Kafka à beira-mar

Kafka à beira-mar Haruki Murakami




Resenhas - Kafka à Beira-Mar


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Carol 18/06/2021

Sair da zona de conforto e cair em uma chuva de cavalinhas
Classificação indicativa +17 (gatilho: violência explícita)
Kafka à beira mar é da literatura japonesa. É uma releitura da tragédia de Édipo-Rei que fala sobre realidade e misticismo, mesclados em uma escrita viciante e deliciosa que te prende e faz querer saber o que vai acontecer, não conseguindo parar no meio de um capítulo.
A história conta duas histórias paralelas, que te geram a dúvida se irão se conectar algum momento, pois tem fatos que aparentam ser interligados. Nós conhecemos o Kafka, um garoto de 15 anos que foge de casa para escapar de uma profecia lançada pelo seu pai e o Nakata, um senhor de 60 anos que sofreu um acidente na infância, perdeu a memória e consegue se comunicar com gatos e cachorros.
Lendo esse livro, nós temos diversas reflexões sobre vida, destino, amor e liberdade - "Então isso que é ser livre? Ser sozinho?" - que são feitas de maneira extremamente delicada e bonita.
Para ler, é necessário ter um conhecimento prévio e se preparar para sair da zona de conforto, porque é diferente de tudo que você leu e lerá. A complexidade dos personagens é absurda, até mesmo dos animais, que fazem uma alusão aos perfis sociais que encontramos na sociedade.
Se pudesse escolher, teria lido mais velha, as 4 estrelas vão por conta de uma certa parte do final, que senti que ficou pairando no ar sem ser finalizada. Porém o livro é tão bom que te impede de parar, apesar de ter tentado, você fica preso para saber o que aconteceu e só quer consumir as palavras deliciosas e frases desenvolvidas com tamanha poesia que se torna impossível não ler de uma vez.
Recomendo, mas se quiser ler, se prepare.
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Alessandro.Tegner 02/11/2020

Ainda não sei dizer com certeza o que achei do livro.
É uma leitura bastante leve, e a história não desenrola de maneira rápida, mas com certeza é ótimo para quem quer desacelerar e curtir uma leitura repleta de referências filosóficas e culturais.
Além disso a descrição do ambiente e rotina dos personagens é incrível, me deu uma vontade enorme de conhecer e explorar melhor o Japão.
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Marcelo.Castro 26/12/2021

Um dos melhores de Murakami
Assim como a literatura russa, a literatura japonesa foi uma paixão por mim descoberta. E dentre as obras que já tive o prazer de ler, Murakami desponta como um dos autores de minha maior preferência. E aqui, de acordo com as resenhas especializadas, estamos diante de uma das suas melhores (senão melhor) obra literária. Todos os elementos clássicos do "bingo" de Murakami são apresentados, numa narrativa fantástica e profundamente prazerosa.
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Gabriel713 28/06/2022

Leitura única e esquisita
Essa é a leitura mais esquisita que já fiz, e igualmente única. O livro tem uma narrativa introspectiva e um enredo que prioriza a sensação do que a razão, os acontecimentos muitas vezes são ambíguos, mesclando sonho a realidade. Os personagens adoram conversas extensas sobre cultura e o cotidiano, de forma que a progressão do enredo é interrompida constantemente por personagens contemplando, por exemplo, obras de Beethoven, tendo longos monólogos sobre o autor e a sensação que suas músicas transmitem.
Isso não é uma coisa ruim, pelo contrário, é sim o ponto forte desse livro, mas com certeza não é para todo mundo, principalmente aqueles que buscam enredos com pontas fechadas e uma clara e objetiva coesão dos acontecimentos.
Em determinado ponto de minha leitura eu desisti de buscar a clareza e objetividade nos acontecimentos, me peguei buscando no lugar a mensagem por traz de cada situação abstrata ou bizarra apresentada, e isso foi libertador, a mensagem se tornou mais importante, e a sensação de cada momento foi ampliada ao aceitar os momentos de introspecção dos personagens.
A meu ver, este livro fala muito sobre a vida e seu equilíbrio, como as lembranças que criamos nos constituem como pessoa, e como estamos todos os dias nos reinventando ao construir novos momentos memoráveis. Contudo, se nos deixarmos nos prender ao passado, ou pelo contrário, se jogarmos fora nossas lembranças e vivermos só o agora, não viveremos, só existiremos de forma vazia.
Não foi uma leitura necessariamente difícil, mas também não foi fácil no começo, me pegou mais na metade para o final, e deixou um gostinho de quero mais.
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Pilantrinha 12/03/2023

