Claraboia

Claraboia José Saramago




Resenhas - Claraboia


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giovana 13/01/2019

digressões
do começo da carreira do saramago (mas só publicado mais tarde) esse livro traz as características que o autor desenvolveria e tornariam-se suas marcas.
antes mesmo da ?janela indiscreta?, ?claraboia? cria uma vida dentro de um prédio ? e nós somos os espectadores imparciais de dentro de cada um desses lares.
as histórias em si trazem temas polêmicos e ótimas reflexões para época (1952), mas eu acho que a força do livro está nos momentos em que o narrador adentra a cabeça dos personagens, contando minuciosamente seus pensamentos e raciocínios.
a melhor parte é, sem dúvida, o final, no qual abel e silvestre tem uma conversa sobre a natureza humana que, a meu ver, é atemporal.
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danield_moura 08/05/2013

Achei um livro frio, sem energia e apesar de se falar de uma comunidade residêncial, os personagens não decolam.
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larissa dowdney 02/03/2013

No início o livro não me conquistou, confesso. Mas depois, ah, que delícia! O livro me levou. E continua me levando...

Obs: Que vontade louca de saber o que irá acontecer com esses personagens! Louca!
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Maíra 17/12/2022

Claraboia, José Saramago

Ao longo da vida, o renomado escritor José Saramago escreveu diversos romances, contos, poemas e peças teatrais. A obra Claraboia foi publicada pelos seus familiares somente após a sua morte, no ano de 2011.

O título do livro refere-se a abertura no alto de um prédio com a finalidade de permitir a entrada de luz no edifício, cujo nome é claraboia. Entrelaçando-se ao título, o enredo dessa história se passa em um pequeno prédio em Lisboa, durante a primavera de 1952.

O leitor, a partir de uma visão panorâmica no início da história, passa a acompanhar o cotidiano dos moradores dos 6 apartamentos presentes no prédio, alternando de forma harmoniosa entre as vidas dos personagens que interagem entre si. Assim, cria-se uma narrativa singela e complexa que aborda diversos temas, como traição, problemas financeiros e até mesmo vingança, evidenciando as peculiaridades da conduta humana e os efeitos dela na sociedade.

Ademais, me surpreendi como vários elementos foram apresentados durante a obra, como as sinfonias de Beethoven, as citações às obras de Eça de Queiroz e Fernando Pessoa e a emocionante reflexão sobre a vida de um dos personagens, redigidos pela impecável escrita de Saramago do início ao fim.

Por fim, Claraboia foi uma leitura leve, comovente e engraçada em alguns momentos, no qual me apeguei a vários personagens e detestei alguns outros. É uma obra maravilhosa que todos deveriam conhecer.
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Eric Vinicius 12/05/2024

