Veronica.Bazoni 06/04/2013A história começa no dia em que Pat sai da clínica, que ele chama de “lugar ruim” e vai para a casa dos pais. Aos 34 anos, Pat tem obsessão por exercícios físicos e por sua ex-mulher Nikki, que ele quer reconquistar, pra terminar o que ele diz ser um “tempo separados”.
A mãe faz tudo para ele melhorar; o pai prefere se enclausurar em seu escritório a lidar com o filho problemático em casa. A conciliação entre ele os dois só começa quando se inicia a temporada de futebol americano e a torcida pelo time preferido de Pat e de seu irmão o aproxima das pessoas, como seu pai e um de seus amigos. Os trechos referentes ao esporte podem parecer pouco interessantes no início, mas logo se percebe que esses momentos são parte de quem Pat é, e são importantes em seu processo de recuperação.
Por meio de um de seus amigos, Pat conhece Tiffany, uma jovem viúva também bastante problemática, com o inconveniente hábito de jogar verdades na cara das pessoas sem muita cerimônia.
Nada é fofo e cor-de-rosa no “romance” que surge ali. É diferente, inusitado, nascido das perdas e dores enfrentados por ambos. Nem por isso é uma narrativa de sofrimento forçado e exagerado. O livro traz uma história tocante, sem ser melosa. Adoro isso. É interessante, pra não dizer comovente, ver Pat insistindo em ver o lado bom da vida e tentando se tornar uma pessoa melhor, ainda que pelos motivos errados. Se os nossos motivos parecem ser mais certos que os dele, por que não tentamos o mesmo? Eu me pergunto...
Há certa aura de segredo em torno do que de fato aconteceu entre Pat e a mulher, que culminou no divórcio. Insinuações ao longo da narrativa levam-nos a entender que a esposa deve ter tido sua parcela de culpa. A “explicação” de tudo não chega a ser tão surpreendente assim (e nem precisa ser, já que não é um livro de mistério). O que é diferente na história de Pat é seu próprio ponto de vista, sua forma de entender – e de não entender, muitas vezes – a vida. Gostei muito.