O Irmão Alemão

O Irmão Alemão Chico Buarque




Resenhas - O Irmão Alemão


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Oibaf 28/07/2020

Uma escrita de tirar o fôlego
A obra brinca com a narrativa alucinante dos tempos da juventude e da contracultura do século XX, e o trabalho acadêmico de dois personagens ficcionais que remetem ao autor Chico Buarque, convertido em professor de letras, e seu pai Sérgio Buarque de Hollanda, enquanto pauta de fundo uma história real de um outro perdido. O irmão secreto, elo perdido da história, passa pelo seu apagamento simbólico com a perda da linearidade de sua história na ascensão do nazi-fascismo alemão, fato que se repete com o desaparecimento do irmão próximo do protagonista durante a ditadura militar brasileira. Assim, ficção se torna mito fundador da história real de uma linha do tempo que passa pelo estimado sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda, um dos grande nomes fundadores da sociologia brasileira, e passa a seu filho Chico Buarque, que em seu histórico como músico marcou toda uma geração da contracultura, e muito bem resumiu a vivência passada e futura do ser brasileiro, esse ser que enquanto procura sua herança entre os escombros de uma Europa marcada pelos escombros do nazi-fascismo, deixa-se perder seu irmão brasileiro, preso e torturado nas ditaduras da classe dominante, sempre impiedosa.
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Marina 08/07/2021

Minha primeira experiência com Chico Buarque escritor e ele é tão gigante quanto na música. O irmão alemão é uma autoficção fantástica, está entre os melhores livros que já li. Misturando realidade e ficção, Chico nos dá um livro que é impossível de largar até o final.
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t.Alita Araujo 10/10/2021

Devaneios
Chico mescla fatos reais da sua vida com invenções ao narrar a busca de Francisco de Hollander (Ciccio) pelo recém descoberto irmão Alemão.
Uma das coisas que gostei no livro foi o contexto histórico que é apresentado de uma forma muito sutil, porém marcante. A leitura é fácil, mas em muitos momentos Ciccio fantasia encontros e conversas com esse irmão ou com situações que o levarão até o encontro com ele e acaba se perdendo em devaneios o que me deixou algumas vezes confusa se o que estava sendo narrado era um devaneio ou uma situação que estava mesmo acontecendo.

site: https://www.youtube.com/watch?v=rDRuoiL6d-g&t=8s
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Natália 03/10/2021

Impressionante como a escrita do Chico Buarque, mesmo sendo um gerador de lero-lero, prende do começo ao fim.
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Marcelo217 22/04/2021

Uma surpresa boa...
Por indicação de uma professora, comecei esse livro ontem e rápido assim eu terminei.

A dinâmica da narrativa é muito diferente do que imaginei. Gostei da forma como ele narra os acontecimentos e as descrições são desenvolvidas no ponto certo assim como os fatos. Esse discurso indireto livre que ele usou pra narrar foi feito de uma forma que a história não ficou cansativa em momento nenhum.

O plot em si é muito bom e o personagem Ciccio é uma figura. Eu, por não conhecer muita coisa sobre a vida de Chico Buarque, acabei achando durante o livro todo que era uma autobiografia. Ficava o tempo todo ?Nossa, então ele é desse jeito...? pra no final descobrir que não foi bem assim que a história da vida dele se desenrolou e me senti enganado, mas achei essa a graça do livro.

Fiquei triste que, na história e na vida real, eles não conseguiram encontrar o irmão. Fiquei numa esperança de dar tudo certo lá nas últimas páginas. Uma pena que foi tudo tarde demais. Talvez nos tempos atuais teria sido diferente.
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malandrani 14/08/2022

EU SOU APAIXONADA POR CHICO BUARQUE e esse é um bom livro, mas devido a alguns devaneios do Ciccio (que ?quebram? a leitura) e ao momento que estava enquanto lia o livro não foi uma leitura perfeita. Mas de fato Chico é muito criativo e traz elementos fiéis a história.
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leabreusilva 05/12/2014

Mais um inesperado Chico
Pra quem leu os outros livros do Chico Buarque se prepare porque esse é muito diferente. É uma ficção leve que fala da procura do personagem (Francisco) pelo irmão alemão. É difícil entender o que é realidade o que é ficção nesse livro, que de um jeito leve, conta a história do famoso pai do autor, da sua relação com a ditadura e de algum modo com a Segunda Guerra.
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Marcio Claver 17/01/2022

O Irmão Alemão
Em O irmão alemão, publicado no final de 2014, Chico misturando memória e ficção.

