Um defeito de cor

Um defeito de cor Ana Maria Gonçalves




Resenhas - Um Defeito de Cor


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Thayná Krueger 04/12/2023

Obra Prima da Literatura Brasileira
Esta foi a resenha mais desafiadora que já fiz neste aplicativo. Falar sobre os defeitos ou as questões que nos incomodam em um livro é muito mais simples do que expressar todas as maravilhas que tornam uma obra uma das favoritas de nossa vida.

Reconheço que quase mil páginas podem parecer assustadoras à primeira vista, mas garanto que vale a pena, pois este livro retrata a história do nosso país, especialmente um capítulo terrível: a escravidão, narrada por uma autora espetacular.

A Ana Maria Gonçalves consultou documentos oficiais como fonte para retratar o Brasil durante a era da escravidão, revelando um país caracterizado pelo racismo, pela imposição de trabalho forçado, pela presença diária de violência e por frequentes rebeliões. A Ana conseguiu criar uma personagem (a Kehinde) de forma comovente, demonstrando o que significava ser arrancado de sua terra natal e trazido como escravizado para o Brasil.

Se há um livro que eu adoraria reler, é este. São tantos detalhes sobre nossa história que vale a pena dar uma oportunidade a esta grandiosa obra.
Bruno 04/12/2023minha estante
Fiquei curioso pra ler! ?


Thayná Krueger 04/12/2023minha estante
Eu sou suspeita para falar, já que favoritei. Mas esse livro é maravilhoso, dê uma chance e você irá se apaixonar por esse livrão.


CPF1964 05/12/2023minha estante
Não entendi. Não iríamos reler este livro em 2024 ?


Thayná Krueger 05/12/2023minha estante
E vamos reler em 2024.


CPF1964 05/12/2023minha estante
E você fez a resenha agora ?


Thayná Krueger 06/12/2023minha estante
Eu li esse livro esse ano, mas fiquei enrolando em fazer a resenha pois é difícil falar do livro quando ele é bom. Mas como está chegando o final do ano e quero bater a meta de resenhar 50 Livros, peguei um que eu amei para fazer a resenha.


CPF1964 06/12/2023minha estante
Entendi, Thayná. A resenha ficou ótima.


Thayná Krueger 06/12/2023minha estante
Obrigada. Eu queria falar muito mais sobre o livro, mas ao mesmo tempo não quero entregar muito sobre a estória. Acho que ir se surpreendendo é uma parte bacana de todo livro.


CPF1964 06/12/2023minha estante
Com certeza absoluta, Thayná. Dizer que o mordomo é o assassino estraga a experiência do leitor....??


Thayná Krueger 06/12/2023minha estante
Quando o autor é preguiçoso, a culpa é dele o culpado ser tão evidente ???


Thayná Krueger 06/12/2023minha estante
Quando o autor é preguiçoso, a culpa é dele o vilão ser evidente nas primeiras páginas


Thayná Krueger 06/12/2023minha estante
Mas tem muito livro que entrega tudo na sinopse. Ainda bem queeu leio a sinopse e esqueço tudo no outro dia ???


CPF1964 06/12/2023minha estante
Memória Seletiva....????




Bookster Pedro Pacifico 16/11/2021

Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves
Sabe aquela leitura que você mal começa e já quer sair indicando? Então, com “Um defeito de cor” foi bem assim. Levei mais de 2 meses para ler as quase mil páginas e fiquei esse tempo todo ansioso para poder fazer essa resenha para vocês e recomendar a leitura!

O livro é uma verdadeira aula sobre a formação da sociedade brasileira e sua estreita relação com o triste processo de escravidão que marcou o nosso país. Acompanhamos a história de Kehinde, uma garota nascida no começo do século XIX em Savalu (atual Benin). Depois de vivenciar tragédias em sua família, acaba sendo capturada e transportada para o Brasil, uma terra totalmente desconhecida, com o objetivo de ser vendida para algum senhor de engenho. E a autora detalha todo esse traumático episódio, narrando as condições desumanas que os futuros escravizados sofriam nas embarcações e na chegada ao país.

No Brasil, Kehinde será batizada e receberá o nome de Luisa, já que os colonizadores simplesmente ignoravam a cultura e tradições dos povos capturados no continente africano. Kehinde, no entanto, se recusa - da forma que pode - a esquecer seu passado. São muitas as dificuldades vividas por uma criança sozinha em um país desconhecido. A narrativa faz um mergulho tão profundo na vida de Kehinde que fica impossível a tarefa de contar sobre a sua trajetória em uma resenha.

Por isso, o importante é compartilhar o que aprendi. Aprendi sobre a origem de diversos elementos que compõem a cultura brasileira. Entendi o lento processo que culminou na abolição da escravidão no país, ao mesmo tempo que me revoltei muito pelo sofrimento a que os escravizados eram submetidos. Há passagens que demandam uma pausa, tamanha a crueldade do colonizador.

Também é muito interessante a construção da personagem principal. Ana Maria não pretende criar uma heroína, mas sim uma mulher real, que luta para sobreviver e proteger quem ama, mas que não deixa de apresentar defeitos e tomar atitudes com base apenas na emoção.

Esse é um livro que merece ser lido por todos. Não sei como ainda não foi traduzido para outros idiomas, já que é um retrato riquíssimo da história do nosso país.

Nota 10/10

site: http://instagram.com/book.ster
João Paulo 16/11/2021minha estante
Acabei de comprar através de seu cupom. Não vejo a hora de começar ler ?


Vítor 17/11/2021minha estante
que babadoooo


Rafa.Barros 18/11/2021minha estante
Nossa, tô super curiosa!


Fabrício 22/11/2021minha estante
Um livros mais perfeitos que já li na vida.


@estantedamarcia 20/12/2021minha estante
Meu livro da vida??


Taty 04/01/2022minha estante
Vontade de ler imediatamente ?


Lin 19/03/2022minha estante
Nossa! Vc conseguiu fazer uma resenha incrível! Também amei esse livro!


Raphael 28/03/2022minha estante
Estou lendo sem pressa e que livro absurdo, arrebatador.


