Taipsoares 27/10/2021
Dragões, elfos e Eragon
Aaah como eu amo uma fantasia bem escrita. Eragon conta a história do garoto que dá nome ao livro, e que um belo dia encontra um ovo de dragão. Quando esse ovo eclode, Eragon e seu dragão fêmea, Saphira, precisaram enfrentar os perigos do mundo em que vivem.
Sim, esse livro tem como principal artificio de enredo a tipica jornada do herói, e tá tudo bem, tudo depende da forma como autor constrói isso. Ao longo desse livro nós vamos acompanhar o Eragon que tem 15 anos e é um personagem com que eu tive um relação de amor e quase ódio, que tem seus momentos de altos e baixos, de teimosias, de achar que sabe de tudo, de pensar que está certo sempre, de tomar decisões impensadas, que é impulsivo. Por outro lado ele tem os momentos que é mais cauteloso e aprende com seus erros, que ouve mais do que fala e questiona, momentos em que ele reflete sobre seus princípios. Porém a maioria das atitudes que ele tem são justificáveis, quando a gente considera que o Eragon tem 15 anos que vivia em uma fazenda com seu tio e primo, de repente se viu no meio de um trama que envolve as politicas do império e as inúmeras consequências do passado de Alagäesia, se envolve no meio de uma guerra quando Saphira o escolhe. Ele é um garoto que precisa lidar com o fardo e a responsabilidade de ter não apenas o seu destinos em suas mãos, mas de milhares de outras pessoas e isso leva a escolhas difíceis, mas que herói não tem que te fazer escolhas difíceis? Esse é o herói que eu gosto de ler. Ele não é perfeito. A jornada do herói é sobre pelo o que você luta e até onde está disposto a ir pelo que acredita.
A Saphira é disparada a minha personagem favorita. Adoro o humor ácido dela, e todas as "cutucadas" que ela dá no ego do Eragon. Ela é perfeita. Gosto muito da conexão que ela tem com Eragon e a forma como isso foi construído ao longo das 460 páginas . Ela também tem suas questões para lidar, já que por enquanto ela é a única Dragão viva. Coisas são esperadas dela. A Saphira é um Dragão de 6 meses com sente de uma idosa, melhor que isso pra mim, não tem.
Por falar em dragões, Christopher Paolini desenvolveu muito bem o universo e a mitologia na história. É um livro de muitas andanças, os personagens fazem muitas viagem, e durante elas a gente não fica só naquela de saber como é a paisagem. Paolini aproveita isso para mostrar para gente o universo que ele está criando, e nós vamos aprendendo sobre magia, dragões, elfos, sobre o passado do Império e dos Cavalheiros de Dragões junto com o Eragon. Isso me fez gostar mais ainda da história.
A própria forma como a magia é abordada no livro é muito interessante. É tido como algo perigoso, que pode matar que a usar sem prudencia (próprio Eragon sente isso na pele), que tem seus limites. Toda essa questão de que ao saber o idioma antigo, você sabe o nome real das coisas e passa a ter domínio sobre ela é abordado de uma forma que eu tinha visto em outro livros, mas não tão intensamente e se tornando tão importante quanto aqui.
Obviamente, todo herói tem um mentor. O do Eragon é o Brom, que tem muitos segredos (como praticamente 80% dos personagens). Esse personagem me lembrou muito o Gandalf de Senhor dos Anéis, o que significa que eu amei ele. Depois da Saphira, ele é meu segundo personagem favorito e o que me fez chorar. Brom tem muito conhecimento para dar ao Eragon e suas 12322 perguntas sobre tudo, e pra gente também afinal ele viveu muito tempo.
Arya é uma personagem que certamente vai ser mais explorada nos próximos livro, principalmente a relação dela com o Eragon e o papel dela nas tramas politicas e na rebelião contra o Império, algo para o que estou ansiosa, porque eu gostei muito dela aqui já.
Para um primeiro livro, escrito por um autor quando tinha 15 anos, Eragon me surpreendeu, por incrível que pareça e é uma das melhores fantasias que já li ao longo dos anos. Os 3 capítulos deixam uma brecha para os próximos livros e foi um bom final na minha opinião. Deixa aquela famigerada pulga atras da orelha.