Kindred

Kindred Octavia E. Butler
Octavia E. Butler




Resenhas - Kindred - Laços de Sangue


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Pandora 24/01/2018

Bastou a primeira frase e eu já fui conquistada.

Poucas vezes li um livro tão agradável tratando de um tema tão difícil quanto a escravidão. Porque apesar de acontecer uma viagem no tempo, este não é o mote do livro; inclusive a autora não se preocupa em esclarecer ou criar teorias científicas para explicar o fenômeno. Ele acontece e pronto. Esta é uma história do subjugo de um ser humano sobre outro.

Octavia tem o dom da palavra: ela consegue deixar todas as cenas interessantes na medida certa: nada de descrições enfadonhas ou detalhes desnecessários. Os personagens são críveis, reais, têm personalidade. Com isso a leitura é rápida não só porque ela cria pontos de tensão bem colocados que nos fazem ansiar pelo momento seguinte, mas também por causa de uma narrativa que flui maravilhosamente.

Kindred nos faz refletir sobre a humanidade; sobre coisas que são inadmissíveis em qualquer tempo, mas que numa determinada época querem nos impor como naturais. Sobre autocontrole. Sobre poder.

Enfim, é uma daquelas obras que nos impressionam e ao mesmo tempo nos tiram as palavras. Queria escrever uma nota digna deste livro, mas não consigo.
Pati 24/01/2018minha estante
Concordo que é fantástico! Conclui a leitura hoje e já entrou para os meus favoritos!


Pandora 25/01/2018minha estante
Demais, né? Tão bom quando uma leitura nos traz significado!


Pandora 25/01/2018minha estante
undefined


Pati 25/01/2018minha estante
Muito! Uma leitura de primeira, como há tempos não via!


Leila 23/03/2018minha estante
ok para o tema do livro. Mas pra mim é papagaida classificá-lo como ficção cientifica. Estou decepcionada por isso. Poxa vida, vende o livro com a premissa correta que é drama e nao ficção científica, afff
bjsss amigaaa

ps: vim ver se mais alguem tinha reclamado disso e topei com a sua resenha, rs


Kevillyn.Eduarda 28/08/2020minha estante
Mulher você escreve bem demais ?


Pandora 28/08/2020minha estante
Ohhh... obrigada!


Renata.Raphaldini 28/08/2020minha estante
Definitivamente vai para a minha lista!


Tana 29/08/2020minha estante
Ótima resenha... também senti desse modo!


Pandora 30/08/2020minha estante
Obrigada! ;)
Curioso que só editei uma coisinha na resenha (já antiga) e ela apareceu de novo... rs...




Luciana 16/01/2021

Uma leitura fácil que não deixa de ser profunda. E apesar do final começar a ser previsível já na metade do livro isso não o torna desinteressante. Vale a leitura.
Ódio eterno do Rufus...
Michele 16/01/2021minha estante
Ai menina, como não odiar o Rufus???


Luciana 16/01/2021minha estante
Que ódio! Kk


Michele 16/01/2021minha estante
To aqui querendo arrastar a cara dele no chapisco kkkkkk


Luciana 16/01/2021minha estante
Te falei que ia querer tacar fogo nele kkkk


Michele 16/01/2021minha estante
Kkkkkk nossa, muito... a vontade tá forte kkkkk


Luciana 16/01/2021minha estante
Hahahahahahaha e só piora


Michele 17/01/2021minha estante
Mas vamos combinar que ela escreve bem...


Luciana 17/01/2021minha estante
Ela é mto boa!




Bookster Pedro Pacifico 26/05/2020

Verificado Kindred - laços de sangue, de Octavia Butler - Nota 8,5/10
Em um gênero literário predominantemente masculino e branco, a norte-americana Octavia Butler foi a primeira mulher - e negra - a ganhar notoriedade na publicação de livros de ficção científica e fantasia. Nascida no final da década de 40, em um período de forte segregação racial nos EUA, Butler consegue, se valendo de sua própria vivência, fazer uma mistura muito interessante entre bons enredos e temáticas de extrema relevância social.

