Kindred

Kindred Octavia E. Butler
Octavia E. Butler




Resenhas - Kindred - Laços de Sangue


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Mello 20/06/2020

Envolvente
A narrativa traz aspectos e visões que não me imaginei tendo. Os personagens são muito bem trabalhados e a autora traz referências muito boas da escravidão e das relações humanas da época.
Recomendo muito a leitura.
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Nando Borges 28/11/2020

Vale a pena
O livro tem momentos eletrizante e alguns também meio parados. Ele não tem um final incrível, mas toda a história é boa. A menos que você seja um racista, supremacista branco, esse livro é uma excelente leitura.
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Nanda 19/06/2021

Trabalho bem feito
Esse livro é muito bom, muito bem construído, li muito rápido, porque a história me engoliu por completo.
Eu como uma mulher preta, por muitas vezes me colocava no lugar da personagem, como era a vida das pessoas da minha cor a dois séculos atrás, era brutal.
Eu queria deixar aqui registrado que EU DETESTO O RUFUS COM TODAS AS MINHAS FORÇAS. Cresceu e virou o capeta, queria que ele tivesse sido forte o bastante para ter feito as coisas da maneira certa.
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Midian Damazio 16/05/2021

Indico muito!!
Sem dívidas essa leitura estará entre as melhores desse ano.
Amei a forma como a narrativa me envolveu a ponto de nem sentir que tinha lido tantas páginas, e mesmo em alguns momentos a leitura sendo difícil por conta dos temas abordado e dos acontecimentos, não tinha como deixar de ler pois me sentia presa a leitura.
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@gezaine_ 01/09/2021

Que livro potente!
Escrita maravilhosa, ótimos personagens e enredo. Devorei o livro.
Algumas questões na tradução, mas não tira o poder da obra.
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Richard O. Silva 28/04/2021

Leitura que envolve o leitor para dentro do século XIX, época em que a escravidão era fortemente enraizada na América e nos revela toda dor, sofrimento e complacência da protagonista diante dos acontecimentos.
"As chicotada não importa muito.Mas quando ele levo os filho dela, achei que ela ia morrê ali mesmo. Ela gritava, chorava e foi vivendo. Então, ficou doente e eu tive que cuidá dela."
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Catiane. Rodrigues 07/06/2023

Resistência!
"Comecei a escrever sobre poder porque era algo que eu tinha muito pouco".
Primeiramente, vamos fala sobre Octavia E. Butler considerada a grande dama da ficção científica e sendo mulher negra escrevendo sobre ficção científica na década de 70 aonde boa parte dos escritores eram brancos e homens pode- se mensurar o tamanho da grandeza dessa mulher.
O livro Laços de sangue- Kindred, conta história de Dana mulher negra que no seu aniversário de 26 anos é transportada para de século XIX numa sociedade escravocrata.
O livro é forte, resistente tem cenas bem chocante. Como nós leitores ficamos indignado a personagem Dana também fica.

Um livro necessário. Um escritora necessária Octavia E.Butler.
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Mel @_escrevieagora 10/01/2021

Acabou!
Terminei! Nem acredito, demorei pra ler esse livro, ele me tocou e foi mais difícil de digerir do que pensei que seria! É sobre o passado mas também sobre o futuro, vi minha família ali, aqueles que a gente nem chegou a conhecer, ancestrais... Que estão tão enraizados na gente que nem percebemos... Mas acabou e mesmo assim ainda sinto as palavras em mim!
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Queria Estar Lendo 17/04/2019

Resenha: Kindred - Laços de Sangue
Kindred - Laços de Sangue é um clássico da ficção científica escrito por Octavia Butler. Publicado pela primeira vez na década de 70 o livro aborda temas como desigualdades social, racismo, família e ódio. Foi um dos livros que escolhi para a Maratona Mulheres da Literatura e superou todas as minhas expectativas.

