeeeeeeeeeee




Bruno.Lima 27/02/2022

Apesar de eu ter ficado imerso na leitura, eu sabia logo no começo que ela não seria fácil. E de fato ela não foi. Em muitos momentos somos dilacerados com os eventos descritos que retratam bem realidades que aconteceram com pessoas escravizadas. E nossa protagonista Dana, uma mulher negra que vive com seu marido branco no século XX, viaja no tempo de forma ainda desconhecida para esse período. Ela encontra alguns de seus ancestrais e percebe que tem uma ligação com o garoto Rufus e o quanto é importante que ele viva para que outras pessoas viessem existir. E não é nada fácil, ela vive situações brutais na pele daquele período nesse processo de ir e voltar no tempo sempre que ele está em perigo. E também o quão impacta a realidade dela e do marido, visto que, o passar do tempo é bastante diferente nesses séculos. O que lá passa meses, anos, na realidade deles é quase como se não tivesse passado tanto assim. O fato da viagem do tempo não ter sido ?mais ou menos explicada?, não interfere em nada na história no meu ponto de vista, até porque ao longo da leitura fica óbvio os focos que a autora que tratar. É uma leitura que eu recomendo, mas para pessoas negras, pode ser ainda mais dilacerante de ler. Eu por exemplo, fiz a escolha de não consumir nada em que pessoas negras sofram algo igual a esse livro, ou outras violências. Simplesmente não consigo. Mas mesmo assim comecei essa, e amei a escrita da lendária Octavia Butler e a admiro muito!!
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Pandora 24/01/2018

Bastou a primeira frase e eu já fui conquistada.

Poucas vezes li um livro tão agradável tratando de um tema tão difícil quanto a escravidão. Porque apesar de acontecer uma viagem no tempo, este não é o mote do livro; inclusive a autora não se preocupa em esclarecer ou criar teorias científicas para explicar o fenômeno. Ele acontece e pronto. Esta é uma história do subjugo de um ser humano sobre outro.

Octavia tem o dom da palavra: ela consegue deixar todas as cenas interessantes na medida certa: nada de descrições enfadonhas ou detalhes desnecessários. Os personagens são críveis, reais, têm personalidade. Com isso a leitura é rápida não só porque ela cria pontos de tensão bem colocados que nos fazem ansiar pelo momento seguinte, mas também por causa de uma narrativa que flui maravilhosamente.

Kindred nos faz refletir sobre a humanidade; sobre coisas que são inadmissíveis em qualquer tempo, mas que numa determinada época querem nos impor como naturais. Sobre autocontrole. Sobre poder.

Enfim, é uma daquelas obras que nos impressionam e ao mesmo tempo nos tiram as palavras. Queria escrever uma nota digna deste livro, mas não consigo.
Pati 24/01/2018minha estante
Concordo que é fantástico! Conclui a leitura hoje e já entrou para os meus favoritos!


Pandora 25/01/2018minha estante
Demais, né? Tão bom quando uma leitura nos traz significado!


Pandora 25/01/2018minha estante
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Pati 25/01/2018minha estante
Muito! Uma leitura de primeira, como há tempos não via!


Leila 23/03/2018minha estante
ok para o tema do livro. Mas pra mim é papagaida classificá-lo como ficção cientifica. Estou decepcionada por isso. Poxa vida, vende o livro com a premissa correta que é drama e nao ficção científica, afff
bjsss amigaaa

ps: vim ver se mais alguem tinha reclamado disso e topei com a sua resenha, rs


Kevillyn.Eduarda 28/08/2020minha estante
Mulher você escreve bem demais ?


Pandora 28/08/2020minha estante
Ohhh... obrigada!


Renata.Raphaldini 28/08/2020minha estante
Definitivamente vai para a minha lista!


Tana 29/08/2020minha estante
Ótima resenha... também senti desse modo!


Pandora 30/08/2020minha estante
Obrigada! ;)
Curioso que só editei uma coisinha na resenha (já antiga) e ela apareceu de novo... rs...