Em “Kindred”, a protagonista, Dana, é uma escritora negra, que vive na Califórnia da década de 70. No dia em que completou 26 anos, um incidente inexplicável acontece com ela: Dana sente uma tontura e no mesmo instante acorda em uma cidade no sul dos EUA. Se a mudança geográfica já seria o suficiente para causar espanto, a protagonista descobre que também viveu uma viagem no tempo. Isso mesmo, Dana volta para o século XIX, pré-guerra civil, em que a escravidão ainda era uma triste realidade nas fazendas sulistas.
É um verdadeiro choque de realidades. Dana, uma escritora que vivia em um estado de total liberdade, se vê em uma situação de extremo perigo. Mais que isso: sua liberdade não mais lhe pertence e a sua educação é vista como uma ameaça ao cruel sistema de escravidão. E o que mais me chocou é como a luta pela sobrevivência fez com que a personagem passasse a “aceitar” essa nova realidade em que estava vivendo. “Está vendo como as pessoas são escravizadas com facilidade?”, questiona a narradora quando percebe ter se submetido à crueldade dos brancos.

A escrita de Butler é simples e “page-turner”, daquelas que nos faz querer continuar. Confesso que no início do livro não me empolguei tanto com a história, pois fiquei com a impressão de estar lendo um livro juvenil, previsível (e isso talvez tenha influenciado na nota). Mas aos poucos, senti que a autora foi se aprofundando mais nos conflitos internos dos personagens e nas temáticas relevantes abordadas ao longo da narrativa. É um livro que prende a nossa atenção e que ganhou o coração de vários dos Booksters que se juntaram a mim no #DesafioBookster2020!

site: https://www.instagram.com/book.ster
Aline.Morais 08/10/2020minha estante
Deu vontade de ler!


Aline Sulzbach 24/02/2021minha estante
Esse livro causa muitas emoções. Ele dá uma aula de história, emociona e causa raiva em outros momentos. e


Celia 05/01/2023minha estante
Nosso clube vai ler este mês de janeiro


Nara189 07/03/2024minha estante
Confesso que esperava mais desse livro. Não é de tudo ruim, mas achei que o título não tem muito a ver com a história.


CAJUZINHO 13/04/2024minha estante
Achei um conto muito bem narrado, porém, ficou uma ponta solta em relação ao ancestral que tinha uma caixa


CAJUZINHO 13/04/2024minha estante
E tinha as informações de todas gerações até a protagonista




Thais.Batalha 04/03/2023

Esperava mais
Muitas expectativas, ou seja, o problema foi meu.
Achei que o livro não se aprofundou muito, principalmente por ter o contexto que tem, achei raso, principalmente o final.
Mas não deixa de ser um livro bom! Recomendo para quem tá inciando ficção científica e gosta de um contexto real nos livros.
barbaraanseloni 05/03/2023minha estante
Em geral, eu amei o livro, mas acho que faltou a explicação de como a viagem no tempo funcionava. Porém, penso também que a Octavia possa ter optado por não focar nesse ponto, porque a questão do livro era justamente mostrar o quão violenta foi a escravidão. Não sei se a falta dessa informação foi a que te desapontou, mas se existisse essa explicação, esse livro seria perfeito.


Thais.Batalha 05/03/2023minha estante
Sim, eu sei disso, mas eu achei muito rápido, é um livro violento que eu tive pesadelos? SIM! Mas, como eu disse o problema foi comigo pq esperava mais, mas se você gostou desse, recomendo The Underground Railroad: Os caminhos para a Liberdade. Livro sensacional voltado ao período de escravidão. Dolorido demais. ?


Thais.Batalha 05/03/2023minha estante
Eu até fiquei com medo de falar pq é um livro que muita gente gosta kkkkk. E de certa forma ele tem uma importância necessária


barbaraanseloni 05/03/2023minha estante
Simm, entendo completamente, eu também tinha altas expectativas. Não acho que ele supriu todas, mas mesmo assim eu gosto bastante da história


barbaraanseloni 05/03/2023minha estante
Muito obrigada pela recomendação, adorei!!! Vou ler futuramente ?