Mas anda não sei o que significa viver.
Odeio dizer isso, porque parece que algumas obras estão reservadas a um grupo seleto de pessoas, o que eu acho uma bobagem, mas precisarei dizer: esse livro não é para todo mundo. Kafka à beira-mar é esquisito, tem um ritmo estranho, se usa de uma linguagem bizarra e trata sobre temas tabus que podem causar asco a diversas pessoas.

Ainda assim, achei genial.

Nesta grande metáfora escrita pelo Murakami, acompanhamos dois núcleos principais. O primeiro é o do jovem Kafka Tomura, um adolescente de quinze anos que fugiu de casa, e o segundo é o do Nakata, um idoso com deficiência intelectual que conversa com gatos.

Quero deixar claro que o Murakami não está nem aí, ele não dá a mínima. Somos apresentados a diversas situações fantásticas e absurdas e já aviso de antemão que o autor não vai explicar nenhuma. Nenhuma. Conversas com gatos, chuva de peixes, espíritos translúcidos, objetos no céu... Tudo isso entra na grande metáfora que é Kafka à beira-mar.

Por esse motivo que não indico essa obra para o público em geral. Procurar um significado literal para as coisas contidas nesse livro pode gerar muita frustração. A impressão que tenho é que você precisa atribuir sentido a maioria das coisas que estão escritas aqui, se utilizando das suas próprias referências. E referências, principalmente à cultura ocidental, são o que não faltam.

É bem difícil trazer um resumo ou sinopse dessa história, porque os fatos vão se ligando de maneira pouco natural. Antinatural, na verdade. Mesmo assim, parece que tudo precisava acontecer do modo que aconteceu. Achei poética a jornada dos nossos protagonistas, é lindo ver que eles tinham uma missão fantasiosa e fantástica para ser completada, mas enquanto isso acontecia a missão verdadeira também se desenrolava.

É muito sensível a forma que as emoções são retratadas aqui, e muito delicada também a discussão a respeito da vida no geral. Mesmo que nada seja literal e que tudo pareça ser visto por uma janela embaçada, há beleza.

Não posso falar mais sobre Kafka à beira-mar porque realmente não tenho palavras para isso. Como dito por um dos personagens de Murakami, o Sada: "Palavras não descrevem corretamente os fatos. Porque a verdadeira resposta não pode ser dada em palavras". E, mesmo assim, elas continuam sendo o último -- e único -- refúgio.
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KiraLunna 27/02/2024

Essa foi uma leitura aparentemente bem maluca.
Não vou mentir, durante boa parte do livro fiquei criando teorias e esperando o momento em que o autor iria explicar onde ele queria chegar e como ele chegou, mas depois de algum tempo, eu percebi que não era sobre isso (e me contaram que eu não deveria esperar isso do Murakami).
No final da minha leitura, fiquei surpresa por não me importar com as pontas soltas, com a falta de explicações concretas ou com os acontecimentos fantásticos, porque no final das contas, achei o livro uma retratação muito real da vida.
Ele fala sobre mudança, luto, destino, liberdade amadurecimento, lembranças, solidão, vazio e diversos outros temas cotidianos com que temos que lidar sem manual. E não contente em trazer reflexões dentro de si, o autor ainda inclui diversos pensamentos de outras obras, o que torna as ideias mais complexas e profundas.
Acabei aceitando o convite do livro de refletir sobre como lidar com a vida e os sofrimentos que a rodeiam, sobre como lidar com nossos demônios, e como muitas vezes nós mesmos os criamos.
Acredito que para um livro, à primeira vista, tão maluco e fantástico, a sensação que fica no final é de equilíbrio (um equilíbrio entre capítulos pares e ímpares, entre passado, presente e futuro, entre bem e mal, luz e escuridão, complexidade e simplicidade) e isso mais do que tudo, tornou minha leitura muito prazerosa
Por fim, acho interessante dizer que em algumas camadas, o livro me incomodou. Aquele incômodo necessário ao qual é importante se expor. Agora eu convido vocês a se incomodarem e se abrirem às reflexões que o livro propõe!
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Aline | @42.books 25/12/2022

