Bit 20/01/2021
Escolhas e consequências
O Lorde Supremo, último livro da trilogia do mago negro, faz uma continuidade a história cada vez mais emocionante, repleta de intrigas, mistérios, inimigos, aliados, magia, segredos, revelações e aventuras, de Sonea, a aprendiz de maga que há um tempo atrás, se descobriu possuir um grande potencial a magia, mas por sua origem das favelas, é rejeitada pelo clã, mesmo que este tenha aceitado-a e prometido ensiná-la a utilizar magia. Neste último volume, Sonea continua seus estudos como aprendiz enquanto se depara com um dilema que mudará definitivamente seu posicionamento no clã e sua vida, ao ser reivindicada como protegida do lorde supremo Akkarin. Este livro nos faz questionar sobre o que é o mal e o bem, se a magia em sí pode ser má e obscura, ou se o mago que a possui faz dela assim, o que é certo e errado, e até que ponto se pode atravessar esses limites estipulados por si ou a sociedade, e até que ponto o ser humano pode estar disposto a ir para proteger quem ama; será que algo continua sendo mal, mesmo quando é utilizado nas melhores das intenções? Matar alguém é aceitável quando se torna a última forma de defesa? Desolar uma terra inteira e com isso prejudicar todo um povo mesmo os inocentes, apenas para garantir que este não se erga mais, é mesmo a melhor forma de garantir segurança ao seu povo? E por último, deixar mães, pais, avós e crianças morrerem de fome na miséria das favelas, recusando ajudá-los, deixando-os fora da segurança e conforto da cidade, tratando todos como lixo, como inferiores e criminosos, faz algum bem?
São todas questões triviais que nos acompanham durante todo o livro, e cabe a nós leitores, afirmarem se foram respondidas ou não.
O último desta trilogia foi para mim o mais emocionante e surpreendente de todos, mesmo com o fim que acabei me decepcionando un pouco. Gostei muito como a história se desenrolou e as revelações feitas me instigaram mais ainda a leitura. Não fiquei muito satisfeita com o final do livro, achei que foi mal concluído, com várias pontas soltas, perguntas não respondidas que eram ao meu ver, essenciais, ou que ao menos me deixaram curiosa para saber. Esperava mais também da cena final da batalha que foi muito rápida e fácil, sem muita da emoção e surpresa que vêm de um bom fim. Mas o livro nos traz muito a reflexão de que mesmo quando é tantas vezes rebaixadas e desprezadas, as pessoas ainda podem ser capazes de gentilezas e coragem, mesmo por aqueles que tinham tudo para odiar, e que quando se faz alguma má escolha na vida, é muito provável que esta venha lhe assombrar depois, seja você um criado, ou um rei, a única diferença é que esta desição não acabará afetando apenas a você mesmo, mas com o peso da coroa a responsabilidade de todo um reino, poderá afetar mais de um povo, milhares de pessoas, talvez até, o mundo inteiro.