13marcioricardo 17/03/2022
Denúncia dos camaradas e suas revoluções.
A Revolução dos Bichos é um livro que denuncia os crimes e a conduta dos regimes comunistas. Mas como o comunismo é uma utopia, na verdade trata do socialismo. Os animais de uma fazenda se revoltam com o proprietário humano e o expulsam, regendo eles próprios a partir de então.
O socialismo prega a igualdade, mas a igualdade só existe na cabeça dos tolos. Por isso, na realidade, todos os regimes socialistas funcionam do mesmo modo. Luxo e ostentação para os líderes, boa vida para os seus camaradas de partido, forças de segurança e aliados, e depois, para todos os outros, muita labuta e meio prato de arroz. Isso está muito bem explicado nesta obra.
O porco Napoleon é o ditador da estória. Dificilmente se poderia arrumar um animal mellhor para representar os Chavez, Maduros, Fidel Castros e outros desta vida.. Estabelece as regras da igualdade para todos, mas como sempre, logo vai alterando essas mesmas regras como lhe convém.. É cultuado como um deus na terra, ou seja, tudo lhe devem e nada ele deve. Tudo o que de bom acontece é por sua causa, e tudo o que de ruim surge é conspiração contra ele. Aniquila seus concorrentes, força a confissões falsas através da tortura e executa quem lhe atrapalha.
Nietzsche e outros grandes homens estabeleceram a importância de pensar pela própria cabeça. Assim qualquer pessoa que concorde a 100% com as ideias de algum grupo, seja ele qual for, é alguém que não pensa por si mesmo. Assim é com os partidos políticos, com as religiões ou com esses movimentos da modinha. Neste aspecto, a obra também é duplamente feliz e demonstra como é difícil alguém pensar e mudar algo quando a maioria são ovelhas. Se fosse só no livro seria menos mal, mas o que mais tem neste mundo são ovelhas de duas pernas, balindo.
O cavalo que sempre dá razão ao chefe e que sempre trabalha mais do pode representa os degraçados dos gulags e dos escravizados. Enquanto são úteis ficam nos trabalhos pesados, quando não, se abatem.
Muitos outros crimes são aludidos, inclusive o canibalismo e infantícidios que se verificaram na Ucrânia devido aos horrores do holodomor. Mas outros ficaram por denunciar, talvez porque o autor não chegou a ter conhecimento deles ou foram posteriores à sua vida, tais como a perseguição a cristãos e judeus, o genocídio de ciganos na Roménia ou de albaneses no Kosovo, a organização de redes de tráfico de drogas em toda a América ou o financiamento do terrorismo em todo o mundo com suas armas.
O livro é ótimo para quem não tem ou não quer palas nos olhos. Dá para ver bastante bem como as pessoas são facilmente vítimas de lavagem cerebral. Básico, mas essencial; muito mais haveria por dizer.