Resenhas - As Esganadas

jvsalles 21/11/2018

Leitura boa e rápida
Um ótimo passatempo para 3 ou 4 dias. Leitura simples, mas com boas referências e histórias. Trama se passa no Rio, na década de 30. Jô trabalhou muito bem as referências históricas (guerra, copa do mundo, Rio antigo, gastronomia portuguesa). Um serial killer que tem obsessão por mulheres gordas e se utiliza de um modus operandi bizarro. Típico livro em que conhecemos o assassino nas primeiras páginas e o suspense vem através da busca da polícia por ele.

simone 14/05/2020

No começo não imaginei que seria bom, mas no desenrolar da história mostrou como foi bem construída e foi me prendendo me deixando curiosa, me diverti, ri bastante, gostei muito de como foi concluído.

Sueli 24/04/2012

A Piada Perdeu O Seu Tempo
Incentivada pelos livros anteriores comecei a ler As Esganadas com muito entusiasmo, infelizmente não fui recompensada dessa vez...
Mas, foi interessante ver os personagens do romance inseridos em um Rio de Janeiro muito comentado por meus pais e avós, e esse é um truque que vem sendo adotado com muita frequência por alguns autores.
Nosso querido Jo Soares, dessa vez perdeu o ritmo, e a piada ficou sem graça e passada. Resta-nos esperar pelo próximo!

Polly 16/03/2012

Originalmente postada em entrelivrosepersonagens.blogspot.com
Nunca havia lido nenhum dos livros de Jô Soares, mas, sempre gostei muito do trabalho do mesmo, por isso quando soube do lançamento deste livro, resolvi lê-lo e gostei muito do que li.
Já havia lido várias resenhas em diversos lugares que criticavam o livro por compararem com os antigos trabalhos do Jô, o que acho errado, afinal, estamos avaliando esta obra, não as passadas, mas, enfim, vamos à resenha.
A história do livro se passa no Rio de 1938, onde um assassino começa a matar gordas bonitas. O mesmo atraía as mulheres com a melhor arma possível para seu alvo: comida. Após matá-las, o mesmo expunha os corpos nus das mulheres de forma teatral e com algo em comum: todas elas estão sem globos oculares.
Para impedir que o assassino continue agindo, um quarteto é escalado para solucionar o crime: Um delegado chamado Mello Noronha, seu fiel assistente Valdir Calixto, um culto ex-inspetor português e atual confeiteiro chamado Tobias Esteves e uma jornalista sensual e destemida de nome Diana Talles, que aparece ao decorrer da obra.
O número de vítimas continua a crescer, porém, o que intriga os investigadores é que o criminoso, por algum motivo desconhecido por eles, não deixa uma digital sequer. Como descobrir quem é o mesmo sem provas, testemunhas ou indícios de que as vítimas tinham algo em comum além de serem gordas?!
Ao decorrer das páginas você se delicia com uma ótima estória e acaba adquirindo conhecimentos históricos, científicos, dentre outros; que já eram esperados uma vez que observada a grande pesquisa que o autor fez para a criação da obra. Ao virar de páginas você tem uma visão detalhada de vários fatos,ambientes e dados históricos, inclusive sobre o próprio Rio de Janeiro na época. Desde as ruas históricas, passando pelos cafés, teatros, cinemas (artes em seu âmbito geral), fatos históricos que marcaram o final daquela década (incluindo neste a explosão da II Guerra mundial, O Governo de Getúlio Vargas e a copa do mundo).
Apesar de a obra mostrar a inteligência invejável de Jô Soares, este não apresenta a “prometida” comédia esperada no livro. Alguns trechos são engraçados (a maioria devido ao personagem Tobias Esteves), porém, estes não foram muitos para mim ao decorrer do livro. Talvez neste ponto eu esperasse um pouco mais.
A obra é leve, divertida (no meu ponto de vista, obras divertidas e engraçadas são diferentes), inteligente e para torná-la ainda melhor ( e para classificá-la no gênero que a mesma foi classificada) traz consigo um toque de suspense. Ao contrário dos outros livros policiais que li, esta obra apresenta seu diferencial por mostrar o assassino e suas razões para matar já no começo do livro. O mistério dessa obra não está em descobrir o assassino e sim ir descobrindo como o mesmo vai matando, quem será sua próxima vítima, como será o desfecho da história.
Talvez por o assassino ser explicito desde o início da obra, As Esganadas não guarda um clímax para o seu final (o famoso: quem será o assassino?), porém, o mesmo não faz de maneira nenhuma que a obra tenha um desfecho ruim.
Se você está procurando algo para ler nas férias, esta obra é uma ótima pedida. Recomendo a todos vocês.

Raquel.Ines 08/08/2023

Jô genial
A história "As esganadas" é um romance policial ambientado no Rio de Janeiro no final da década 1930, onde um grupo de personagens tem como objetivo investigar uma série de assassinatos de mulheres. A peculiaridade dos assassinatos está no fato de todas as mulheres estarem acima do peso e todas serem asfixiadas com comida, sendo esta algum prato de origem portuguesa. 