Dany 13/04/2023minha estante
Ufa! A temática e tudo mais nos faz refletir é muito importante trazer e mostrar toda essa brutalidade que real. Achei a leitura fácil mas tbm fiquei esperando mais. Tudo sempre muito repetitivo. Voltava salvava o tal de Rufus p garantir que uma ancestral dela nascesse e tal. Entendo a importância do tema, mas o ?todo mundo que gostar de ficção não pode deixar de ler? exagero pois essa parte nao t muito enfoque e explicação.




Paulo 11/10/2017

Antes de mais nada, é preciso parabenizar de pé o esforço da editora Morro Branco em publicar esta obra seminal de ficção científica no Brasil. Em um país miscigenado e formado por um enorme contingente de população negra, é inadmissível que somente após quase quarenta anos de publicação, Kindred tenha chegado ao Brasil. Com tantas editoras grandes e dedicadas a publicar grandes nomes da literatura mundial, não posso conceber que ninguém tenha se dado conta do furo que é não publicar a autora ou pelo menos esta obra em especial no Brasil. Foi preciso aparecer uma editora com uma proposta inovadora e com absoluta coragem em seus pouco mais de um ano de vida para que isso acontecesse. Não é porque a editora é parceira do blog, mas como é bom ver um trabalho que não teme publicar obras reflexivas e que fazem o leitor pensar. Para mim, a Morro Branco é a sensação do ano em 2017 e dificilmente alguma outra vai conseguir tirar este título. Talvez não com o volume de outras editoras, mas certamente pela escolha certeira dos títulos publicados.

A escrita da Butler é bem diferente do que eu imaginava. Kindred tem um status diferente de outras obras de gênero. É considerada alta literatura em muitos meios, não caindo tanto nas graças dos aficcionados de ficção científica. Porque é um livro diferente. É aquele livro que possui uma aura majestática, aquele espírito que somente poucas leituras como Guerra e Paz ou Ulisses (de James Joyce) possuem. Aquele aspecto intimidados. Porém, quando você começa a ler Kindred, tudo isso cai por água abaixo. A autora coloca nas linhas uma escrita deliciosa e as páginas voam em uma velocidade inacreditável. Me peguei lendo 80 páginas sem cansar. Eu queria saber o que viria a seguir sempre. E olhe que o livro possui uma narrativa em primeira pessoa, uma ferramenta que eu não aprecio tanto. Aqui ficou genial porque cumpre o propósito de nos apresentar uma realidade cruel a partir dos olhos de uma mulher que está fora de seu tempo. Os diálogos são o ponto alto da narrativa porque comprovam a diferença de vocabulário e tratamento entre alguém de 1976 e pessoas de 1816. O encadeamento de palavras empregado é bem específico do período, um cuidado bem especial tomado pela tradutora. Aos poucos vamos vendo o quanto o fraseamento e o vocabulário da Dana vão se alterando por conta de sua longa permanência em outra época.

Temos também um trabalho muito grande no componente visual e no emocional. São características que chamam a atenção porque serão elas que irão compor a empatia com o leitor. O fato de a autora se preocupar em tocar nossos corações através de sua escrita colabora para dar um tom todo especial à história. Dana nos leva até o período tamanha a riqueza de detalhes e sensações colocadas pela autora. Fica também os meus parabéns para a tradutora que fez um trabalho impecável no livro. Seria muito simples cair no erro e traduzir erroneamente expressões típicas da época ou descuidar diante das formas como os personagens falavam na época.

Os personagens são riquíssimos em detalhes e nuances. Como estamos vendo a história diante dos olhos da Dana, precisamos entendê-la como uma narradora não-confiável. Isso porque a narradora nem sempre consegue captar as verdadeiras intenções de outros personagens. E isso vai ficar claro à medida em que a narrativa vai se desenvolvendo. Butler nos apresenta uma mulher corajosa e com ideais fortes, mas que ao mesmo tempo pode ser fragilizada diante de uma situação de violência extrema. O que Dana passa ao longo da história vai fazendo ela questionar a si mesma e aqueles que a cercam. Nem sempre suas decisões são as mais acertadas. Já Rufus começa com sendo um menino em apuros e vai se transformando pouco a pouco em um homem de seu tempo. Aliás, Rufus é o exemplo clássico daquela máxima que "as pessoas não mudam, mas apenas se adaptam ao seu meio". A relação entre Dana e Rufus é extremamente complexa e nem sempre o leitor vai compreendê-la de todo. De certa forma, eu consigo meio que entender algumas das escolhas da protagonista. Posso não concordar com algumas, mas compreendo as razões.

