Philip Rangel 22/10/2012Incrível, fabulosoe mágico! É o que posso dizer em minha avaliação acerca de “A Corrida de Escorpião”, da autora Maggie Stiefvater. Considero, uma das melhores leituras de 2012. O texto e toda estrutura montada nas entrelinhas é pouco para o que você irá ler por aqui. Uma narrativa com tons poéticos, sentimentos que invadem o leitor nas primeiras frases iniciais na leitura. Um livro para ser devorado em poucas horas, pelos acontecimentos e junção dos fatos bem amarrados dentro do enredo são pontos fortes da autora. Senti um medo quando o livro ia acabando, abandonar os personagens foi como sentir um vazio enorme dentro de mim. Todo o enredo, remonta lugares que você ver durante sua leitura, como se você participasse dos acontecimentos dentro da ilha de Thisby ao lado de Sean e Puck Connolly, sem esquecer do cavalo d´água, Corr e nosa égua, Dove.
“Hoje é o primeiro dia de novembro, portanto alguém vai morrer. (p. 340)”
Em A Corrida de Escorpião, somos apresentados a ilha de Thisby, local onde que vive e acontece a corrida de Scorpio (Escorpião). Na ilha os meses que antecedem novembro, os cavalos especiais Capall Uisce- assassinos e destemidos- chegam do mar de Escorpião.
Puck Connolly, uma jovem que cresceu na ilha, que considera como um local importante. Possui um passado triste, pela morte de seus pais, vítimas dos Capall Uisce, possui ainda dois irmãos: Gabriel (Gabe) e Finn. Como suas vidas não são faceis, ou melhor, de muita pobreza, mesmo eles vendendo algumas peças para conseguir o que comer, o irmão mais velho Gabe, ameaça sair da ilha, para conseguir uma vida mais digna e a única maneira que Puck encontra para mantê-lo na ilha é participar da Corrida de Escorpião. Não esquecendo de citar, Puck, cuida de sua égua, a determinada Dove.
“Existem momentos dos quais você vai se lembrar pelo resto da vida, e existem momentos que você pensa que vai se lembrar pelo resto da vida, e não acontece com muita frequência que sejam os mesmos momentos.” (Kate Connolly) p. 68
Como o prêmio é em dinheiro, nossa protagonista ainda descobre que a casa está com débitos, o responsável é o Sr. Benjamin Malvern, dono do Haras Malvern, possuidor das grande riquezas da ilha, os irmãos poderão perder a casa de seus pais caso não vençam e quitem a dívida. Um outro grande problema, é que Puck, será a primeira mulher em toda a história em se inscrever na corrida, uma ideia já pode surgir dos acontecimentos que a garota vai enfrentar. Sean Kendrick, é um rapaz de dezenove anos, órfão por ter perdido seu pai novo, imaginem por qual motivo? O garoto trabalha no haras Malvern e possui algo especial em domar Capall Uisce. Sean ainda demonstra uma paixão pelo seu cavalo, Corr – um Capall Uisce que ainda pertence o Sr. Malvern. Nosso protagonista já ganhou quatro vezes a corrida e participará da próxima por um motivo valioso – o desejo de comprar Corr.
“- Quem é ele?
- Por Deus, aquele é Sean Kendrick. Ninguém conhece os cavalos melhor que ele. Ele compete todos os anos, e acho que é o homem a ser vencido. Sempre é. Mas ele tem um pé na terra firme e o outro no mar. Fique longe dele.” (p. 66)
“[...] Não sei exatamente o que quero que ele diga, apenas que seja algo que me dê a desculpa de continuar aqui olhando para ele por mais alguns minutos. Admitir isso a mim mesma é um duro golpe em meu orgulho, pois, exceto por meu desejo de me casar com o dr. Halsal aos seis aos de idade, sempre pensei que estava acima de me deixar fascinar por qualquer pessoa além de mim.” (p. 273)
O enredo não fica só amarrado envolta das corridas. Pelo contrário, elas você leitor só vão presenciar no final do enredo. Antes, iremos ser apresentados aos personagens e toda aquela preparação retirada das mãos de Stiefvater. Ainda, somos levados a sentimentos puros, no qual o amor não gira só em torno de uma pessoa, vai além da família, como o amor entre os cavalos em sua forma mais pura. O nevoeiro, o frio, todos os detalhes dos cenários de Thisby são perfeitos! Uma vontade de transportar para dentro das páginas e sentir o cheiro de maresia do mar, os ventos de cima do penhasco e a chance de ver o sol nascendo naquele oceano. Cercada de grandes mistérios, muito sangue e coragem, fazem os cavalos Capall Uisce escolherem o local para viver. Antes de começarmos a nossa leitura, somos agraciados pela autora, mostrando como ela colocou todo o local em prática. No final, em suas notas, as fontes imaginárias da autora são apresentadas, o melhor foi saber que A Corrida de Escorpião, foi sua experiência seguinte logo após a trilogia Os Lobos de Mercy Falls.
“[...] A verdade é que me sinto fascinado e repelido por ela: Kate é, ao mesmo tempo, um espelho de mim mesmo e uma porta para uma parte desta ilha que não sou eu.” (p 198)
O final é muito tocante, emocionante, se você é sentimental ou chora a toa, prepare-se! Torci por Corr, um aperto de mão em Sean e um abraço bem forte de parabenização em Puck. Nunca pensei que um livro poderia me chamar tanto como esse. Indico muito em todos os momentos a leitura. A arte original foi mantida pela editora Verus, bem como todos os nomes. Sua diagramação foram muito fiéis, junto com sua tradução nas mãos de Fal Azevedo. A capa meio metalizada desperta todo o charme nos olhos de quem ver. Uma pena, que não exista um próximo livro, enredos como esses, devem sempre continuar.
Descubra o final, lendo nossa resenha: http://www.entrandonumafria.com.br/2012/10/resenha-a-corrida-de-escorpiao-por-maggie-stiefvater.html