O protagonista da obra se chama Francisco de Hollander, professor de gramática e filho do intelectual Sérgio de Hollander. A trama da obra se articula em torno da descoberta, em cartas guardadas, de um filho que seu pai, ainda solteiro, teria tido na Europa com uma namorada alemã, antes da ascensão do nazismo.

Em 2013, a pedido da editora Companhia das Letras e do próprio Chico Buarque, o historiador brasileiro João Klug e o museólogo alemão Dieter Lange identificaram o irmão desconhecido. E ele se revelou uma celebridade da República Democrática Alemã, com a mesma profissão do pai e o talento do meio-irmão brasileiro.

O talento artístico devia estar no DNA, porque coincidentemente esse irmão do Chico foi alguém que se destacou no meio artístico na Alemanha e dizem que era um ótimo cantor.
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JoaoPedroRoriz 23/01/2015

CHICO BUARQUE SOBREVIVE DE SEU MITO E ESCREVE LIVRO “SEM PULMÃO”.
Por João Pedro Roriz.

Chico Buarque é um ídolo de várias gerações. Como compositor, é quase uma unanimidade. Seus insucessos na música são tão raros que se tornaram hits. A "voz chinfrin" do Chico, tão criticada no passado, com o tempo se tornou aprazível e sedutora. Nos quedamos paralisados por sua desenvoltura, pelas obras de caráter social e político e pela facilidade com que discorre sobre os anseios femininos.

O que seria da MPB sem Chico Buarque? Mas na literatura, o gênio tem decepcionado. E muito! Seus livros são sucesso, mas graças ao mito de seu autor. Apesar de ser muito respeitado como dramaturgo, o autor de Gota d'água, Morte e Vida Severina, Opera de Malandro e Saltimbancos tem falhado como romancista.

Budapeste marcou a carreira de Chico, pois apresentou uma curva de amadurecimento literário. Aquele exercício textual ganhou admiradores no mundo todo e recebeu elogios de Saramago - criador do estilo literário no qual Chico se inspira para escrever seus livros com parágrafos longos e com diálogos sem travessão implícitos na própria narrativa. Chico escolheu bem o seu mestre, mas agora parece estacionado na categoria de aprendiz. Sempre muito sincero, já tinha causado estranheza no público ao declarar na FLIP seu descontentamento com a arte literária: "escrever é muito chato". Até aqui, tudo bem. O ofício do escritor não pode ser confortável demais. Mas a prova concreta da burocratização da arte literária de Chico veio através de Leite Derramado, lançado pela Cia das Letras. A obra foi um sucesso de vendas e recebeu o Jabuti. Mas o grande público, aquele que ama Chico – mas que não pertence ás altas classes intelectuais – sentiu a diferença em relação a Budapeste e em relação à sua forma de se comunicar com as pessoas. Chico parecia onipotente, onipresente, confabulando com a mesquinharia literária de grandes autores de outrora que parecem querer sobrepujar o próprio ego em detrimento das novas linguagens e do prazer universal e pleno de quem lê. A obra foi aclamada, é lógico, pois foi escrita em metáforas, projetada para ser uma obra de arte que alcançaria apenas os que se desdobram em lágrimas e sangue para ler um livro. Atrás de tamanho sucesso, a elite literária que tal qual os puxa-sacos do rei não podiam dizer ao monarca que ele estava sem roupa, nu em pelo.

