Claraboia

Claraboia José Saramago




Resenhas - Claraboia


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Dani Ramos 21/01/2018

Amei!
?Que tinham elas a dizer todo o santo dia, que não estivesse já dito mil vezes??
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O livro mostra a história dos residentes de um prédio em Lisboa e conta a partir daí, o contidiano desses vizinhos um pouco peculiares. Cada família com seus problemas, segredos e atitudes, fazem o enredo ser equilibrado e coerente no que transmite ao leitor. Os personagens são muito bem desenvolvidos e interessantes, cada qual, com seu valor e profundidade.

A história começa com a conversa do inquilino Silvestre com sua esposa Mariana, sobre como eles conseguiriam uma renda extra. E o resultado foi a escolha de alugar o quarto que estava vago em sua casa. Com esse início, o livro se desenrola sobre as perspectivas dos outros vizinhos, cada um monstrando ao leitor seu íntimo mais profundo e pensamentos. A cada capítulo, ficamos curiosos e ansiosos para desvendar o desfecho de cada família e como eles conseguiram ultrapassar cada obstáculo que apareceu em suas vidas.

A escrita de José Saramago é incrível, e com essa segunda experiência com o autor, começo a me apaixonar pela sua forma de enxergar as coisas e como consegue com tão pouco esforço, expressar em palavras o que pensa sobre moralidade, sociedade e frustações daquela época. E devo até admitir, que com esse segundo livro, José Saramago realmente é um escritor autêntico e único, que mesmo com o passar dos anos, continua com uma escrita transcedendo gerações.
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?Há palavras que se retraem, que se recusam ? porque significam de mais para os nossos ouvidos cansados de palavras.?
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Estou super animada com esse projeto e afirmo que jamais esperaria gostar tanto da escrita e história como estou. As opiniões sobre seus livros são bem relativas (uns amam demais, outros odeiam demais), mas em relação à mim, estou a amar!
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L&S 01/07/2018

Primeiramente, devo começar dizendo que Claraboia, apesar de ter sido escrito na década de 50, ficou perdido por décadas após a recusa de um editor e por isso Saramago não deixou o exemplar ser publicado enquanto estivesse vivo.

Ambientado em um prédio na cidade de Lisboa, Claraboia apresenta o dia a dia e os dramas familiares dos diversos personagens que estão presentes, sem dar muito enfoque nos deveres da vida lá fora. Com isso, ele explora as atitudes e o psicológico dos personagens, nos fazendo refletir sobre a importância dessas ideologias e rotinas, além das críticas sociais demonstradas na época, como tabus sexuais, preconceitos e conservadorismo.

"- Não tenha medo. Só quero dizer que aquilo que cada um de nós tiver de ser na vida, não o será pelas palavras que ouve nem pelos conselhos que recebe. Teremos de receber na própria carne a cicatriz que nos transforma em verdadeiros homens. Depois, é agir...

Página 259.

Como todo ótimo livro de Saramago, mensagens internas e filosóficas são tragas entre as conversas de Silvestre e Abel, como o questionamento sobre a forma em que se deve levar e aproveitar a vida, para que não fique à deriva (Claraboia).

site: livroseriados.com.br
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Mauricélia 15/09/2018

Saramago do início
Livro muito bom, mas para quem já leu Saramago na sua fase áurea, fica a desejar um pouco, mas também é importante notar como suas qualidades narrativas já aparecem no início. Profundidade psicológica, análise social, detalhes comportamentais da época, o ser humano a e seus sentimentos são ênfases já notadas aqui.
Ainda não aparece sua pontuação peculiar e também tem formato particular, por ter diversas narrativas em uma só, mais ou menos entrelaçadas, por se passarem no mesmo "cortiço", podemos assim chamar.
Ficou-me aparente a situação da mulher na época, porque por diversas vezes a análise do comportamento feminino vem a tona, as diferenças entre homem e mulher e a posição subalterna em relação a ele e a toda a sociedade, ainda pior se for uma mulher casada. Há diversas comparações negativas em que a mulher é a aba ruim da comparação. O leitor pode entender como um Saramago crítico a isso ou um Saramago machista.
Para mim, algumas histórias não tiveram o final que o autor levou o leitor a imaginar, ou pareceram incompletas. Ficou a decepção de querer saber mais sobre algumas situações não esclarecidas.
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Ricardo 16/01/2019

