Uma Questão de Confiança

Uma Questão de Confiança Louise Millar




Resenhas - Uma Questão de Confiança


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Poly 06/04/2013

Pela sinopse achei que o livro fosse um grande mistério policial com bastante ação e suspense, mas depois de ler uns dois capítulos tive certeza de que a narrativa passava longe disso.
Mesmo não chamando tanta atenção quanto a sinopse, a história é boa e eu fiquei bastante presa ao livro.
Os capítulos são divididos pela visão das personagens principais. A princípio conhecemos Callie e Suzy, vizinhas, mães e amigas, uma vez que Rae, filha de Callie e Henry, filho de Suzy estudam na mesma escola. Quando Debs se muda para a vizinhança e passa a fazer parte da história ela também ganha seus próprios capítulos.
Logo de cara eu comecei a achar que Suzy era uma maluca psicopata que queria tanto ter uma filha que seria capaz de tudo para sequestrar a pequena Rae, mas conforme a história evolui outras hipóteses vão aparecendo.

“Callie não disse nada, simplesmente se deixou guiar, entorpecida.
- Querida, você precisa se livrar disso. A maneira como ele fala com você é ultrajante.
- É? – Callie disse baixinho.
Suzy passou o braço envolta dela, de modo protetor, aconchegando-a.
P. 182

Debs também não é muito normal, ela se incomoda com qualquer barulho e parece ser um pouco psicótica e ter sérios disturbios psicológicos.

“- Ah, não! – murmurou, e, agarrando o fone com as mãos tremendo, ela logo discou um número. – Allen! – disse com um tom de pânico. – O telefone ficou tocando e parando. Acho que são eles. Os Poplar.
P. 111

Callie parece ser a mais correta. Uma mãe de família recém separada que só quer voltar à trabalhar e ter uma vida normal, mas precisa cuidar da filha, que nasceu com problemas cardiácos, e por isso encontra alguns problemas para se recolocar no mercado de trabalho.

“Tudo acontecera tão rápido que agora percebo que não sei quando foi que me encantei por Rae. Tudo o que sentia era uma necessidade esmagadora e primitva de mantê-la viva, intercalada com momentos de uma dor horrível pelo que talvez nunca acontecesse. Que talvez eu não visse se ela escaparia de ter os meus cachos enlouquecedores. Que talvez ela não ficasse comigo quando fosse adolescente como eu ficava com minha maãe, no quarto, tendo longas conversas sobre meninos enquanto ela dobrava a roupa limpa. Por alguma razão, ficava particularmente chateada que ela nunca viesse a transar.
P. 157

Apesar do livro não corresponder às minhas expectativas em relação à sinopse, me surpreendi bastante com ele. A história é diferente. Apesar de não ter muita ação, o clima de suspense permanece e a curiosidade em saber o que poderá acontecer nas próximas páginas me deixou grudada nele por várias horas.
Gostei bastante da diagramação e do formato dos capítulos. Particularmente não gostei muito da capa apesar dela combinar perfeitamente com a história.
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AlémContracapa 05/04/2013

Resenha
Em um subúrbio de Londres, Callie é uma mãe solitária. As mulheres da vizinhança nem a cumprimentam ao passar por ela na rua. Sua filha, Rae, tem poucos amigos e nunca é convidada para brincar na casa dos colegas porque as mães da escola parecem desprezar Callie. Mas Callie tem Suzy. A rica e linda Suzy, mãe de três filhos, que está sempre disponível para ajudá-la com Rae e programar dias relaxantes no SPA. Mas a amizade entre as duas tem estado tensa e Callie não tem outra pessoa em quem confiar agora que teve a oportunidade de retomar seu antigo emprego. Para complicar ainda mais a vida de Callie, um casal se muda para a casa da frente e a nova vizinha parece ser uma mulher com quem se deve ter cuidado. Ainda mais porque ela não é só a vizinha da frente, mas também professora na escola de Rae.

Narrado a partir de três pontos de vista - o de Callie, o de Suzy e o de Debs (a nova vizinha) - “Uma Questão de Confiança” mostra os medos e anseios de cada uma dessas mulheres e deixa o leitor desconfiado de cada uma delas desde o início, como se mesmo as conhecendo não as conhecêssemos. Uma escolha perfeita para uma história que aborda justamente esse tema: Você conhece realmente as pessoas com quem convive? Você pode confiar nelas?

A narrativa da autora tem pontos fortes e fracos. Embora seja ágil e você leia quase sem perceber, é recheada de coisas sem importância e soa um tanto mecânica. Enquanto as perspectivas de Suzy e Debs são narradas em terceira pessoa, a de Callie é narrada em primeira e é aí que a autora comete seu grande deslize, pois não consegue transitar bem entre uma e outra, fazendo com que as vozes das personagens soem absolutamente iguais. Correndo o risco de ser chamada de chata, eu acredito que boas narrações em primeira pessoa precisam ser únicas e devem deixar transparecer o personagem narrador em cada linha, cada comentário, cada observação, porque caso o contrário não há necessidade de ser em primeira pessoa. Basta ser sob a perspectiva desse personagem. Ter os verbos conjugados na primeira pessoa do singular é apenas um dos requisitos para a narrativa em primeira pessoa, mas para que ela transmita veracidade é preciso muito mais. Acho que a autora fez uma boa escolha ao contar a história sob três pontos de vista diferentes, mas infelizmente não conseguiu fazer o recurso render tanto quanto poderia.

