Owl Skull Book 18/04/2020Todos nós já vimos a morte ou até mesmo apertamos sua mão.?[..] todos nós aqui já vimos a morte ou até mesmo apertamos sua mão.?
Ishmael Beah, que no momento em que escrevo essa resenha, tem 39 anos, vive entre New York e Mauritânia, norte da África, com sua esposa Priscillia Kounkou e seus dois filhos. Estudou na Escola Internacional das Nações Unidas, em New York, que foi fundada para fornecer uma educação internacional, preservando as diversas heranças culturais de seus alunos. Talvez, devido essa experiência, Beah foi capaz de descrever em sua obra, com precisão de detalhes, sobre suas tradições, sua escola, sua infância, sua família, ainda mais detalhada, a sua experiência como soldado vivenciada na guerra civil em Serra Leoa. Aos 13 anos de idade, fora ?promovido? à subtenente diante de sua sagacidade diante dos diversos confrontos que já tinha enfrentado. Beah, o ?cobra verde?, como era apelidado pelo seu superior, já não mais possuía em seu âmago, qualquer sensibilidade a emoções humanas. Possuía somente, um desejo de vingança incessante, por um motivo do qual quase não mais se lembrava.
Eshmael Beah, porém, pode ser considerado a exceção, sobrevivente de uma guerra brutal e silente para boa parte mundo, no qual, milhares de outras crianças, não obtiveram a mesma oportunidade. Beah, retrata em seu livro seus pesadelos mais repulsivos, seu cepticismo em face, principalmente, dos adultos. Contudo, acredito que sua obra de não-ficção, traz em seu imo, algo maior que suas próprias experiências, ela dá voz a realidade ainda vivenciada por vários outros meninos-soldados que sobreviveram, e que ainda sofrem com as consequências pós guerra.
A cronologia presente nas últimas páginas do livro é importante para situar o leitor do contexto político vivenciando por Serra Leoa à época de seus conflitos.
Nota: 8,0
Scook: 4,5