Vidas Simples Tornam-se uma bela História.
Saramago é o mestre da narração e do romance! Nesta obra ele trás o cotidiano de famílias simples de Portugal, vai contando essas vidas e entrelaçando pequenos acontecimentos e torna o que parecia uma história monótona em um grande livro que a gente não consegue largar até saber o próximo acontecimento no pequeno universo dos personagens! Saramago mostra que nos pequenos acontecimentos do cotidiano há muito história pra contar! E faz isso de forma majestosa! Se você ainda não leu nenhuma obra deste romancista Prêmio Nobel não perca seu tempo, escolha uma e apaixone-se por Saramago!
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Bruna 03/02/2019

Jovem Saramago...
Livro encantador. São claras as diferenças do jovem que o Saramago um dia foi e do escritor que se tornou ao fim de sua vida. No entanto, isso não diminui de forma alguma a qualidade do livro. A mim, na verdade, a engrandece.

1. Silvestre diz a Abel: "[...] o que eu queria é que a sua preocupação de fugir a prisões não o levasse a ficar prisioneiro de si mesmo, do seu ceticismo..."
2. "[...] a experiência, não sendo aplicada, é como o ouro imobilizado: não produz, não rende, é inútil. E de nada vale a um homem acumular experiência como se colecionasse selos."
3. Silvestre: " - [...] Cortar tentáculos não basta. O Abel vai-se embora amanhã. Desaparece, cortou o tentáculo. Mas o tentáculo ficará aqui, na minha amizade por si, na transformação da vida da dona Lídia.
- É o que eu lhe dizia há pouco. O simples facto de existirmos pode ser um mal.
- Para mim foi um bem. Conheci-o e fiquei seu amigo.
- E que ganhou com isso?
- A amizade. Acha pouco?
- Não, decerto..."
4. Silvestre: "- Vivemos entre os homens, ajudemos os homens.
- E que faz o senhor para isso?
- Conserto-lhes os sapatos, já que nada mais posso fazer agora. O Abel é novo, é inteligente, tem uma cabeça sobre os ombros... Abra os olhos e veja, e se depois disto ainda não tiver compreendido, feche-se em casa e não saia, até que o mundo lhe desabe em cima!"
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Karla Lima 10/04/2017

Fissura
Fissura
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Em construção civil, claraboia é uma abertura no teto pela qual entram luz, ventilação ou ambos. Neste romance passado em um edifício, é a fresta por onde espiamos a vida íntima dos moradores. Na história escrita em 1953 e inédita até o ano seguinte à morte do autor, é o orifício que nos permite enxergar dentro dos personagens. Sim, dentro, pois este é um romance em que, por mais que os personagens falem, ajam, mudem e se mudem, a ação dá-se principalmente em seus sonhos, pensamentos e sentimentos. É essa matéria-prima (melhor seria dizer imatéria-prima) que engolfa o leitor em cenas familiares, nas quais facilmente se reconhecem episódios vividos ou testemunhados, e surpreendentes, nos quais provavelmente poucos de nós alguma vez pensaram.
O primeiro livro do autor, “Terra do pecado”, foi escrito e publicado em 1947. Seis anos depois, o original de “Claraboia” foi recusado pelo editor. Só em 1977 Saramago voltaria a escrever romances, e que romance é este. Parece que, enquanto escrevia poemas e crônicas, acumulou ideias e forças para criar este livro notável. Não endosso a negativa do editor, mas compreendo que, em plena ditadura salazarista (1932-1968), fosse arriscado publicar uma obra em que cada capítulo transpira uma tensão sexual impossível.
A linguagem toda particular de Saramago já aqui se faz presente (já é inconfundível em “Terra do pecado”, aliás), bem como a ironia, o senso agudo de observação, a crítica à opressão do homem pelo homem e à anulação que cada um impõe a si mesmo em nome de uma sobrevivência social que só muito raramente se equipara aos sacrifícios feitos no esforço de sua obtenção.
Landcaster 18/06/2018minha estante
Resenha muito bem escrita! Parabéns!


