Um defeito de cor

Um defeito de cor Ana Maria Gonçalves




Resenhas - Um Defeito de Cor


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tabatatucat 04/02/2023

Que livro maravilhoso, simplesmente sem palavras os suficiente para poder abarcar a grandiosidade dessa obra que é Um Defeito de Cor. Apenas leiam, vale à pena cada página e estar imersa nessa história que se torna atemporal e que representa as nossas raízes.
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Milena300 11/04/2021

eu gostei bastante do calhamaço, embora ter de confessar que pulei alguns subcapitulos já na reta final. eu não aguentava mais ler os detalhes da cultura africana, depois de já ter lido bastante no começo e ao meio de toda a história.
As partes que linkavam com a história do Brasil eram as que mais me prendia e deixava fascinada e fiquei muito decepcionada sabendo que "O relato de uma mãe a procura do filho" foram cedidas em menos de 1 capítulo (O que eram umas 50 páginas)

contudo, recomendaria, mas o ebook pq livro é bastante pesado e tem uma pelezinha que sai. os diálogos são todos indiretos o que faz cada página parecer mais longa que a anterior. gostei
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Andreia Santana 23/05/2021

Voz ativa para Luiza Mahin
Luiza Mahin é pura representatividade. Independente dela ter existido em carne e osso ou não, personifica milhares de meninas e mulheres africanas que foram escravizadas e trazidas para os engenhos de açúcar da Bahia, onde sofreram maus-tratos e abusos de toda natureza. Simboliza todas as vendedoras que palmilharam as ruas da velha Salvador, subindo e descendo ladeiras com tabuleiros equilibrados na cabeça, ouvindo conversas aqui e ali, desvendando caminhos possíveis para lutar contra as opressões, tecendo redes de solidariedade, articulando famílias onde antes só havia gente expatriada e desgarrada, sem direito sequer a preservar os verdadeiros nomes, a língua e os costumes de seus países de origem. A força de Luíza transcende a história oficial. Ela cresce a partir da oralidade, da construção de uma identidade negra altiva, aguerrida e digna. Luiza Mahin é um legado, uma herança de sangue, uma tradição preservada.

E foi com essa ideia em mente, a de que Luíza é imensa, apesar dos poucos registros sobre ela a descreverem como uma mulher pequena e magra; depois de ter escrito uma reportagem sobre essa personagem cheia de significados e contradições, em 2004; de ter lido duas pequenas biografias de Luiz Gama, seu autodeclarado filho, que naveguei pelas mais de 900 páginas de Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves.

E que livro! Que experiência rica em informações, em sentimentos, em sabedoria é essa criação de uma biografia, de uma personalidade, de uma voz ativa e de uma substância palpável, verossímil para Luíza Mahin. Até então, a personagem nunca havia definido a si mesma nas poucas linhas escritas sobre ela. Pedro Calmon, em Malês: a insurreição das senzalas, publicado em 1933, a descreve como uma traidora do seu povo e submissa aos brancos, por exemplo.

Não é à toa que Lázaro Ramos, em seu livro de memórias e crônicas Na minha pele (Objetiva, 2017) indica que todo mundo precisa ler Um defeito de cor. Porque Ana Maria Gonçalves têm uma história diferente daquela de Calmon para contar, uma de pertencimento e não de humilhação.

Publicado pela primeira vez em 2006, o livro faz 15 anos agora em 2021 e é uma referência do romance histórico. Em 2019, a colunista de TV Cristina Padiglione, do site Telepadi, confirmou que o livro seria adaptado para uma supersérie da Rede Globo com lançamento previsto para este ano. O projeto, liderado por Ricardo Waddington, seria adaptado por Maria Camargo e teria consultoria de Nei Lopes, músico e especialista em cultura africana.

Com a pandemia decretada em 2020, não vi mais nenhuma reportagem informando se o projeto vingou, se estavam ocorrendo filmagens ou quando as gravações ou a exibição da série começariam.

História e folhetim

O livro de Ana Maria Gonçalves é uma obra de ficção, um romance histórico épico, sobre a personagem que teria vivido na Bahia no século XIX e se envolvido em diversas revoltas como a dos Malês (em 1835) e a Sabinada (1837-38). No entanto, embora tenha criado personagens, cenários e situações para romancear a vida de Luíza, a autora fez criteriosa reconstituição de época embasada em livros, relatos, iconografia, cartas e artigos acadêmicos sobre a Bahia (Salvador e Recôncavo, essencialmente), o Rio de Janeiro, São Paulo e a costa da África oitocentistas. Vale a pena anotar para leituras futuras a bibliografia que ela consultou e está listada no final do livro.