Outros personagens como Tom Weylin, Margaret, Kevin, Carrie, Nigel, Alice, Sarah tornam a história inesquecível. Não consigo descartar nenhum deles. Seja Kevin e sua eterna parceria com sua esposa e seu amor incondicional, Margaret e sua inconstância e amor por seu filho, Tom e sua crueldade aliada a um senso deturpado de justiça, Carrie e seu jeito quieto e mudo de ser, Nigel e sua coragem, Sarah e a forma materna como ela trata os demais escravos da casa e, claro, Alice e sua objetividade em ver as coisas. Todos os personagens são muito vivos em suas características, suas virtudes e suas falhas. Ter de me despedir deles ao final da história foi duro, foi como se eu deixasse pessoas conhecidas para trás.

Falar de escravidão é um assunto considerado tabu em alguns lugares. Isso porque não basta comentar apenas sobre como esta se deu, mas as consequências sociais deixadas por ela. E isso porque a história se passa nos EUA que teve um volume muito menor de escravos e por muito menos tempo do que no Brasil. Aqui, a escravidão se estendeu por mais de trezentos anos e foi responsável pela morte e devastação de milhões e milhões de almas que vieram do continente africano. Mais de um terço de todo o volume de escravos negros africanos traficados vieram ao Brasil. Assuntos considerados polêmicos como as cotas raciais não deveriam ser sequer polêmicos. Nós, homens brancos, devemos muito por conta dos erros de nossos antepassados. E acho que jamais conseguiremos pagar completamente por isso. Escravidão é uma violência extrema. Aqueles que leram Kindred podem perceber isso na maneira como a protagonista vai nos mostrando pouco a pouco como ela destrói o ser humano irremediavelmente.

Quem imagina que ser escrava doméstica é menos pior do que trabalhar na lavoura vai mudar rapidamente de ideia. Existe tanta humilhação, abuso e violência na casa grande que as mulheres acabam acionando mecanismos de auto-defesa como a aceitação tácita, a fuga (o que acaba levando à morte) ou ao suicídio. E a autora consegue nos mostrar isso com uma riqueza e uma sutileza incríveis. Até mesmo detalhes pequenos não escapam dela. Recomendo aos leitores que façam uma leitura atenta neste livro. A quantidade de informações e detalhes que vocês irão captar são incríveis como o porquê da submissão diante da escravidão, a maneira como os escravos eram tratados pelos senhores, como eles sobreviviam e como estabeleciam relações sociais. É preciso destacar acima de tudo a maneira como os EUA formaram uma sociedade escravocrata única. Os senhores de escravos nos EUA tentaram "procriar" seus escravos de forma a não precisar "reabastecer" sempre o seu contingente, algo que não foi feito pelos senhores de engenho no Brasil. Isso levou à formação de um núcleo social bem específico nas fazendas. Até acho que a maneira como o americano sulista encara o escravo até os dias de hoje é fruto dessa estranha formação social.

O elemento de ficção científica, ou seja, a viagem no tempo, é mais um instrumento para fazer a história acontecer do que algo levado a sério. Alguns leitores dirão que Kindred pode ser encaixado no gênero do realismo mágico. Discordo. Discordo porque esse é um gênero específico de autores latino-americanos além de uma série de outras nuances de escrita como marcas regionalistas entre outros. A autora não se preocupa em explicar como a viagem no tempo funciona, apesar de ela tentar esboçar uma explicação em alguns momentos. Mas, isso nunca se dá de todo. Aliás, fica novamente o aviso de que esta não é uma obra de ação, mas um livro voltado para a discussão de um tema que é a escravidão no sul dos EUA no século XIX, o preconceito racial e a violência que um ser humano pode provocar. Quem procura outro tipo de obra, sugiro iniciar outra leitura.

