Victor
18/01/2010Parece que, de acordo com o fluxo da estória, David Gilmour começa a escrever menos como um crítico de cinema e mais como um romancista. É como se, de quando em quando, ele visitasse as primeiras páginas e percebesse o que estava faltando. Ou como alguém que tenta entrar numa piscina num dia de inverno, que primeiro encosta o pé na água, depois afunda até as canelas e, minutos mais tarde, está dando saltos mortais para a parte mas funda.
Creio que as pessoas que não gostaram do livro deixaram a decepção de não encontrar a sugerida profundidade sobre o assunto "filmes" turvar a simplicidade da narrativa (sem ser fraca) e o divertimento que ele é capaz de proporcionar. Eu mesmo achei que iria encontrar longas análises sobre alguns de meus filmes favoritos, mas me contentei com os breves comentários, comparações com a vida real e atenções a detalhes descritos por Gilmour. Afinal de contas, pra buscar referências MESMO, existem livros mais específicos como o próprio "1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer". Sendo assim, "O Clube do Filme" é como comprar uma bala de morango e sentir gosto de framboesa. Não é o que você de fato esperava, mas é bem parecido e você acaba aproveitando sem ficar insatisfeito. Aliás, o livro é doce como a própria bala.