A história começa na África, se transporta para a Bahia junto com a protagonista, capturada ainda criança no Reino do Daomé (República do Benin) e vendida como escrava, avança do último terço em diante para o Maranhão, mais especificamente para a Casa das Minas, chega ao Rio de Janeiro e a São Paulo, com a personagem buscando um filho perdido, e retorna ao Daomé, para finalmente ser concluída na baía de Todos-os-Santos, diante da paisagem de presépio encarapitado sobre a montanha que cativou cronistas estrangeiros que aportaram em Salvador ao longo dos séculos, como a britânica Maria Graham.

Escrito em primeira pessoa, no formato de uma longa carta de uma mãe idosa e prestes a morrer, para seu filho desaparecido - e de fato Luiz Gama foi vendido como escravo com apenas 10 anos pelo próprio pai, segundo registros da vida do advogado e poeta abolicionista - Um defeito de cor não é apenas uma prestação de contas de Luíza Mahin - ou Kehinde, o nome daomeano que a autora outorga à sua personagem - para esse filho que ela perdeu ainda criança e que nem sabe se reconheceria se o reencontrasse tantos anos depois.

O livro, através de Kehinde/Luíza, é, principalmente, um balanço minucioso de milhares de vidas, tanto daquelas que sobreviveram à travessia do Atlântico e à diáspora africana, quanto as que ficaram sepultadas sob as águas. É a legitimação de todo um povo.

Apesar do tamanho de Um defeito de cor assustar leitores menos treinados às longas narrativas, a história é muito bem escrita, cativante, envolvente, recheada de conflitos, reviravoltas, descrições apuradas e muita sinestesia. O volume de informações por página precisa de um certo tempo para ser assimilado, para puxar pela memória. Mas, no caso dos leitores que prezam por entrelaçar suas leituras, os aprendizados são valiosos, principalmente para quem gosta de história. Ainda assim, de forma magistral, o livro também contempla amantes de um bom folhetim de época, com trama principal sólida e subtramas que se inserem com um encaixe cirúrgico.

Além disso, Um defeito de cor é o tipo de livro que precisava ser adotado nas escolas em um desses audaciosos projetos multidisciplinares. Os estudantes aprenderiam sobre literatura, história do Brasil, geografia e herança africana, traçariam paralelos entre as situações do livro e as lutas atuais contra o racismo, entenderiam mais sobre a formação da identidade brasileira e afro-brasileira. reconheceriam o protagonismo negro na nossa história.

Para as meninas, principalmente aquelas de periferia, pretas, pobres e que ainda enfrentam muitas das violências vividas por suas antepassadas, Kehinde/Luíza Mahin é uma fonte de autoafirmação e inspiração para levar para a vida.

O exemplar que eu li

É do acervo de minha irmã, uma bibliófila e curadora de leituras como poucas. Comecei a ler em 2020, parei por alguns meses por diversos motivos, entre eles o desejo de que a história não acabasse e a angústia que alguns dos sofrimentos de Kehinde/Luiza me causavam (2020 não foi um ano fácil para quase ninguém). No começo de 2021, retomei, disposta a concluir e já sabendo que essa leitura precisaria ser compartilhada...

Ficha Técnica:

Um defeito de cor

Autora: Ana Maria Gonçalves

Editora Record

952 páginas

*R$ 59,99

*Pesquisa na Amazon em 16/05/2021
Deby Rodrigues 29/06/2023minha estante
Ótima resenha! Gostei muito!


Andreia Santana 29/06/2023minha estante
Obrigada ?




Luciana 23/05/2021

Romance histórico
Fico imaginando as sensações que Ana Maria Gonçalves sentiu ao se deparar com todos aqueles documentos! Sim, assim começa a história contada em Um defeito de cor. Trata-se de um romance histórico que mistura realidade e ficção. Sofremos (muito!) e nos alegramos com Kehinde ao mesmo tempo em que aprendemos sobre a história do Brasil.
A leitura é fluida, viciante e por vezes não nos deixa respirar.
A obra é um dever e uma delícia! Apenas leiam!
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Ju 06/04/2020

Todos deveriam ler Um defeito de Cor
Leitura essencial uma vez que apresenta a escravidão através de uma narradora escravizada. Nos permite conhecer a história por outro lado da história que dificilmente é encontrado em livros e filmes sobre escravidão.