Mas, mesmo que não seja o seu estilo de livro, Kindred é uma leitura especial. Recomendo demais lerem esta obra incrível. Em toda sua violência, a autora é capaz de nos apresentar uma realidade cruel que aconteceu de fato entre nós. E nossos antepassados foram responsáveis diretos por causar sofrimento a muitas pessoas. E, mais do que isso, essa escrita me encantou demais. Quero muito que a editora publique outros livros da autora. Este aqui já é um clássico instantâneo.

site: www.ficcoeshumanas.com
Mayara945 12/10/2017minha estante
Só tenho visto elogios a este livro. Quero ler em breve.


Paulo 13/10/2017minha estante
Leia sim. É um livro pesado em algumas partes, mas necessário. E a autora tem uma escrita sensacional.


Leonardo1436 20/10/2017minha estante
Parabéns pela escolha de palavras... adorei a resenha!


Évelin Noah 29/01/2019minha estante
Acabei de ler o livro e estou simplesmente encantada! Apaixonada!
Parabéns pela resenha, Paulo! Faço das suas palavras as minhas.




spoiler visualizar
Breno 31/07/2022minha estante
Mas tipo moça o ponto do por quê que ela viaja no tempo não é importante pra história pq o livro não é sobre isso o importante é oq acontece, mas uma dúvida que pontas soltas vc viu nesse livro?


MireilaMM 02/08/2022minha estante
O livro não é sobre viagem no tempo???


Breno 06/08/2022minha estante
Não, é sobre oq acontece nesse percurso entende?


MireilaMM 06/08/2022minha estante
?




Lays 28/02/2021

Surpreendente
Um livro original do primeiro ao último capítulo, uma história que deveria ser mais lida e mais discutida.
Recomendo bastante!.
l i n a 28/02/2021minha estante
É volume único?


Lays 28/02/2021minha estante
sobre essa historia sim, mas a autora escreveu varios livros, procure por a parábola do semeador


l i n a 01/03/2021minha estante
Viuu, obrigada pela dica. ?


Lays 01/03/2021minha estante
De nada ??




Leituras do Sam 21/02/2018

Nem ruim nem bom
Juro que queria ter gostado muito desse livro, pois ele trata de um tema que me interessa, mas apesar de toda o burburinho em cima do livro, ele é em algum momentos uma sucessão de diálogos e acontecimentos quase que idênticos o que o torna cansativo e me fez perder o interesse.
A autora escreve bem e por isso vou ler outros livros, porém esse ficou a desejar.
Acreditava que ela faria muito mais associações da escravidão do passado co as condições dos negros já na era atual, mas não é isso que acontece e me frustrei por isso.

@leiturasdosamm
Yuri 22/02/2018minha estante
Em termos de estética narrativa, acho o livro bem insosso mesmo, quase simplório. Não dá pra perceber um traço mais autoral, recursos surpreendentes ou coisa do tipo. Se for pra escolher uma ficção científica de tom mais político-social, prefiro a Úrsula K. Leguin e o seu ótimo Os Despossuídos.


Leituras do Sam 23/02/2018minha estante
Pois é Yuri concordo com vc.
Anotei sua indicação, pois só ouvi falar bem dessa autora.


Leila 23/03/2018minha estante
Eu já parto do principio que fomos enganados! Esse livro não é ficção científica! Tá mais pra drama e ponto. Cadê as explicações "científicas"? afff
estou revoltada aqui e estou achando um saco a leitura




Joshua Amaral 26/03/2020

Triste, verdadeiro, injusto, amoroso, mesmo em tempos difíceis!
Roneide.Braga 26/03/2020minha estante
Já me interessei ?


Joshua Amaral 26/03/2020minha estante
Vou esperar passar essa quarentena e colocarei a disposição


Roneide.Braga 26/03/2020minha estante
Que legal, ficou ficar de olho ???




Dhiego Morais 26/02/2018

Kindred: uma história para ser lembrada
Mudanças significam algumas vezes uma nova oportunidade de permitir-se um recomeço. As raízes antigas são extraídas do antigo solo, feito uma planta caseira, que agora migrará para um novo vaso. Esse novo vaso, para nós, se traduz na forma de um novo lar. Recomeçar é reconstruir-se no futuro, firmando-se em parte no próprio presente, ou assim normalmente deveria ser, afinal, quem hoje em dia ainda acredita em viagens no tempo, certo?

