Um defeito de cor

Um defeito de cor Ana Maria Gonçalves




Resenhas - Um Defeito de Cor


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Angelica75 06/05/2024

Nota 4.
Uma longa jornada. Estamos com Kehinde/Luísa por todos esses caminhos.

“ ele disse que realmente não era usual, que não conhecia pessoalmente nenhum missionário católico ou padre preto, mas que havia, como havia até um ex-escravo que tinha se tornado santo por ordem de um papa também chamado Clemente, o São Benedito. Sobre São Benedito eu já sabia, mas fiquei muito espantada com o que ouvi logo depois, que em uma época não muito distante da nossa, os religiosos europeus se perguntavam se os selvagens da África e os indígenas do Brasil podiam ser considerados gente. Ou seja, eles tinham dúvida se nós éramos humanos e se podíamos ser admitidos como católicos, se conseguiríamos pensar o suficiente para entender o que significava tal privilégio. Eu achava que era só no Brasil que os pretos tinham que pedir dispensa do defeito de cor para serem padres, mas vi que não, que em África também era assim. Aliás, em África, defeituosos deviam ser os brancos, já que aquela era a nossa terra e éramos em maior número. O que pensei naquela hora, mas não disse, foi que me sentia muito mais gente, muito mais perfeita e vencedora que o padre. Não tenho defeito algum, e talvez para mim, ser preta foi e é uma grande qualidade, pois se fosse branca não teria me esforçado tanto para provar do que sou capaz, a vida não teria exigido tanto esforço e recompensado com tanto êxito. Eu me sinto muito mais orgulhosa de ter nascido Kehinde que sentiria se tivesse nascido padre Clement, um bom homem, com certeza, mas que se submetia à necessidade de agradar aos brasileiros ricos de Lagos, Porto Novo e Uidá para se estabelecer com segurança e conforto nessas cidades.”
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Jhanade 07/10/2021

Espetacular
Ela explica; na nossa delicada belle époque colonial, você, escurinho pretendente a cargo público, tinha que assinar documento abdicando oficialmente da cor da pele. Pois os tais cargos, militares e civis - eclesiásticos também, ôlálá -, só podiam, naturalmente, ser ocupados por brancos. Um Defeito de Cor narra a história de Kehinde, negrinha de 8 anos capturada no Daomé (Benin), trazida pro Brasil, rodando por Bahia, Maranhão, Santos, São Paulo, e por aí vai, nesse mundo perdido que era este país.

Um romance pesado, triste, esclarecedor, solidário. Um misto tremendo de sentimentos. Uma história dolorosa de uma menina que foi retirada de sua terra, perdendo os poucos familiares que lhes restava em uma travessia marítima cheia de abuso e dor. Em nosso solo passando por todo tipo de humilhação, abandonos e abusos. Mas também momentos de ternura, de busca por conhecimento, de conquistas. Um livro que você deve ler bem devagar, prestando atenção em toda história de construção de nosso país. Um abrir de olhos e mente.
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Luisa938 23/07/2020

Uma jornada cheia de lições
Esse livro é uma preciosidade, do tipo que todos deveriam ler para ter uma ideia do nosso passado como brasileiros, de onde viemos, nossas origens, entender que as aulas de história que tínhamos na escola não abordam 1/3 da escravidão sentida na pele do povo negro. Esse livro é tão completo, é lindo, doloroso, visceral, pesado, angustiante, dói mesmo mas ainda sim é incrível, a história é fascinante, fácil de prender a atenção, a autora conseguiu fazer um belíssimo trabalho de pesquisa e desenvolveu o romance na história a partir dos relatos da personagem história Luísa Mahin, ou como somos apresentados Kahinde.
Eu fiquei encantada com a riqueza de detalhes, a aula que além de história foi de respeito as religiões, as diferenças, as crenças divergentes, e fiquei tão feliz quando na história foi abordada até a minha terra, Maranhão.

Eu imagino demais como seria maravilhoso se fizessem alguma adaptação cinematográfica no estilo de Anne Frank: Parallel Stories, onde percorrem cada lugar em que Anne viveu, seria incrível tratar de trechos dos livros indo aos lugares que Kahinde esteve presente.

