Jônatas Rafael Garpin 23/01/2022
Em "Passarinha" conhecemos Caitlin e seu mundo preto ou branco (captou o sentido?) Caitlin tem dez anos de idade, autista, que tenta captar o sentido após o dia em que a vida desmoronou de uma forma extremament/e cruel: a morte de seu irmão mais velho, Devon que sempre foi o seu porto seguro, quem explicava e mostrava o certo e o errado, que sempre a guiou pelo mundo, quem sempre trouxe cor. Seu pai, devastado, não para de chorar e ela não entende bem o que se passa. Tendo dificuldades de se relacionar, Caitlin recorre aos livros e dicionários e, após ler a definição da palavra ?desfecho?, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam e vai em busca de um desfecho. Dias após dia, ela busca novos rumos, sua psicóloga sempre incentivando a fazer amigos, seu pai sempre devastado, e aos poucos, vamos entendendo o que aconteceu com o seu irmão.
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Estar na mente de Caitlin é algo fascinante, pois permite se colocar no seu lugar com outra percepção de mundo. Um dos questionamentos da personagem que mais mexe com o leitor é a dificuldade dela de entender o porquê de as pessoas a tratarem diferente ?só porque o irmão dela morreu?. Ela não conhece empatia, a morte para ela é muito objetiva, e o fato dela falar sobre o irmão no tempo presente é um soco no estômago. Caitlin nos ensina, comove, toca lá no fundo do nosso coração.