Antes de ter lido Kindred, eu havia me aventurado por Bloodchild (resenha em breve), uma short story muito bem escrita e desenvolvida pela dama da ficção científica, Octavia E. Butler. Dessa maneira, já conhecia a prosa da autora, que me agradara bastante, e guardava ótimas expectativas para uma de suas obras mais elogiadas. Com o trabalho exemplar da editora Morro Branco, Octavia finalmente ganha uma boa e merecida casa editorial no Brasil, e a espera valeu muito a pena, posso afirmar.

?Escrevo sobre pessoas que fazem coisas extraordinárias. E isso coincidiu de ser chamado ficção científica?. - Octavia E. Butler

Em Kindred, Octavia leva os seus leitores até 1976, onde conhecemos Dana, uma mulher jovem, forte e decidida, que acabara de se mudar de seu apartamento em Los Angeles, junto de Kevin, seu esposo, para o novo lar, em Altadena. Cansados demais até mesmo para comemorar o aniversário de Dana ? que completava vinte e seis anos ?, enquanto ela se ocupava com a organização dos livros, Kevin tentava capturar alguma inspiração no ar. Esse recomeço de vida poderia ser como qualquer outro, mas não seria uma obra de Butler se algo excepcional não acontecesse. A história se transforma quando Dana se sente tonta e, repentinamente, desaparece da sala.

O próprio início de Kindred é bem peculiar, já que a autora opta por narrar a sua trama justamente do final, quando Dana precisa justificar à polícia o estrago que ocorrera em sua última ?volta?, tendo perdido o braço esquerdo. Aqui o toque da ficção especulativa começa a tingir as páginas, enquanto Octavia amarra seus leitores à sua narrativa, habilidosamente envolvente. Há no ar certo tom de mistério, que tende a desabrochar na medida em que os capítulos prosseguem.



Quando Dana desaparece, a jovem ressurge primeiramente próxima a um rio, e logo não tarda para que escute o som de alguém se afogando nas águas mais a frente. Em um ímpeto, Dana consegue resgatar um garoto e, graças ao mínimo conhecimento de salvamento, traz o pequeno de volta à vida. A mãe do menino logo aparece, em trajes atípicos de sua época, junto do pai. De salvadora, Dana passa a intrusa, enquanto o cano de uma espingarda lhe é apontada. Apavorada, estranhamente ela é sugada de volta para o seu lar, como em um piscar de olhos, encharcada e aterrorizada. Dana de alguma maneira viajou no tempo e isso é algo que está fora de seu controle e do de Kevin, pois essa foi apenas a primeira vez. Quantas mais acontecerão até que algum desastre ocorra?

?A pele negra. Ela qué dizê que ocê deve mandá pro inferno as pessoa que diz que ocê é algo que não é?.

Uma das coisas mais interessantes da ficção especulativa, como a fantasia e, neste caso, a ficção científica, é poder abordar, tratar de temas passados, que precisam se manter vivos na mente humana, e temas extremamente atuais com o recurso de poder construir personagens e ambientes espetaculares, cativantes e surpreendentemente realistas. Dependendo da forma narrativa escolhida, em primeira, segunda ou terceira pessoa, diferentes visões e sensações são transmitidas aos leitores sob diferentes óticas. Em Kindred, Octavia discorre em primeira, o que permite que seus leitores escolham vestir a pele da personagem, que neste caso segue Dana, uma jovem mulher, negra, que sem qualquer controle sobre o que a rodeia, aterrissa em uma Maryland do início do século XIX, em pré-Guerra Civil, configurando um dos piores ambientes para uma mulher negra viver, em pleno regime de escravidão.