Giuliana.Grechi 04/01/2023minha estante
Lendo, amando... Sem dúvida está na lista de melhores


Eliane 23/01/2023minha estante
Iniciando a leitura! Ansiosa !


Daniel.Malaquias 05/02/2023minha estante
Muito bom sua resenha, lendo-a deu até vontade de começar a ler a obra.


Suane 03/05/2024minha estante
Apresentado pela Portela, que fez um grande desfile sobre essa história. Hoje lendo e estou amando, louca para finalizar.




Fabio.Nunes 04/05/2024

O grande clássico brasileiro contemporâneo
Um defeito de cor ? Ana Maria Gonçalves
Editora: Record, 2022

Ao amigo que se aventurar a ler esta resenha, peço-te paciência. O livro é rico demais para que eu escreva pouco.
Planejei a leitura deste livro mais à frente, ainda este ano, mas aí veio o carnaval da Portela de 2024 e mudou tudo:

Salve a lua de Benin
Viva o povo de Benguela
Essa luz que brilha em mim
E habita a Portela
Tal a história de Mahin
Liberdade se rebela
Nasci quilombo e cresci favela!

Foram 2 meses e meio diante desse monumento da nossa literatura. Um clássico com cê maiúsculo. Um romance histórico que nos leva numa viagem ao século XIX por meio de Kehinde (leia-se Keindé), nossa protagonista e narradora. Escrito quase de forma epistolar, Kehinde busca com a narrativa de sua própria vida apresentar ao seu filho perdido sua própria história.
Aqui é onde a ficção já se encontra com a realidade, pois, embora Kehinde seja uma representação ficcional de Luísa Mahin (com pouquíssimos registros historiográficos), seu filho é nada mais nada menos que Luís Gama, um abolicionista que combateu e denunciou o racismo no Brasil, conseguindo libertar mais de 500 negros escravizados ao longo de sua vida.

A ideia magistral de Ana Maria Gonçalves foi conseguir nos ensinar tanto sobre nossa história, sobre nosso povo, nossa cultura, sobre os povos africanos escravizados e suas culturas; tudo isso por meio da vida íntima, do cotidiano e das experiências de sua personagem ficcional.
Este é um livro que talvez preencha um vazio de conhecimento que nosso povo tem sobre esta época, pois nos permite viver as agruras de um escravizado, desde sua captura até sua libertação.
E esse tema da escravidão é tratado com muito carinho pela autora, desnudando para nós todas as suas nuances e complexidades.
Embora a trajetória de Kehinde seja a meu ver uma história de vitória, ela está preenchida de sofrimento. Ela é a mulher que luta, que não aceita ser inferior, que aprende a ler e escrever por puro gosto, que cai e se levanta, que sabe pensar, que empreende, que vence, mas também que se humaniza diante de nós com suas contradições e defeitos (e não são poucos e nem fáceis de lidar). Uma Jane Eyre melhorada.

Vamos à história (sem spoilers).

E eis que o século XIX se descortina diante de nossos olhos.
Iniciando com a captura de Kehinde, ainda criança, em Uidá, reino de Daomé (atual Benim), passando por todos os sofrimentos da travessia do atlântico até a chegada na cidade de São Salvador da Bahia, onde é enviada para trabalhar numa fazenda na ilha de Itaparica.

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"O Benevides tinha se matado, e muita gente disse que ele tinha feito o certo, que antes virar carneiro de bicho do mar, pois provavelmente seria lançado ao mar, do que carneiro de branco no estrangeiro."

"Eu estava com muito medo, pois até então só tinha ouvido histórias terríveis sobre o selvagens da senzala grande, contadas pela sinhá ou pela sinhazinha. Só mais tarde percebi que nada poderia deixar alguém mais selvagem do que a travessia da África para o Brasil?"

"Para os brancos fiquei sendo Luísa, Luísa Gama, mas sempre me considerei Kehinde. O nome que a minha mãe e a minha avó me deram e que era reconhecido pelos voduns, por Nanã, por Xangô, por Oxum, pelos Ibêjis e principalmente pela Taiwo. Mesmo quando anotei o nome de Luísa por ser conveniente, era como Kehinde que eu me apresentava ao sagrado e ao secreto."
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Cresce nessa fazenda, experienciando toda a injustiça e violência a que eram submetidos os escravizados, inclusive ela mesma, de onde sai acompanhando a sinhá para a cidade de São Salvador, um lugar efervescente de inquietação social. Ali tomamos conhecimento das revoltas abolicionistas, como a revolta dos Malês (muçulmanos), das lutas pela independência do Brasil e das revoltas federalistas e republicanas separatistas (cabanagem, farroupilha, sabinada).

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"Achei o assunto interessante mesmo não entendendo, pois era como se os argumentos que usavam contra a dominação portuguesa também valessem contra a dominação que eles tinham sobre nós, os escravos. A mesma liberdade que eles queriam para governar o próprio país, nós queríamos para as nossas vidas."

"fiquei sabendo que os ingleses eram contra a escravatura. Não porque fossem bonzinhos e achassem que também éramos gente, Como de fato faziam pensar nos tratando melhor que o senhor os portugueses ou brasileiros, mas porque tinham interesse em que fossemos todos libertos."
(...)
"Era isso que os ingleses mais queriam, que todos tivessem dinheiro para comprar as mercadorias produzidas nas grandes fábricas construídas em Inglaterra."
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Consegue a muito custo e trabalho comprar sua liberdade e a de seu filho. Relaciona-se com um português, com quem tem o segundo filho (Omotunde), deixando-o depois aos cuidados do pai e de uma amiga para viver 7 anos numa comunidade de sacerdotisas vodúnsi (sacerdotisas jejes no culto da grande serpente).
Descobre que, apesar de livre, seu filho Omotunde é vendido como escravo pelo próprio pai ? aqui eu peço licença em dar o spoiler, visto que é a história de Luís Gama.
Assim, embarca numa busca pelo filho perdido, que a levará a São Sebastião do Rio de Janeiro, Santos, São Paulo e Campinas, sem sucesso.
Identifica os diferentes povos que desembarcaram na Bahia (fons, eves, iorubás, muçulmanos e outros) e no Rio de Janeiro (angolas, moçambiques, monjolos e benguelas) apresentando, contudo, as semelhanças entre suas culturas e seus cultos.