Ganhei esse livro e fiquei enamorada por ele muito tempo, mas faltava coragem pra encarar as quase 1000 páginas. Li em um projeto de leitura compartilhada encabeçado pela amiga Camilla e seus livros e não devorei, degustei cada passo da vida de Kehinde. E foram quase 80 anos. Chorei. Enjoei. Fiquei meses lendo, ruminando, uma história companhia. Me remeteu aos griot. Uma história inspirada em mais de 70 mulheres, uma história bem localizada no tempo da escravidão, mas contada pela boca de uma mulher negra escravizada. E kehinde foi escrava mas foi a empreendedora mais inspiradora que eu já vi. Um livro forte, pesado, motivador e corajoso. Senti muitas dores ao longo da história, mas aprendi um monte sobre estratégias de sobrevivência e reinvenção.
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Bernah 26/06/2023

Sensacional
Um dos melhores livros que já li na vida.
Uma verdadeira aula de história pela visão dos africanos escravizados.
Algumas partes um pouco massantes, com umas estórias que pareciam "encher linguiça" mas no todo, o livro é fantástico. Vale mto a pena encarar o desafio das mais de 900 páginas.
A riqueza de detalhes da autora nos colocar dentro das cenas. Com sons, imagens, cheiros...etc
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Giordano.Sereno 12/10/2021

Uma verdadeira epopéia
Esse livro é um calhamaço. E como todo bom calhamaço, deve ser lido com calma, degustando cada palavra, sem pressa.
No início da leitura, achava que era a história de uma mulher lutando contra a maldade das pessoas. Mas não é só isso. Depois pensei que fosse a luta de uma mulher lutando pela sobrevivência. É isso também! Mas não é apenas isso.
Trata-se de uma verdadeira epopeia que narra as aventuras de Kehinde que conheceu muito cedo a crueldade dos homens. Perdeu a mãe e a irmã assassinados e, quando parecia que as coisas iam melhorar, foi feita escrava e enviada para o Brasil. Perdeu o que restava da sua família na travessia.
No Brasil sofreu o pão que o diabo amassou. Mas lutou, venceu e prosperou. Perdeu um filho e teve o outro filho vendido como escravo pelo próprio pai para quitar dividas de jogo. O livro é uma carta dessa mãe para o filho desaparecido. Na verdade, é mais que isso: é um grande pedido de desculpas da mãe ao filho por tê-lo abandonado, ainda que contra a sua vontade.
É uma história de uma mulher tentando encontrar seu filho e também tentando se encontrar. Tenta preencher o vazio do seu coração com bens materiais e riqueza. Mas nunca é suficiente. Ela nunca superou a culpa pela perda do filho. De certa forma até acho que ela teve sua parcela de culpa. Mas quem sou eu para julgar...
Também não se pode esquecer que esse livro conta uma história de luta contra a escravidão e o racismo. E uma luta até certo ponto bem sucedida. Kehinde chegou muito longe e conquistou muita coisa. E tudo começou com a decisão de aprender a ler e a escrever. Apesar de muitos terem lhe dito que isso não teria serventia alguma para ela. Mas tenho minhas dúvidas de que ela foi realmente feliz.
E que final!
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Cacau 19/07/2023

Em choque
São 3h da madrugada, fazia quase 3 meses que estava lendo este livro e estou de olhos arregalados e sem saber o que escrever. Impactada com essa história, pois sei que houveram muitas semelhantes. Esta é ficção, mas certamente houveram muitas Kehindes e saber disso traz um peso tão grande. Livro maravilhoso e necessário. Não vou mentir, tem partes que cansam bastante, mas mesmo essas partes são de uma riqueza de detalhes que só engrandecem a experiência. Necessário, MUITO necessário. Leiam!
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Pedro Bonavita 03/07/2020

Jornada com Kehinde
É emocionante demais acompanhar esse relato. São 952 páginas onde a ficção e realidade se misturam em um romance que faz com que aquele relato deixe de ser uma simples biografia.

Chorei e sorri durante essa jornada. Kehinde nos ensina muito com sua história de vida. É também uma aula sobre a história do Brasil, da África e principalmente da negritude.

Kehinde é uma personagem cativante, te envolve em sua própria vida com suas muitas virtudes e defeitos.

É maravilhoso. Indico que todo mundo entre nessa jornada ao menos uma vez.
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Lemos, ACR 11/02/2023

Uma leitura necessária
Desde as primeiras linhas deseja-se não parar mais de ler. Quer beber desse conteúdo lírico e ácido, que se saber tudo o que vai ocorrer. Um livro bonito e triste, um livro que reforça a nossa tremenda dívida histórica com as pessoas negras por décadas e mais décadas da cruel e dilacerante escravidão, além de ensinar sobre a formação social do nosso país, e também de encantar com a excelente escrita. Uma leitura necessária para todos!