Eu adoro a escrita de Murakami, e a aura mística que perpassa todas suas narrativas.
Esse calhamaço foi muito gostoso de ler. É uma jornada de amadurecimento que traz várias questões interessantes e personagens com suas próprias reflexões e aprendizados.
Gostei muito dos elementos fantásticos e do desfecho aberto a interpretações.
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Rosa Santana 01/02/2011

Kafka à beira-mar, Haruki Marakami, Alfaguara, 2008, 571 páginas
Bem edipiano, esse livro conta a história de Kafka, um jovem de quinze anos que recebe uma maldita profecia: matará o pai para se relacionar sexualmente com a mãe e com a irmã. E, ainda parodiando Édipo, que se cega para melhor se ver por dentro, esse aqui parte para uma floresta e se deixa "perder" nela e, negando forças externas, busca seu mundo interior (George Lukács diz, em seu "Teoria do Romance“: 'verdadeira essência do trágico': a solidão".). Mas, sai de lá para enfrentar o mundo.

De caráter fantástico, essa é uma narrativa, sinuosa e cheia de pontas que exigem atenção e desvelo para serem atadas, pois elas se desviam e desviam, também, o leitor! E é somente a dedicação que nos possibilita entender a história dos dois personagens principais, que mesmo nunca tendo chegado a se verem, são capazes de cometer atos um pelo outro, numa "transposição" de espíritos, como se fossem uma força única... Essa parece ser a chamada prática do ikiryou, que inclusive é descrita no romance em forma de metalinguagem via conversa dos personagens sobre vários livros, literários ou não em cujas páginas é vivenciada.

Kafka Tamura e Satoru Nakata são os personagens que se “transubstanciam”. O primeiro tem a “missão” de matar o pai, mas é o segundo quem o faz, como se fosse o outro... Ambos são fugitivos, um do pai, em primeira instância e, depois, da polícia, porque, muito novo, não pode viver sozinho e longe da escola, conforme as leis do seu país; o segundo, por ter cometido um assassinato contra um escultor (pai de Kafka) que lhe matava os queridos gatos. Kafka sai de sua cidade e vai para Takamatsu, arruma trabalho em uma biblioteca, onde se dedica, sobretudo, à leitura... e, quando a polícia “exige”, se esconde em uma propriedade isolada, nas montanhas, procurando, também, solidão e crescimento. Nakata, após o assassinato, vai, igualmente, para Takamatsu, porque sabe: deve ir para tal cidade. Quem o diz? Uma grande força que conduz os personagens a tal ponto de eles agirem sem mesmo saber bem o como e o porquê de seus atos. E aqui voltamos à característica da tragédia em que o os personagens, comandados pelo Destino, não têm forças para lutar contra...

Nakata, por ser analfabeto, necessita de ajuda para chegar aonde precisa ir. Aparece então Hoshino, o personagem, que, a partir daí, passa também a ser comandado pelo Destino! Inclusive, depois da morte de Nakata de quem se torna grande amigo, herda-lhe o “poder” de conversar com gatos e, conseqüentemente, de outros dons sobrenaturais.

Murakami constrói sua narrativa mesclando a cultura popular japonesa com a mundial. Em suas páginas, faz desfilar Charles Dickens, Anton Tchekhov, Schubert, François Truffaut, Arnold Schwarzenegger, John Walker, Walt Disney, tragédias gregas, como a de Cassandra, As Mil e uma Noites, A Noviça Rebelde, e, claro, Franz Kafka, de quem “rouba” o nome do personagem principal, que, segundo ele mesmo, significa “corvo”! Um “corvo” que se devora a si mesmo, buscando pessoalidade em um mundo em que as forças externas governam o indivíduo impedindo-o de agir por conta própria. Mas um “corvo” que, sobretudo, procura o equilíbrio entre essas duas forças que governam os seres: o mundo interior e o que lhe faz oposição. Kafka busca seu espelho, mas, também, aprende que deve quebrá-lo, para se abrir para o outro, para o mundo...

...