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"Não sei se era bem tristeza, mas os pretos da Bahia pareciam ter mais esperanças de felicidade, não sei se dá para entender, e os de São Sebastião pareciam mais conformados. Acho que essa é até uma palavra melhor que tristeza, a palavra conformismo, porque é uma palavra que acaba com os sonhos das pessoas."
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Sobre esses cultos, preciso abrir um parêntese: que coisa maravilhosa aprender sobre os voduns, orixás, eguns, nkisis, quimbanda, candomblé. São mitologias animistas que guardam semelhanças e uma beleza artística extraordinária, embora tão malvistas pelos brancos cristãos à época, senão hoje. E quanta não é a maravilha da nossa cultura brasileira, que misturou tanta riqueza num só lugar!

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"Ìyá Won, a nossa mãe suprema, a mãe de todas as coisas e para toda a eternidade, a que dá continuidade a tudo que existe ou venha a existir. Olodumaré disse a Oduá que, a partir de então, o homem nunca mais poderia fazer nada sem a colaboração da mulher. Com o poder dos pássaros, as mulheres receberam de graça e de nascimento o axé, que é uma energia que os homens têm que cativar."

"eu não sabia a quem pedir o agradecer pelos acontecimentos. Se não tivesse saído de África, provavelmente teria sido feita vodúnsi pela minha avó, pois respeitava muito os voduns dela. Mas também confiava nos orixás, herança da minha mãe. Porém, cozinhava na casa de um padre e estava morando em uma loja onde quase todos eram muçurumins."

"Eu sabia que o mesmo tinha acontecido com a religião dos orixás, pois em África, cada orixá é cultuado em uma determinada região, da qual é o protetor. No Brasil, por causa da falta de liberdade e de espaço para que cada orixá tivesse seu culto separado, foram todos misturados no candomblé."
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Depois do insucesso em encontrar o próprio filho, decide retornar a Daomé, já liberta e rica, onde consegue se casar e enriquecer ainda mais. E é aqui que as contradições da personagem mais saltam à tela:

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"Os brasileiros faziam questão de se afastar ainda mais dos selvagens conversando sempre em português e dizendo que não cultuavam mais os deuses dos africanos, que professavam a fé dos brancos, o catolicismo. Gente que, no Brasil, provavelmente tinha orgulho de não se submeter à religião católica e fazia questão de conversar em línguas de África, como forma de dizer que não tinha se submetido aos brancos, mas que, de volta à terra, negava esses costumes."

"Às vezes eu ficava um pouco constrangida por me relacionar com mercadores de escravos, mas logo esquecia, já que aquele não era problema meu. Eu não conseguiria resolvê-lo mesmo se quisesse, e também não poderia ficar com muitos escrúpulos depois de fornecer armas para o rei Guezo, sabendo que seriam usadas em guerras que fariam escravos, quase todos os mandados para o Brasil."
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No fim, zarpa de volta ao Brasil, com a esperança de entregar em mãos sua história ao filho.

Concluindo, e agradecendo a quem aqui chegou, este é um livro para se ler com calma, talvez em mais tempo do que eu levei, tamanha a riqueza que ele possui. E se eu falhei em narrar tudo o que essa obra nos brinda, em mim não carrego culpa, pois desconheço quem o faça.

?Saravá Kehinde! Teu nome vive!
Teu povo é livre! Teu filho venceu, mulher!
Em cada um de nós, derrame seu axé!?
Ana Sá 04/05/2024minha estante
Fabio, acho que você venceu o desafio que é resenhar uma obra deste porte (eu nunca soube nem por onde começar!), com direito a trechos generosos que me levaram às ótimas lembranças que tenho desta leitura! Foi muito bom revisitar o livro assim!

Não menos importante: "Jane Eyre melhorada" foi ótimo! haha


Jóice D. 04/05/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Fabio!
Uma vez que se conhece Kehinde, levamos ela sempre no coração.
Maravilhoso recordar todos esses trechos!


Fabio.Nunes 04/05/2024minha estante
Ana, muito obrigado pelo elogio. Importante saber que essa resenha conseguiu te fazer revisitar essa obra. Missão cumprida.
E sim:
Kehinde > Jane Eyre rsrs


Fabio.Nunes 04/05/2024minha estante
Muito obrigado Jóice!


Craotchky 05/05/2024minha estante
Essa ideia de que o livro consegue preencher um vazio de conhecimento sobre essa parte da história, por si só parece suficiente pra justificar a obra e sua leitura. Quanto ao cultos de origem africana, sempre lembro que é possível ter belos vislumbres dos principais deles em Jorge Amado.


Fabio.Nunes 05/05/2024minha estante
Falou bem Filipe! Concordo plenamente. Jorge Amado só li Capitães da areia, e achei sensacional.


Regis 06/05/2024minha estante
Já tinha visto alguns colegas do Skoob fazendo essa leitura, mas confesso que foi essa resenha esplêndida que conseguiu despertar meu interesse por essa obra, que, já prevejo, vou gostar muito. Como sempre, Fábio sua resenha está perfeita! ????


Fabio.Nunes 06/05/2024minha estante
Ôh Regis, muito obrigado!


Flávia Menezes 06/05/2024minha estante
Fábio, isso não é uma resenha: é uma verdadeira análise literária. Uma aula, onde nos sentamos para aprender, e quando vemos, estamos plenamente encantados mesmo desconhecendo muitas partes da história.
Ter lido sobre o quanto o samba-enredo da Portela te motivou, me fez lembrar da beleza daquele desfile e do quanto o mais belo do cantar foi o incentivoà leitura. E assim como o carnavalesco, você fez o mesmo comigo (se sem dúvida com muitos mais) me deixando ansiosa para ler essa magnitude.
Parabéns, meu caro! Que resenha digna de uma bela coluna em um jornal! ????????


Fabio.Nunes 06/05/2024minha estante
Flávia, seus olhos vêem a beleza que neles habita. Receber um elogio desses de uma pessoa como vc é algo tão bom, mas não sei se sou digno. Ainda assim, obrigado de coração.
No mais, quem escreve colunas de jornal aqui é você, uma das melhores resenhistas desse Skoob.




