Antes de Nascer o Mundo

Antes de Nascer o Mundo Mia Couto




Resenhas - Antes de nascer o mundo


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Vibs 01/02/2022

Início de capítulo
?Não chegamos realmente a viver durante a maior parte de nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos de existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências.? -Pg. 115
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Duda 26/01/2022

Antes de nascer o mundo, Mia Couto
Mia Couto, um dos maiores escritores africanos do século XX, foi o meu primeiro passo na literatura moçambicana. Ele tem, atualmente, cerca de 30 livros publicados, e suas obras são lembradas por duas de suas grandes marcas: a narrativa não se altera em suas obras, contamos com uma linguagem carregada de poesia e as metáforas são tantas, que torna difícil diferenciar o real da fantasia, individualizando sua escrita. Moçambique é quase transformado em personagem nas mãos de Mia, a relação do autor com sua terra o faz produzir enredos inesquecíveis.

Na história de Antes de nascer o mundo, uma família se auto-exila na savana moçambicana. Silvestre Vitalício, o patriarca da família e responsável por esse ?novo mundo?; o Tio Aproximado, que mora ?do outro lado? e abastece os mantimentos para Silvestre; e Zacaria Kalash, o servo e ex-militar, são os personagens que conhecem o motivo da tentativa de escapatória do homem, deste mundo que tanto lhe causou sofrimento. Os outros dois, são os filhos do patriarca: Mwanito e Ntunzi. Completamente solitários, ali criam uma nova sociedade formada por cinco homens, um novo mundo batizado como Jesusalém. Mas não só o endereço dessa família foi modificado, como também a fé: nesse novo mundo, aguardam a descrucificação de Jesus. Todos ali são rebatizados enquanto esperam Deus voltar e pedir perdão por toda tristeza causada à sua família e terra. E para isso, há uma cruz na entrada da vila isolada.

Para Mwanito, narrador da história, não há vida além de Jesusalém. Carrega em sua bagagem de vida a trágica perda da mãe, o convívio com um pai enigmático e um irmão revoltado cujo maior anseio é estar de volta à civilização. Ao longo da leitura e conforme o crescimento dos personagens, é questionado: Por que eles estão ali? O outro lado do mundo realmente acabou? O que aconteceu? Retornarão, um dia, ao "outro lado"? Os filhos de Silvestre vivem ávidos em busca de respostas, e o leitor também.

Mia Couto é um autor para aqueles que não se contentam apenas com entretenimento. Uma obra que supera o desespero e resgata a esperança.
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Alisson 27/12/2021

O livro é bem filosófico, cheio de reflexões e apesar de são ser o meu estilo de leitura gostei bastante do enredo.
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Thalita.Romolu 29/10/2021

O livro é bem reflexivo, filosófico e triste.
A reclusão dessa "família" e as loucuras que se passam em Jesusalem, envolvem um mistério sobre a mãe dos meninos que me despertou muita curiosidade, mas ao mesmo tempo muita revolta. A culpa cega muito mais que o amor.
Não foi um livro que me agradou tanto por não ser muito meu estilo. Achei um pouco parado, apesar de ser bem escrito e com uma história bem interessante.
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esquadroz 24/08/2021

"Foi tua mãe. Foi ela quem te ensinou a amar. Dordalma esteve sempre aqui".

Essa foi sem sombra de dúvidas uma das minhas leituras prediletas. Esse livro me introduziu ao mundo sensível, e ao mesmo tempo provocativo, de Mia Couto e serei sempre grata.
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Alessandra 12/08/2021

Muito poético
Que estória mais surpreendente!
A linguagem poética ajuda a tornar a leitura cheia de boas surpresas.
Coisas lindas como " nunca há terra suficiente para se enterrar uma mãe " vão recheando o livro e arrancando suspiros.
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Mari 25/07/2021

Meu segundo favorito? ? Esse autor é maravilhoso, uma delicadeza e lirismo em escrever as cenas que prendem nossa atenção. Uma história muito louca sobre um pai que isolou os filhos do mundo e criou uma realidade própria em um acampamento, mas a curiosidade e revolta das crianças acaba sendo despertada pela chegada de uma mulher do mundo ao lugar. Poesia pura! história linda, moçambicana, sobre família; perdão; descobertas sobre relações de afeto e um suspense que me surpreendeu muito no final! Um livro que li sem expectativas, para fazer a prova da UERJ e virou muito importante pra mim. Procurando aleatoriamente algo que marquei, achei: ?As balas esquecemos, as guerras não.? ???
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Thalita 24/03/2021

