Um defeito de cor

Um defeito de cor Ana Maria Gonçalves




Resenhas - Um Defeito de Cor


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Conça 05/12/2020

Minhas impressões, opniões e sentimentos
Nota 4.4

Ana Maria Gonçalves nasceu em Ibiá, no estado de Minas Gerais, em 1970. Começou a escrever contos e poemas desde a adolescência, sem chegar a publicar. A paixão pela leitura nasceu durante a infância, e desde criança lia jornais, revistas e livros.

Um defeito de cor conta a história da literatura afro brasileira, e minha primeira impressão do título foi de assombro por se tratar de um assunto ainda polêmico nos dias atuais.

Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão.

A voz da narrativa é da personagem principal Kehinde, que mais tarde vai se chamar Luísa, transcorre com fluidez e de forma envolvente como se ela estivesse falando com o leitor. Nesse enredo, vai surgindo vários personagens bem reais com papéis fundamental na vida de Kehinde.

Fiquei impressionada com a vida sofrida e dolorosa da personagem, ao mesmo tempo, encontrei oportunidade para aprofundar a correlação da
história entre a África e Brasil. Para mim, foi uma aula de história que faltou na escola. Dessa forma, de forma envolvente e perturbadora pude entender e compreender melhor minhas origens e até mesmo, conhecer mais sobre minha cidade.

Não querendo desmerecer essa obra fantástica, em alguns momentos achei Kehinde muito prolixa e isso me incomodou por diversas vezes, hoje ao terminar o livro, entendo que deveria ler como se cada dia estivesse recebendo uma carta endereçada para mim ou lendo em forma de um diário encontrado, mas isso não refuta a grandeza do livro.

Os sentimentos são todos de natureza negativa porque só tem miséria, medo, privações, preconceitos e muita, muita violência infligida ao ser humano.

Recomendo a obra
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Léo Felipe 16/03/2021

Exu matou um pássaro ontem com a pedra que jogou hoje.
Terminei a leitura não faz nem 2 minutos. O coração ainda está apertado e não deu tempo nem de secar as lágrimas. Não sou uma pessoa que se emociona fácil, mas esse livro me pegou, não teve jeito. De longe a melhor leitura da minha vida. Uma história dolorosa, mas também fascinante. Agora eu entendo quando dizem ?É o livro da minha vida?. Como homem preto, me senti conectado com minha ancestralidade. A história de Kehinde é a história do Brasil, com todas as feridas ? ainda abertas ?, mas também as cicatrizes. Foi uma honrar acompanhar Kehinde em sua jornada. Ana Maria Gonçalves é gigante e eu juro que vou ler qualquer coisa que for escrita por ela!
Jocy.Bispo 17/03/2021minha estante
Meu livro favorito! Foi maravilhoso ler Um defeito de cor.
Aprendir, chorei e me tornei viva nesta obra fantástica.




Rai @atequeolivronosrepare 26/01/2021

📍 Um Defeito de Cor, por Ana Maria Gonçalves. Literatura brasileira. 952 páginas. 5/5 estrelas. ☕ 1° livro lido em 2021. #acResenhas

Iniciei no fim do ano passado e terminei ontem, desejando ficar e ler todos os dias algo mais escrito pela autora. É um baita calhamaço com suas quase mil páginas, mas a leitura foi fluida e cheia de emoções. Logo no início uma parte específica me trouxe muita dor e comoção - imagino que para mais gente, em especial para mulheres. Conforme o livro foi correndo outros momentos impactantes aconteceram, mas nenhum me atingiu tanto quanto aquele do início.

Para quem está procurando uma leitura extremamente rica sobre cultura, religião, política e tempos de escravidão no Brasil (se é que podemos bater o martelo para dizer que acabou... Mas isso é pauta pra outra conversa), é um prato cheio. Para quem, como eu, gosta de apreciar também a escrita, a maleabilidade do estilo do autor, também é maravilhosa a experiência que Ana Maria Gonçalves proporciona.