Leila 24/02/2023

Terminei agora Um defeito de cor e posso dizer que estou aliviada com esse término de leitura. Comecei amando e sofrendo muito, no decorrer da obra me emocionei e chorei em vários momentos, mas a historia vai perdendo a força em um dado momento e a autora me perdeu pelo caminho e no fim já estava amaldiçoando as 952 páginas num livro que dava para contar em 500 páginas o que era de fato essencial ser contado e não precisava "contar até a cor da cueca de tudo quanto era gente que aparecia no caminho da personagem". A primeira parte do livro, por assim dizer é primorosa e perfeita, a segunda é boa, mas a terceira eu li revirando os olhos, confesso, condenei a Kehinde em vários momentos e achei muita coisa meio fantasiosa, parecia até que estava assistindo filminho da Disney (a essa altura já estou sendo apedrejada na rua, eu sei). E o que mais me irritou é que em um livro tão prolixo que por boa parte dele que girou em torno de um "plot", a autora no final final, deixou o leitor a ver navios, nem se dignou a finalizar mesmo a coisa. Ah me poupe! Faz a gente ler essa quase bíblia e nem dá um fim condizente ao conto de fadas que ela estava criando ao despirocar a historia? Enfim, nota 3,5 para 4. como disse um amigo, porque eu sou muito generosa e porque sei que mesmo não tendo amado a obra como um todo, várias passagens dela foram marcantes e ficarão comigo por uns tempos. Massss, venciiiii. Foi minha segunda tentativa de ler esse livro e agora posso tirá-lo da minha estante como leitura concluída. Agora, simbora pro próximo que a fila aqui tá giganteeee.
Alexandre663 19/03/2023minha estante
Minha experiência de leitura está bem parecida. Nas primeiras 500 páginas a história flui bem e até que li rápido. Mas depois o livro começa a ficar maçante demais. Parei na página 630 e vou dar uma pausa de alguns dias pra retomar a leitura, que já não está mais atrativa.


18/04/2023minha estante
A parte que se passa na África é bem difícil.. acho que a essa altura já estamos cansados de decorar nomes de personagens e nos envolver com cada história mesmo. Amei o livro e tudo o que ele me ensinou até ela sair do Brasil, agora tô só a força do ódio pra terminar ?


Thayná Krueger 26/04/2023minha estante
Concordo totalmente. O final foi muito cansativo, mas acho que os últimos 10% ficam excelentes outra vez


@Estantedelivrosdamylla 19/07/2023minha estante
Até 80% eu estava achando bom, mas depois disso eu revirei os olhos inúmeras vezes kkkk. Além de passagens mt chatas, a protagonista virou outra pessoa com valores bem diferentes, o que me incomodou demais.


Edicleia 29/10/2023minha estante
Estou chegando no final e estou com o mesmo pensamento kkk bom que não estou sozinha, fiquei procurando uma resenha que me representasse kkk


Thayná Krueger 29/10/2023minha estante
Edicleia fica tranquila que melhora ?


Edicleia 05/11/2023minha estante
Agora que a protagonista chegou no Rio de Janeiro, melhorou um pouco,estou gostando.




Rosangela Max 19/05/2021

Espetacular!
Essa história é tão rica que me falta palavras para expressar o meu prazer por ter realizado esta leitura.
Só lendo mesmo pra saber o tanto de cultura, principalmente africana e brasileira, que são apresentadas nesse livro.
Com certeza entrou para os meus favoritos.
Sensível, forte, emblemático, comovente, revolucionário ? tudo na medida certa.
A escrita da autora é maravilhosa!
Como nem tudo são flores, acho que pecou um pouco no final. Esperava um desfecho melhor.
Cristiane 19/05/2021minha estante
Tive está sensação ao ler "Torto Arado".


Rosangela Max 19/05/2021minha estante
?Torto Arado? está na minha lista de leitura, mas vou esperar um pouco para me desvincular do tema e não confundir as histórias. Afinal, foram quase mil páginas de ?Um Defeito de Cor?.
Se vc curte esta temática, recomendo muito esta leitura. ??


Cristiane 19/05/2021minha estante
Nossa é tão grande assim... Ufa!


Laiza0 19/05/2021minha estante
Quero ler?


Théo 20/05/2021minha estante
Concordo contigo, Rosangela. Maravilhoso, absurdamente importante, contextualização perfeita, narrativa nem se fala... Mas também esperei um outro desfecho


Cris.Baptista 26/05/2021minha estante
Um livro sensacional! Muito bem escrito, com uma pesquisa histórica de encher os olhos. Eu realmente gostei muito.




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Apenas Evelim 14/10/2022minha estante
Adorei a resenha! Vontade enorme de ler!


@larinovaes.solar 14/10/2022minha estante
Tentei ler em 2014 mas não consegui. Ainda não sei se estou pronta, como uma mulher preta, alguns gatilhos podem ser acionados com a leitura. Gostei demais da sua resenha resgatou o desejo de ler. Quem sabe uns anos a frente eu consiga mergulhar nesse livro. Vou recolocar na listinha s2


Jorlaíne 14/10/2022minha estante
Lari, tem muitos gatilhos mesmo. E é una leitura lenta. Não é aquele livro pra devorar. Tenho certeza que na próxima vez você vai conseguir. Um abraço!


Jorlaíne 14/10/2022minha estante
Obrigada, Evelim. Boa leitura pra você!


Fausto.Mota 15/10/2022minha estante
Sua resenha fez aumentar a minha vontade de ler esse livro.


Jorlaíne 15/10/2022minha estante
Fico feliz, Phausto. Recomendo muito!