Janaina Edwiges 30/06/2020

Comecei a escrever sobre poder, porque era algo que eu tinha muito pouco - Octavia Butler
A premissa extremamente atrativa, viagem no tempo para o contexto histórico da escravidão nos Estados Unidos, e a maestria da escrita de Octavia Butler, fazem de Kindred um livro incrível, enriquecedor e repleta de reflexões importantes. É impossível não se envolver com a história, que, com tanta precisão, nos mostra como eram condições de vida de mulheres e homens escravizados. Durante a leitura, pensei muito sobre as questões trabalhadas por Angela Davis no livro Mulheres, raça e classe, que retrata como o sistema escravista era ainda mais cruel para as mulheres, vítimas de constantes abusos sexuais.
Lorena 01/07/2020minha estante
Ansiosa pra ler!


Janaina Edwiges 01/07/2020minha estante
Que bom, Lorena! Este livro é incrível, me prendeu desde as primeiras páginas. Já quero ler mais obras da Octavia Butler.




Diogo Matos 08/04/2021

Excelente leitura
Essa leitura foi tão arrebatadora, que não tenho palavras pra descrever a obra.

O tema abordado é fundamental para nos lembrarmos das atrocidades cometidas pelo ser humano em um passado não muito distante.

A escrita é sensacional, é um vira páginas frenético. Não sentimos as 432 páginas do livro.

Resumindo: uma leitura atemporal e fundamental.

Com certeza irei ler outras obras da autora.
Danilo sm 08/04/2021minha estante
É demais né? Depois que li esse, também me deu muita vontade de conhecer outras obras dela!


Diogo Matos 08/04/2021minha estante
Sim, ela escreve muito bem.




cecil :) 28/05/2023

Que difícil foi ter que ler esse livro até o fim!

no início eu estava empolgada com a leitura, queria saber o porquê das viagens no tempo, como ela ia passar por todas as dificuldades, como ela sobreviveria.

só que começou a ficar muito difícil continuar a ler, e acredito que esse era o objetivo da autora, porque a protagonista voltava sempre pro passado e vivia coisas terríveis e retornava pro presente, eu me pegava não querendo abrir o livro pra continuar a leitura porque sabia que teria muito sofrimento pela frente.

refleti muito sobre o casal, a diferença de um branco e um preto vivendo em sociedade, seja ela escravista ou não, as dificuldades são muito distantes, o preto já nasce tendo que se esforçar 838373 vezes mais pra alcançar algo que um branco atinge com facilidade.

e esse livro me fez refletir ainda mais sobre isso, me fez entender que o que um branco sente ao relembrar a escravidão é um nada perto do que um preto sente, já que são seus ancestrais que viveram todo aquele horror, uma parte deles sempre terá cicatrizes daquelas atrocidades.

foi uma leitura muito dolorida, mas muito necessária! se eu me senti mal dessa forma, não sei como descrever como pessoas negras sentem ao relembrar essa dor.
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Jozy.Cristiani 27/04/2021

Sofrimento, muita dor e angústia
Que livro! Confesso que foi um dos mais angustiante com esse tema que já li e não é a toa que é um Best-seller, incrível a história de sangue de Dana e Rufus, no contexto geral foi incrível, poder sentir a dor e me emocionar em várias partes. Super recomendo é uma grande reflexão, sobre a vida, família e racismo.
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Thauany 05/02/2023

Favoritadissímo
?Não sabia que as pessoas podiam ser condicionadas com tanta facilidade a aceitarem a escravidão?;
?A possibilidade de encontrar um adulto branco me assustava mais do que a possibilidade de enfrentar a violência da minha época ?.

?

A escrita desta autora é maravilhosa, uma narrativa muito bem construída com persongens reais de sentimentos reais em situações, que infelizmente, foram reais no nosso passado, é aquele tipo de livro que todos deveriam ler.
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Gilberto Alves 31/10/2020