As críticas feitas à obra estão relacionadas com a forma como a violência contra as mulheres é retratada. Embora o autor não demonstre qualquer tipo de apologia à violência ou misoginia, o modo como as vítimas são retratadas pode ser considerado um tanto sensacionalista, o que pode incomodar alguns leitores.


A obra apresenta, entretanto, diversos aspectos positivos, tais como a ambientação e a construção narrativa da história. O autor utiliza uma grande quantidade de referências culturais da época em que a história se passa, com descrições detalhadas das ruas, dos bairros e das pessoas da época. O autor ainda utiliza elementos históricos, como a ascensão do nazismo na Alemanha, a Era Vargas e a influência da imprensa na sociedade da época, para enriquecer ainda mais a trama. 


Contrariando o costumeiro em thrillers policiais, o romance apresenta o assassino logo no início da trama e, em uma narrativa intensa e frenética, demonstra seus problemas e motivações, levando o leitor a torcer cada vez mais para que a equipe de investigação o descubra e o façam parar de uma vez. 


ATENÇÃO: Alerta de spoilers a partir deste ponto! Continue por sua conta e risco! 


Acompanhar o passo a passo da investigação, os raciocínios e as dos investigadores impõe o ritmo frenético da história. O psicopata Carone é um músico frustrado, apaixonado por música clássica. Isso traz uma trilha sonora para o livro, pois em cada um de seus crimes há uma música por ele tocada. Carone teve uma mãe portuguesa muito gorda e essa mulher trouxe a herança da culinária portuguesa que, apesar de fazer pratos deliciosos, inibia seu filho de comer, o que marca o início de seus traumas. Assim, a culinária também era utilizada por Carone em seus assassinatos, entupindo as suas vítimas com alguma iguaria culinária. 


Carone nutre um ódio muito grande pela mãe, mesmo após a morte dela. O personagem via a sua mãe em todas as mulheres gordas que encontrava e sentia a necessidade de matá-las, assim como ocorreu com a sua mãe. 


No decorrer da história somos apresentados a quatro investigadores que tentam desvendar quem está por trás do ?caso das esganadas?. Essa equipe é formada pelo delegado ranzinza Noronha, o oficial Calixto, responsável por trazer o humor para a trama, a jornalista Diana e o perspicaz português Tobias Esteves, que trabalhava com investigações em Portugal mas acabou vindo ao Brasil. 


Carone possui um fator que dificultou em muito o trabalho dos investigadores, que é uma condição, uma doença que não deixa pistas, assim, nem as mais avançadas tecnologias de detecção de digitais não conseguiam desvendar o mistério. 


Quando na história chega ao quinto assassinato, a jornalista Diana publica um artigo muito bem elaborado e que abre margem para a discussão dos estereótipos e da forma como as mulheres consideradas acima do peso são tratadas. Com a transcrição do artigo finalizamos a presente resenha: 


?Existe um preconceito velado contra a obesidade. Na verdade, dificilmente os homens o sentem. Podem ser gordos inteligentes ou ricos ou oferecerem tantos outros atrativos. Quem sofre o problema com maior intensidade são as mulheres. As mulheres gordas. O leitor pode se escandalizar com o uso da palavra gorda. Os eufemismos mais comuns são: cheinha, forte, grande e, o mais ousado, gordinha. Geralmente, acham que a gorda (odeio a palavra obesa) não tem força de vontade. Nem caráter. Nem vergonha na cara. A gorda é um pária; o excesso de peso, um divisor de águas. O próprio adjetivo é um palavrão. Ninguém se importa com o sofrimento ou com a humilhação da gorda. Acham que ela é gorda porque quer. Observem o olhar triste das moças gordas varrendo as vitrines da moda. Os figurinos são para as magras. Alguns vendedores ainda informam sem se alterar: ?Aqui é só pra pessoas normais, madame?. E a gorda se afasta engolindo o ultraje. Restam-lhe as lojas especializadas ou costureirinhas de bairro. Para mim, anormal é o tratamento do vendedor. A obesidade é democrática, não faz diferença de classe. Há gordas ricas e gordas pobres. Todas sentem a mesma reprovação silenciosa da sociedade. Existem gordas belas, mas, se a beleza é notada, há sempre um apêndice ao comentário: ?O rosto é lindo. Pena que seja gorda?. Agora, cuidado! Além da opressão usual, todas as gordas da cidade, ricas ou pobres, feias ou lindas, virgens ou libertinas, correm o perigo de uma morte apavorante. As cinco mulheres torturadas e assassinadas nada têm em comum, a não ser o fardo da gordura. Um maníaco pervertido resolveu manifestar seu desagrado torturando e matando. Em princípio, minhas matérias são ilustradas por fotografias, mesmo nas reportagens que mostram a crueldade do ser humano em condições absurdas, como na Revolução Espanhola. Desta vez as imagens são repulsivas demais até para homens acostumados aos pavores da guerra. Resta-me perguntar: quem é este homem??