Intenso e real
Eu já era apaixonada pelo Mia Couto por seu trabalho acadêmico (ele é biólogo assim como eu e escreve também sobre ciência) e Antes de nascer o mundo foi a primeira obra literária dele que li. Não preciso dizer que foi a melhor experiência de leitura que tive em anos e talvez uma das melhores da minha vida.

Como fugir de algo que está preso em você e em suas memórias? Mia Couto exemplifica bem a impossibilidade desse cenário: aquilo que te assombra, te persegue em qualquer lugar, até mesmo em Jerusalém.
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Thiene Morais 15/02/2021

Muito intenso, gostei bastante.
- Pai, a mãe morreu?
- 400 vezes
- Como?
- Já vos disse 400 vezes: vossa mãe morreu, morreu toda, faz de conta que nunca esteve viva.
- E está enterrada onde?
- Ora, está enterrada em toda parte.

Esse diálogo entre o garoto Mwanito e seu entristecido pai, num confim perdido na Savana de Moçambique, beira o fantástico para descrever o destino das almas desgarradas que protagonizam esta história.

É de uma simplicidade estarrecedora as condições de vida de cada um ali. Mas de uma complexidade absurda a forma em que é expressada o algar em que eles se vêem. Dá para sentir na alma as expressões, a posição em que cada um tem consciência de estar.

O livro, conta a história de 5 moçambicanos: Mwanito, Nitunzi, Silvestre Vitalício, Zacharias e Aproximado. Eles foram viver numa terra que Silvestre denomina Jerusalém. Silvestre diz a todos que o mundo acabou, anulando o passado e em busca de um futuro improvável. E neste caminho, resta apenas Jerusalém para habitar, e ela é uma terra inabitável.

Até que chega ali uma Portuguesa chamada Martha que transforma a vida de cada um de uma maneira diferente e sai também transformada.

O livro é em si, cheio de devaneios e delírios, profundos e enigmáticos.

No diário, Martha escreveu:
"Escrevo sem ter nada o que dizer. Porque não sei o que te dizer do que fomos. É nada tenho para te dizer do que seremos. Porque sou Como os habitantes de Jerusalém. Não tenho saudade, não tenho memória: meu ventre nunca gerou vida, meu sangue não se abriu em outro corpo. É assim que envelheço: evaporada em mim, véu esquecido em banco de igreja".

Esta história me tocou demais. Gostei muito do enredo e da escrita fluida do Mia. Escritor que tem uma serie de prêmios literários entre eles Camões.

Indico demais a Leitura, mas confesso que não leria novamente devido a sua profundidade e intensa reflexão em que fiquei pós leitura. Mas, com certeza, ele precisa ser lido pelo menos 1x na vida ?
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Jrdncst 27/01/2021

Um dos melhores livros que já li. Ótimo para iniciar a literatura moçambicana. Mia Couto trabalha muito bem com as palavras e faz um obra fenomenal ao descrever o íntimo de cada personagem. Nunca encontrei palavras para capazes de descrever tudo o
que eu senti ao ler esse livro. Sem dúvidas, é uma experiência única para cada leitor. Então, apenas leia, e saberá do que eu estou falando!
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Jugirassol 21/01/2021

"A vida não foi feita para ser pouca e breve. E o mundo não foi feito para ter medida."

E eu que não conhecia esse autor, me encantei com sua prosa poética própria e original, uma literatura leve e ao mesmo tempo surpreendente.
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Bruna.Machado 15/01/2021

Muito bom (como todos do Mia Couto)! Me surpreendi em vários momentos que nem esperava.
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L1teralmente 11/08/2020

O livro "Antes de nascer o mundo" foi publicado em 2009 e faz parte da literatura moçambicana de Mia Couto. A obra que é repleta de críticas sociais, reflexões e metáforas, narra a história de Mwanito, um menino que cresce em Jesusalém (cidade inventada por seu pai), sem contato com o mundo exterior e acredita ser um dos últimos sobreviventes da humanidade. No entanto, esse isolamento é rompido com a chegada da portuguesa Marta, que em busca de seu marido, acaba com toda a estabilidade do vilarejo revelando que apesar do que diz Silvestre Vitálicio, a humanidade continua existindo.