Apesar dos pesares, Louise Millar cria um bom suspense. A história das três mulheres é envolvente tanto pelo que está acontecendo no presente, como pelos segredos que elas guardam sobre acontecimentos passados. Sabemos que Debs tem algum problema, que existem coisas mal explicadas na vida – e no casamento - de Suzy, e sabemos também que um relacionamento baseado em tamanha carência como o de Suzy e Callie eventualmente terá algum tipo de consequência negativa. Com todos esses elementos em jogo, a autora manipula o leitor muito bem, criando um suspense lento que reserva boas surpresas para as páginas finais.

“Uma Questão de Confiança” é um suspense psicológico cuja tensão é crescente a cada página, mas ainda assim de forma leve. Embora não tenha me convencido em alguns aspectos, não posso dizer que não me agradou. A história conseguiu me surpreender e rendeu uma leitura rápida e prazerosa.

Publicado anteriormente em: http://alemdacontracapa.blogspot.com.br/2013/03/uma-questao-de-confianca-louise-millar.html
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Ique 03/04/2013

Uma questão de confiança - Louise Millar | Resenha (Blog EPL)
Você deixa seu filho com uma amiga. Todo mundo faz isso. Até que algo sai errado.

-> A resenha pode ser lida originalmente no blog: http://www.entrepaginasdelivros.com/2013/03/uma-questao-de-confianca-louise-millar.html

Li Uma Questão de Confiança com um pé atrás em relação a narrativa. Não esperava que o livro fosse bom porque quando li os primeiros capítulos achei a história um pouco parada e sem vida. Porém isso foi melhorando muito nas demais páginas devido, principalmente, ao dinamismo da escrita da Louise Millar. Digo isso em razão de que o livro tem muitos capítulos curtos (58 para 382 páginas) e cada um deles conta a história de uma das protagonistas revezando entre primeira e terceira pessoa de modo que Callie conta sua própria história e o que acontece com Debs e Suzy é contado pela própria autora, e posso dizer que esse recurso ficou muito bom e bem planejado.

Toda a história começa em um subúrbio de Londres onde conhecemos Callie e Suzy, duas mulheres que são amigas de longos anos tendo em comum seus filhos, mas essa é a única semelhança entre elas. Callie é pobre, divorciada e cuida sozinha da sua filha Rae que é muito amiga do Henry, filho da Suzy, que diferente da amiga é casada com um cara bonito que tem uma boa renda. As duas amam muito os filhos e dividem o tempo saindo para diferentes lugares e aproveitando a vida para não ficar em casa sem fazer nada enquanto os meninos estudam.

Tudo parece dar certo até que Callie decide arrumar um emprego para ficar mais independente e ter um dinheiro para si. Essa ideia não é muito aceita pelo pai de Rae e aparentemente nem por Suzy que percebe que aos poucos vai perder a amiga para colegas de trabalho ficando sozinha em casa, mas ela não demonstra isso de maneira alguma para Callie, explicitamente. No meio disso tudo surge Debs, uma personagem chave que sequer aparece na sinopse (que não ficou legal), que tem um passado misterioso o que faz com que ela seja um pouco sismada com tudo e todos. Ela se mudou recentemente para o subúrbio com o marido, conseguindo um emprego de professora, na escola de Rae. Todas as ações dela são suspeitas e estranhas sendo titulada assim por Suzy que parece não gostar da nova vizinha.

Quando chegamos a esse ponto do livro, depois de sermos apresentados aos poucos a esses personagens é que toda a tensão começa. Na verdade não demora muito para as coisas irem acontecendo, mas precisamos conhecer cada personagem e entender sua história para mergulharmos no suspense que vai surgindo e quando ele surge vemos e compreendemos que nem tudo é o que parece ser e não sabemos mais em quem confiar. Qualquer frase que lemos submete a algo importante a ser explorado adiante que te revela pistas sobre cada uma dessas pessoas. Porém não espere muitos momentos de tensão, eles são ''mornos'' porém são realistas e bem planejados, não é nada como livros de suspense, mas te segura muito fazendo com que as páginas virem sozinhas e talvez você conheça alguém que passou por uma situação bem parecida.

Como você pode perceber, os personagens são comuns, com histórias comuns o que deixa o livro bem realista e humano, afinal todos cometem erros e nem sempre sabemos em quem podemos confiar. O enredo me lembrou o livro Cuco, se você leu e ler esse vai poder encontrar semelhanças. A autora descreve bem a história de cada uma das três mulheres apresentadas acima, assim como o cenário e o tempo sem deixar cansativo e confuso. Porém acho que o começo poderia ser melhor e outros fatos poderiam ser mais explorados aumentando principalmente os momentos de tensão.

No mais eu gostei do livro e indico a todos que estão a procura de um romance mesclado com suspense e dramas familiares que te prenda por um bom tempo. A leitura flui rapidamente e é agradável e conta com a ajuda de uma diagramação diferente e legal feita pela Novo Conceito que também fez uma boa revisão e um trabalho bem legal com a capa que ficou simples mas bonita. Se tiver alguma dúvida leia, vale a pena.

Uma questão de confiança - Louise Millar | 384 Páginas | Ficção / Thriller | Novo Conceito 2013 | Preço sugerido: R$31.90 | Nota geral: 4
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loucoporleitura 03/04/2013

Uma questão de confiança.
Uma história tensa, onde ninguém é tão inocente quanto parece, e onde temos a chance de conhecer essa história por 3 pontos de vista diferentes.
Callie- ela se muda para um novo bairro em Londres, esperando ser bem recebida por todos, porém ela e sua filha Rae são tratadas com reserva por todos, e Rae tem um problema de saúde que a impede de ter uma infância normal.A única amizade de Callie é Suzy.
Suzy-é mãe dedicada de 3 filhos, sendo que 2 são gêmeos e seu casamento com Jez não vai muito bem.
Debs-é a vizinha nova, que teve algum problema com uma aluna na última escola em que trabalhou e atualmente trabalha na escola de Rae.

