Joshua 16/01/2013
No estilo de "A Cabana" do mesmo autor, só que mais ficcional, surpreendente, e que te levará igualmente às lágrimas!
Se em A Cabana o autor te impressionou, te emocionou e te levou às lágrimas, com A Travessia não será diferente. Este segundo best-seller do autor não é uma continuação de sua primeira obra, mas segue o mesmo estilo, envolvendo Deus, Jesus e o Espírito Santo, mas que não é apenas direcionado ao público religioso, e sim, para qualquer leitor, não importando a crença. A Travessia é arrebatador ao seu modo, e mostra como a transformação humana pode ser feita através de pequenos fatos do nosso cotidiano.
A Cabana, de algum modo fez com que eu me tornasse um louco por livros e mergulhasse no mundo literário. É claro que eu já lia muito antes, e gostava até, mas esse livro foi como o primeiro livro oficial, ao seu modo. A Cabana, me lembro muito bem da história, tem um enredo palpável, e o autor William Paul Young mostrou toda sua capacidade e talento ao escrever uma ficção religiosa, só que com cara de romance/auto-ajuda.
Só pra esclarecer, A Cabana - e A Travessia - não são livros religioso onde o leitor encontrará apenas referências da Bíblia. Eu sou evangélico, e posso dizer que até os cristãos ficarão encabulados ao terminarem tanto os dois livros; divididos de alguma forma. William escreve de forma muito poética e abusa da ficção. Não se torna, tipo, uma heresia, mas lembre-se: o autor não escreve para um determinado público religioso, e quando o gênero do livro é FICÇÃO religiosa, você tem que saber primeiro o que significa "ficção". Ou seja, tanto os dois livros do autor são apenas baseados na Bíblia, o que de alguma forma não chega a escandalizar ou tornar a leitura maçante pra quem não possui uma crença equivalente.
Mas enfim, esclarecido o ponto de que o livro pode ser lido por qualquer público, vou dizer porque A Travessia não é uma sequência de A Cabana... Muita gente vem confundindo tudo isso, até mesmo porque a Editora Arqueiro fez um "padrão" para as duas capas dos livros, e é possível você ver certa semelhança na fonte dos títulos... mas enfim, A Travessia é muito diferente do primeiro livro do autor.
Seu nome é Anthony Spencer, ou simplesmente Tony. Ele é odiado por tudo e todos. Sim, ele é um homem odiado... mas pelas costas, pois ele é um poderoso empresário... avarento, egoísta, ordinário, e que só pensa em onde sua herança vai parar quando finalmente bater as botas.
Então Tony sofre um acidente e entra em coma... e encontra Jesus e Vovó - Espírito Santo - numa terra com uma paisagem povoada por montanhas, e uma certa planície com extensas muralhas gigantes e maciças. Para Tony tudo é um sonho, mas aos poucos ele para de querer dar uma explicação - humana - a tudo e percebe que está morrendo na realidade, e onde ele está é uma espécie de tempo intermediário, onde ele terá a chance de reconstruir sua vida - ou pelo menos tentar - mas com um certo detalhe: ele terá o dom de curar... apenas uma pessoa, e ai sua jornada chegará ao fim.
Sinceramente, eu não esperava tanto do livro, mas eu fui pego de surpresa. William parecia que estava indo por um caminho e eu pensava que A Travessia seria um pouco igual a A Cabana, no quesito de passar horas na companhia da Trindade, aprendendo e recebendo conhecimento. Mas aqui neste livro, Jesus, Deus e o Espírito Santo são personagens que apenas surgem em certas partes do livro. O caminho que o autor tomou neste livro é ousado, e talvez, para os religiosos mais rigorosos, vão se incomodar um pouco. Eu fiquei apenas surpreso, mas lembre-se: A Travessia é uma FICÇÃO religiosa.
O livro tem um enredo bem amarrado, cheio de pontos positivos. A única coisa que tenho a reclamar são personagens secundários serem apenas apresentados de forma como última hora. É muito súbita a introdução dos coadjuvantes de toda a grande jornada que Tony terá que passar. E sobre essa tal Travessia, tomo ela como todo o livro, e é algo impactante, que é impossível você não passar a gostar daquele que você no começo, odiava.
O livro é bem mais cômico e tem seu lado humorístico engrandecido, comparando com A Cabana, este é mais ficcional, e acho que só lendo você percebe em como o autor também viajou, mas não de forma negativa. Acredito que ele acertou em cheio ao tomar certas atitudes.
Por fim, recomendo A Travessia. É preciso estar atento a todos os ensinamentos passados através dessas páginas, e você pode até se divertir um pouco na presença de Maggie e Cabby. E, não posso me esquecer desse detalhe, eu adorei porque o autor faz uma homenagem a um grande autor conhecido em determinadas partes do livro! Sinceramente, leia e surpreenda-se com o desfecho inovador!