Dana era apenas uma mulher normal, começando a vida ao lado do marido. Uma escritora em começo de carreira que por muito tempo teve de aceitar trabalhos informais para sustentar sua paixão. Mas tudo muda quando ela faz sua primeira viagem no tempo, enquanto desempacotava a mudança, para salvar o garotinho Rufus - seu antepassado - de se afogar.

É então que Dana, uma mulher negra, vê-se subjugada a essa condição de salvadora. Viajando sempre que Rufus precisa de ajuda. O único porém é que ele é um garoto branco, que vive em uma Maryland do século XIX, onde a escravidão ainda era legal. O que pode acabar sendo letal para Dana.

Preciso dizer que eu não fazia ideia do que fosse encontrar em Kindred - Laços de Sangue. A premissa tinha chamado muito a minha atenção, mas diferentemente de diversos livros, onde a gente tem uma ideia (ou esperança) de como as coisas vão acabar, aqui foi sempre um mistério.

"Kevin, você não precisa bater nas pessoas para tratá-las com brutalidade."

As viagens de Dana eram um mistério. O relacionamento dela com Rufus era complicado. E suas habilidades eram uma dúvida frequente. Ela tinha algum tipo de magia ou isso vinha do garoto? Até quando ela poderia continuar ajudando ele, sendo que a cada viagem, voltar para casa era ainda mais difícil?

Ela se saiu muito humana nas páginas. No inicio, achei que Dana estava soando muito racional quando se deparava com os riscos de ser uma mulher negra em uma sociedade ainda mais racista e machista que a atual. Mas conforme a situação foi se desenvolvendo, fui percebendo - junto dela - que a racionalidade vinha de um lugar de ignorância. Todas as atrocidades e crueldades que ela viu eram coisas inimagináveis para ela até então. Tinha lido, aprendido na escola, mas pareciam abstratas demais até aquele momento.

Kindred - Laços de Sangue é um soco na cara. É aquela verdade nua e crua que faz com que a gente se revire debaixo da própria pele. Octavia Butler é muito didática e de uma forma que a gente não percebe que está recebendo uma baita aula sobre o desenvolvimento do sistema social racistas, por exemplo. Além disso, ela mostra o quão facilmente as pessoas são escravizadas. E o quão fácil é para as pessoas privilegiadas fazerem vista grossa para a opressão e a crueldade e a ausência de direitos de um grupo minoritário.

"As sociedades repressivas sempre pareciam entender o perigo das ideias "erradas"."

Octavia Butler desenvolve uma história intrincada, onde seus personagens tem sentimentos e relações complicadas que não podem ser facilmente explicadas ou compreendidas. Quanto mais viagens Dana faz, mais seu relacionamento com Rufus se aprofunda, e mais difícil as coisas ficam. Ela quer ter raiva e odiá-lo, mas acaba sempre perdoando. Ela quer poder ajudá-lo a ser uma pessoa melhor, a se desenvolver e ser alguém além de um "homem do seu tempo". E isso só a deixa mais e mais vulnerável à ele.

Outro ponto que me surpreendeu bastante foi o desenvolvimento de Rufus. Quando criança, tão inclinado a escutar Dana, uma mente em formação que me fez acreditar que, talvez, ele fosse crescer para se tornar um abolicionista, por exemplo. Mas então ela mostra como o meio tem uma influência tão forte no desenvolvimento da personalidade das pessoas. Manipulador e agressivo quando não consegue o que quer através de chantagens, Rufus foi uma representação fiel do "cidadão de bem" - que parece não ter mudado ao longo dos séculos.

Além disso, Kindred - Laços de Sangue mostra a tal da "miscigenação" racial tal como ela foi: estupro com a finalidade de gerar mais escravos. Que a ideia de escravos felizes e bobos como crianças que não entendem nada do mundo é absurda. E, ainda, que mesmo aqueles que nunca tinham sido livres sabiam exatamente o que significava liberdade.

"A escravidão era um processo que matava pouco a pouco."