Em Kindred, Octavia nos apresenta uma série de personagens que se dividem entre duas épocas, e, portanto, em duas vertentes de pensamento. Dana é uma mulher forte e resiliente, que tenta lidar da melhor maneira com o seu problema temporal, que a puxa como um bumerangue para uma época racista, machista e perigosa, ciente de que deve tomar cuidado com as transformações que pode realizar em uma época que não é a sua, sem se desprender inteiramente de seu próprio caráter e de seus direitos e respeito. Kevin, o marido, tem a sua participação na obra e, embora não seja negro e, por isso não corra risco imediato, o jovem escritor é posto com frequência a enfrentar os problemas históricos que atingem Dona diretamente, sob a visão de homem branco e fingido escravagista. Do outro lado, Octavia E. Butler convida os leitores a conhecerem Tom e Rufus Weylin, pai e filho, respectivamente. Enquanto Tom é um dono de escravos, homem bruto, direto e pouco amoroso com a própria família, Rufus é a figura peculiar que atrai Dana, atravessando espaço e tempo. A relação dos dois é o foco do romance ficcional da autora.

?A dor nunca tinha sido minha amiga antes, mas agora, ela me mantinha parada. Ela forçava a realidade em mim e me mantinha sã?.

A ambientação, o cenário construído por Octavia é digno de nota. Não é difícil imergir na Maryland de 1815, pois a narrativa da autora consegue prender sem muito esforço. No entanto, por mais fácil que seja a imersão, não se torna menos dolorosa a leitura, na medida em que percebemos realmente em que época passamos a viver, sob a ótica de Dana. Em um país que começava a ferver, anunciando anos mais tarde a guerra civil que dividiria a nação, aliado a um contexto histórico escravagista, que via o povo negro como mercadoria, como objeto e ferramenta de serviço; em uma época em que o sequestro, a violência e o estupro de negras e negros era fator comum; quando a chibata corria solta e os capatazes eram sombras que anunciavam o medo... Octavia traz a tona um assunto forte e doloroso, que levanta uma série de assuntos relevantes para debate.

Kindred é uma história envolvente, que busca descobrir feridas esquecidas, valendo-se de personagens representativos para resgatar temas de um passado que não deveria nunca ser esquecido. Kindred é, sobretudo, a respeito de identidade e igualdade, mas também versa sobre poder, respeito, empoderamento e direitos. É duro observar sem poder interferir quando um povo massacra outro por se sentir superior devido ao seu tom de pele, quando na verdade, em todos nós, corre o mesmo sangue, vermelho-vida. Octavia prova em sua prosa que a ficção é capaz de ser o espelho atemporal da própria humanidade.
Gabriel 27/02/2018minha estante
Amigo, muito grande, só li o último paragrafo e acho que resumiu tudo. HAHAHA


Dhiego Morais 28/02/2018minha estante
Achei que o intuito de uma resenha era discutir a obra, traçando uma crítica. Do contrário, tem resumo e sinopse por aí :)


Gabriel 01/03/2018minha estante
Eu sei, mas bateu preguiça




Lygia Ambrosio 13/02/2018

Kindred, escrito pela grande dama da ficção científica Octavia Butler, conta a história de Dana, mulher negra, escritora, que é casada com o também escritor Kevin, e ambos vivem nos Estados Unidos da década de 1970. Após eles mudarem para um novo apartamento, Dana, de repente é transportada para os Estados Unidos escravista do início do século XIX, ou seja, ela viaja no tempo e isso não ocorre apenas uma vez mas várias.
Kindred é um livro impactante, tenso, perturbador e necessário, que todos deveriam ler!
Recomendo!
Leila 14/02/2018minha estante
preciso ler logo, já está por aqui desde o lançamento...


Lygia Ambrosio 14/02/2018minha estante
Leia sim, Leila!


Chris 15/02/2018minha estante
Me interessei mas ainda não tem no Kindle ?




Mada 24/07/2020

Que mulher maravilhosa essa Octavia!
"Querida, negros não podem ser escritores", disse a tia à Octavia criança. Hoje, Octavia é conhecida como A Grande Dama da Ficção Científica, inserida no Hall da Fama da área, primeira mulher negra a conquistar prestígio em uma área da literatura dominada por homens brancos.

Diz ela: "Comecei a escrever sobre poder, porque era algo que eu tinha muito pouco".