Para terminar minhas considerações, trago um poema de Cecília Meireles, do livro “Cânticos” que se liga à trajetória dos personagens:
“Não tem mais lar o que mora em tudo
Não há mais dádivas
Para os que não têm mãos
Não há mundos nem caminhos
Para o que é maior que os caminhos
E os mundos.
Não há mais nada além de ti.
Porque te dispersaste...
Circulas em todas as vidas *
Pairas sobre todas as vidas *
E todas te sentem
Sentem-te como a si mesmos.
E não sabem falar de ti.”

* Esses versos, sobretudo, refletem Kafka, que é Corvo, que é Nakata que é Hoshino, que é....

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Não estou considerando esse escrito uma “resenha”, até por que essa é uma narrativa bem difícil de ser abarcada em um texto curto, dada a sua quantidade de pontas que o Murakami vai deixando para o leitor atar. Mas, em linhas gerais é a isso que veio quando li “Kafka à beira-mar”...


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Andinho 04/11/2013minha estante
Nota 8,5!!!!! ainda acho 1Q84 imbatível.




Lori 04/03/2011

Então, vamos falar sobre Kafka À Beira-Mar, que é um livro confuso onde acompanhar o pensamento do autor é um exercício. O livro é lindo em tantas formas que eu não consigo contar, então vamos começar pelos personagens. Penso que ele colocou o que é comum sobre uma nova luz, como Hoshino, que ao primeiro olhar não tem nada demais e ele pensa isso sobre ele mesmo. Contudo com o tempo você vê o quanto ele muda a visão sobre ele mesmo, e você realize o quão ele cresceu e o que o faz especial. Não de uma forma ‘melhor do que os outros’, mas de uma forma, difícil de explicar, mas que você entende por que ele existe. E Nakata, oh Nakata, eu o amei e o seu coração bom e sua cabeça vazia. E amei a forma como Murakami não o escreveu como fraco por ser analfabeto, não disse ‘pobres pessoas, eles não podem viver sozinhos, eles são como bebês’. Oshima provavelmente é o meu favorito, embora não se saiba muito sobre ele. Gosto da forma como ele é calmo e centrado, eu poderia ouvir para sempre ele falando sobre música e literature grega. E eu adorei a forma como o ‘segredo’ dele o faz um personagem mais do que bidimensional., embora não seja muito trabalhado, eu senti como “sim, ele é complicado e isso existe, mas isso não o faz um personagem menos fantástico”. E no final, Kafka Tamura, o que posso falar sobre ele? Chega a doer de tão real que ele é. A forma que ele quer escapar, mas não sabe como, ele é maduro para a idade dele, mas ao mesmo tempo carrega várias inseguranças da idade. Murakami o coloca em posições extremas, mas trabalha com sentimentos de um adolescente normal.

Os livros do relacionamento são tão bem feitos quantos os personagens. O que eu mais gostei foi Kafka e Oshima, por que era perceptível o quanto era novo, mas o mesmo tempo a importância que tinha para os dois. Murakami conseguiu equilibrar esses dois elementos muito bem,a importância e o tempo. E sobre Nakata e Hoshino, creio que Hoshino possa se expressa melhorar quando diz que Nakata mudou dua vida e que ele era extraordinário. Até fiquei um pouco decepcionada por Nakata estar dormindo no meio das declarações, e adorei como Hoshino estava inesplicavelmente atraído pelas coisas anormais que o acompanhava. E não tem como não gostar do ‘Senhor Hoshino?’ Quando parei para escrever essa análise que percebi como gostei de Hoshino. Eu escreveria sobre a relação entre Kafka e Sra. Saeki, mas eu passei metade do tempo tentando entender e até agora não cheguei a uma conclusão. O fato de os sentimentos de Kafka serem tão bem escritos fazem que seja mais complexo.

Por ultimo, o sobrenatural. Eu tentei compreender, o que eu falhei miseravelmente por que é impossível. Não há uma fundamento em algo lógico ou base em algo escrito anteriormente, é da louca e maravilhasa cabeça dele e eu tenho que aceitar. Eu consider que ele use o sobrenatural como uma plataforma para seus personagens e os sentimentos. Muitas pessoas não conseguem aceitar isso (baseando em alguma críticas que encontrei), porém Murakami vê a literature como um espaço para tudo, logo ele pode fazer qualquer coisa. Então se ele quer uma chuva de peixes, irá acontecer. Eu penso que quando você aceita isso, percebe como o livro chega perto da perfeição.