Callie não trabalha, assim como Suzy, porém a situação financeira de Suzy é bem melhor, e elas tem uma relação de mútuo interesse , pois saem sempre juntas e enquanto Callie tem a chance de usufruir coisas que não teria condição, Suzy tem uma companhia para o vazio de suas tardes.
A balança da amizade das duas segue num aparente equilíbrio , até que Callie tem a chance de retornar ao antigo emprego, mas para isso terá que contar com a ajuda de sua amiga e um terceiro elemento será incluído nessa amizade, Debs que se tornará vizinha das duas , e Callie sabendo o quanto é ruim ser deixada de lado tentará se aproximar dela.
Callie terá que conciliar seu trabalho com os horários de sua filha e precisará contar com a ajuda de sua amiga e até mesmo com Debs.


Mas cada pessoa tem seus problemas, enquanto Callie tenta retornar a sua rotina, Suzy tem certeza que seu marido Jez a trai e tem uma detetive contratada para descobrir a provável traição , o detalhe é que é ele quem paga, sem saber lógico. Já Debs terá que se livrar de sua mania de perseguição, pois tudo para ela trata-se de uma família que está atrás dela para se vingar de seu problema do passado.

Porém um incidente com Rae vai mexer na vida de todos, fazendo inclusive o ex-marido de Callie voltar a vida dela.
No meio de tanta confusão, vai ser difícil esconder segredos do passado capazes de mudar a vida de muitas pessoas, e sabem em quem confiar vai ser algo que só o tempo será capaz de resolver. Um final eletrizante, em que os capítulos se tronam mais curtos e a vontade de virar a página e descobrir o desfecho será cada vez maior.

Obs: Um livro onde o risco de dar algum spoiler é muito grande, pois vários segredos dão o impacto durante a leitura , e tive que tomar cuidado para não tirar essa sensação de vocês.

Confiram essa e outras resenhas em: www.loucoporleitura.com.br
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Mari 31/03/2013

"É possível haver um fim para algo que não teve começo?"

Quando peguei o livro em mãos e li a sinopse pela segunda vez pensei: "Preciso começar a ler este livro agora" e foi exatamente o que fiz. Me vi às duas horas da manhã de uma quinta-feira conhecendo Callie, uma mulher separada que vive sozinha com a filha de 8 anos que possui problemas cardíacos; Suzy, uma mulher bonita, mãe de três filhos e esposa de um homem que lhe dá tudo, mas que praticamente não para em casa; e Debs, uma professora que é um tanto misteriosa, casada e que carrega um tormento em sua vida. As três vivem em Hampstead, Londres, e se conhecem por causa da vila na qual moram. Callie se sente solitária por ser ignorada pela vizinhança e só ter Suzy como amiga. Quando Debs chega em sua rua ela vê a possibilidade de uma nova amizade surgir, mas Suzy começa a pensar que ela esconde algo muito sério e que não merece a confiança das duas quando, na verdade, não é só Debs que possui um segredo e que não é tão confiável como parece ser.

Ao ler a sinopse você começa a imaginar milhões de possibilidades para o rumo da história. Eu, por exemplo, parei várias vezes a leitura para reler a sinopse e pensar em uma nova possibilidade. A leitura começa calma, você começa a pensar que o livro não é tudo aquilo que você imaginava, mas Louise Millar te surpreende e a partir de certo momento você não consegue largar o livro até conseguir terminar de lê-lo.

A confiança é a peça chave. Terminei a leitura pensando na mensagem que Louise nos deixa: podemos dizer que conhecemos uma pessoa 100% e ainda assim não saberemos tudo sobre ela. Isso é realmente verdade. Todo mundo tem algo que nunca contou para seu vizinho, seu colega de turma e até mesmo o seu melhor amigo, e a pergunta é: por que ele não faria o mesmo?

Gostaria de falar de cada um dos personagens, mas acho que a leitura será muito mais interessante se vocês forem conhecendo cada um e sua personalidade de cada vez. Cada um tem seu segredo e acaba te surpreendendo de certa forma. Os personagens foram bem construídos e o enredo mais ainda. Por mais que eu ache que tenha demorado um pouco para que toda a ''confusão'' começasse a acontecer, adorei a forma como cada acontecimento foi retratado.

Um diferencial do livro é a narrativa. Cada capítulo é separado por uma personagem e tem os dias da semana (como um diário) no inicio. Quando o capítulo é de Callie o livro é narrado em primeira pessoa já que ela é a personagem principal, mas quando o capítulo é de Suzy ou Debs a narrativa é em terceira pessoa. Gostei disso, mesmo tendo achado no inicio que não daria certo e que a narrativa se tornaria confusa, porém no final isso se torna ainda mais motivador para continuar a desvendar o mistério.

CONTINUE LENDO EM: http://magia--literaria.blogspot.com.br/2013/03/uma-questao-de-confianca-louise-millar.html
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Helana O'hara 31/03/2013

Uma questão de confiança
A sinopse do livro nos apresenta apenas Suzy e Callie, duas mães que batalham muito para dar uma educação correta aos seus filhos. Mas temos uma terceira mulher na história Debs… Só queria deixar isso claro para vocês.

O livro começa com Suzy e Callie em um logo divertindo-se com as crianças e Suzy pensando em como conversar com ela por causa de um segredo que esconde a anos.
Elas voltam para suas casas e continuam sua vidinha de sempre.
Callie é uma mulher que tem dinheiro, seu marido montou um negócio que deu certo, então ela tem o luxo de poder ficar em casa e fazer as coisas que quer.
Já Suzy foi “abandonada” pelo marido e tenta levar uma vida normal criando Rae, sua filha, com ajuda de Callie.
Durante a noite Suzy percebe que têm uma nova vizinha no bairro, a misteriosa Debs. Debs e seu marido se mudam para o local acreditando que ali teriam sossego, mas as coisas não andam como ela gostaria.