Em O Irmão Alemão, infelizmente Chico parece jogar futebol. Ele está no Politeama, desclassificado para as quartas de final e apenas jogando para cumprir tabela. A obra cumpre bem o papel de existir e persistir para cumprir o irritante contrato com o editor. É possível descobrir na auto-biografia torta de Chico o motivo disso tudo acontecer: A gente esquece, mas Chico é (e sempre será) um menino mimado. Ele se convenceu – e parece querer nos convencer – de que não há limites para ser menino em uma terra paternal de tantas oportunidades. Ele fala com orgulho dos carros arrombados na juventude, de seu papel de comedor de mulheres, da educação liberal recebida pelos pais internacionalmente conhecidos. Evidentemente não podemos acreditar em tudo que o malandro diz neste livro. Existe um quê de romantismo até no ato de roubar carros, seduzir mulheres e ser um espinho no pé dos governantes quando se trata de um filho da meritocracia. É fácil ser comunista quando se nasce em berço de ouro. Não há impeditivos para a genialidade de Chico, é verdade, mas também não há contestações para ela. Esse "O Irmão Alemão" é a prova concreta de que o filho do seu Sérgio Buarque de Holanda está no poder, junto com os líderes do partido criado por sua mãe, o PT. O que ele produzir será um sucesso e eu estou louco de ansiedade para saber como é que o próprio Chico tão sedutor e genial lida com esse vexaminoso e estranho sucesso de seus romances.

O Irmão Alemão, de Chico Buarque, lançado pela Cia das Letras, engaja dois estilos em uma só obra. Trata-se de uma ficção de sua própria realidade - algo que o blindará contra acusações ou mesmo desconfianças. O realismo fantástico de Chico empolga nos momentos de intimidade. É muito bom conhecer esse falso Chico em sua casa, ao lado dos Hollander. O dia-a-dia de seu pai, o grande Sérgio Buarque e suas manias intelectuais nos afrontam e ao mesmo tempo nos seduz. O livro possui harmonia no começa da prosa e um ritmo gostoso que não se apoiam no mito buarquiano . Chico se apega aos jargões de sua música e canta uma cidade, um Estado e um penar com elegância. O conflito prende atenção até a metade da obra, quando começa a perder fôlego. A história gira em torno do filho alemão de Sérgio Buarque que o jovem Francisco descobre ao folhear um dos livros na famosa biblioteca de sua casa. Até esse momento, o livro é um parque de diversões. Mas Chico puxa o tapete do leitor e, a partir do quinto capítulo transforma a saga folclórica em um ritual imaginativo com solilóquios sem fim. A obra se torna chata, pesada, enclausurada em uma prisão de possibilidades que mais parece um rascunho de boa vontade do próprio autor em levar o bendito romance até o fim.

Eu sei, pois segui a mesma trilha que o autor e também perdi o pulmão. Fui até lá nos confins da falta de paciência de Chico para entender o que se passava por sua cabeça. Agora entendi que tinha muita gente aflita por essa obra e Chico, como um bom malandro, mandou "colocar água no feijão". Sempre idolatrei Chico e agora estou frustrado. É o que se diz de um mito: ele deve ser apenas admirado, nunca investigado.

________________________-
Todos os direitos do texto acima estão reservados ao seu autor


site: www.joaopedrororiz.com.br
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Wagner 06/01/2015

PERDA DE TUDO

(...) A vida não passa de uma longa perda de tudo o que amamos, disse Victor Hugo.(...)

In: BUARQUE,Chico. O irmão alemão. São Paulo: Comapanhia das Letras, 2014. PAG 178.
Erika 20/07/2015minha estante
Não supera o Leite Derramado ainda, mas o Chico é uma coisa. O cara brinca com a Lingua Portuguesa de uma forma que há anos não via. Ele joga o presente no futuro do pretérito e a narrativa passa a ser dubia. Coisa de gênio, narrar duas histórias numa só. Particularmente achei o "e se..." muito mais atraente.




erbook 19/12/2021

Curiosidade sobre Chico Buarque
Em “O irmão alemão”, nosso consagrado e múltiplo artista Chico Buarque mescla a boa literatura com situação inusitada ocorrida no seio familiar. Assim, este romance não deixa de ser um pouco autobiográfico.

Em 1967, aos 22 anos, Chico Buarque descobre, fortuitamente, numa animada conversa com o poeta Manuel Bandeira, que tinha um irmão alemão. Soube que Sérgio Buarque de Holanda (seu pai), quando solteiro em Berlim, teve um romance com Anne Ernest e fruto deste relacionamento nasceu Sérgio Günther em 1930. Com base nas diversas cartas que sua mãe havia guardado e com o auxílio do historiador João Klug e do museólogo Dieter Lange, Chico Buarque e sua filha Silvia Buarque conseguiram desvelar o paradeiro do irmão alemão e de sua família estrangeira (sem pormenores para não tirar a curiosidade).