Layla.Ribeiro 04/12/2021

Desafio literário 2021- Calhamaço
História da grande jornada de Kahinde uma mulher que foi capturada na África e escravizada no Brasil quando criança, além de ser um romance de ficção histórica também é um romance de formação porque vamos acompanhado a evolução e maturidade da personagem. Uma trajetória de vida que perpassa por vários momentos da história do Brasil, momentos esses desconhecidos para muitos e de grande importância, o que mostra o quanto a autora estudou pra escrever esse livro tornando-o riquíssimo. Uma linguagem fácil e fluida que vai te envolvendo na história e que faz você não querer parar de ler o livro. O tema religioso presente nesse livro, religião islâmica , cristãs e de matriz africanas muito bem trabalhada , eu amei conhecer sobre a religião africana muitas coisas eu não fazia ideia e me ajudou muito a desconstruir algumas visões errada e me fez buscar e procurar mais sobre na internet. Sem dúvida virou meu favorito e quando cheguei ao final dessa jornada ficou um vazio , uma saudade da Kehinde. Acredito que futuramente esse livro se torne um clássico da literatura nacional e ao meu ver ele tem a mesma importância para o Brasil da mesma forma que Os Miseráveis tem para a França. Leiam esse livro!
Joao 04/12/2021minha estante
Layla, adorei a tua resenha. Não conheço essa obra mas pela sua resenha e essa analogia com Os Miseráveis, já pretendo ler.


Layla.Ribeiro 04/12/2021minha estante
Que bom! Fico feliz !!


Lina_2013 04/12/2021minha estante
RT, me deixou muito curiosa para ler tbm.


Vivi Martins 27/05/2022minha estante
Gostei muito da resenha. Comecei essa leitura ontem. O que vc ainda não leu, Layla? ?


Layla.Ribeiro 27/05/2022minha estante
Obrigada Vivi, ainda preciso de mais duas vidas para ler tudo que eu gostaria haha




spoiler visualizar
StellaNpe 15/03/2024minha estante
Estou lendo agora e me perguntando como alguém que perdeu um filho, abandona o outro aos cuidados de terceiros e passa 3 anos sem visita-lo? Sinceramente nem da pra sentir pena quando ele desaparece.. ?


carmen.fogaca 15/03/2024minha estante
Você vai ver que não foi bem só este tempo . E para não estragar a experiência volta aqui qd você chega a São Sebastião RJ e vamos fofocar sobre


Hey Lyla 17/03/2024minha estante
Esse trecho do Lourenço é chocante e triste. A da mãe e do irmão dela também, até pior, socorro tenho que ler trechos e parar, pq são bem intensos.
Estou na parte do batismo de Banjokô.


StellaNpe 25/03/2024minha estante
Estou na parte em que ela já está em África, e posso dizer que estou decepcionada com o rumo da Kenhide, no início do livro ela era uma mulher tão forte, era incrível acompanhar sua jornada, em algum momento ela se tornou mesquinha, acho que isso pode ser reflexo de todo mal que ela viveu, mas na reta final posso dizer que a história fica monótona e decepcionante..


Hey Lyla 21/04/2024minha estante
É a parte da África foi para mim a parte mais difícil da leitura, talvez pelo cansaço, já que é um livro extenso, também não gostei muito.
Mas aqueles momentos finais, nossa, achei angustiante e triste.




Newton Nitro 19/05/2015

Pode um romance conter toda uma vida?

Um romance é capaz de conter toda a vida de uma pessoa, com suas complexidades, paradoxos, contradições, alegrias e tristezas? Um romance é capaz de conter toda o sofrimento de um povo? Se você ainda tem dúvida, leia "Um Defeito de Cor", esse já clássico da literatura brasileira, um romance tão maravilhoso como necessário, escrito pela Ana Maria Gonçalves, que considero uma das melhores escritoras que ja li na minha vida.

Um romance cosmogônico, uma saga impressionante e muito bem escrita, um clássico da literatura mesmo sendo tão recente. Não conheço outro livro semelhante na nossa literatura que seja tão épico, tão extenso e que trate de maneira tão sensível e íntima o ponto de vista feminino da tragédia e dos horrores da escravidão no Brasil, o nosso imenso Holocausto, que sempre foi insuficientemente estudado e discutido pelo nosso péssimo sistema educacional.

Defeito de Cor é uma história de origem contada pelo ponto de vista de Kehinde, uma africana arrancada da região de Daomé, na África e levada como escrava para o Brasil. Toda a narrativa é feita dentro da premissa de Kehinde contando sua história pessoal, desde sua infância até sua velhice, uma história que vai sendo transcrita por uma de suas amigas para ser entregue ao filho, agora adulto, que foi tirado quando criança dela enquanto estava no Brasil. Essa estrutura é muito interessante, pois transforma o leitor no filho de Kehinde, me senti como se a narradora falava diretamente para mim, e de certa forma, todos os brasileiros são "filhos de Kehinde".

A técnica narrativa usada foi a do discurso indireto em primeira pessoa, que funciona muito bem em romances históricos, torna a exposição de contexto histórico mais natural. Gostei demais do estilo de Ana, conciso, sem muitas firulas, linguagem direta e enganosamente simples, ao mesmo tempo que a oralidade do texto cria efeitos poéticos no leitor. Eu engasguei e me emocionei muitas, mas muitas vezes durante a leitura desse tijolão, o que eu adoro, quem vem aqui no blog sabe, curto livros gigantescos, e "Um Defeito de Cor" tem quase mil páginas! E olha que terminei o livro querendo mais, querendo que Kehinde continuasse suas infinitas histórias; essa Sherazade de Daomé. Outra coisa que amei foi a força de Kehinde, isso é que é protagonista, fortíssima, inspiradora, valente, perseverante, fantástica, uma bela adição para o rol de personagens da literatura brasileira.

E esse é um romance com muita exposição, mesclando a história pessoal de Kehinde com fatos históricos, revoluções, com quase uma enciclopédia de cultura afro-brasileira, um glossário maravilhoso e um guia para as diversas matizes das religiões africanas e suas variações brasileiras, tudo sob o ponto de vista de Kehinde e dos negros brasileiros e africanos do período colonial e imperial no Brasil, um ponto de vista que quase nunca mereceu a atenção necessária. O livro revela a grande lacuna e falha na história tradicional do Brasil que omite todas as incontáveis rebeliões de escravos que sempre aconteceram durante a escravidão brasileira, uma omissão criminosa na nossa educação.