Karla Lima 27/06/2018minha estante
ora essa, muito obrigada! :)




HonorLu 29/10/2019

Literatura é processo
Aqui temos Samarago em seus primeiros passos como escritor. Ainda uma semente. O livro é bom, mas lento. Demorei para ler.
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Cintia F. Leite 29/01/2020

Belo E Poético Sem Deixar De Fora A Realidade
Claraboia não é o livro mais conhecido de Saramago, no entanto, se eu puder aconselhar alguém que queria conhecer a vasta obra literária desse escritor, indico Claraboia, um dos primeiros livros escritos por ele e surpreendentemente, foi um dos últimos a serem publicados. O motivo da minha indicação, se dá pelo único fato, Claraboia quando foi escrito, ainda não continha o estilo tão característico de Saramago, isto é, não possui uma narrativa com longos parágrafos e pouca pontuação. Portanto, essa leitura será mais tranquila e ideal para quem pretende assim como eu, ler mais livros desse grande autor.

José Saramago diz muito através de objetos inanimados das casas e dos fenômenos naturais que cercam todo o cenário, utilizando uma linguagem poética e bonita, é claro. Além disso, o silêncio sempre paira pelos cômodos das casas e entre os personagens, por falta de sintonia, desprezo, raiva contida ou por uma simples discordância num começo de briga que cresce dentro do silêncio para calar opiniões divergentes.

Entrou para minha lista de livros favoritos, para ler a RESENHA COMPLETA, acesse MELKBERG.COM :)
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Volnei 13/12/2016

Claraboia
A história contada neste volume inicia-se com a narrativa de um dia qualquer em uma comunidade em um edifício. Cada um com suas características particulares. Um sapateiros, uma costureira, um caixeiro entre outros. Cada família tem suas particularidades que são exploradas pelo autor no decorrer da história que até o presente momento não justificou seu titulo. As particularidades são bem marcantes em cada família. De acordo com o que o autor descreve a comunidade vive em uma estrutura similar um edifício. A história em si gira em torno de tudo que acontece dentro de cada lar com sua particularidades.Finalizada a leitura desta obra chego a conclusão que se titulo se dá por conta de um de seus personagens mais humilde entre os demais que é o sapateiro que é alem de um trabalhador autônomo, um verdadeiro filosofo. Ele dá uma lição de vida ao rapaz que por um curto período foi seu inquilino. Uma obra que vale a pena ser lida como muitas outras de Saramago.

site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
Fernanda Sleiman 06/01/2018minha estante
Olá Vonei! Acabei de finalizar o livro, estava lendo as resenhas e acabei parando aqui! Não tinha pensado sobre o título sob sua ótica! Eu via a Clarabóia na perspectiva de um observador (narrador) onde dali se enxergava a vida dos moradores do edifício. Mas também gostei da sua visão! Mas Saramago é isso se prender em uma interpretação é diminuir a grandeza de suas obras!


Fernanda Sleiman 06/01/2018minha estante
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Wagner 14/09/2016

NOSSA DOSE DE MORFINA...

(...) Todos nós ingerimos diariamente a nossa dose de morfina que adormece o pensamento (...) Histórias mil vezes repetidas: ele, ela e o amante, Ela, ele e o amante, e, pior do que isto, o primarismo com que se reproduzia a luta entre o bem e o mal, entre a pureza e a depravação, entre a lama e a estrela (...)

In: SARAMAGO, José. Clarabóia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. pp 254/255.
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pulsaodemorte 22/12/2020

É um livro bem tranquilo, meio massante as vezes mas bem poético também, algumas histórias são mais envolventes que outras porém todas tiveram um final espetacular, não tem muito o que dizer sobre mas é um livro muito bom pra passar o tempo sem ter que pensar demais.
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Thais 01/07/2014

Mosaico humano
Depois que terminei o livro, passei uns dois meses sofrendo e saudades dos personagens! ;)
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Raquel Lima 17/04/2014

Voyeur ...
Engraçado como Saramango consegue nos levar para um Voyeurismo ... adorei compartilhar os momentos de vida de suas famílias e quanto elas estão ligadas... O Título também é perfeito. Nós inclusive nos posicionamos nela para dar esta espiada nestas vidas. Apesar de ser o primeiro livro escrito dele e a característica de escrever sem paragrafo não está ainda presente, já consegui sentir a sua " voz" contando a história.
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Elder 04/10/2013

Sob o pretexto de narrar amenidades, Saramago apresenta uma reflexão muito interessante sobre os conflitos humanos, tanto externos quanto internos.
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