Triste, pesado, mas muito bom.
Dana é uma jovem negra que vive na década de 70 com seu marido Kevin (branco). Um certo dia ela passa mal e quando acorda está em 1816, em uma fazenda onde a escravidão ainda é uma realidade.
Ela descobre que ?viaja no tempo? quando um menino (Rufus) corre risco de morte, e descobre que retorna para o presente quando ela corre risco de morte. O livro passa em torno disso, ela voltando no passado para salvar o menino, que depois é adolescente, depois um homem...
O livro é realmente incrível! Acho que o fato de pôr alguém mulher, negra, de 1970 no meio de uma fazenda de escravos em 1816 foi uma sacada incrível, pois realmente tocou fundo na ferida, jogando na cara o contraste de realidades. Ex: em um momento ela basicamente foi chicoteada como punição por ensinar outros escravos a lerem!
É um livro angustiante, tenso, que faz refletir muito, e que as vezes quase te faz chorar. Tem partes realente pesadas.
A leitura é incrivelmente simples e fluída, o que fez passar páginas e páginas sem perceber.
Pontos que não curti: a relação entre ela e o marido foi muito mal explorada, fria, superficial, quase mecânica, não transmitiu emoção alguma. Em alguns momentos foi um pouco repetitivo devido ao ir e vir várias vezes. Também faltou uma explicação para o porquê de tudo acontecer. Mas mesmo assim, um livro fantástico, e necessário!
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Qnat 22/03/2021

O livro parte de uma premissa: e se você você voltasse para o passado? Sem controle de quanto tempo que ficaria por ali, nem para onde iria, nem quando voltaria?

A Ficção Científica tende a romantizar as viagens no tempo. Mas para uma mulher, negra e americana, uma viagem dessa seria mortal. Imagino o quanto Octavia Butler não ficou refletindo nisso.

Há uma fala entre ela e seu marido que se mostrou empolgado em poder "voltar no tempo". Ela por outro lado, disse que não imaginava uma época passada que fosse seguro viajar.

Claro, o país dela desde sua fundação foi escravocata. Assim como o nosso.
Percebi que um negro (muito menos uma mulher negra) pouco pode sonhar em voltar para o passado nas Américas - e quiçá em boa parte do planeta. Todo o passado é manchado por perseguição, racismo extremo, escravagismo, objetificação do corpo.

Acho que esse pensamento ficou tanto tempo sendo maturado pela escritora, que os personagens são tão bem construídos. Eles assustam em sua cruel realidade. Parece um livro auto-biográfico de tão detalhado, por mais improvável que seja viagem do tempo.

A própria autora por meio da narradora explica que ela não poderia odiar nem os brancos, nem os escravos por serem frutos de suas épocas. Há momentos de bondade do senhorio (hipócrita, mas para ele considerado bondade), há momentos de traição entre os negros. E a narradora fortemente passa por tudo isso, entendendo o contexto da época e se adaptando.

Isso serve para reflexão sobre nós, hoje. O quanto de coisas fazemos e que julgamos normal hoje, daqui talvez 200 anos poderão ser consideradas como um crime contra a humanidade? E de que lado estaríamos da história?

Com certeza o livro me fez refletir sobre muitas coisas, e assim ficarei o fazendo por muito tempo.

site: Instagram: @farol_de_areia
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Murilo.Martouza 27/03/2021

Dói demais, mas não podemos esquecer
Esse livro é potente demais e ainda me sinto em conflito para falar sobre tudo o que li, porque com certeza me atingiu muito e eu preciso digerir mais, mas definitivamente é um livro que vai tocar profunda e dolorosamente algumas pessoas e que me lembrou de nunca esquecer o que foi feito com o povo preto, porque para alguns pode ser fácil esquecer, fingir que isso nunca aconteceu ou simplesmente seguir com a sua vida sem pensar sobre isso profundamente (inclusive é justamente aí que reside o erro e a reprodução de padrões racistas de comportamento), mas eu e muitas outras pessoas por aí sentimos na pele os reflexos que essa herança suja causa em todos nós até hoje em todos os âmbitos sociais possíveis.

É um livro extremamente fluido, mas que machuca e não deu para receber tudo de uma vez, então a leitura acabou por ser em doses, mas isso não diminuiu o poder dessa história e o quanto a autora foi perspicaz em absolutamente tudo nesse livro, principalmente nas discussões paralelas que são levantadas e nas questões psicológicas e comportamentais que surgem aqui e que me pegaram totalmente desprevenido. É uma leitura essencial para quem tem o mínimo de bom senso.
Carlos Bennoda 28/03/2021minha estante
Perfeito. Octávia é minha rainha.




João Paulo 05/03/2022

Não ganhou cinco estrelas pq a protagonista me fez raiva em alguns momentos da história. Mas no geral o livro é incrível. Devorei em poucos dias ? Super recomendo!
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