"Kindred", publicado originalmente em 1979, nos Estados Unidos, foi o primeiro romance ser traduzido e publicado em português no Brasil, em 2017. Conta a história de Dana, uma mulher negra de 1976, vivendo na Califórnia, que é transportada no tempo para a Maryland escravagista do início do século XIX, para preservar suas origens e garantir sua existência. Durante essas "viagens", Dana sofre transformações psicológicas e físicas e nos deparamos com relatos de intenso teor de horror e crueldade do cotidiano das fazendas escravocratas da época.
Dana também faz um paralelo com o racismo na sociedade atual, mostrando as feridas sociais que ainda carregamos, remanescentes de séculos de tortura, horror e exploração.
Cíntia T. 25/07/2020minha estante
ahhhh, a referência de autora negra no ramo da ficção que vi no último livro que li! bah, muito massa! que bom que gostou, quero conhecer também


Mada 25/07/2020minha estante
Sim!! Quero ler outro dela, "A Parábola do Semeador", me parece bastante interessante


Cíntia T. 25/07/2020minha estante
Que massa




Claudia Cordeiro 11/12/2017

Como eu gosto, do tipo que a gente não larga e quer sempre saber o que vai acontecer.
Mas o tema é pesado - a época da escravidão - e o livro é pesado. Nada de historiazinha leve! Deu muita raiva de alguns personagens. E tem horas que dá uma certa tristeza.
Não tem a ver com o livro, mas só vou complementar que os negros serem escravizados foi uma coisa daquela época, e que em tempos mais antigos brancos tb foram escravizados, a aos montes tb. E é bom lembrar tb que negros tb escravizaram negros na África e até mesmo aqui no Brasil, negros libertos que conseguiram ganhar $ compraram escravos para si próprios...
Rafael 12/12/2017minha estante
Complemento desnecessário. Parece que você quer usar o sofrimento dos outros para diminuir o do objeto em questão.


Claudia Cordeiro 12/12/2017minha estante
Não. Só que a verdade deve ser conhecida.


Claudia Cordeiro 12/12/2017minha estante
Claro que a turma do politicamente incorreto ia ficar incomodada, era previsível.




Yasmin 27/04/2021

Muito bom!!!
Foi minha primeira leitura de ficção científica, eu amei muito essa história, consegui me conectar facilmente com os personagens, tive raiva e morri de amores por eles na mesma medida. O livro fala sobre viagem no tempo, sobre a descoberta dos ancestrais da personagem, fala sobre escravidão e sobre escolhas, difíceis escolhas. RECOMENDOOO
Patricia 27/04/2021minha estante
Eu tô ansiosa pra conhecer melhor as obras da Octavia Butler. Esse livro tá na minha lista. :)


Midian Damazio 27/04/2021minha estante
Mulher tu já terminou ?


Yasmin 27/04/2021minha estante
Ele é muito bommm, não aguentei e li tudo de uma vez kkkkkk




Bia França 10/01/2021

Não é tudo isso que dizem...
Se tem uma coisa que me irrita em livros são os erros de continuidade. Assim como no "Eu, Tituba" , o livro tem erros dessa natureza.
Por exemplo: " Desta vez, eu teria escolhido um vestido comprido se tivesse um. Mas só tinha vestidos de festa transparentes..." pag 184

"Escolhi um vestido folgado para usar..." pg 186

Além da protagonista ter se formado em enfermagem e não saber minimamente o que cura um corte. Sério, vou terminar para cumprir tabela.
Thais 18/01/2021minha estante
Acabei de terminar o livro e não entendi uma coisa e talvez seja um desses erros que você mencionou. Quando a Hagar nasceu ela citou o nome de mais duas crianças, que eu entendi serem os irmãos mais novos que viriam no futuro. Mas no fim, os dois pais morreram e essas crianças não apareceram no livro... eu entendi alguma coisa errada ou ela esqueceu das crianças?


Bia França 20/01/2021minha estante
Tive essa sensação também. O foco era o Rufus, nem a Alice algo tão importante. Vc tb calculou os períodos que ela falava que ficava fora, e percebeu que não tem nenhuma contagem
lógica?


Thais 25/01/2021minha estante
Sim! Triste esses tipos de erro, porque o livro tinha super potencial. Além disso, tem muita coisa que não foi explicada nos últimos capítulos!




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