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http://depoisdaultimapagina.wordpress.com/
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souphiss 18/07/2020

Uma incrível jornada
?Kafka à Beira Mar? é um livro que te prende do começo ao final, pelo menos para mim. Não conseguia parar de ler e queria muito chegar logo ao final. Foi definitivamente uma jornada incrível e, mesmo que não tenha digerido a história completamente, o livro me deixou com um bom sentimento quando o fechei e guardei na estante.
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fish poele 09/11/2021

tenue limite entre kafka e o mar
O livro trata de 2 histórias simultâneas, uma nos capítulos pares, outra nos impares, de dois distintos homens: o primeiro de 15 anos de idade que foge de casa. E também de outro – já idoso- capaz de falar com gatos. Surpreendentemente, até o capitulo 15, a do rapaz que pega mochila e um dinheiro e parte pra outra cidade (situação extremamente mais comum do que pessoas capazes de falar com felinos) é disparadamente mais surreal, com acontecimentos que, caso eu tentasse descrever aqui, seriam aparentemente completamente cotidianos, e é ai que reside a magia do Kafka a beira mar.
Em sua Kafkaesque moderna, ele retrata o surreal no real, o incrível no crível, os fragmentos de esperança no inacreditável que todos temos em nosso dia a dia, a aventura fantasiosa que é o dia a dia, a corriqueira ansiedade de saber quem caiu ao nosso lado quando pegamos um ônibus sozinho – e principalmente, se a pessoa usou desodorante hoje-, o medo de não reencontrar o gato que fugiu de casa, o acolhimento de ser convidado a trabalhar – e morar- num local que adoramos e frequentamos. Concluo: magistralmente, em sua obra, Haruki Murakami adapta o surreal, a fantasia, a magia do viver no literal de “viver”. De modo que retrata o especial que existe nas nossas vidas cotidianas, nas idas ao trabalho, nos gatos de rua que encontramos, e nas meninas bonitas que olham pra você enquanto estamos na padaria. Murakami demonstra e argumenta que a vida vale, e a vida é, de fato, especial pra todos, e todos somos nossos próprios protagonistas, mesmo não sendo filhos de semideuses ou de uma linhagem de heróis.
O autor, de forma bem intimista, trata em diversos momentos no livro sobre como funciona a mudança, o progresso, que por vezes parece regresso, mas o tempo só avança -não retrocede-. esse livro é assustadoramente pessoal, quase como um diario, uma confissão do murakami sobre seus medos, anseios, ansiedades, traumas e esperanças, fez-me sentir como se eu nao estivesse só, como se ele, assim como eu, sentisse o que eu sinto.
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Felipe Juan 04/02/2022

não entendo como as pessoas têm tolerância para esse livro
estive lendo uma resenha desse livro no skoob, só que da edição em inglês, em que concordei bastante com a visão dele e também compartilharei a minha

realmente, o autor não consegue se separar dele mesmo da criação do próprio personagem e é possível sentir isso se prestar atenção -

não tive problemas com as referências específicas que o personagem ficou fazendo, até porque é algo que facilmente consigo imaginar existindo de verdade por os gostos não serem incomuns assim

mas aí vem as partes de sexualidade do personagem, e MEU. SENHOR.

parece que o murakami usou o personagem para expressar os seus feitiches, desde de
- comentários com um clima de INCESTO, quando descrevia com detalhes a situação e o que achava do corpo da garota que no momento considerava ser a irmã dele

- cenas de sexo nível fanfic de tão surreal que é na qual muito mais parecia o autor (que por sinal, tinha algo por volta de 53 anos no ano da publicação do livro) ter finalmente encontrado alguma utilidade para suas as fantasias sexuais que teve durante a adolescência;

e isso foi até onde li, pois soube que infelizmente tem bem mais coisas nojentas do tipo ao decorrer da história.

se não fosse por essas coisas pertubadoras, provavelmente eu me esforçaria mais para continuar, mesmo não gostando das partes do senhorzinho que fala com o gato por achar chato (mas isso é mais pessoal mesmo); estava gostando muito de como a história fluía, da ambientação e me sentia dentro do personagem em momentos mais de slice of life do livro. realmente é uma pena.
Michela Wakami 07/04/2022minha estante
Eu estou horrorizada com esse livro, e com as notas que vejo aqui no Skoob referente a esse livro.


Clara 15/04/2022minha estante
Nossa, muito obrigada.