Louise Millar escreveu uma história, acredito eu com grande expectativa. Uma Questão de Confiança tinha tudo para ser meu favorito durante o semestre e infelizmente ela não me agradou em nada.
Autora não colocou grandes acontecimentos na história, o livro todo, exceto as últimas 180 páginas, não acontece nada de interessante, apenas Rae que é atropelada e até então não se sabe muito bem o que aconteceu.
No demais você lê acontecimentos do dia-a-dia das três mulheres e o leitor percebe que cada uma delas esconde alguma coisa.
Mas nem assim, o segredo que cada uma esconde particularmente não foi o suficiente para segurar a história.

Fiquei impressionada com a falta de acontecimentos do livro. Li ele durante a semana toda, li, li li e li e sabe quando você patina em uma história, não saí do lugar e começa a ficar cansativo? Foi isso que aconteceu.
Achei o livro tão chato que quase não conseguiu termina-ló.

Apenas nas últimas páginas a autora por fim dá ação ao livro. Uma ação que deveria acontecer da metade para frente e não tive sinal dela.
Uma Questão de Confiança não me agradou. Nem história e tão pouco as personagens, deixaram a desejar. Fiquei muito triste, afinal de contas estava esperando por esse livro.

Mas quero deixar uma coisa bem clara: Não é porque eu não curti o livro que vocês também não vão gostar, não gosto de escrever coisas ruins dos livros por isso, as pessoas levam a nossa opinião a frente e acabam não dando uma chance.
Espero que se alguém for ler goste mesmo dele.

Se existe algum leitor do blog que leu e gostou do livro, entre em contato, deixe seu comentário para trocarmos figurinhas, iria adorar conversar com aqueles que já leram.
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Bruna 23/03/2013

Este livro conta a história de um bairro, mais precisamente uma rua, onde os vizinhos se conhecem bem, ou pensam que se conhecem.
As personagens principais são Callie e Suzy, que têm filhos da mesma idade e compartilham amizade e experiências. O livro é narrado inicialmente através de capítulos descritos por elas, que vão se alternando e mostrando os dois pontos de vista de contar a mesma rotina. Depois de um tempo, aparece Debs, que passa a morar na mesma rua e também narra alguns capítulos. Callie e Suzy confiam totalmente uma na outra, até que coisas um pouco estranhas começam a acontecer e já não se sabe mais em quem confiar, ainda mais quando Debs, que parece ser meio paranóica e bem suspeita, se torna professora na escola onde as crianças estudam e sempre está no local e na hora onde tais coisas acontecem.
Quando li a sinopse deste livro achei que seria um super suspense, muita adrenalina, perseguição e um pouco de sanguinolência... mas estava profundamente enganada. Os primeiros capítulos seguiram de forma muito monótona, quase contando as fofoquinhas do bairro que podem acontecer em qualquer rua no mundo. Mas da metade do livro pra frente as coisas começam a acontecer e você percebe que tudo que parecia tão parado era para explicar acontecimentos futuros, e tudo começa a se encaixar. Revelações começam a ser feitas e segredos são revelados para o leitor, de forma que você fica pensando em como você não percebeu tudo antes. As últimas 150 páginas eu li super rápido e compensou totalmente o começo que foi meio arrastado na minha opinião.
É um suspense diferente, sem muitas emoções “físicas” mas com uma história que não deixa de ser emocionante. Uma leitura muito recomendada à todos que gostam de um bom livro com suspense e drama fazendo uma bela combinação.
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Daiana Falcão 22/03/2013

Uma Questão de Confiança
Uma questão de Confiança conta a história de três mulheres, Callie, Suzy e Debs, todas vizinhas! É um livro com um enredo incrivelmente envolvente.

Callie é mãe de Rae, uma garotinha que nasceu com problemas cardíacos, que exige cuidados em tempo integral. Callie mora em Hampstead com a filha, em um apartamento pequeno e velho. Ela é separada de Tom, o pai de rae, pelo menos era o que constava na certidão de nascimento da criança. Callie é uma mulher cheia de traumas, sua mãe morreu muito cedo e seu pai vive longe dela.

Suzy é casada com Jez e tem três filhos meninos: Henry e os gêmeos Peter e Oto. Aparentemente Suzy tem a família mais feliz de Londres, com um casamento perfeito, um marido que a ama e que faz tudo por ela. Pelo menos é o que todos pensam, que sua vida é maravilhosa.

Debs é uma mulher de mais idade, professora e casada com Allen. Ela é uma mulher atormentada pelo passado e que tenta viver em paz, mas algo a incomoda e ela terá que lutar contra si mesma para vencer estes fantasmas, que estão apenas dentro dela mesma.

Quando Callie se muda para Hampstead a primeira pessoa com quem ela faz amizade é Suzy, ambas se ajudam em tudo e se tornam melhores amigas. Callie tenta retornar ao trabalho, já que não aguenta mais viver apenas com a ajuda de Tom. Ela quer retomar sua vida, já que a saúde de Rae está melhor e ela poderia ficar um período integral na escola.


"A doença de Rae nos deixou secos. Sou uma palha. Uma concha vazia. Não me admira que outras mulheres me evitem. Percebem que vou sugá-las também."


