Recebi esse livro já faz um tempo e estava na dúvida se gostaria ou não do livro. É um romance estilo inglês típico e sinceramente não sabia se ia gostar e ter paciência para o romance. O clima do livro me lembrou da série britânica Downton Abbey. O romance de Lucinda Riley é dividido entre o presente e o passado. Repleto das características mais fortes do estilo. Não faz muito meu estilo, mas é uma leitura que instiga o leitor a continuar. 560 páginas depois percebi que a história funciona muito bem em uma parte e perde o rumo na outra.
A história começa com Julia e Alicia voltando a velha mansão de Wharton Park em busca de um presente para o pai. A mansão está a venda. O único herdeiro da propriedade e do título quer passar Wharton Park e suas dívidas para alguém mais disposto a cuidar da velha propriedade. Tudo o que não serve para o leilão está sendo vendido. Julia cresceu entre as estufas da mansão em companhia de seu avô Bill, que cuidava das famosas orquídeas da família Crawford. Desde que o avô morrera Julia parou de ir visitar as estufas e perdeu o contato com a casa. No bazar Julia acaba conhecendo, por acaso, Kit Crawford. Mas ela não está aberta para relacionamentos, nem mesmo uma amizade. Ela acaba de passar por um trauma muito grande e está começando a se recuperar. Dias depois Kit aparece em seu chalé em Norfolk com um velho diário em mãos. Ao que parece o diário pertenceu ao avô de Julia, o que logo desperta seu interesse. O diário fala de um período que o avô passou em Bangkok. Ela não sabia que o avô tinha estado lá e resolve descobrir mais sobre o diário e seus segredos com a avó, Elsie, que não vê há muito tempo. A partir daí alternando o presente e o passado a narrativa revela os segredos de Wharton Park e seus herdeiros.
A narrativa funciona bem nas partes onde Elsie está contando o passado. A história de Olívia e Harry é boa e interessante. Consegui ficar curiosa com a trama e fiz mais de mil ideias do que poderia ser o segredo. A princípio julguei que o diário teria uma importância maior, mas acabou que o mistério foi revelado pelo que Elsie contava. Aliás, uma ótima personagem. Todos os detalhes dessa parte da narração são bons e os diálogos, que me incomodaram muito na parte que se passa no presente, são bem melhores. Gostei bastante de Olívia no pouco que ela apareceu e quando descobri qual era o segredo de Harry fiquei boba. Podia jurar que ele seria um personagem bom e gostável, mas depois de tanta coisa errada é estranho ver a autora defender o ponto de vista dele. Não faz sentido Harry na guerra e ai acontecer aquilo.
A narrativa do presente é outra história. Os diálogos são muito estranhos e vários deles não parecem reais. Algumas falas são impossíveis de acreditar, não soam críveis e duvido que alguém fale daquela forma. Julia é uma boa personagem, Kit também tem muito bons momentos, mas a melhor personagem do livro em minha opinião é Elsie. O que atrapalhou foram duas reviravoltas no final. Não são bem reviravoltas, mas dois acontecimentos que acabaram com a chance daquela parte ser boa. O desfecho dos segredos do passado foi satisfatório, mas esperei mais do que viria depois de eles serem revelados. Após encerrar aquela parte a autora simplesmente não soube conduzir o final de Julia e Kit de maneira apropriada. Muito desnecessário aquele ressurgimento no final e Julia poderia ter sido mais forte e decisiva naquela situação. Não consegui me apegar aos personagens, torcer por eles, apesar disso são bem delineados na medida do possível. Um livro de que (...)
Termine de ler em: http://cultivandoaleitura.blogspot.com/2012/06/resenha-casa-das-orquideas.html