Foi uma livro emocionante, com personagens cativantes, que me conquistaram muito rapidamente. Quando finalizei a leitura, acho que me senti um pouco como Dana nas últimas linhas. E um pouco como ao finalizar A Cor Púrpura: como se estivesse deixando amigos para trás, com uma saudade imensa daquelas pessoas que nunca existiram - embora seja muito fácil imaginar que eles existiram aos milhares.

Kindred - Laços de Sangue é uma leitura que eu recomendo de olhos fechados. Mesmo para quem não é muito fã de ficção científica. Viagem no tempo costuma me deixar bastante perdida e obcecada pelos paradoxos, mas a forma como Octavia Butler escreve e descreve os eventos torna tudo muito fluído e natural. Uma leitura incrível, que me deixou emotiva e com raiva e que valeu cada página.

"Mas, na realidade, a escravidão de qualquer tipo criava relacionamentos estranhos."

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2019/04/resenha-kindred-lacos-de-sangue.html
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Mila 17/03/2021

Kindred
Gostei muito do livro... me mantive interessada por toda leitura. Me fez refletir sobre um período tão sombrio da nossa história, "Escravidão".
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Lu Ain-Zaila 19/10/2017

Kindred: Sua ficção e sua realidade
Seu mesclado entre ficção científica ao falar de viagem no tempo e a sua parte realista de um Estados Unidos ainda inexistente, segregado, e pior, ambientada no sul escravocrata já nos remete a um lugar perigoso, onde “frutas estranhas” sempre podiam ser encontradas em árvores, sempre.

"De 1877 a 1950, mais de 4 mil negros e negras foram linchados, enforcados e mortos no sul dos Estados Unidos para que lembrassem “o seu lugar”, segundo registros oficiais."

Para quem pensa que a informação acima nada tem a ver com o livro, informo que antes de falar dele, já que estamos no Brasil, é importante tirar as vendas dos olhos de quem acredita que este país não é racista, ele é e muito e se você foge do assunto escravidão, não o enfrenta como o que ele foi, então você ajuda a perpetrar o seu horror, tirando o direito destas pessoas a um mínimo de respeito da sua parte, isso o faz um/uma racista também, e se deseja mudar isso, abra os olhos e veja a verdade, não a ignore mais.

Fizeram uma versão HQ, mas acho que tira o peso das palavras e da escrita.

Dana é negra e seu marido Kevin é branco nos EUA de 1976, ambos são escritores buscando o seu lugar e lidando com a dor do racismo latente. Os tios de Dana não querem conhecer Kevin e a irmã de Kevin odeia Dana e também não quer vê-la de modo algum. Esses fatos são interessantes para pensar a viagem no tempo do livro que acontece com Dana, transportada a um passado onde precisa manter vivo um dos seus ancestrais, inicialmente um menino branco sulista chamado Rufus.

Ao se deparar com este fato, ela precisa lidar também com a realidade da escravidão e a verdade que a sua existência carrega, mas não seria apenas a dela, ou na verdade, o livro fala de cada negro e negra sob a face desta terra?

* Pertencimento racial é aquele sentimento, sensação inexplicável que te faz sentir imediatamente, sem que entenda o motivo, o lugar de um outro indivíduo de seu grupo racial, aquela sensação está lá e te invade a existência como algo latente. É como se você soubesse que a única coisa que te impediu de viver aquilo ou morrer ali é o tempo e o espaço.

E aqui entra Octavia com seu Kindred, nos fazendo sentir esse transporte no tempo e no espaço.

Os judeus sempre lembram o holocausto, escrevem sobre ele, fazem filmes, pois sabem que vivem numa realidade, onde o tempo e o espaço é o limiar. Lembrar para jamais esquecer os sobreviventes e aqueles que morreram é respeitá-los e relembrar quem são e o que fizeram sob um ódio sem explicação que se baseia numa superioridade inexistente e estúpida, mas eficiente para angariar gente em busca de poder, a qualquer custo.