Um defeito de cor de Ana Maria Gonçalves.
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Dani 30/01/2024

Primeira Leitura do ano: grandiosa
Leitura em conjunto com o grupo do @leiamulheresjundiai
Foram 2 meses de viagem através dos continentes Sul-americano e africano e através da voz de Kehinde.
Apesar das quase 1000 páginas a leitura é muito fluida, mas ao mesmo tempo difícil de ler em algumas partes pela violência que é presente em todo relato desse período de escravização dos povos africanos.
O ponto alto pra mim é esse ponto de vista diferente de tudo o que eu já li sobre o período: uma visão negra e feminina!
Eu nem sempre estive ao lado de Kehinde em algumas das decisões por ela tomada, mas é isso né!? Eu não estava ao lado dela, eu não era ela! Nunca saberei como é ser ela! Mas os livros fazem com que a gente chegue perto disso! Maravilhoso!
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Regina 10/03/2022

Frustrada
Confesso que esperava muito do livro, pois as resenhas que havia lido antes diziam muito bem sobre ele, no entanto, o achei bem cansativo. A ausência de diálogos, por exemplo, em um livro de mais de 900 páginas, tornou a leitura bem exaustiva e, por se tratar de um romance histórico, esperava bem mais. Os capítulos iniciais me empolgaram, no decorrer da narrativa, fui ficando incomodada, pois fiquei pensando comigo: nossa, como tudo sempre deu tão certo na vida da Kehinde? Nada dava errado na vida dessa mulher, gente? Ficou paracendo que tudo é muito fácil para qualquer negro, sobretudo para aqueles que foram escravizados!
Lu 04/05/2022minha estante
exatamente a sensação que eu tive!




Alicia Gither 19/09/2020

leitura transformadora
a história que perpassa esse livro é de uma grandeza enorme sobre a vida da Kehinde, mulher africana sequestrada em meados dos seus oito anos e trazida para o Brasil como escravizada.

dentro de seus quase 80 anos, iremos acompanhar toda a trajetória da sua vida aqui no Brasil, atravessando inúmeras situações que desenham a história do nosso país, mas sob uma perspectiva totalmente diferente.

Kehinde vem ao Brasil e aqui passa a se chamar Luisa Mahin, a qual hoje conhecemos como a mãe de Luís Gama, orador, jornalista, escritor e um dos maiores abolicionistas da escravização do Brasil. sendo assim, iremos conhecer a história de uma mãe que escreve para um filho.

e o que falar dessa história e dessa narrativa, a qual não superei até o momento haha. a história de Kehinde me emocionou, me fez rir, me fez sentir tantos e tantos sentimentos, me fez conhecer tantas coisas que eu não fazia ideia... foi de uma grandeza enorme conhecê-la. eu realmente senti que vivi os seus quase 80 anos junto dela, conhecendo cada detalhe da sua vida e da sua trajetória tão marcante.

me apeguei a personagem de uma maneira que nunca pensei que poderia me apegar. Kehinde foi uma ponte, sem dúvidas, para eu querer mais ainda conhecer e me aproximar da minha própria ancestralidade. foi um livro que me marcou e me transformou em muitas coisas. pude aprender tanta coisa com ela, principalmente sobre acreditar mais nas coisas. aprendi com a Kehinde a ter fé e esperança.

foi difícil me despedir dela, mas foi impossível impedir a sua volta ao Orum. eu sentia que era uma pessoa muito próxima de mim, com uma intimidade muito grande.

a leitura desse livro, sem dúvidas, me transformou demais e, sinceramente, acho que não tem como terminá-la de forma diferente. já sinto muita falta da companhia da Kehinde, mas agradeço demais todos os ensinamentos que aprendi com ela.
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Rimylles.Silva 09/03/2024

Uma verdadeira epopeia
Esse livro conta a história de Kehinde desde sua infância quando ela é sequestrada e enviada como escrava para o Brasil até sua velhice, permeada pela busca por um filho que é vendido como escravo pelo próprio pai. Eu achei o livro maravilhoso até o capítulo 5, mas depois disso me pareceu que tem muita coisa que poderia ter sido cortada e o livro não teria tantas páginas. Mas ela fez um trabalho de pesquisa maravilhoso!
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