Esse é um livro para a vida, que todos merecem ler, é transformador e de uma importância muito grande!!! Só leiam ??
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skuser02844 31/12/2023

Um defeito de cor
Uma das leituras favoritas do ano e da vida. Completamente apaixonada por essa obra prima. O livro é gigante, em conteúdo e grandiosidade literária. A história tem nuances e detalhes que prendem, cativam e emocionam. Ficção e realidade se juntam e absorvem você para um outro tempo. você passa a se sentir parte da história. parte da vida de cada personagem, suas dores e alegrias. Torce, chora e celebra com eles. Foi uma jornada e tanto, mas valeu a pena viver cada capítulo desse emaranhado de emoções.
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Cristiane 13/04/2023

Um defeito de cor
O livro conta a história de Kehinde, uma mulher que aos oito anos foi sequestrada no Benin, em África, junto com sua irmã gêmea e sua avó para serem escravizadas no Brasil. Apenas Kehinde sobrevive a travessia. Será comprada para ser companhia da filha de um fazendeiro de Itaparica. Kehinde sofrerá muito, conquistará muita coisa, será mãe e uma empresária de sucesso. Terá muitos amores. E guardará uma dor profunda, ter um de seus filhos vendidos como escravo e sofrer a angústia de não saber onde ele está.
Kehinde é inspirada em Luísa Mahin, mulher negra que participou da célebre revolta dos Malês na Bahia ( africanos de origem muçulmana).De acordo com os estudiosos Luísa Mahin era mãe de Luís da Gama (o filho vendido como escravo).
O livro é uma enciclopédia sobre a cultura negra, as diversas nações que vieram para o Brasil, as revoltas dos negros, as confrarias, os cultos... É extenso, e às vezes cansativo, mas é uma leitura obrigatória.
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Nati 22/01/2024

Um defeito de cor é um daqueles livros que me deixam sem palavras para expressar o quão impactante a leitura foi. Parece algo bem clichê e até melodramático a se dizer, mas essa leitura foi como me encontrar com minhas próprias origens. Na história de Kehinde foi vendo a história das minhas próprias ancestrais, que um dia fizeram essa mesma jornada da personagem principal e que foram tão apagadas e esquecidas que, até seus descendentes delas nada sabem.

A autora disse que Kehinde foi um recorte de pelo menos umas 400 mulheres para formar essa personagem, eu digo que Kehinde emprestou, ao longo dessa narrativa, ao menos um pedacinho da sua história para cada mulher negra escravizada, que teve sua memória totalmente apagada, contar um pouco de quem elas foram para esse mundo que não se lembra mais delas.

Voltando o início, Um Defeito de Cor narrará a jornada de Kehinde, uma então menina, capturada com sua irmã gêmea em solo africano, sendo trazida para o Brasil, deixando para trás seu único lar e toda vida que um dia conheceu.

Aqui no Brasil ela é comprada por um dono de engenho na Bahia para ser companhia para sua filha pequena, um brinquedo humano. Esse é o início da história dessa personagem, que viverá coisas horrendas, mas também coisas extraordinárias, encantará e será encantada, vai amar, sofrer, odiar, errar, se arrepender e aprender muito, viverá intensamente e não aceitará pouco da vida. E a vida lhe dará tudo.

Já falei até demais sobre esse livro, que quanto menos saber do enrendo, melhor a experiência de leitura, com seus capítulos cheios de surpresas e a tensão sempre mantendo o leitor preso a leitura.

Uma das minhas melhores leituras do ano de 2023, quiçá da vida, que agradeço à Isa do Ler Antes de Morrer por trazer essa leitura coletiva. Espero que Ana Maria Gonçalves traga mais histórias tão encantadoras como essa em breve.
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Arthur 04/07/2021

Riqueza
Que obra rica! Os elogios que sempre escutei e li sobre esse livro se confirmaram para mim. Primeiro, destacar que terminei essa leitura alguns dias após a USP conceder o título póstumo de doutor Honoris Causa a Luiz Gama.
Sobre o livro, fato e ficção se misturam de maneira muito hábil, tal qual Kehinde, ou Luísa Mahin está no imaginário e na história do país, de modo que mito e fato parecem indissociáveis. Desse modo, passeamos pelos relatos da protagonista em meio ao andamento histórico do país.
Me faltam palavras para descrever esse livro, que já começa incrível no relato de como os relatos de Kehinde chegaram até a autora, Ana Maria Gonçalves. Ah! A "serendipidade".
Leiam! Leiam esse livro, por favor.
Kamyla.Maciel 04/07/2021minha estante
Que maravilha! Sou doida para ler e prometi que desse ano não passava. Que bom que é tudo que falam?