Suzi tem muitos segredos! Sua vida conjugal está destruída, seu casamento por um fio, mas ela insiste em engravidar, sonha em ser mãe de uma menina. Ela acredita que tendo mais um filho poderia “segurar” o marido e manter o casamento, mas Jez a ignora e suas saídas todas as noites deixam Suzi apavorada. Então Suzi contrata uma detive para seguir os passos do marido, e o que ela descobre pode acabar com a vida de muitas pessoas.


"Seu marido, o mistério. Fora de novo pela quarta noite"


Nesse meio tempo Callie volta a trabalhar e com isso passa a depender ainda mais de Suzi. Suzi se sente abandonada pela amiga, pois em pouco tempo criou uma forte dependência da amizade de Callie. Porém Callie logo desiste do trabalho, pois Rae sofre um pequeno acidente ao voltar da escola com a professora Debs.

Debs também tem um segredo... Ela esconde o real motivo de sua mudança para o bairro.


" - A senhora esteve envolvida numa agressão a uma criança da Queenstock Academy?"


Todas elas possuem segredos, os mais obscuros que você possa imaginar. E por conta disso a leitura te prende e você necessita desesperadamente descobrir quais são estes segredos....


"Londres deveria ter sido um novo começo. Um lugar para eu ser uma pessoa normal, finalmente, com uma família normal e amigos normais, longe dos mentirosos, traidores, aproveitadores e dos demônios de casa. No entanto, parece que aqui também existem mentirosos e traidores."


O livro está dividido por capítulos e cada um nos traz a visão de cada uma das personagens principais. É muito importante o empenho na leitura, do contrário o leitor ficará perdido e terá que voltar algumas páginas, isso aconteceu comigo, acabei voltando por duas vezes a leitura para um bom entendimento. Mas não pensem que é uma leitura arrastada, não é. O livro tem 384 páginas e eu as devorei em menos de 48 horas.

Em determinada parte do livro eu quase tive uma síncope! Minhas mãos tremiam, eu transpirava e fiquei com muita raiva da personagem que eu mais adorava desde o início do livro. Eu dizia pra mim mesma “calma, isso é só um livro, sua boba”, mas as revelações foram além da minha capacidade de imaginação, a autora amarrou bem a história, de modo que o final não foi nenhum clichê, mas um final surpreendente. Com certeza, depois dessa leitura eu não confiarei como antes nas pessoas e o livro aborda de forma clara a reflexão sobre “o jardim do vizinho ser mais verde”.

Livro indicado para que gosta de suspense. Mas é um livro que pode surpreender e agradar qualquer tipo de leitor, principalmente mulheres! Fica a dica.

http://ilusoesnoturnas.blogspot.com.br/2013/03/resenha-uma-questao-de-confianca-louise.html
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Ericona 21/03/2013

Em quem confiar?
Suspeito que a sinopse de Uma questão de confiança não atraia os leitores com facilidade. Afinal, o que pode existir de tão interessante nas vidas de mães de um subúrbio de Londres? Nada? Errado. Há muitas coisas ocultam por debaixo do tapete (não literalmente falando).
Quando a sinopse de Uma questão de confiança, fiquei curiosa. Pensei: "Cara, nesse mato tem coelho. Quero ler esse livro e descobrir o que ele me reserva.". E não me arrependi.
Uma questão de confiança prende o leitor paulatinamente, e, a cada capítulo, nos intriga um pouco mais a respeito de cada personagem. Quem eles foram um dia e no que se tornaram hoje?
O foco da estória é, basicamente, três mulheres: Callie, Suzy e Debs. Callie e Suzy desde o começo do livro têm um vínculo, uma ligação de amizade; já Debs surge depois na vizinhança, e é então que as coisas começam a mudar. As estórias, então, se misturam, se confundem e se entrelaçam. Perguntas surgem ao leitor. Respostas são dadas de forma gradual. Nem tudo é o que parece ser. Nem todo mundo parece ser o que é. E, com o passar das páginas e mistérios sendo gradativamente revelados, o leitor tem uma bela surpresa: no suspense de Louise Millar todo mundo tem sua parcela de culpa. Ninguém é cem por cento bonzinho e/ou perfeito. E eu gosto de livros assim, que mostram o ser humano como de fato ele é: errante.
Porém, o que mais me surpreendeu foi que, no fim das contas, quem parecia mais culpado é o que menos de fato tinha culpa em toda a trama. Claro que eu não vou dizer quem é, porque isso seria dar um spoiler gigantesco.
Dei três estrelas ao livro, porque é um livro bom. Não sei se eu sou exigente demais ou sei lá, mas senti que a Louise Millar poderia ter explorado mais alguns personagens, algumas situações, porque, dessa forma, o livro seria ainda melhor e mais cativante. Entretanto, mesmo dizendo que a Louise não atentou para algumas questões, tenho que dizer que ela é boa escrevendo. Não, ela não é do tipo que prende o leitor logo na primeira página. Ela prende devagarzinho, com jeitinho e, em certo momento do livro, você não consegue largá-lo, porque você quer saber mais e mais o que acontece a seguir.
Não encontrei nenhum erro de digitação ou de ortografia na edição da Novo Conceito. A diagramação é simples, mas é legal. A capa também é bonita, nada muito ultra empolgante, mas ainda assim bonita. Gostei do balãozinho voando. Não sei por que, mas acho bonito balões voando pelo céu.
Se você gosta de suspense, esse é um bom livro. Mas não leia esperando grandes revelações ou coisas inimagináveis. Porque o livro trata apenas de seres humanos sendo humanos, ou seja, cometendo falhas. O que, pra mim, sempre é algo interessante, pois tenho essa coisa de querer explorar a mente humana e saber até aonde ela pode ir.
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spoiler visualizar
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Núbia Esther 19/03/2013

“A DOENÇA DE RAE NOS DEIXOU SECOS. SOU UMA PALHA. UMA CONCHA VAZIA. NÃO ME ADMIRA QUE OUTRAS MULHERES ME EVITEM. PERCEBEM QUE VOU SUGA-LAS TAMBÉM. TALVEZ TOM ESTEJA CERTO. TALVEZ TUDO ESTEJA RELACIONADO A MIM. EU E MEUS INTERMINÁVEIS PROBLEMAS. AS MULHERES PERCEBEM QUE PRECISO DE TUDO E QUE NÃO TENHO NADA A OFERECER EM TROCA DE AMIZADE. TODAS ELAS, OU MELHOR, MENOS SUZY.”