Joice 16/05/2021

Admirável Jô, não esperava menos
Nessa trama que tem como pano de fundo o Rio de Janeiro, temos descrições ricas da cidade, Era Vargas e as tensões pré Segunda Guerra Mundial. Cheio de bons diálogos/personagens, é um livro leve, divertido, um pouco cômico. Prende a atenção desde a primeira página. Um bom romance policial, cuja descrição dos crimes foram bem detalhadas, e revela desde o início, quem é o vilão da trama, o dono da mais famosa funerária do Rio, Caronte, um serial-killer que tem como alvo, apenas mulheres gordas. Nesse livro, o leitor não precisa devora-lo tentando descobrir quem é o assassino, mas sim, para que o mistério seja logo desvendado. Foi isso que me prendeu à narrativa, a solução do caso. Eu queria saber que fim Caronte teria. O final é um pouco clichê, mas que só nos damos conta depois de ler. Gostei da história.

Lorena 19/12/2020

Amado??
Amei o livro! A temática que eu curto.

Mistério, personagens engraçados para dar aquela quebrada na vibe pesada do livro, a psicologia por trás do serial killer é, digamos, deliciosa se não for muito estranho falar isso.

Porém, medo do Jô Soares ?

Mirellissima1 14/09/2020

Primeira experiência com a escrita do Jô Soares e achei fantástico! Leitura rápida e fluida!

Pandora 19/06/2012

O Jô escreve bem, o livro é leve, dá pra ler numa tarde. Curiosamente, as passagens que eu menos gostei foram aquelas em que ele tentou fazer piada. Nada contra o humorista Jô Soares, mas no livro não vi tanta graça. Também achei o final rocambolesco demais, mas no todo, é uma boa diversão.

duda 23/03/2021

Melhor do que eu esperava
Apesar da escrita forte e rebuscada, foi um livro maravilhoso para mim, realmente gostei muito e apesar dos fatos trágicos, sempre que penso nele me dá vontade de rir.
Jô Soares misturou muito bem mistério, assassinato, comédia e até um romance policial.

Raquel Lima 27/01/2012

Mèdio
Os livros do JÓ estão sempre na média. São livros regulares. Hà boas partes: humor inteligente, um bom conteúdo histórico, texto impecavél... Mas acaba aí... O enredo tem a mesma formação dos outros três. Neste livro conseguimos ir bem, interessados nas mortes, curtindo as passagens, rindo de suas tiradas, mas aí ... o autor ( o que parece) cansa de escrever e o crime é solucionado...

Mike 28/08/2020

Interessante, não foi o melhor que eu li do Jô mas dá pra se divertir na caçada ao assassino com pitadas de comédia numa Rio de Janeiro boêmia

Tadeu.Santos 17/02/2021

Recomendo
Sou suspeito para falar das obras de Jô Soares. Porém, posso afirmar que esta é mais uma de suas magníficas obras já feitas. Jô Soares trás você ao Brasil do início do século XX, à capital Rio de Janeiro.

Uma obra recheada de ironias, acontecimentos históricos, humor e suspense. O caso das enganadas segue o mesmo padrão do seu livro "O Xangô de Baker street", inclusive com personagens homônimos, como o delegado Melo Noronha.

Se recomendo? Sim! Amei este livro e quero ler novamente. ?

Giordano.Sereno 07/11/2020

Que saudade que estava do Jô
Estava com saudades do texto inteligente e da ironia refinada do Jô Soares. Uma história de mistério e suspense muito bem construída que prende o leitor até o final. O autor mistura com maestria ficção e realidade de um jeito único. Minha única ressalva é a gordofobia. É de esperar que o personagem Caronte, o assassino da trama, tenha preconceito com gordas, uma vez que as mata. Mas não é só ele. O narrador fala umas coisas difíceis de ouvir.
É claro que ninguém pode acusar o Jô de gordofobia, já que ninguém é preconceituoso consigo mesmo. Talvez a intenção do autor tenha sido essa mesma. Incomodar as pessoas para que elas reflitam sobre seu comportamento.
De toda forma, vale muito a pena a leitura.

Saulo 21/12/2020

Quando o autor é maior que a obra.
É inegável a qualidade da escrita de Jô Soares, sempre leve e divertida. Também é sabido da sua vasta cultura , seus vários idiomas e conhecidamente histórico sobretudo acerca de causos e pessoas do Rio de Janeiro de antigamente.
E este, para mim, é o principal defeito de ?As Esganadas?. A cada página, Jô se esforça em contar histórias, trazertramas da época e mostrar o quanto domina o tempo... porém, parece ter esquecido de que estamos diante de uma trama policial. Os quatro tipos envolvidos na investigação fazem muito pouca coisa. E a resolução do crime eh pouco inspirada. Se você quiser ler pela qualidade da escrita divertida, va em frente. Ele é um gênio. Se você estiver atrás de uma boa história de serial killer... hummmm... parta pra outro livro.