No caso da população negra é mais complexo manter e fortalecer este pensamento, pois somos bilhões e fomos usurpados por séculos, roubados de tantas maneiras que beira o surreal, mas foi e é verdade, somos um grupo racial gigantesco diante de uma máquina racial branca que se coloca em lugar de protagonismo sempre que pode, nos mínimos detalhes, sempre com artimanhas para empurrar nossa produção e existência física pro canto, isso quando não a inviabiliza de fato. Os “democratas raciais” vão dizer que não, mas é só olhar para o acesso à produção, IDH e tantos outros fatores que lá está, o racismo latente e a luta de cada negro/negra consciente é diária.

* Para que entendam, sugiro o livro do Petrônio Domingues, Uma História Não contada – negro, racismo e branqueamento em São Paulo na pós-abolição (Editora Senac, SP)

Muita gente ignora, por exemplo, que no Brasil muitos de nossos avôs e avós quando jovens não pisavam na parte de dentro de praças, num acordo tácito, o interior delas era para as pessoas brancas e os arredores para pessoas negras. Vi o espanto no rosto de várias pessoas quando quando estive na UFMG (ainda estudante da UERJ, apresentei um trabalho lá) num evento do NEAB de lá. Quando esse fato veio à tona na voz de uma senhora e corroborado por outras diante da alegria de estar viva para ver negros e negras na universidade, falando e combatendo o racismo.

Já prestou atenção, caso tenha tal documento, que seu avôs e avós tinham pais sem sobrenome? Isso quando tinham algum nome para se lembrar? Percebeu que um dos sobrenomes surgiu do nada, não existia antes?

E para quem não conhece o que significa este termo – frutas estranhas – que se transformou também em música imortalizada na voz de Billie Holiday, eu explico, originalmente é um poema que foi escrito por um judeu e que após alguns anos o apresentou em forma de música à Billie que no início teve medo, pois a época era 1930, o racismo e o linchamento como diversão eram algo real, dolorido e como cantar uma música como esta, mas ela a sentiu e lutou para que fosse gravada, desagradando a muitos em ambos os lados.

Existe um livro que fala desta música, na verdade um poema que virou música e um clamor contra o que acontecia especialmente ao negros do sul. A escravidão não existir para um negro residente ali, não significava nada, ele ainda poderia morrer tão simplesmente como como na época da escravidão.

Leia no site do Géledes, artigo sobre o livro lançado e mais detalhes: A história de Strange Fruit.

LETRA
Árvores do sul produzem uma fruta estranha,
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Corpos negros balançando na brisa do sul,
Frutas estranhas penduradas nos álamos.

Cena pastoril do valente sul,
Os olhos inchados e a boca torcida,
Perfume de magnólias, doce e fresca,
Então o repentino cheiro de carne queimando.

Aqui está a fruta para os corvos arrancarem,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Para o sol apodrecer, para as árvores derrubarem,
Aqui está a estranha e amarga colheita.

* “democracia racial”, um termo nefasto que todo negro ou negra, branco ou branca que pensa realmente que precisamos romper o silenciamento das desigualdades raciais perpetuadas, precisa refutar sempre por um simples motivo: ela não é real, não existe e este termo serve para escamotear a verdade brasileira que não precisa ser muito escavada para vir à tona.

Relembrando, leia um breve : Unesco e o estudo do racismo no Brasil

Passei por tantos assuntos subjetivos dentro do livro para que compreenda ou se aproxime da percepção de leitura que o livro trás. Kindred fala de uma mulher negra que enfrenta a realidade do seu passado, e que não pode mudá-lo. Ela o vive, discute internamente e se martiriza pelo o que pode estar fazendo a outros destinos.

E claro, não podemos esquecer de Kevin, seu marido branco que testemunha o que ela sofre em cada viagem, e num dado momento também vive o seu lugar “branco” na história de Dana, isso o afeta e o muda irremediavelmente.