Acrescento ainda que é um livro que poderia ser sugerido nas "leituras essenciais para se perceber brasileiro". Forte. Cirúrgico. Belo.

site: https://www.instagram.com/p/CKb1bHHJP-w/?igshid=yusogprsjdvq
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Kamyla.Maciel 01/03/2023

Sobre resiliência
Esse livro foi um dos maiores desafios, mais de mil páginas que se tornaram pequenas diante da grandeza de Kehinde, uma das mulheres mais inspiradoras que tive o prazer de conhecer na literatura!

Qualquer resenha sobre esse livro será pouco para demonstrar o quanto ele é incrível, tocante, descritivo a ponto de doer na alma. É, sem dúvida, um dos melhores livros que já li.

A história traz como Kehinde foi capturada na África e escravizada, conta a inimaginável viagem no navio, sua chegada ao Brasil e o desenrolar de sua vida. Para quem já foi em Salvador, é muitooo interessante ir lendo e reconhecendo os lugares, a história e cultura tão presentes no Pelourinho e no Carmo.

O livro dá uma aula da cultura africana e como ela foi sendo importante na formação da sociedade brasileira. Fala das revoltas populares, aquelas que pouco nos falavam nas escolas?

Ao contar a história de Kehinde, também lemos sobre as relações entre os brancos e os negros, sobre a importância da música e da religião na resistência dos escravizados.

O mais impressionante é que numa vida com tanta tragédia, ela conseguia encontrar forças para ter fé e confiar nas pessoas. De tudo, o mais lindo foi ver os laços criados, as pessoas que cruzaram o caminho dela, as que passaram e deixaram parte de si. É muito foda de ver que quando tudo parecia não ter solução, ela encontrava uma.

O destino dela era ser grande! E conseguiu. Leiam esse livro, é uma obra prima!!!

Só tenho uma observação negativa, do meio para o final, o livro fica um pouco arrastado, muitooo descritivo. Mas, pra mim, não atrapalhou a leitura.

Trecho: ? Não tenho defeito algum e, talvez para mim, ser preta foi e é uma grande qualidade, pois se fosse branca não teria me esforçado tanto para provar do que sou capaz, a vida não teria exigido tanto esforço e recompensado com tanto êxito.?
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Jéssica 29/01/2021

Épico
Ana Maria Gonçalves mostra o contexto histórico e cultural do Séc. XIX pelas palavras de Kehinde, mulher africana do reino de Daomé (onde hoje fica Benim) e levada ao Brasil como escrava.
A saga de Kehinde é rica em detalhes e extensa, mas que não fica maçante por ser muito emocionante e envolvente. Além disso, é contada pela própria personagem, o que a torna mais natural. É como se ela estivesse conversando com você.
Aproveite para ler com calma, para refletir, imaginar-se nos lugares descritos, relembrar as aulas de história e, principalmente, aprender sobre parte da história e cultura africanas, que contribuíram para a construção da identidade brasileira.
Se você se intimida com o número de páginas e/ou tem uma lista infinita de leituras desejadas, uma dica: leia cada capítulo como se fosse um livro independente (de uma série) e intercale com outras leituras. Foi o que eu fiz.
É maravilhoso! Recomendo!
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Thais645 24/04/2024

Uma leitura muito sensível e importante demais! A narrativa de Kehinde e sua trajetória mexeram muito comigo. Chorei muito. Nunca chorei tanto lendo um livro! Terminei a leitura com um engasgo e aperto no peito consciente de que apesar de triste esta é uma narrativa muito poderosa e cheia de amor.
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Kizzy 07/01/2014