E a questão da escravidão é mostrada em toda sua complexidade, não existe maniqueísmo no livro, com brancos cruéis ao lado de brancos que se empatizam e até lutam pela liberdade dos negros. No lado africano, temos expostos a brutal realidade tribal africana, a sanguinolência das disputas tribais, a tirania dos chefes de tribos e dos reis africanos, fazendo sua parte dentro do horrendo comércio de escravos.

Outro aspecto interessante é o mergulho no ponto de vista da espiritualidade afro-brasileira, com seu sincretismo e com o modo poético de experimentar a vida, com os voduns, orixás, eguns, e outras forças vindas do orum para guiar, aconselhar, proteger e orientar cada passo. Fiquei até com um desejo impossível e romântico de vivenciar essa visão mistica da vida, que parece encher tudo de mistério, de sinais e sinas, de significado e sentido, mas para isso tenho a literatura, para viver outras vidas, ver outras realidades e me emocionar com a beleza sofrida da experiência humana.

Agora fica um aviso, o livro é também muito sofrido, muitas passagens bem dolorosas e cruéis, bem tristes, de encher de vergonha e de revolta pela escravidão no Brasil, essa parte horrenda da história de nosso país, uma tragédia que deixa marcas e consequências até hoje. Precisamos de mais livros como "Defeito de Cor", muitos outros livros como esse. É uma pena que ninguém mais lê, que as pessoas lêem cada vez menos, uma pena mesmo.

Fica a dica do livro, vale cada linha, cada palavra, e espero que como eu, você se apaixone por Kehinde.

Ah, como é bom ler um livro assim, daqueles que marcam a gente para sempre!



ANOTAÇÕES FEITAS DURANTE A LEITURA (PODEM CONTER SPOILERS)

Narrativa segue o amadurecimento do narrador, comeca trágico.

A brutal realidade tribal africana, das disputas tribais, e o medo da feitiçaria que gera violência contra mulheres velhas e sábias, curandeiras, etc.

Visão de mundo mítica, oa mortos são tão importantes quanto os vivos

A violência e o horror da travessia, dentro do ponto de vista da Kehinde.

Técnica Narrativa - pov de primeira pessoa, descrições diretas e concisas, voz muito pessoal e forte.

Protagonista fortíssima.

Descrições maravilhosas, e um pov sem melodrama, o que aumenta a tragédia.

As histórias dos negros, os mitos tradicionais unindo tribos.

Ponto de vista imerso na espiritualidade africana, maravilhoso.

O dia a dia daa escravas que serviam dentro da casa grande, o medo constante da punição, e progressiva colonização cultural, a mudança do olhar, a violência do esquecimento das raízes.

A vaidade pessoal de Kehinde como uma estratégia de resistência.

Sincretismo religioso como estratégia de resistência

O horror das fugas e a hipocrisia da igreja da época.

A importância dos musurumin, is africanos muçulmanos na resistência cultural e psicológica.

O quilombo como um sonho de vida livre, como esperança.

Conventos, a opressão sobre as mulheres brancas, patriarcado colonial.

Estratégias de sobrevivência, Kehinde é fantástica, inteligente, criativa. Uso do comércio como um caminho para a liberdade. Dinheiro como a única opção de liberdade social, mesmo que ilusória, sem violência.

Livros e a leitura como o caminho para a libertação da alma.

A sinhá de Kehinde é um monstro, e o mais assustador é que sua personagem segue a consequência natural do racismo colonial.



A religião africana como proteção psicológica contra o assalto cultural do catolicismo colonial.

Religião mudando no contexto brasileiro.

Oralidade e capítulos bem delineados tornam a leitura deliciosa, e gente fica querendo que a história não acabasse nunca.

Mesmo com tanta injustiça e angústia, a narrativa alterna com momentos de paz, amor, alegria e amizade, que me emocionaram muito.

O romance clássico de nascimento.

Símbolos recorrentes : riozinho de sangue, a cobra misteriosa que surge em momentos chaves da narrativa, a presença dos orixás e voduns.

Kehinde, empreendedora, usa seu dinheiro para livrar outros escravos.

Uma das histórias dos escravos, da mãe que mata os filhos por desespero me lembrou Beloved de Toni Morrison.

Kahinde tem muitos elementos do arquétipo do Trapaceiro, em uma versão feminina diferente da Sedutora, mais próxima do Ladino, quebrando o topo tradicional.

Registro dos rituais e cultos dos negros das diversas culturas que viviam na Bahia no período, um registro fascinante.

A partir de uma parte do romance, a narrativa é feita em primeira pessoa mas se dirigindo ao leitor em segunda pessoa, como se o leitor se transformasse em um dos filhos de Kahinde, adorei! :)

Kahinde tem espírito empreendedor, uma energia incrível, invencível, a encarnação da força de vontade imbatível do povo africano.

Técnica narrativa - capítulos curtos encerrados com ganchos tipo "o pior ainda estava porvir"

Técnica narrativa - exposição feita por meio de contação oral, ajudada pelo fascínio das informações e do desejo do leitor em conhecer a cultura africana.

Kehinde se transforma em uma heroína épica, eternamente em sua buaca pela felicidade.

A terceira e última parte do romance se passa no Rio.

I romance tem um necessário tom didático sobre o cotidiano brasileiro do século 19 do ponto de vista dos pretos.

Belissimas descrições da capoeira, arrepiei e me lembre dos muitos anos que joguei capoeira, saudades.

Quase no final do livro - estou apaixonado por Kehinde, acho que o leitor não tem outra escolha senão se apaixonar por Kehinde.

Espiritualidade africana muito ligada ao inconsciente, ou melhor, em uma leitura jungiana, eles são os mestres da interpretação dos movimentos do inconsciente coletivo.

Na última parte, a amoralidade do comércio, inevitável para a sobrevivência no período.

Ex-escravos retornando para África e se tornando mercadores de escravos.

Rivalidade entre is Retornados e os Africanos, muitos que eram enviados para a África forçados, imploravam para voltar ao Brasil, meamo em condição de escravo.

A brutalidade e a ação coruptora da miséria e das gueras tribais constantes na Africa da época.

No Brasil, os escravos tentavam manter as raízes africanas, os que retornavam para a África, tentavam manter os costumes brasileiros.