Uma claraboia no universo de Saramago
Se fosse qualquer outro autor, seria um livro muito bom. Domínio do espaço narrativo, formidável construção psicológica das personagens, escrita concomitante em diversos núcleos. Nesse último aspecto, o romance me fez lembrar bastante de "O Cortiço" (Aluísio Azevedo) e, em alguma medida, até mesmo de "Anna Kariênina" (Liev Tolstói) - dois dos meus livros favoritos.
Mas não estamos falando de qualquer autor. E é justamente pela forma como a obra se apresenta que (ignorando, a princípio, a época em que foi escrita) "Claraboia" me surpreendeu, ao tomá-la como um romance de Saramago.
Para quem está acostumado ao estilo insólito do português, causa estranheza a observância fiel à cartilha dos textos ordinários, com o uso regular de sinais de pontuação, a identificação nominal de praticamente todas as personagens e a evolução linear da narrativa. Tudo bem encaixadinho, como num edifício de apartamentos - local, por sinal, onde a história se desenvolve.
É, porém, um dos primeiros romances do autor. E, nesse sentido, não dá para se fazer uma leitura descontextualizada e anacrônica (apesar da atemporalidade que, como esta, marca as grandes obras). Vejo, no romance, um Saramago incipiente, dando os primeiros passos na criação de sua (hoje, velha conhecida) identidade, tentando ouvir sua voz interior. Ainda assim, já é um escritor maduro, que se utiliza virtuosamente. Um pouco experimentado em alguns de seus temas, percebi sinais (embora ainda tímidos, é verdade) de sua conhecida análise cética e pessimista da realidade, como no desfecho do embate entre os amigos Silvestre e Abel (quem tem a palavra final quase sempre sai vencendo).
Esse prisma foi o que mais me interessou no livro. Eu o recomendaria a quem deseja conhecer um pouco do início da produção do autor, ou que não tenha se adaptado ao seu estilo, mas ainda assim deseja degustar pílulas de sua visão sobre o mundo. Algumas construções de efeito, regaladas no texto (ainda estamos falando de um Saramago, afinal), devem colaborar na satisfação desse interesse.
Mas, para quem esperava um pouco mais, como os abundantes fluxos de consciência, em um matiz sarcástico que tanta polêmica já causou, ao enfrentar tabus em suas inovadoras produções subsequentes, o romance deixa razoavelmente a desejar.
"Há palavras que se retraem, que se recusam - porque significam de mais para os nossos ouvidos cansados de palavras". Entendo, nem sempre o deslumbramento é possível, com as palavras. Mas é que eu me acostumei mal com você, meu caro!
Longe de ser ruim, "Claraboia" é "apenas" um livro muito bom. Uma "claraboia", no universo escuro de Saramago.
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Renan 07/04/2012

Mais do mesmo^^
Como sempre, profundamente existencialista. Toca os aspectos cotidianos das relações interpessoais, suas mazelas e misérias. Conclusão? Nehuma. E isso é o que vale, a angustia final,o desejo de buscar resposta. #ficadica
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Thais 01/07/2014

Mosaico humano
Depois que terminei o livro, passei uns dois meses sofrendo e saudades dos personagens! ;)
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Volnei 13/12/2016

Claraboia
A história contada neste volume inicia-se com a narrativa de um dia qualquer em uma comunidade em um edifício. Cada um com suas características particulares. Um sapateiros, uma costureira, um caixeiro entre outros. Cada família tem suas particularidades que são exploradas pelo autor no decorrer da história que até o presente momento não justificou seu titulo. As particularidades são bem marcantes em cada família. De acordo com o que o autor descreve a comunidade vive em uma estrutura similar um edifício. A história em si gira em torno de tudo que acontece dentro de cada lar com sua particularidades.Finalizada a leitura desta obra chego a conclusão que se titulo se dá por conta de um de seus personagens mais humilde entre os demais que é o sapateiro que é alem de um trabalhador autônomo, um verdadeiro filosofo. Ele dá uma lição de vida ao rapaz que por um curto período foi seu inquilino. Uma obra que vale a pena ser lida como muitas outras de Saramago.

site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
Fernanda Sleiman 06/01/2018minha estante
Olá Vonei! Acabei de finalizar o livro, estava lendo as resenhas e acabei parando aqui! Não tinha pensado sobre o título sob sua ótica! Eu via a Clarabóia na perspectiva de um observador (narrador) onde dali se enxergava a vida dos moradores do edifício. Mas também gostei da sua visão! Mas Saramago é isso se prender em uma interpretação é diminuir a grandeza de suas obras!


Fernanda Sleiman 06/01/2018minha estante
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pulsaodemorte 22/12/2020

É um livro bem tranquilo, meio massante as vezes mas bem poético também, algumas histórias são mais envolventes que outras porém todas tiveram um final espetacular, não tem muito o que dizer sobre mas é um livro muito bom pra passar o tempo sem ter que pensar demais.
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Sabrina Coutinho 01/02/2012

www.sassaricadas.wordpress.com
Claraboia foi escrito em 1953 por Saramago sob o pseudonimo “Honorato”, mas permaneceu inédito até esse ano. O livro foi mandado para uma editora mas acabou esquecido, anos depois a editora entrou em contato com o autor e ele resolveu não publica-lo. Para os admiradores do autor esse lançamento aparece como um presente. As histórias de cada família são narradas em ritmo bastante lento, com riqueza de detalhes sobre as características psicológicas de cada personagem e da influência de suas personalidades na casa em que vivem. Algumas palavras desconhecidas são inevitáveis, mas não afetam o fluxo do enredo. Fica cada vez mais interessante aprofundar-se nas histórias dentro de cada porta, janela, entre quatro paredes. Com alguma imaginação podemos montar o cenário, ouvimos o barulho de passos nas escadas, compartilhamos do interesse de cada morador pela vida alheia, passeamos dentro do humilde prédio.