Gleison Marques 17/12/2023

Vai implodir sua cabeça de dentro para fora
Kafka Tamura é um rapaz de 15 anos que foge da casa onde mora com o pai, em busca da mãe e da irmã que o abandonaram quando pequeno.
Nakata é um senhor que vive sozinho com uma pensão ínfima do governo, ele não sabe ler, nem escrever e também não guarda suas próprias lembranças, mas, que após um acidente na infância, ganha a habilidade falar com gatos.

Ambos personagens irão enfrentar suas próprias odisseias, que envolvem maldições e missões quase épicas, que inevitavelmente estão entrelaçadas, na busca por enfrentar um mal que percorre o mundo dos vivos e dos mortos. No caminho, contarão com a ajuda de pessoas maravilhosas, que serão essenciais nas suas jornadas e que acabarão elas mesmas envolvidas em autodescoberta e transformações.

Esse livro é um acontecimento! A história começa devagar, sem, contato, ser algo arrastado, pois, o ato criador do autor é poético e fluído. Há aqui, fortes referências às tragédias e epopeias gregas, aliadas ao realismo mágico e com o cenário idílico de uma anime do estúdio Ghibli. É fácil se perder nessa floresta de letras e ideias e ao acabar o capítulo ter a sensação de ser arrancado para a realidade opaca da vida cotidiana.

Amei caminhar com o Kafka pela floresta da cabana e com Nakata e Oshino pelas ruas do Japão, resolvendo, cada um a sua maneira, os mistérios que a vida lhes deu, mesmo que alguns permaneçam para sempre apenas mistérios.
cris 19/12/2023minha estante
Independente de não ter alcançado suas metas! Meu amor é um incrível leitor, sensível e único! Parabéns para conclusão de mais um leitura, acompanhei o processo, desde o o embarque para o Japão das aventuras do Kafka Tamura até às voltas para a realidade com asdúvidas de tantos mistérios! Ahhh sei que foi incrível ??


Gleison Marques 19/12/2023minha estante
Obrigado meu amor ? só você mesmo pra ter paciência em me acompanhar nas loucuras literárias que embarco ??


cris 19/12/2023minha estante
É um prazer ??


C Henrique 10/01/2024minha estante
Muito bom esse livro.




leticiagnunes 05/11/2022

Os estranhos caminhos que o destino perpassa
Sempre é bom relembrar que Murakami é um grande contador de histórias, esse é o meu terceiro livro dele (fora o que ele fala de corrida). Então podemos constatar, como sempre, que sua escrita é envolvente e que o leitor está cercado por universos paralelos dos personagens, falando numa perspectiva de um mundo desconhecido, mágico e diferente. (Parte que mais amo em suas histórias, não nego).
Aqui temos uma história que gira em torno de dois personagens: Kafka Tamura, um garoto de 15 anos que resolve fugir de casa, e Satoru Nakata (meu protegido), um idoso que sofreu um acidente misterioso na infância que o deixou ?ruim da cabeça?. O enredo dessas personagens ocorre em paralelo, em cada capítulo temos a parte da história de um e do outro, mas quanto mais avançamos na história mais próximos eles ficam, eles estão interligados de alguma forma pelo destino.
Essa história tem personagens carismáticos e estranhos kkkkk, eu amo Oshima e o Hoshino, eles estão como apoio na história mas pra mim eles roubam o protagonismo e até queria ver mais deles. Mas voltando ao principal, a trama toda vai me surpreendendo a cada capítulo, eu amei demais! São muitas reflexões, muitos acontecimentos, acaba que não tem como transmitir o que a leitura me proporcionou em uma resenha, eu apenas posso recomendar que LEIAM!!!!
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Karina Paidosz 15/10/2021

Acabei de finalizar a leitura e ainda sem saber o que pensar a respeito;

Já li alguns outros livros de Murakami, mas nada parecido com isso.

Achei a história bem elaborada, sem tirar nem por.

Um misto de suspense, humor, bons diálogos e boas reflexões.

A escrita de Murakami é muito gostosa e bem fluida. Fácil entendimento e seus detalhes nos transportam para qualquer lugar que lhe der na telha.

Já sinto falta desses personagens tão carismáticos ?
Ana Sá 15/10/2021minha estante
Nakata! Só amor!


Karina Paidosz 15/10/2021minha estante
Ownti fofo demais




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