Histórias dentro de histórias, uma biblioteca de histórias do ponto de vista dos negros africanos e brasileiros.

O livro tembum lado glossário de termos da cultura africana e afro-brasileira.

Uma das espinhas principais da narrativa é uma rara visão "de dentro" da espiritualidade africana, base do nosso sincretismo, uma religião mais próxima da arte, da criação e criatividade artística.

O choque de Kehinde ao ver os rituais de sacrifício humano na África para a celebração fa morte de um quase-rei mostra a influência da cultura cristã nos africanos retornados para a Africa do Brasil, é o processo sem fim de influência cultural entre os povos.

No final do livro, na relação entre Kehinde e sua filha ilustrada na França, mostra os problemas das mulheres que tinham cultura na época e sua solidão, pela rejeição dos homens machistas.

edu basílio 19/05/2015minha estante
parabéns pela vibrante resenha! ^_^


Thyago 13/08/2015minha estante
Resenha incrivel! Parabéns.


Tiago Doreia 19/12/2016minha estante
Muito boa a resenha, desperta o desejo de ler essa obra.


Joana 18/07/2017minha estante
Já desejava ler este livro. Sua resenha aumentou esse desejo. Parabéns!


valdivina.franc 08/03/2019minha estante
Amei ler Um defeito de cor. Pretendo reler. Parabéns, Ana Maria Gonçalves e parabéns pela bela resenha.




Jeffer 17/01/2009

Um tijolo de 900 páginas
http://librulumen.blogspot.com/2007/12/um-defeito-de-cor-de-ana-maria-gonalves.html

site: http://librulumen.blogspot.com/2007/12/um-defeito-de-cor-de-ana-maria-gonalves.html
@wesleisalgado 18/02/2021minha estante
Seu link não está mais disponível, queria muito ler a sua opinião porque aparentemente o livro é bastante cultuado e vou lê-lo este ano.


Taynara Lima / @taaynaralima 22/02/2021minha estante
Moço, uma estrela para esse livro? O que aconteceu? Gostaria de ler a resenha que você fez, curiosa para saber o pq da nota tão baixa.


Jeffer 23/02/2021minha estante
link corrigido


Elaine.Scarlatto 04/01/2023minha estante
Pq 1 estrela? Gostaria de ler sua resenha.




Carolina.Gomes 01/04/2024

A personagem perdida
Comecei essa leitura gostando muito da linguagem da autora e da história da personagem. Parecia que ali se tratava de uma sobrevivente, ousada e destemida. O carisma de Kehinde me envolveu.

Torci fervorosamente para vê-la virar o jogo e se tornar a dona da P* toda mas do meio para o fim, a coisa desandou.

A despeito do riquíssimo trabalho de pesquisa da autora, senti que a personagem perdeu força e coerência. Em meio a tanta informação e personagens satélites, a principal história ficou solta e eu confesso que perdi o ritmo de leitura e o livro me cansou.

Na última parte já não me interessava mais o destino da personagem porque senti que ela própria se perdeu.

Talvez a culpa seja da expectativa criada no inicio, talvez eu não tenha gostado muito e fim.

Gostei de ter lido, mas me decepcionei um tanto.
Eliza.Beth 01/04/2024minha estante
É isso? e vida que segue.
Adorei a resenha


Natália Carolina 02/04/2024minha estante
Pra mim esse livro é um dos melhores da vida ??


Carolina.Gomes 03/04/2024minha estante
Algumas, no clube, tb acharam, Nath! Eu fui minoria.


Natália Carolina 03/04/2024minha estante
E essa é a maravilha dos livros, cada um tem uma conversa particular com cada leitor.




camilavitoria_ 16/03/2021

pelo amor de deus gente eu nunca mais quero ler nada em toda a minha vida eu to muito triste
annacmores 16/03/2021minha estante
Sinal de que o livro é bom hahaha


camilavitoria_ 16/03/2021minha estante
sim!!! é incrível!!!!!!;


Giulia29 16/03/2021minha estante
To com Ele na minha lista ???


camilavitoria_ 16/03/2021minha estante
depois que você começar não vai conseguir parar! é muito envolvente! vai com tudo e vai preparada! kkk




@_leandropaixao 12/10/2022

“... apesar de não ter culpa por ser africana e preta, eu seria constantemente punida por isso...”
Aqui vamos acompanhar a história da incrível Kehinde, ou posteriormente chamada de Luísa Mahin. A história se inicia com o sequestro de Kehinde, sua irmã gêmea e sua avó na África, todas elas capturaras a fim de serem escravizadas aqui no Brasil, porém infelizmente nem todas chegam aqui. Nessa época todos os africanos, antes de pisarem em terras brasileiras, precisavam ser batizados com nomes “cristãos,” o que nos faz pensar até que ponto era praticada a intolerância religiosa na época. Já em terras brasileiras essa criança que protagoniza o livro irá encontrar e conhecer pessoas ao longo do livro que se tornam essenciais para sua formação, mesmo passando por momentos extremamente absurdos, desumanos e repugnantes ela sempre se manteve forte e pensando muito além dos demais que ali estavam na mesma situação.
Esse livro tem um tipo de narrativa em terceira pessoa que não dispõe de diálogos, cuja a qual, me perdoem por não saber qual o nome caso tenha, mas que na minha opinião não funcionou pra mim, é indiscutível o fato dessa obra ser rica em estudos e documentos estupendos, longe de mim desmerecer essa riqueza, mas quero ressaltar que isso pode ser sim um ponto negativo para pessoas que não estão habituadas a esse tipo de narrativa, mas também sentem essa necessidade de diálogos de marcados né maneira tradicional. Além disso, temos um livro de quase mil páginas que poderia muito bem ser reduzido sem a perda da qualidade, uma vez que ultrapassamos 70% da leitura vemos a introdução de muitos acontecimentos que não somam para a história como um todo mesmo sendo interessante e que chega a ser maçante muitas vezes.
Foquem nos relatos históricos e na riqueza de detalhes sobre essa época que marcou a humanidade para sempre!
Edicleia 29/10/2023minha estante
Sim concordo, já estou passando da metade do livro e não aguento mais tantos relatos massantes, leitura muito cansativ???