A narrativa abrange diferentes questões sociais, psicológicas e metalinguísticas, dissertando sobre a guerra, a manutenção do machismo na sociedade, a busca por encontrar a sua própria identidade, a perda, o sofrimento e o papel da língua na formação do indivíduo. Porém, o que mais me surpreende no livro é a forma como o autor sobrepõe às questões individuais aos fatores externos, a partir de um texto poético e místico (repleto de metáforas e coisas inexplicáveis), o que faz essas críticas serem ainda mais complexas e atuais.

"Antes de Nascer o Mundo" é um livro repleto de perguntas e questões indispensáveis. Assumo que página a página o livro foi me conquistando e me fez refletir sobre coisas que nunca havia imaginado, de uma forma extremamente fácil e prazerosa.

É uma produção daquelas que devemos ler com o coração, sentir cada emoção e entrar de corpo e alma na história. É um livro que busca (consegue) falar sobre a humanidade, Mia Couto, conta como ela surge, se comporta e como termina, trazendo consigo uma grande lição (que pretendo levar para a vida):

"O mundo termina quando já não somos capazes de o amar
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Geórgia 24/07/2020

O mundo termina quando já não somos capazes de o amar.
?Porém, se temos que viver na mentira que seja na nossa própria mentira. Afinal, o velho Silvestre não mentia assim tanto na sua visão apocalíptica. Porque ele tinha razão: o mundo termina quando já não somos capazes de o amar. E a loucura nem sempre é uma doença. Por vezes, é um acto de coragem. O teu pai, caro Mwanito, teve essa coragem que nos falta a nós. Quando tudo estava perdido, ele começou tudo de novo. Mesmo que esse tudo aos outros parecesse nada. Eis a lição que aprendi em Jesusalém: a vida não foi feita para ser pouca e breve. E o mundo não foi feito para ter medida.?

O mundo acabou e agora se resume aos cinco homens habitantes de ?Jesusalém?, a terra onde Jesus haveria de se descruscificar. A razão do apocalipse: a morte de Dordalma, mãe do narrador Mwanito. A história desenvolve-se a partir de sentimentos mal elaborados, luto, busca por identidade, misóginia, curiosidade de existir e uma angústia pelo desconhecido. Silvestre desejava esquecer o seu passado e , por loucura ou lucidez, queria expandir esse esquecimento aos seus pares, mas só ele compreendia as dores de sua alma. Apesar dos esforços de Silvestre para refugiar os cinco em Jesusalém, a barreira é rompida e o mundo - que acabou para ele- insiste em nascer para seu filho Mwanito, uma criança sem passado que só conhecia o mundo que o pai criou.

A escrita poética de Mia Couto é mágica por si só e já torna a leitura válida por ser uma preciosidade em português, as poesias nos inícios de cada capítulo (a maioria de Adélia Prado e Hilda Hilst) complementam a leitura e trazem mais sentimentos à experiência.
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Madu 08/07/2020

Quase uma experiência de contemplação...
Se existe um livro que PRECISA ser lido, é Antes de Nascer o Mundo, do escritor e também poeta moçambicano, Mia Couto. Ele conta a história de um pai que se refugia com os filhos em um lugar remoto, após um grande acontecimento. Um dos motivos que tornam esse livro tão especial é a narração, a partir do ponto de vista de uma criança que, literalmente, cresce diante dos nossos olhos. Por conta disso, cada situação na obra é observada de uma maneira diferente, como se por uma lente de inocência e ingenuidade, embora sempre de maneira poética.
?Uma terra é nossa como uma pessoa nos pode pertencer: sem nunca dela tomarmos posse.? - pág, 84.
É impossível terminar essa leitura sem levar algo de um dos diversos personagens tão bem construídos. Antes de Nascer o Mundo é um daqueles livros que tem o poder de mudar você, de alguma forma.
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