Uma Questão de Confiança (The Playdate) é o romance de estreia de Louise Millar. A autora trabalhou muito tempo como jornalista, publicando vários artigos principalmente em revistas femininas. Talvez venha dessa época a inspiração para os seus romances. Seus dois livros, o último em pré-venda, versam sobre o cotidiano familiar. Com protagonistas mulheres que se veem confrontadas com situações que promovem grandes mudanças em sua vida, seja a doença de um filho ou o assassinato do marido, e que precisam acertar o caminho novamente. Essa é a premissa a partir da qual Millar constrói seus romances com alta carga psicológica e que prometem brincar com o conhecimento do leitor. A autora acredita fortemente na máxima nem tudo é o que aparenta ser.

Em Uma Questão de Confiança, a história gira em torno de três mulheres, que também são narradoras: Callie, Suzy e Debs.

Callie e Suzy já se conhecem há pouco mais de dois anos e estabeleceram uma relação de amizade desde que Callie (mãe divorciada) mudou-se para a vizinhança com a filha Rae e não foi aceita pelos vizinhos. Suzy tem um casamento aparentemente perfeito, mas só aparentemente, porque nem os três filhos pequenos conseguem segurar Jez em casa. Callie e Suzie não tem nada em comum. Nada a compartilhar além de conversas superficiais e ainda assim são “melhores amigas”. Mas, na verdade essa amizade é quase uma relação salva-vidas para as duas. E Callie é bem ciente disso, para chegar a ser egoísta a respeito. Por quê? Que segredo é esse que aparentemente ela esconde para precisar se apoiar tanto nessa amizade? E quais serão as consequências do novo trabalho de Callie para essa amizade?

Após anos dedicando-se à filha que nasceu com um problema congênito no coração. Callie decide retomar as rédeas da própria vida e voltar a trabalhar. Mas, para isso é preciso que Rae concorde em passar mais tempo na escola e que Suzy aceite que a amiga não terá mais tanto tempo assim para ela. Para preencher essa equação, temos Debs, que acaba de se mudar para a casa ao lado da de Suzy e Jez. Debs que parece ter sérios problemas envolvendo vizinhos e barulhos, algo que beira o transtorno obsessivo, e que parece esconder sérios problemas em seu passado. Problemas envolvendo uma garota da antiga escola na qual trabalhava e que não ficaram no passado como a mudança pretendia deixar. Debs que trabalha na escola onde os filhos de Callie e Suzy estudam e que de repente se vê envolvida em um acidente envolvendo Rae, um acidente envolto em segredos e que aparentemente continuará assim se depender dos lapsos de memória de Debs. E quando você acha que somente esse lapso esconde segredos, você percebe que aquela vizinhança é um ninho de segredos e que a vida de seus moradores está mais interligada do que você imagina.

Uma mãe tentando recomeçar, outra tendo que enfrentar a falência de seu casamento e uma mulher tendo que enfrentar fantasmas de seu passado. Elementos simples, cotidianos, mas que pasmem, renderam um bom suspense. Millar trabalhou bem o lado psicológico do que aparentemente era apenas mais uma vizinhança comum do subúrbio londrino. As relações familiares conturbadas são o ponto de partida para algo mais perigoso. A partir do momento que segredos são revelados, temos apenas uma certeza, ninguém é o que aparenta ser. A história começa morna, assim como o bairro onde nada parece acontecer, e é até cansativo acompanhar as vidas previsíveis e rotineiras de Callie e Suzie. Mas, o subúrbio, às vezes, ferve sob o aparente marasmo, e bem, depois disso foi impossível largar a leitura, que a partir daí só reservou surpresas e incredulidade. E toda essa tensão que Millar reservou para o final, acabou compensando a leitura enfadonha dos capítulos iniciais.

[Blablabla Aleatório] - http://blablablaaleatorio.com/2013/03/19/uma-questao-de-confianca-louise-millar/
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Fernanda 18/03/2013

LINK DA RESENHA: http://www.segredosemlivros.com/2013/03/resenha-uma-questao-de-confianca-louise.html

Resenha:

Surpreendente. Essa é, sem dúvida nenhuma, a melhor palavra para definir “Uma Questão de Confiança, da autora Louise Millar, publicado no Brasil pela Editora Novo Conceito. É o tipo de história que te faz pensar ser algo totalmente diferente do que realmente é. E por outro lado, a trama segue de maneira inconstante e perturbadora. Até o meio da história, você pensa que sabe o que está acontecendo, mas com o decorrer da trama, enfim começa a perceber que nem tudo parece ser o que é. E ai quando o leitor descobre o que de fato acontece, e quem são os verdadeiros “culpados”, a narrativa não fica nem um pouco tediosa, nem tampouco cansativa, pelo contrário, te faz querer ir até o final deste desfecho intenso e revelador.
“Uma questão de Confiança” se passa em um lugar tranquilo e conservador, na cidade de Londres. E é nesse contexto que iremos conhecer a vida, os problemas e as perspectivas de três personagens principais, muito diferentes umas das outras. De início, somos apresentadas a Callie e Suzy, vizinhas umas das outras, e que pareciam se entender muito bem. Na verdade, Callie só contava com a sua amizade, já que, desde que mudou-se para este novo lugar com sua filha Rae, a única que as acolhera bem fora ela. Todos pareciam ter algum receio com Callie e Rae, e isso incluía até a escola onde a menina estudava. Tudo parecia tranquilo e habitual, até que uma nova moradora se juntou àquela vizinhança. Debs surgiu do nada e veio para causar muitos problemas e colocar a tona várias revelações. Desde o começo, Debs parecia ser muito estranha e paranoica, até meio depressiva. Ficava me perguntando o que poderia ter acontecido com ela e o que ela escondia de tão grave, já que a narrativa apresentava algumas pontas soltas de uma história mal contada.

