spoiler visualizarPam 03/01/2021
“Sou bruxa. Quando me instruíram, prometi a mim mesma que combateria o Mal. Sempre.”
Provavelmente o livro mais importante até aqui na saga. Mais do que nunca vemos que o Geralt é um personagem secundário em sua própria história. Ele, assim como todos os outros, tem suas "missões" ao redor da grande jornada do destino da Ciri.
O desenvolvimento dos personagens aqui atinge o seu ápice, quando vemos todos abraçando seus papéis na guerra e abandonando suas "identidades" anteriores, que acompanhávamos desde o começo. Tal como o Geralt perdendo seu medalhão, símbolo do bruxo que ele era, e que deixou de ser para se tornar, mais do que nunca, a figura paterna da Ciri, além da Yennefer, também rejeitando as ofertas e planos da Loja das Feiticeiras, a fim de também seguir ajudando a Ciri, como mãe.
Falando da própria Cirilla, ela, durante o início do livro – e desde sua união aos Ratos, na verdade – já demonstrava uma figura mais madura, mais ciente dos perigos do mundo, passando por experiências traumáticas, que exigiram muito da personagem em diversos aspectos, e, no desfecho, chegamos finalmente ao momento em que ela se torna consciente de seu destino. De quem ela é. Há muito tempo acompanhávamos vários personagens falando sobre o destino da Ciri, mas em Torre da Andorinha, finalmente vemos ela própria descobrindo mais sobre si mesma e abraçando a seus poderes e seu propósito. Vale lembrar que além de tudo isso ser resultado da luta, coragem e atitude da própria personagem, porém vemos a influência clara da criação dela pela avó Rainha Calanthe, Geralt, Yennefer e até mesmo do Vasygota, figura que chegou nesse livro a auxílio da Ciri e acompanhou-a bravamente e de forma altruísta até o fim.
Não é um livro perfeito, diversas vezes eu sinto que os livros dessa série poderiam ser mais enxutos, porém, ainda assim, essa foi uma das leituras mais satisfatórias da saga até aqui, apresentando um desenvolvimento imenso na história dos personagens e também no contexto da guerra.