_mvtl_ 12/10/2023
A Casa das Orquídeas: "Tenho o mesmo sonho todas às noites. É como se minha vida fosse lançada para o alto e todos os pedaços caíssem pelo chão de frente para trás, pelo avesso."
O livro conta a história de 4 personagens centrais. Temos: Julia Forrester e Kit Crawford, no presente. E: Olivia e Harry Crawford, no passado. Há outros personagens, mas todos têm um caráter secundário — apesar de contribuírem, e muito, com o andar da história.
A obra é um romance histórico na qual apresenta a Inglaterra no período da 2º Guerra Mundial. Entretanto, esse aspecto não é o central, a narrativa abre mão de dar atenção a esse evento, incisivamente, e se concentra em abordar os personagens e as condições deles.
Poder acompanhar as dificuldades, inseguranças e medos dos personagens foi o que mais me encantou durante a leitura. A autora foi capaz de dar tanta delicadeza aos atos, firmeza nas decisões e sonhos nas escolhas deles. Ver a Julia imersa em sombras, sofrimento e angústia foi difícil, mas, após rever luzes do passado, ela ser capaz de encontrar um motivo para deixar de, apenas, existir e começar a viver, foi de uma pureza linda. Mais ainda, logo depois, para cair outra vez. A autora soube dar a ela esse caminhar quase que curativo, além de fazê-la lutar contra tanta tristeza e dor.
Olivia é outra personagem que teve que passar por uma jornada árdua. Na época dela, é visto como uma garota destemida, disposta a deixar de lado toda a exigência que se esperava dela, faz para poder seguir as próprias vontades. Contudo, a partir do momento em que conheceu Harry, a vida dela seria traçada por um estigma triste, pois teria que percorrer um caminho difícil, com uma postura firme, mas infeliz.
Harry, por sua vez, é outro personagem que pôde experimentar o sabor da felicidade, do amor, mas que, no final, andou ao lado da infelicidade, igual à Olivia.
De fato, "A Casa das Orquídeas" é uma obra maravilhosa. Conforme eu me aproximava do final, as mais de 500 páginas não pareciam suficientes. Eu queria mais!
É difícil querer passar tudo o que pude sentir ao lê-lo, afinal, mais do que saber a respeito da história é preciso senti-la, apreciá-la, vivê-la.
Lucinda Riley é minha recomendação. É uma ótima autora (já pude ler duas obras dela). A escrita dela é fluída, leve, instigante. Ela consegue dar vida aos personagens com tanta veemência que quase podemos tocá-los. E para quem gosta de romance, não ficará sem alegria, solidão, felicidade, perdas, amor e tristeza.
— A resenha data de 2020 (escrita no meu Blog), ano em que finalizei a leitura da obra ;) —
site: https://memoriaindie.wixsite.com/memoriaindie/post/lendo-lucinda-riley