“A doença de Rae nos deixou secos. Sou uma palha. Uma concha vazia. Não me admira que outras mulheres me evitem. Percebem que vou sugá-las também. Talvez Tom esteja certo. Talvez tudo esteja relacionado a mim. Eu e os meus intermináveis problemas. As mulheres percebem que preciso de tudo e que não tenho nada a oferecer em troca de amizade. Todas elas, ou melhor, menos Suzy.” Pg. 40

Aos poucos, adentramos cada vez mais na vidas dessas três famílias, e conhecemos seus conflitos pessoais e seus medos mais obscuros. Callie sempre aparentou ser a mais problemática, com uma filha que passou recentemente por uma cirurgia e enfrentou um problema cardíaco. Rae mostra ser uma menina forte, porém frágil e carente, mas acima de tudo é muito intensa, dinâmica e ativa. Callie se preocupa muito com a filha, ainda mais diante de tudo que ela passou. Callie não trabalha e é sustentada pelo pai de Rae – Tom, que trabalha longe e é muito afastado delas. Callie precisa reverter essa situação. E é pensando nisso que resolve voltar a trabalhar e conseguir novamente a sua tão sonhada estabilidade. Assim que começa a sua rotina no serviço, percebe que as coisas não vão ser fáceis e que vai demorar até ela e Rae se acostumarem. A menina precisa fazer atividades extras na escola e diante de algum imprevisto, Callie contaria com a ajuda de sua amiga para cuidar da filha. Mas será que ela pode confiar nas pessoas ao seu redor?

“Amigos de verdade perdoam, ela pensou, olhando-se no espelho do carro. Callie estava magoada e era lógico que culpasse Suzy. Tudo que Suzy tinha a fazer era estar por perto. Dando-lhe tempo e espaço para perceber que podia confiar nela de novo.” Pg. 174

Foi num dia desses que aconteceu o imprevisto e Callie precisou trabalhar até mais tarde. Ligou para Suzy e pediu para que ela buscasse a filha na escola. Ela estava tão aturdida que nem esperou por uma resposta da amiga, pois sabia que podia contar com ela. Suzy sempre pareceu compreensiva e amiga. Porém nesse dia, um de seus filhos não estava se sentindo bem e foi quando ela se lembrou de que Debs – a nova vizinha poderia trazê-la para casa já que estava trabalhando na escola e conhecia a menina. Nesse dia tudo mudou. Rae sofreu um pequeno acidente e a partir desse dia, coisas estranhas começaram a ocorrer e a cada página, um novo segredo era revelado.

“Sei que é horrível. Mas, às vezes, quando tudo fica demais, quando não consigo tirar o peso de toda essa responsabilidade, de todos esses erros que cometi, de toda a culpa, preciso de alguém que assuma o controle, só por um momento.” Pg.214

Como já falei no começo da resenha, esse foi um livro que me surpreendeu bastante e só não vou continuar a escrever mais sobre o livro, para ocasionalmente não soltar nenhum spoiler indesejado. Mas de uma coisa tenho certeza, essa é uma leitura mais que recomendável, com personagens marcantes, uma história intrigante e repleta de suspense e muitas surpresas. E fica aquela dúvida: será que podemos confiar nas pessoas ao nosso redor?

LINK DA RESENHA: http://www.segredosemlivros.com/2013/03/resenha-uma-questao-de-confianca-louise.html

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Isabel 17/03/2013

Ah, as capas! Por mais vezes que o método de julgar o conteúdo por elas se mostre falho, é um hábito muito difícil – impossível até, eu diria – de se abandonar. Na vida, na leitura, nos filmes, é bem difícil desvencilhar a primeira imagem do conteúdo, e só surpresas muito grandes (e muito boas ou muito ruins) conseguem fazê-lo.

Pela arte e sinopse de Uma questão de confiança, eu esperava um chick-lit um pouco mais tenso, com conflitos comuns entre mulheres recheados com o desaparecimento da filha de uma delas. Grande, grande engano.

O subúrbio londrino de Victoria Place parece ser um oásis para a criação de proles: parques bonitos, boas escolas, vizinhos amigáveis – nada para atrapalhar uma infância bonita e feliz.

Mas há sempre uma exceção para provar a regra. Engenheira de som brilhante (porém desempregada) Callie é mãe em tempo integral de Rae, uma garotinha de cinco anos que veio ao mundo com uma rara doença de coração. Mesmo a zona de perigo tendo sido deixada há muito tempo, as seqüelas ainda são presentes, limitando suas brincadeiras e afastando possíveis amigos.

A ausência do trabalho e uma estranha hostilidade cordial (parece ser estranho, mas é o pior tipo – não há pessoa para se afastar ou problema para ser resolvido) dos seus vizinhos levam a vida de Callie a um nível quase insuportável de solidão: completamente dependente do ex-marido, a mulher não tem para onde sair e uma única amiga, a sua vizinha americana Suzy. Esposa de um executivo em ascensão e com três filhos saudáveis, a bela jovem mulher parece ser o que esperamos de uma moradora de Victoria Place – ou não.

