spoiler visualizarBlue1 18/04/2023
Cam conseguiu nos fazer sentir fome de quem ele é
No começo brotou um leve desgosto que foi desabrochando com o passar das páginas por quê achava o Cam um adolescente perverso que só ligava para o físico das garotas, por tantas folhas pensei que ele era só isso, e que o livro seria isso, um garoto na puberdade secando garotas bonitas. Mas como é bom estar enganada. Capítulo por capítulo e essa imagem que tinha surgindo foi morrendo como uma flor que não se rega, e que bom que morreu. Cam, de fato foi por alguns capítulos um perverso, mas, sejamos sinceros, que garoto, não é? É chato? Sim. É desconfortável? Demais. Mas é fato. E ver a mudança dele, o desabrochar do verdadeiro Cameron fez renascer aquela planta que jazia em meus pensamentos e agora floresce com o decorrer da história a sua verdade e cresce com sua fome como uma planta. Ou melhor, como um cachorro que tem fome.
Foi na página 99/100; naquele momento a gente, leitor, consegue ver o crescimento pessoal do personagem, que coisa, que coisa magnífica, que fome triste tão necessária. Por tantos momentos de humilhação ver se exaltando de suas palavras uma avalanche de Cameron, o que posso dizer se não isso? Eu quero escrever um palavrão por quê as vezes acredito que só as palavras de baixo calão pode demonstrar o que queremos dizer sem precisar dizer muito. Foi do C****** mesmo (vocês me entendem né?). Se nunca te aplaudi Cam, que hoje, faço de todo um magnífico aplaudir desses de grades apresentações os meus aplausos para você. É como você mesmo disse, que o aplaudi é uma das coisas mais nobres que os seres humanos fazem com a mão e com enorme nobreza e admiração eu te aplauso.
O livro em si é, um bom livro, fácil de se ler, mas, levo comigo algumas incógnitas que sinceramente não consigo imaginar se foi proposital ou só falta de informação. Por que Cameron referia-se a sua mãe como Sra. Wolfer? Juro não recorda de ter visto ele se referindo a ela como mãe mais de uma vez; Outro ponto, quantos anos ele tinha??? Lembro que foi mencionado escola no início da história, mas depois não se tocou mais nessa area de sua vida, até pensei que tinha interpretado errado e que ele não mais estudava, até ser citada a palavra novamente. Entendo que o livro não tem foco nenhum nesse âmbito. Mas como não cita a idade do menino. Na verdade, de ninguém né. Esse ponto foi realmente difícil para mim, sabe aquela frase ? a primeira impressão é a que fica?? Pois para mim é ? A primeira imaginação é a que fica?. Eu não consigo desimaginar algo, logo de início imaginei um adolescente de 12/13 anos e depois parecia já ter mais idade, mas a minha cabeça já tinha imposto que Cam era um menininho. Ai já era.
Algo interessante na história toda, é ver que não fica somente nos clichês e momentos bons do amor. O livro foca de fato no Cameron, e não apenas na história dele com Octavia, na verdade, agora que escrevo, que penso, a história que lemos só foi (possivelmente) possível por causa da Octavia, afinal, se não fosse ela, Cam talvez nunca mataria sua fome. A Octavia no fundo foi quem ajudou a abrir caminho para a cidade, para as ruas e becos onde Cam escreve.
O livro tem diversos momentos tão... Saborosos, e não tem outra palavra se não essa, você devora as palavras como alguém que necessita daquilo, e saber quem diz as palavras ou as quem a direciona só faz ficar mais deliciosa. Cameron consegui nos fazer sentir fome de quem ele se mostrou ser. De quem ele era no seu mais obscuro e fundo beco.