As reflexões a respeito da existencia ficam por conta de Abel em suas conversas com o sapateiro Silvestre, de quem aluga um quarto. “Tem até um personagem que, de alguma maneira, é o Saramago debatendo-se com os seus próprios problemas e, nomeadamente, com um problema que ele nunca resolveu, que é o do optimismo e do pessimismo: se a humanidade é recuperável ou não e que atitude deve cada um de nós tomar, sentirmo-nos responsáveis por aquilo que se passa à nossa volta e intervir, ou acharmos que não temos nada a ver com isso e afastarmo-nos de qualquer intervenção na sociedade.” disse Zeferino Coelho, amigo e editor de Saramago, sobre Abel.

Critica-se a acomodação de duas famílias em seus casamentos infelizes e o apego ao passado. Justina mantêm intactas as roupas da filha Matilde, que morreu nova vítima de uma doença. Carmen vê suas fotos e lembra dos bons tempos na Espanha.

Isaura é tão absorvida por suas leituras que fica transtornada após ler A Religiosa, de Diderot , livro do qual apresenta-se trechos, para o completo entendimento dos motivos do transtorno da menina. São muitas as referências a obras clássicas da literatura, o que me deu mais vontade de ler algumas delas como Os irmãos Karamazov, de Dostoiévski.

Dois trechos que gostei muito e podem dar uma ideia da linguagem usada no livro:

“Tenho a sensação de que a vida está por detrás de uma cortina, a rir às gargalhadas dos nossos esforços para conhece-la. Eu quero conhece-la.”

“Ter não é possuir. Pode ter-se até aquilo que se não deseja. A posse é ter e o desfrutar o que se tem. Tinha uma casa, uma mulher e um filho, mas nada era, efetivamente, seu. De seu, só tinha a si mesmo, e não completamente.”
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Wagner 14/09/2016

NOSSA DOSE DE MORFINA...

(...) Todos nós ingerimos diariamente a nossa dose de morfina que adormece o pensamento (...) Histórias mil vezes repetidas: ele, ela e o amante, Ela, ele e o amante, e, pior do que isto, o primarismo com que se reproduzia a luta entre o bem e o mal, entre a pureza e a depravação, entre a lama e a estrela (...)

In: SARAMAGO, José. Clarabóia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. pp 254/255.
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Dani Ramos 21/01/2018

Amei!
?Que tinham elas a dizer todo o santo dia, que não estivesse já dito mil vezes??
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O livro mostra a história dos residentes de um prédio em Lisboa e conta a partir daí, o contidiano desses vizinhos um pouco peculiares. Cada família com seus problemas, segredos e atitudes, fazem o enredo ser equilibrado e coerente no que transmite ao leitor. Os personagens são muito bem desenvolvidos e interessantes, cada qual, com seu valor e profundidade.

A história começa com a conversa do inquilino Silvestre com sua esposa Mariana, sobre como eles conseguiriam uma renda extra. E o resultado foi a escolha de alugar o quarto que estava vago em sua casa. Com esse início, o livro se desenrola sobre as perspectivas dos outros vizinhos, cada um monstrando ao leitor seu íntimo mais profundo e pensamentos. A cada capítulo, ficamos curiosos e ansiosos para desvendar o desfecho de cada família e como eles conseguiram ultrapassar cada obstáculo que apareceu em suas vidas.