@_leandropaixao 29/10/2023minha estante
Simmm ele é mesmo, eu tentei focar nos relatos históricos e coisas que realmente agragavam aos relados da escravidão, mas não deixa de ser um livro incrível!


Gabriel.Henrique 01/11/2023minha estante
Após a páginas 600 eu senti o peso da história, muitos acontecimentos ou nada acontecendo, achei extremamente cansativa em alguns pontos.


@_leandropaixao 02/11/2023minha estante
Sim, tem muito disso mesmo




Jader 19/12/2020

Longa caminhada por uma vida de luta, sofrimento e conquista
Amo ficção histórica, me faz durante a leitura fazer perguntas e buscar respostas (seja pesquisando ou refletindo). Neste livro podemos encontrar detalhes riquíssimos sobre a escravidão contada pelo lado que fez parte dela, de como funcionava este sistema cruel que causa impacto até nos dias de hoje. Além de toda a parte que envolve as religiões de matriz africana, interessante forma de nos apresentar as crenças de um povo. Um romance de formação da melhor qualidade!
Mirela 19/12/2020minha estante
Amo que você ame ficção histórica, porque já que eu não leio, aprendo por seu intermédio


Mirela 19/12/2020minha estante
??


Jader 20/12/2020minha estante
É um prazer dividir as histórias com você ?




GilbertoOrtegaJr 18/02/2015

Um Defeito de Cor – Ana Maria Gonçalves
Quando se tem aula de história muitas vezes ela pode ser tediosa justamente por somente priorizar o estudo da história da sociedade de forma coletiva e não quem fez parte dela ou foi importante, portanto é muito mais fácil se interessar pela história quando ela é narrada por quem a viveu pois é mais fácil criar laços afetivos e torcer pela pessoa, é este o trunfo do tijolo Um defeito de cor da escritora Ana Maria Gonçalves, um livro com 952 páginas, atrativo do começo ao fim, que poderia facilmente se confundir com um importante estudo sobre a vida do negro no Brasil colonial.

O livro conta a história de Kehinde, nascida em Daomé em 1810, logo no começo da história vê a sua mãe e seu irmão serem assassinados, então ela, sua irmã e sua vó vão viver em uma outra cidade, mas um dia ao estarem passeando são capturas para serem vendidas como escrevas, ao perceber o sumiço de ambas a avó vai atrás delas e consegue fiar presa junto com elas e também embarcar no navio. Na viagem devido a uma doença sua vó e sua irmã morrem, juntamente com outros escravos, assim a personagem chega sozinha na Bahia, lá ela trabalha ajudando na cozinha, após isso tem como função brincar coma filha do casamento anterior do dono. Depois de algum tempo este mesmo dono passa a se interessar por ela e acaba por a estuprar, mas ele morre algum tempo depois de uma picada de cobra e Kehinde se vê grávida, o que gera o ódio da segunda mulher do dono da fazenda, pois esta engravidou várias vezes e nunca consegue levar a gravidez até o fim.

Após a morte do dono e sua filha ter ido para um convento se preparando para casar a mulher dele decide ir morar em um solar na cidade de Salvador, lá com o passar do tempo ela se afeiçoa ao filho de Kehinde e por isso a passa a afastar o filho dela, alugando ela como escrava para uma família inglesa e após isso tornando-a escrava de ganho. Depois de um tempo ela consegue a sua alforria e a do seu filho, mas não de forma fácil.

A vida de Kehinde é muito movimentada; pequena empreendedora mais de dois maridos, participa de uma revolta feita por negros muçulmanos em Salvador, tem outro filho, passa por um retiro para aprender sobre a sua religião em Maranhão, volta e descobriu que seu filho foi vendido pelo pai branco, para pagar as dúvidas de jogo, parte para o Rio de Janeiro atrás do filho, segue seu rastro para Santos e depois Campinas. Depois de não conseguir achar ele ela volta a Salvador, de lá notando que não conseguirá achar seu filho decide voltar para a África.

No navio de volta ela conhece uma negro que trabalha para os ingleses e logo se apaixona por ele, e novamente ela se descobre grávida, desta vez de gêmeos. Na África ela descobre que os escravos que foram para o Brasil e voltaram para seu país de origem formam uma espécie de nova classe média sobre quem nunca saiu do país. John o seu novo marido vive viajando a negócios, mas quando descobre que ela está grávida dele decide morar junto com ela. Ela cria uma empresa de fazer casas no estilo das casas brasileiras e logo enriquece.

É após seu dois filhos estarem já criados e crescidos que a história começa com ela vindo em uma navio para o Brasil já quase cega e a beira da morte, seguindo uma última pista sobre seu filho desaparecido.

O livro é sedutor, prendeu-me da primeira à última página, com uma história nos moldes antigos; começo meio e fim. Nele vemos uma mulher forte a ponto de enfrentar tudo e se sobressair, mas além disso o livro tem exaustivas descrições sobre o Brasil colonial, os costumes dos negros, desde religião, escravidão, capoeira, até sobre as cidades, mas em nenhum momento se torna chato, pelo contrário fica a ideia de que a autora está compondo um quadro sobre aquilo que decide narrar.

Apesar de Kehinde ser uma mulher de bom coração não é raro no livro encontrarmos descrições violentas e de uma crueldade chocantes, mas a mesma vivacidade narrativa em tons fortes e precisos são narrados em todos os fatos, sem que em momento algum se torne uma história melosa, pelo contrário o texto é tão simples e seco de floreio que faz jus ao gênero escolhido um relato, fazendo –se assim merecedor do prêmio que ganhou o Prêmio Casa de Las Americas, na categoria literatura Brasileira em 2006.

“ás vezes, parece-me que nada é suficiente na vida, nem as coisas boas nem as coisas más, pelo menos não a ponto de me deter.”

(página 447)

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/02/18/um-defeito-de-cor-ana-maria-goncalves/
Nanci 18/02/2015minha estante
Parabéns pela resenha. Este livro está na minha longa fila de espera...


Paula 18/02/2015minha estante
Louca para ler esse livro :)


Ladyce 18/02/2015minha estante
Excelente resenha




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