Uma questão de confiança é um suspense psicológico muito bem estruturado, onde até mesmo a menor palavra fora do lugar faz uma grande diferença. Conforme fui conhecendo cada uma das personagens, me impressionei sobre o quanto a casca de alguém pode esconder, e – como os críticos metidos diriam – as páginas se viraram sozinhas.

De certa forma, Uma questão de confiança é irregular em termos de escrita. O foco varia entre três mulheres completamente distintas, e é de se esperar que a narrativa possuísse diferenças claras – mas não é o que acontece. Mas digo irregular não só por isso: enquanto os capítulos de Suzy e Callie são escritos em uma linguagem padrão de livros para entretenimento, os de Debs são fantásticos. Não se pode dizer que essa professora recém chegada no bairro se mudou – na verdade, ela fugiu, depois de ser hostilizada continuamente na sua última cidade. Cheia de tiques e com um casamento que malmente completou seis meses, Debs é a melhor personagem de todo o livro – sem ter direito a seu nome na contracapa.

Em uma palestra no TED, a blogueira e fashionista Tavi Gevinson defendeu que boa parte da angustia feminina quanto a si própria advêm do fato que a ficção, de forma geral, trata as mulheres como seres simples, e nós, obviamente, falhamos miseravelmente ao tentar nos encaixar nesse padrão de comportamento. Nós não somos simples, nunca seremos, e Uma questão de confiança é uma das raras obras que não se incluem na reclamação da jovem feminista. Terminei-o me sentindo mais burra do que nunca por julgar o livro pela capa – Callie, Debs e Suzy são bem mais do que parecem.
Publicada originalmente em distopicamente.blogspot.com
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ricardo_22 11/03/2013

Resenha para o blog Over Shock
Uma Questão de Confiança, Louise Millar, tradução de Shirley Gomes, 1ª edição, Ribeirão Preto-SP: Novo Conceito, 2013, 384 páginas.
Skoob: Clique Aqui

Antes de escrever Uma Questão de Confiança, seu primeiro romance, Louise Millar trabalhou com o jornalismo como editora-assistente freelancer e escrevendo artigos para revistas femininas e jornais. Também foi editora sênior da revista Marie Claire, uma das mais importantes revistas femininas do mundo.
Uma Questão de Confiança se passa no subúrbio de Londres e conta a história de três mulheres totalmente diferentes e com problemas como em qualquer família. A protagonista dessa obra é Callie, mãe de Rae, que se mudou para esse bairro e, diferente do que imaginava, encontrou dificuldade para se adaptar e ter um bom relacionamento com as demais mães. A única pessoa a recebê-la bem, e como consequência se tornar sua amiga, é Suzy, mas a amizade que outrora era perfeita, começa a ganhar uma tensão incomum.
Ao mesmo tempo em que a amizade de Callie e Suzy passa por problemas, Debs se muda para o bairro e leva com ela um passado suspeito e que causa certo transtorno na vida das três mulheres. A vida das três muda da água para o vinho com um fato que aparentemente não foi apenas um acidente e isso passa a assustar as antigas moradoras. Mas o que é verdade e mentira? Em quem podemos confiar no nosso cotidiano? Ou melhor, nos dias de hoje é possível confiar em alguém?

“Nossa amizade não é uma escolha, mas uma carência. A estrangeira americana em Londres e a mãe solitária: empatadas. Está errado apoiar-se tanto nela sem ser sincera sobre quem sou de fato, deixando que a verdade fique escondida em algum canto escuro, como um espírito maligno, à espera. Entretanto, sigo em frente porque preciso dela. Não consigo sobreviver sem ela. Ainda não” (pág. 79).

Com a intenção de mostrar o que a mentira e a desconfiança podem causar em uma família, Uma Questão de Confiança é um suspense que explora a mente humana, transformando uma história simples em um livro intenso, e que no início prende o leitor por aquilo que pode acontecer. Para isso, Millar nos apresenta a três personagens bem construídas: Cal, que precisar lidar com a doença cardíaca da filha e o seu novo emprego; Suzy, que sente dificuldade em cuidar dos filhos e acaba tendo problemas com o marido; e Debs, que se mudou para tentar afastar determinados problemas do passado.
Seguindo a mesma estrutura de Viva para Contar (Resenha), onde cada capítulo era sob o ponto de vista de uma das personagens, intercalando entre narrativas em primeira e terceira pessoa, Uma Questão de Confiança pode ser comparado com outro livro da editora Novo Conceito: Cuco (Resenha). Isso acontece porque a história segue basicamente o mesmo estilo, sendo que a confiança e os segredos são os pontos mais abordados por Louise Millar. A principal diferença acaba sendo os poucos momentos de tensão no decorrer da obra – e porque não dizer que também a diagramação, que nesse caso ganha pequenos detalhes agradáveis e que fazem a diferença.
Ao mesmo tempo em que é bem escrito e dividido, quando se trata da forma como a história segue, a autora peca ao mudar de forma repentina as cenas, às vezes em um momento desnecessário, e sem qualquer tipo de separação. Nessas mudanças, Millar narra situações do passado das três personagens principais, e aos poucos vamos conhecendo o que motivou a mudança de Debs ao subúrbio, o porquê de Callie ter ficado anos afastada do emprego, ou simplesmente os problemas familiares que têm perseguido Suzy.

Mais em: www.blogovershock.com.br/2013/03/resenha-139-uma-questao-de-confianca.html
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