Adolfo 04/04/2024
Quase um ano pra terminar essa leitura e não por o livro ser mal escrito, ou por ser chato, ou por ser denso, ou por ser complexo, ou por estar escrito em língua estrangeira, ou por ser um livro extenso... Nada disso. Mas por testar a minha paciência! e não à toa devo ter lido uma meia dúzia de outros livros paralelo a este.
Não só válido demais o argumento, essa busca por um um irmão fictício (ou não), como as passagens do livro mais pé no chão, mais realistas no limite do que se propõe o livro, autobiográficas no tom até, feito conduziram Ciccio esses anos todos ao longo da história realmente me levaram páginas e páginas adiante como que a me arrastar pelo braço. Coisa fina, precisa, fluida, objetiva ainda que sutil como me apetecem as letras das músicas do artistas que me são conhecidas. Também maravilhosas as observações à ambientação, as citações, referências a outras obras escritas e musicais que certamente ouvirei; a progressão dos anos rumo ao ar mais pesado da Ditadura Militar.
Mas os trechos do livro em que essa obsessão flerta com uns devaneios fetichistas que um tanto de terapia teria resolvido em relação ao irmão presente e ao pai... Becos que a meio caminho já enxergava sem saída, ilusões de grandeza do personagem que de jeito nenhum fazem jus a promessa de amálgama da fantasia com realidade. Gordura da grossa, que me retardou pra cacete a leitura. TOTALMENTE DIFERENTE de como se elabora a ansiedade dele em relação a ansiedade da mãe, nas últimas, acerca do esposo e de Mimmo...pra citar um exemplo.
Vale a leitura? Vale sim por ser Chico Buarque, e para nos mantermos atentos à cadela sempre no cio. Mas certas partes do livro só me desceu, do livro físico à leitura digital, sob muita paciência e muito esforço. Sob uma obrigação.