Juliana.Bragiato 05/08/2022
Cada livro de The Witcher que leio, eu vejo que gosto mais do jeito que a série de TV ta contando a estória do que do livro.
Ciri foi encontrada a beira da morte por um ermitão, que a levou para sua choupana e cuidou descentemente dos ferimentos da menina.
Quando ela finalmente recobra a consciência, começa a contar o que aconteceu com ela é aí, que para mim, o livro desanda.
Andrzej criou personagens incríveis mas não soube trabalhar muito bem a estória. Primeiro que a saga não é, nem de longo, do Geralt, e sim da Ciri. Mas, isso, não é o grande problema.
Toda trama politica é traçada envolvendo a herdeira de Calanthe, todos querem usar Ciri, ou melhor o ventre dela, para garantir poder.
Outro ponto que me incomoda demais, é o abuso contra a mulher. Não passa um capítulo que não tenha um xingamento ou insinuação ao estupro. E o autor não sabe trabalhar com o tema, simplesmente coloca os abusos como coisas corriqueiras, como quem fala das horas ou se vai chover.
O livro passa a impressão de ser a costura de várias ideias, porém mal trabalhadas. São muitos nomes, tramas paralelas e lugares citados e mesmo tendo mapa na edição que li, fiquei perdida nas localizações e também na passagem de tempo.
A tal Torre da Andorinha só aparece mesmo no fim da estória, quando Ciri entra na torre, fugindo do escroto Bonheart. E lá ela tem uma visão de seus amigos mais queridos.
Mais um ponto incomodo é o fato de Ciri chamar Yennifer de mãezinha, sendo que a Feiticeira passou pouco tempo com a menina e nesse tempo a tratou muito mal, chegando a ver Ciri, no inicio como uma rival pelo amor de Geralt.
Talvez eu não faça parte do nicho que The Witcher busca atingir, mas a série, vem, a algum tempo, descendo ladeira abaixo em minha opinião.