Obra prima. Histórica e Artística
Essa é uma das mais difíceis resenhas que eu já escrevi. Terminei de ler a história da fortíssima Kehinde há 4 dias e até agora não consegui parar de pensar em tudo que vivi com ela. Nesses dias, pensando no que escrever, cheguei a conclusão que tenho muito mais vontade de escrever sobre tudo que senti enquanto lia, do que os detalhes e características do livro ou do texto.
Pra começar, há muito pouco a falar sobre o livro em si. É um primor, histórico, literário, textual, antroplógico, social, teológico e cultural. Sim um livro extremamente descritivo, detalhista em relação ä vida do preto no Brasil e principalmente com relação à cultura e religião do povo africano. E ao mesmo tempo, profundamente sensível, dinâmico e delicioso de ser lido. De forma que, não tenho muito o que analisar, gostando ou não do enredo, o livro é definitivamente muito bem escrito e eu leria cada uma das quase mil páginas novamente com muito gosto.
Já com relação ao meu sentimento enquanto brasileira lendo esse livro, eu poderia escrever 300 páginas aqui. Eu me senti representada, me senti entendendo coisas que deviamos aprender desde criança, sobre nossa origem, sobre como o processo da escravidão mudou definitivamente a sociedade africana e brasileira. As situações vividas pelos personagem, na verdade são explicações extremamente importantes sobre a formação social do nosso país. "Essa história contada pela Adeola mostra bem a mistura das religiões, que valia mais entre os pretos, da África ou da terra, já que os brancos agiam como donos de tudo, inclusive da única crença verdadeira. Batizar os pretos com nomes de brancos, e obrigá-los a renegar a fé que tinham em Africa antes mesmo de pisarem na nova terra, era um modo de mostrar isso."
A vida da Kehinde, é na verdade a formação de um novo povo. Um povo que aprendeu viver com as condições tenebrosas a que foram submetidas e que se transformou em uma nova sociedade. Fato demonstrado pela volta dos ex escravos à África. Lá chegando, eles não eram mais os mesmos que haviam sido capturados há tantos anos atrás, não tinham mais os mesmo interesses, a mesma cultura, nem a mesma religião, que apesar de manter as mesmas raízes africanas tinha muito do catolicismo, um catolicismo que com certeza só existe no Brasil, cheio de figuras africanas. Quem voltou à Africa não era mais africano, e também não era português, nem inglês como os que eram seus senhores por aqui. Esse povo era o brasileiro, o braseileiro formado pelos pretos trazidos de áfrica, que sobreviveu a todos aqueles anos de escárnio, e que bem diferente do que aprendemos na escola, não passou sua vida como um cachorro doméstico jogado a sua sorte, mas viveu, lutou, aprendeu, acertou e errou muito, como a Kehinde.
Um povo que tenta ser feliz e andar pra frente apesar de tantas coisas, o tal do brasileiro, e principalmente o brasileiro negro, que até hoje, tenta e luta para desatar as consequências histórias que toda a atrocidade da escravidão deixou não só no Brasil, mas em todo mundo.
"Eu achava que era só no Brasil que os pretos tinham que pedir dispensa do defeito de cor para serem padres, mas vi que não, que em África também era assim. Aliás em África, defeituosos deviam ser os brancos, já que aquela era nossa terra e éramos em maior número. Não tenho defeito algum, e talvez para mim ser preta foi, e é uma grande qualidade, pois se fosse branca não teria me esforçado tanto para provar que sou capaz, a vida não teria exigido tanto esforço e recompensado com tanto êxito. Eu me sinto muito mais orgulhosa de ter nascido Kehinde, do que me sentiria se tivesse nascido Padre Clement".

Para terminar, queria falar do prólogo do livro. A autora conta que a obra foi fruto de uma "Serendipidade"(quando estamos procurando por uma coisa, e achamos uma muito melhor). Ao terminar de ler o livro, fiquei com a impressão que existia algo de mágico ou místico mesmo na história da Kehinde, pois no tempo em que estava lendo, me aconteceram também algumas serendipidades. Conheci pessoas que nem imaginava, com quem passei bons momentos comentando e aprendendo um pouco sobre o que lá estava escrito. Encontrei vários textos e "coincidências"sobre o que estava aprendendo, aprendi enxergar na rua tantas marcas que antes passavam desapercebidas, e passei 40 minutos no consultório do ortopedista (onde entrei com o livro porque estava lendo na sala de espera), e que ao ver a obra na minha mão, começou imediatamente a trocar muitas experiências sobre quando ele tinha lido e o quanto tinha sido tocado pela obra.
A Kehinde realmente me marcou, e por tudo que foi absorvido nessas quase mil páginas, hoje também sinto muito mais orgulho do que antes, de ter nascido Kizzy e ter me tornado a mulher que sou hoje.
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MichelleSN 07/03/2024

Épico brasileiro!!!!
O que dizer sobre essa obra magnífica? A narrativa é esplendorosa e aflora todos os sentimentos possíveis!!!