Kindred tem muito a ver com Raízes que conta a vida dos descendentes de Kunta Kinte, pois sofremos ao ver os terríveis açoitamentos, crimes, separações e outros horrores, mas apagar isso de nossas lembranças é um erro, pois faz parte da história de cada um de nós e explica o que sentimos quando mais ninguém entende.

A escravidão é contada de uma forma absolutamente errada nas escolas, apenas como um termo e lugar de subserviência, e não foi assim, nós negros não estávamos lá, sozinhos, brancos tiveram o seu papel na perpetuação disso, geração após geração passando suas “peças”. A escravidão foi um lugar de morte em vida e isso precisa ser posto em palavras, exatamente como Kindred apresenta com toda a sua dor e trauma. Quando se apaga isso, perpetua-se a geração do “mimimi” e se dificulta o estudo do racismo (democracia racial) como lugar de poder e todos que compactuaram para torná-la algo normal, comum.

Não podemos esquecer o lugar da religião, o catolicismo neste episódio da história, o vemos em Kindred, Raízes, O Nascimento de uma nação, e claro, ele esteve aqui também.

Vale lembrar que a história dos negros é imensa, antes da escravidão, durante e depois, resistimos e fizemos muito, mas precisa haver o resgate, o contar para que não se perca mais negros e negras nos becos da história.

A minha Duologia Brasil 2408 tem esse papel, ela fala do futuro, de um país diferente, onde uma heroína negra existe, ela têm história, família, raízes, e se a estória de uma pessoa branca é vista naturalmente como universal e é lida e tida nesses termos, a de Ena deve ser vista assim também, mas sem esquecer a realidade, que estamos longe de uma igualdade de fato, longe mesmo…

O livro lembra Cheik Anta Diop, tão importante quanto Einstein na história do mundo, mas você ouve falar? E também conhecemos os símbolos Adinkra. E é importante dizer, o livro trás realmente uma sociedade mista, o que não significa apagar traços e legados, mas mantê-los e respeitá-los

Mas voltando ao livro e agora para finalizar, vale dizer que sua leitura é necessária para “sentir” a escravidão e compreender essa época como o maior ingrediente do racismo direto ou escamoteado. Kindred é uma lição sobre o passado para mudar o presente e o futuro, se não esquecermos a verdade.

Leiam Kindred como uma lição de vida.

site: http://brasil2408.com.br/index.php/2017/10/11/kindred/
Leonardo1436 20/10/2017minha estante
Não sei por qual motivo, a vontade de te agradecer por essa resenha tomou meu peito assim que conclui a leitura desse post. Muito obrigado por essa fantástica explicação. Já anoitei aqui algumas de suas recomendações literárias e pretendo muito em breve colocar em pratica. Eu conclui a leitura de Kindred e confesso que me deixou feliz por ter lido um grande livro e triste ao mesmo tempo, por conseguir viver através das páginas um pouco dessa mancha em nossa história. Fiquei realmente abalado pelos fatos apresentados nos livros.

Pouco me importa se sou negro, branco, vermelho ou amarelo... sou um ser humano e as atrocidades que Octavia coloca nas páginas de sua "ficção" causou um incomodo enorme em mim. Acredito firmemente que todo mundo deveria ler essa obra pelo menos uma vez na vida e ver o poder de um livro. Suas referências nesse post só ajudou a confirmar a qualidade dessa obra. Por fim... Muito obrigado!




Lorena 09/04/2021

Que livro forte!
"Capatazes. Grupos de jovens brancos que mantinham a ordem de modo ostensivo entre os escravos. Capatazes. Precursores da Ku Klux Klan."

"Histórias de agressão, inanição, imundície, doença, tortura, todo tipo de humilhação. Como se os alemães [nazistas] tivessem tentado fazer, em apenas alguns anos, o que os americanos praticaram por quase dois séculos"

"Rasguei o livro em vários pedaços e o joguei nas brasas de sua lareira. O fogo aumento e engoliu o papel seco, e eu me lembrei de livros nazistas sendo queimados. As sociedades repressivas sempre pareiam entender o perigo das ideias "erradas"".
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SINOPSE:
Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça.

Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela está de volta a seu novo apartamento, completamente encharcada. É a experiência mais aterrorizante de sua vida... até acontecer de novo. E de novo.

Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.
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É uma leitura forte, pesada, cheia da violência da escravidão. Dana acaba voltando para o século XIX diversas vezes, pois acontece sem que ela possa controlar. O problema é, no "tempo" dela, as viagens demoram algumas horas ou alguns dias entre uma e outra: mas lá no século XIX passaram-se anos a cada vez que ela visita. E quando ela fica meses no passado, quando volta ao presente percebe que passou apenas algumas horas fora.

"A escravidão era um processo que matava pouco a pouco"

Eu não imaginava o quanto eu gostaria desse livro, não vou dar mais detalhes aqui sob o risco de falar demais hahahaha
Mas vale DEMAIS a leitura
Recomendo

"TODAS AS LUTAS SÃO, ESSENCIALMENTE, LUTAS POR PODER"
Belaciel 10/04/2021minha estante
Fiquei muito empolgada pra realizar a leitura desse livro com o seu comentário!




Marcia 16/07/2023

Releitura incrível pra conta!
Que escrita cativante. Uma história emocionante que se passa em grande parte no sec XIX, na Maryland pré-Guerra Civil, lugar muito " perigoso para uma mulher preta, a Dana" . A parte mais complicada é que Dana não é dessa época. Ela misteriosamente se ve nesse mundo e sofre muitas afrontas e dificuldades.
A gente começa a leitura e não consegue parar, é instigante. O aprendizado nessa obra, as emoções que sentimos nos transforma. Esse é mais um dos livros que marca um leitor.
Valeu!!! Recomendo muito a leitura.
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João 24/10/2022

Não é só uma história
Nesse livro é trabalhado uma ficção com viagens no tempo, mas não para qualquer período, para um cheio de violência, preconceitos, dor, desumanidade um cenário muito difícil para os personagens.
Foi uma história que me prendeu do início ao fim, muito bem escrita de uma forma até tranquila de ler por ser uma ficção a autora conseguiu trabalhar muito bem o tema e as dores dos personagens. É um livro para levar pra vida e que tem muito peso histórico e cultural para grande parte do mundo. Simplesmente incrível!
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Renata 30/04/2021

E se fosse você sendo chicoteado como escravo mesmo sendo uma pessoa livre?
Há dois dias concluí a leitura desse livro e ainda é bem difícil falar dele. Esse livro me trouxe vários sentimentos, sendo a angústia o mais presente. Temas como desigualdades social, racismo, familiares e ódio são maestralmente tratados.
"Comecei a escrever sobre poder, porque era algo que eu tinha muito pouco". É com essa frase da própria autora, incluída no início do livro, que temos um vislumbre de Dana.
A escrita de Octavia E. Butler é envolvente, fluida e direta. Tanto é que Dana, Alice, Kevin e Rufus ainda não saíram da minha mente desde o momento em que iniciei a leitura até agora. A sensação é que realmente tudo aconteceu e que os personagens existiram de fato. Octavia conseguiu mesclar realidade com ficção como nunca li.
Apesar de ter sido escrito na década de 70, a sensação é de que foi em dias atuais. Pois ele está repleto de metáforas da sociedade atual, bem como das relações de poder, onde preconceitos e relações racistas contemporâneas se mostram através do enredo que se passa em uma sociedade escravocrata.
Esse livro me fez sentir como se a dor fosse em mim, como se estivesse acontecendo comigo ou alguém muito próximo. Ao ler histórias de acontecimentos terríveis, tudo parece bem distante, sempre a dor e a empatia é algo que parte com um certo distanciamento de quem não sentiu realmente na pele. Porém, Butler faz com que sejam sentidas a fundo as dores e aflições de Dana.
Enfim, super indico a leitura! Ele é fácil de ler, com linguagem clara; porém a narrativa detalhista o torna difícil.
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