Inspirado nesses fatos verídicos, Chico Buarque constrói uma narrativa muito interessante, na qual tece críticas tanto ao regime militar brasileiro, quanto ao regime nazista alemão. No enredo, Francisco de Hollander, conhecido como Ciccio, vive num ambiente familiar com muitos livros, empilhados numa grandiosa biblioteca do pai, com quem mantém relação difícil. Passa a juventude com o irmão brasileiro e amigos, em São Paulo, onde experimenta situações somente vivenciadas em regimes políticos de exceção.

No livro são juntadas correspondências reais, nas quais se demostra que o Estado alemão dificulta a adoção do garoto Sérgio, por parte do pai do Chico Buarque, sob a alegação de ser necessário provar a ascendência ariana do menino, mediante certidões que atestem a religião de seus ancestrais. Sérgio Buarque de Holanda envia diversas cartas ao Estado alemão, justificando a dificuldade de conseguir certidões de batismo dos pais e avós, pois viveram antes da proclamação da república no Brasil e, nessa época, não havia cartórios. Os registros de nascimento ficavam a cargo da Igreja Católica, com as certidões de batismos. Entretanto, Sérgio não conseguia sequer saber em que paróquia os pais e os avós haviam sido batizados.

Recomendo a leitura, não apenas para conhecer este episódio da família de Chico Buarque, mas também pelo estilo literário do autor!
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Rodrigo.Junta 29/10/2019

Eita! Aqui começa a certeza da minha ida para o inferno! Não que eu acredite mas alguém acredita. Acontece que, tomei como hábito ler no meu horário de almoço. Sentava-me na floreira de um edifício, na calçada do quarteirão de cima do meu trabalho. Eis que um dia, incomodados com a minha presença, colocam lanças na floreira para que ninguém mais se sente lá. Nesse dia, fiquei até envergonhado quando vi meu lugarzinho com aquelas lanças (gritando para mim perdeu seu cuzão) e, discretamente continuei andando e dei a volta no quarteirão. Descobri no caminho uma igreja. Igreja de S. Benedito ou algo assim. Entrei, me acomodei, percebi o silêncio, a arquitetura modesta e simples mas bonita e peguei no livro. Me senti vigiado e talvez criticado pelas beatas cuidadoras da igreja. No dia seguinte voltei à igreja mas com o terço na mão. Leio livro comunista, palavrões e bobagens dentro da igreja mas com o terço seriamente empunhado. Agora já inspiro um pouco de respeito e também informo o horário da missa aos desavisados.
Pois bem, Chico é incrível. Ele escreve delicadamente, de uma maneira romântica o carioca filho d puta. Uma visão natural da malandragem, como se fosse comum e corriqueiro um furto ou algo do tipo. É interessante a ansiedade e capacidade do personagem que chega a imaginar e criar situações que além de vivê-las (em sua imaginação) calcula também as possíveis consequências. Trata do tempo da ditadura, trata da questão racial, educação e da busca por um possível irmão alemão. Talvez a frieza seja a maior característica do personagem. Um desapego com o amor e com a saudade. Um desapego também à vida. Parece uma narrativa de um velho já cansado das emoções.
Não o leia na igreja.
Esse livro foi empréstimo do meu amigo Bruno.
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Kirla 12/07/2021

Ciccio e a busca ao seu irmão
Nesse livro delicioso de se ler, acompanhamos a busca de Ciccio de Hollander a um irmão alemão na Alemanha pré nazista, flho de um caso de seu pai. Com quem mantém um relacionamento sentimentalmente distante, Ciccio imagina a vida de seu pai em Berlin e do paradeiro do seu irmão com a ascenção do nazismo enquanto no Brasil, a ditadura vai se mostrando tão cruel e sem sentido quanto.
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alekele_ 11/04/2021

Sempre ótimo
Para quem me conhece, sabe que amo Chico desde sempre. Li quase todos os seus livros, e até agora o livro "Benjamim" tem sido o meu preferido.
Mas, após ler "O Irmão Alemão", tenho que pensar qual deles fica em primeiro lugar.
De qualquer maneira, Chico nunca decepciona.
Amo muito ?
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