A Kehinde não é a heroína como muitas resenhas citam e, justamente por isso, tem uma das melhores construções de personagem que li nos últimos tempos. Ela é o que ela é, sem se prender às amarras que os outros insistem em lhe impor.

A riqueza de detalhes das cenas execráveis torna a experiência quase que tangível e sufocante, é doloroso demais.

Mesmo não concordando com alguns atos e posicionamento da protagonista, eu adorei a experiência de passar 3 meses descobrindo mais sobre sua vida e relações. E claro, como mãe, senti cada afastamento e perda que ela sofreu.

Mas nenhum obstáculo é o bastante para seu espírito obstinado. Se preciso for, cruzará oceanos e galáxias, contanto que siga sua intuição e acalme seus anseios.
Quanto a isso, eu não posso discordar!
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David 27/02/2020

Valeu as 947 páginas kkkkk.
Uma história de sofrimento e muita luta, trata-se de uma mulher de fibra que sofreu muito, e mesmo assim nunca perdeu as esperanças e não abaixou a cabeça pra ninguém.
Sua saga a procura do filho é um dos momentos mais tensos...
Demorei para ler, pois estava preguiçoso kkkk
Mas é um livro para pegar e ficar muitas horas na leitura, pois é de fácil entendimento, conta vários momentos da história do Brasil do século XIX.
A leitura é tão suave que parece que estamos em uma conversa com a protagonista.
Super recomento....
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Nat 17/11/2020

^^ Pilha de Leitura ^^
Um Defeito de Cor é considerado um romance de formação, desses que mostram o personagem desde crianças, se transformando. Mas acho que quem se transformou fui eu, com essa história espetacular. São quase mil páginas, mas que parecem 200 de tão fluída que a leitura é. Não dá vontade de parar. Kehinde é traficada como escrava para o Brasil, após perder toda sua família na África. Aqui é onde cresce, engravida duas vezes e se perde de uma das crianças. É quando decide voltar à África para procurá-lo, e constrói outra parte de sua história. Além de contar a história dessa ex-escrava, o livro conta quase um século de história brasileira, ou seja, a formação social, cultural e religiosa do Brasil. Leitura indispensável.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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Felipe 16/05/2023

Que livro rico!
Uma obra daquelas que tem história, povos e sociedade abordadas da forma mais compreensível possível! Queria conseguir colocar em palavras a riqueza que esse livro possui, mas elas me faltam! Para descobrir, leia!
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Claudio 23/02/2024

A história que a História não conta
A vida de Kehinde/Luiza Mahin contada por ela mesma, da sua captura na África ao fim da vida, passando pelos horrores da escravidão, sua participação ativa na Revolta dos Malês, atravessando Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo do século XIX.
Um clássico brasileiro do século XXI, que traz uma história afro-centrada como não há outras e escrita de forma muito sensível.
A autora propõe um mergulho nas culturas afrodiaspóricas, ajudando a compreender sua formação e mutações sofridas em solo brasileiro.
Um livraço. Em todos os sentidos do termo.
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Gabi 28/11/2020

Meu livro favorito de 2020
Fazia tempo que eu queria ler Um defeito de cor mas me faltava tempo, durante o isolamento acabei não resistindo e comecei a ler.

Fiquei com medo de achar a leitura muito cansativa por causa das quase mil páginas que ele tem mas foi totalmente o contrário, foi fácil de ler e nem dava vontade de parar de ler mesmo sendo um livro bem extenso.

Somos apresentados á Kehinde (seu nome real, e não ?Luiza?, seu ?nome de branca? como ela mesma chama) e sua trajetória de seu país de origem até os horrores em solo brasileiro. O livro é extenso exatamente por contar toda sua vida, tem bastante acontecimento e a maioria é desesperador, como tudo que remete á escravatura.

Amei esse livro e com certeza é o meu favorito do ano, e provavelmente um dos que mais gostei de ler até agora. Recomendo demais essa leitura.
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Adriana261 17/04/2023

Finalmente, depois de quase 3 meses, cheguei ao fim. É um livro para ler com calma, ficção e fatos históricos se misturam numa incrível narrativa. São enormes descobertas sobre um passado que não temos ideia. É um livro longo, com muitos detalhes, que pode até parecer um pouco monótono em algumas partes, mas deve ser lido até o fim.
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