Arthur 04/07/2021minha estante
Não hesite ao ter a oportunidade, Kamyla. ?




Danilo546 15/03/2023

Com certeza um dos livros mais lindos, profundos, dolorosos e importantes que eu li/lerei na vida. A autora usa da personagem Kehinde para escancarar a dura realidade da escravidão no Brasil, sob o ponto de vista de uma africana capturada no Daomé e traficada para a Bahia num navio insalubre e que passou pelas situações mais cruéis que um ser humano poderia passar. Ao longo das quase mil páginas da obra, o leitor é contemplado com uma verdadeira AULA de história, religião, sociologia e, principalmente, de empatia. Todo brasileiro deveria ler esse livro pelo menos uma vez na vida, mas é uma pena que quase ninguém lerá, devido ao tamanho da obra. Mas eu AMEI e estou muito feliz que decidi encarar o desafio, participando da leitura coletiva do canal Ler Antes de Morrer. Nota 1.000.000 pra obra! ??
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Ri :) 21/02/2023

QUE LIVRO INCRÍVEL!!! Não consigo nem comparar com outros da mesma temática. Que potência na escrita! Valeu por cada lágrima.
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Catarine Heiter 13/11/2020

Um dos melhores livros que li nos últimos tempos! Ser de Salvador e iniciar a leitura de Um defeito de cor é simplesmente mágico... logo no começo, já fui arrastada para a Ilha de Itaparica e sinto especial satisfação quando leio sobre locais que já frequentei. Neste livro, além de seguir acompanhando a história de vida da maravilhosa Kehinde, viajamos no tempo e conhecemos MUITO de cultura, costumes, religião e política. Tudo isso enquanto acompanhamos a sua vida de escrava, de mulher livre, de mãe, de empreendedora e de alguém que busca um filho perdido. Mais do que simplesmente um romance histórico nacional, mas uma verdadeira aula de história com sentido; e que não fica restrita ao Brasil. Um baita calhamaço que você economiza pois não quer terminar... e, por mais dolorosa que tenha sido para mim a separação de Kehinde, indico de olhos fechados!

Esta leitura foi motivada pelo Desafio DLL 2020, na categoria ‘Do seu gênero favorito’.

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Gustavo 18/06/2023

Uma leitura necessária
Um Defeito de Cor já deve ser considerado um clássico da literatura brasileira. Li e reli, e sempre vou defender como sendo o meu livro favorito. Não há como expressar em palavras como a obra é grandiosa, é uma experiência em que você ser tornará outra pessoa.
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Claudio 23/02/2024

A história que a História não conta
A vida de Kehinde/Luiza Mahin contada por ela mesma, da sua captura na África ao fim da vida, passando pelos horrores da escravidão, sua participação ativa na Revolta dos Malês, atravessando Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo do século XIX.
Um clássico brasileiro do século XXI, que traz uma história afro-centrada como não há outras e escrita de forma muito sensível.
A autora propõe um mergulho nas culturas afrodiaspóricas, ajudando a compreender sua formação e mutações sofridas em solo brasileiro.
Um livraço. Em todos os sentidos do termo.
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Iza Santos 04/10/2021

Leitura super importante e necessária.
Muito bom ficar esses meses ao lado da Luísa e conhecer sua trajetória.
Super indico!!
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Gilmar 31/01/2024

Chorei do começo ao fim
Um livro avassalador, mas que ensina bastante sobre a história brasileira e sobre a importância de preservarmos memórias. Apesar de grande, o livro é bem divido em pequenos trechos, o que torna fácil devorá-lo. O enredo é muito dinâmico e os personagens são extremamente interessantes, prendendo o leitor desde o início.
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Leo 01/03/2024

Se existe uma história triste e ao mesmo tempo fantástica melhor que essa me contem. Aqui você vê de tudo um pouco. Você chora e depois se diverte. Aí você se revolta e quer colocar alguns personagens debaixo das próprias asas.
Mas mesmo gostando demais de muito do que vi, é preciso fazer um alerta: existe muita chance, meu colega leitor, de você se decepcionar com a narradora. Ela é um guerreira, mas de tão real, suas falhas escapam nos seus relatos.
Se você não precisa de heróis, seja bem-vindo à terra natal de Dª Luisa e também à terra do seu coração sofrido.
Tamires.Andriola 07/03/2024minha estante
Realmente, eu julguei a Kehinde em alguns momentos.




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