Crônicas Fantásticas 20/10/2020
Guerra dos Fae – Crianças Trocadas
Guerra dos Fae – Crianças Trocadas
Resenha por Ana Oliveira
Título: Guerra dos Fae – Crianças Trocadas | Autor: Elle Casey | Editora: Geração | Gênero: fantasia | Páginas: 288 páginas | Ano de publicação: 2013 | Nota: 4,0/5,0
Há alguns anos, acho que em 2010, eu fui apresentada ao termo “fae” por uma série canadense chamada “Lost Girl”. Conta a história de Bo, um súcubo que decide não se aliar nem aos fae da luz nem aos fae das trevas, tornando-se assim a única na história – da série – a ser neutra na eterna luta da luz contra as trevas.
Tendo em vista esse histórico com o termo, conheci o livro de Elle Casey. Como eu tinha pouco conhecimento sobre o assunto, achei interessante ler para conhecer como a autora colocava esses seres.
Antes de continuar, deixa eu te contar uma coisa. Os fae são um povo basicamente mágico. Assim como em “Lost Girl”, em “Crianças Trocadas” qualquer pessoa com poderes sobrenaturais é considerada um fae, seja um vampiro, um lobisomem, um súcubo ou uma fada, propriamente dito. Por algum tempo eu achei que fae eram só as fadas, mas estava enganada.
Voltando ao nosso livro, em “Crianças Trocadas” conhecemos Jayne e seu inseparável amigo Tony. O início do livro nos deixa com uma impressão esquisita de “mais um livro adolescente”, pois somos levados pela rotina da mocinha que vive com a mãe, frequenta um colégio que não gosta e tem que aguentar as gracinhas dos colegas e do namorado da mãe. Além disso tudo, Jayne é do tipo que não leva desaforo para casa e encara tudo com muita coragem e uns bons palavrões. Acaba que, apesar de uma rebeldia que talvez nem todos tenham, muitos se identificam, pois quem nunca teve problemas na adolescência que queime a primeira página.
Diante dos problemas, Jayne, incentivada por seu amigo Tony, resolve fugir (e ele também vai com ela, claro). Eles fogem para Miami, e como o plano de Tony só ia até chegar lá, eles ficam sem ter como comer e onde ficar. Até que são acolhidos por um rapaz que vive em condições semelhantes com outros jovens. Daqui para frente eles formam meio que uma família disfuncional que se supre da maneira que pode.
Até aqui nada de mais, podia até ser um livro de romance sem nenhum pingo de fantasia, e isso me incomodou um pouco, pois é praticamente um terço do livro nessa introdução, que hoje sei que era necessária. Um dos meninos do grupo, quando volta no final do dia com seus trocados, mostra um panfleto de uma empresa que busca voluntários para um teste físico. Ao final do teste, cada um receberia uma quantia boa de dinheiro, que poderia ajudá-los a sobreviver por um bom tempo. Assim, toda a trupe do barulho topa ir lá e fazer o tal teste.
As coisas começam a ficar interessantes desse ponto em diante. Um clima de conspiração se instala. Nem todos do grupo passam pro estágio do teste físico propriamente dito – o que vai dar o dinheiro –, e Jayne e Tony vão passando teste por teste, até o último, que consiste em serem levados até uma ilha esquisita e pendurar bandeiras em locais específicos. Não é uma competição. Todos podem ganhar o dinheiro, mas coisas violentas acontecem na floresta da ilha, e somos apresentados a seres mágicos de diversas raças e formas: os fae.
E sim, caro leitor, existe uma guerra acontecendo entre a luz e as trevas. Eles estão recrutando jovens fae de todos os lugares… Talvez Jayne e Tony sejam fae e não saibam… Talvez estejam ali por puro acaso… Se você fosse um fae, qual seria? Seria da luz ou das trevas? Infelizmente, em “Crianças Trocadas” não temos fae neutros… Talvez nunca teremos…
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