House of Chick 13/10/2013
No primeiro livro da trilogia de mesmo nome, “Olho por Olho”, conhecemos as três protagonistas (e também as vozes da história, já que o livro é narrado em primeira pessoa por cada uma delas em capítulos alternados), Kat, Lillia e Mary, moradoras da Ilha Jar. Elas são pessoas bem diferentes, que vivem em círculos (ou não) de amizade distintos, mas que estão igualmente insatisfeitas com as ações de terceiros que acabaram afetando suas vidas de forma direta ou indireta.
Kat é a garota de cabelos castanhos da capa, revoltada com a vida e com tudo e todos, e cansada de sofrer bullying. Ela tem amizade apenas com seu irmão e os amigos dele, e Kim, uma garota mais velha que trabalha num bar fora da ilha em que elas vivem. Fuma bastante, usa roupas escuras e tem um “relacionamento amoroso” escondido com um dos riquinhos playboyzinhos da ilha.
Lillia é a asiática (acho que coreana) da capa, patricinha, ela se mudou para a ilha depois de passar vários verões curtindo o local e logo se tornou membro da turma dos populares, além de ser líder de torcida. Passou por uma situação desagradável em uma festa e quer tentar, a todo custo, fazer com que sua irmã mais nova não passe pela mesma coisa que ela.
E Mary é a loira, que está centralizada na capa, mas de principal, na história, ela não tem nada. Ela morava na ilha quando mais nova e, depois de alguns eventos traumatizantes que foram desencadeados por um morador do local, ela perdeu toda a sua autoestima e saiu da Ilha Jar. Agora ela está de volta para morar com sua tia artista, na casa em que viveu sua infância, e tentar dar um fechamento ao seu passado para seguir em frente.
Agora, as três meninas, depois de novos acontecimentos, resolvem se unir escondidas para planejar vinganças contra aqueles que as fizeram mal (direta ou indiretamente) e que precisam pagar por isso. Essa não é uma história de bondade, de seguir em frente, é uma história sobre o certo e o errado e uma maneira de consertar o que precisa ser arrumado. É uma história de vingança.
Eu amo essa capa (capas com pessoas são minhas preferidas), e desde o momento em que coloquei os olhos nela, sabia que precisava tê-lo. Depois de ler a sinopse, tinha certeza de que tinha que ler esse livro o mais rápido possível, então, assim que o recebi, ele pulou na frente na minha fila de leituras. Só que, infelizmente, minhas expectativas não foram alcançadas e acabei me decepcionando, porque esperava muito mais dele.
Primeiramente, pela ideia do livro e pelas palavras usadas na sinopse, e até com essa capa que passa meio um ar de mistério, acabei pensando que a narrativa seria mais envolvente, que a trama seria algo mais sombria, mais elaborada, mas é bem leve e até banal. Não que eu quisesse coisas terríveis acontecendo, mas queria sentir que as vinganças valiam a pena, só que não foi isso o que encontrei.
Claro que no final sabemos que suas atividades vingativas poderão (nos próximos livros) chegar a consequências irremediáveis e proporções além do esperado, até mesmo trágicas. E não sei o que esperar disso, só espero que uma coisa não se concretize, mas ainda assim queria encontrar algo diferente do apresentado no livro, mais intenso.
Também senti falta de aprofundamento na história em si e nos personagens. Não acho que deu para conhecê-las tão bem a ponto de torcer para que seus planos dessem certo (ou não), nem me senti ligada a elas, apesar de ter gostado um pouco mais da Kat. Além disso, quase não conhecemos a Mary, os capítulos dela são muito pequenos, na maioria das vezes, e bem superficiais, somente em um ou dois momentos é que realmente a conhecemos melhor e até senti pena dela, queria consolá-la e fazer com que tudo ficasse bem, mas em seguida o momento passava e não sentia mais nada. Não porque sou fria (estou longe, muito longe disso), mas por conta da falta de ligação que tive com a narrativa e as personagens.
Já li livros das duas autoras, mas inicialmente só me lembrei da Siobhan Vivian, talvez por seu nome diferente. Mas, depois de ter terminado a leitura, uma luz se acendeu na minha mente e fui descobrir que também conhecia Jenny Han e, infelizmente, não gostei muito dos livros de cada uma delas individualmente. Se vocês quiserem ler as resenhas deles basta clicar nos títulos: “Não sou este tipo de Garota”, de Siobhan Vivian e “O verão que mudou minha vida”, de Jenny Han. Então, se tivesse pensado nisso antes, talvez minhas expectativas estivessem um pouco menores.
Acho legal que a parte física das personagens realmente lembram as modelos da capa, coisa que não acontece sempre, e que eu acredito que deveria ser obrigatório. A parte impressa também está linda, com verniz localizado no título e nomes das autoras. As páginas são amareladas e a fonte está enorme, ótimo para quem tem dificuldade em avançar na leitura quando as letras são pequenas.
No final, a trama na verdade é cortada no auge e ficamos sem saber o que vai acontecer em seguida, e eu adoro essa sensação, só acho que podia ser melhor porque essa foi justamente a parte mais intensa do livro inteiro, então gostaria que fosse mais explorada agora.
Essa história me lembrou muito de outra, “Karma Club”, de Jessica Brody, que também é voltado para um público mais jovem e que busca vingança, no caso na forma de Karma, e, comparando os dois, gostei mais de Karma Club.
Apesar de não ter amado, vou, sim, querer ler os próximos livros dessa trilogia para saber como as coisas vão ficar e se a trama vai acabar amadurecendo. E vou torcer para encontrar respostas positivas para minhas próximas expectativas.
Resumindo, apesar da leitura fluida, acho que realmente faltou desenvolvimento e profundidade. Elas tinham uma ótima ideia, só não souberam utilizá-la tão bem em minha opinião, já que a história não conseguiu me conquistar tanto mesmo com a minha empolgação inicial.
Mas indico a leitura para os mais jovens ou quem curte títulos desse estilo, pois esse é um livro bom, que não foge da proposta, e acho que a leitura vale a pena para passar um tempo e se divertir de forma leve, além de ensinar uma lição de que cada uma de nossas ações pode resultar em reações inesperadas e até ruins, então temos que ter cuidado com o que desejamos e o que vamos fazer para chegar a isso, principalmente quando envolvemos outras pessoas.
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