A escrita de José Saramago é incrível, e com essa segunda experiência com o autor, começo a me apaixonar pela sua forma de enxergar as coisas e como consegue com tão pouco esforço, expressar em palavras o que pensa sobre moralidade, sociedade e frustações daquela época. E devo até admitir, que com esse segundo livro, José Saramago realmente é um escritor autêntico e único, que mesmo com o passar dos anos, continua com uma escrita transcedendo gerações.
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?Há palavras que se retraem, que se recusam ? porque significam de mais para os nossos ouvidos cansados de palavras.?
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Estou super animada com esse projeto e afirmo que jamais esperaria gostar tanto da escrita e história como estou. As opiniões sobre seus livros são bem relativas (uns amam demais, outros odeiam demais), mas em relação à mim, estou a amar!
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Andreia Santana 09/05/2017

Um Saramago iniciante e atual
Claraboia é um livro póstumo, mas foi escrito no começo da carreira literária de José Saramago. Concluído em 1953, é o segundo romance do autor, escrito logo após o lançamento da sua obra de estreia, Terra do Pecado (1947). O livro ficou perdido por décadas, após um editor recusar publicá-lo e sequer responder ao autor ou devolver-lhe os originais. Quando Saramago consagrou-se, nos anos 1980, com os romances Levantado do Chão e Memorial do Convento (este último, na minha modesta opinião, sua obra-prima), foi procurado para a publicação de Claraboia, mas respondeu que enquanto vivesse, o livro não seria publicado. O lançamento aconteceu em 2011, um ano após a morte dele, em junho de 2010.

Claraboia é um Saramago atípico para quem conhece a produção da maturidade do autor. O estilo inconfundível de narrativa, com longas digressões filosóficas e o sistema de pontuação peculiar, privilegiando vírgulas ao invés de pontos, não existe aqui. Mas há um vislumbre, uma semente de vir a ser. São os primeiros passos do autor que ele se tornaria no futuro. É lindo! Porque se em Alabardas, Alabardas…, outra obra póstuma e a última que ele escreveu e deixou inconclusa, vemos detalhes do seu processo criativo após décadas de experiência; nesse quase recém-nascido Saramago de Claraboia, percebemos o florescer de um grande talento não só da escrita, mas do humanismo.

Ambientado em um prédio de apartamentos de classe média baixa, na Lisboa de 1952, Claraboia apresenta diversos dramas pessoais e familiares. O edifício é o fio que une as histórias particulares e coletivas de seus moradores. Tudo de interessante se passa nesse microcosmo. Para fora do edifício existe a cidade e as rotinas de cada morador, como ir ao trabalho, à escola, à mercearia; mas elas são apresentadas de forma difusa, de propósito, porque o que interessa é mostrar-lhes a vidinha cotidiana e as mesquinharias guardadas entre as quatro paredes de casa.

As digressões filosóficas aqui aparecem em forma de diálogos entre os personagens Silvestre e Abel, moço misterioso que aluga um quarto no apartamento onde o velho sapateiro vive com a mulher Mariana. As longas conversas dos dois revelam um Saramago já familiarizado com as lutas operárias e com a rotina dos trabalhadores pobres. O próprio autor foi serralheiro mecânico, não cursou o ensino superior, apenas escola técnica, mas era leitor ávido e frequentava diversas bibliotecas, onde formou seu pensamento crítico e as convicções políticas e sociais.

Silvestre é uma espécie de alter-ego mais velho do autor (Saramago estava com 31 anos quando concluiu Claraboia), que coloca na boca do sapateiro as suas ideias sobre a humanidade. Mas é também uma das muitas recriações do avô Jerônimo, figura icônica na vida e na formação do jovem José. Quando o escritor recebeu o Nobel de Literatura, em 1998, iniciou seu discurso de agradecimento louvando o avô. Ficou célebre o trecho inicial, em que ele diz que o homem mais sábio que conheceu, ‘não sabia ler nem escrever’, referindo-se a Jerônimo.

Os outros moradores do edifício são: a bela e sedutora Lídia, que por seu estilo de vida livre e por ser sustentada pelo amante Paulino Morais, enfrenta os julgamentos velados da vizinhança; as costureiras Adriana e Isaura, as sonhadoras irmãs solteiras que vivem com a mãe Cândida e a severa tia Amélia; o caixeiro viajante Emílio e a esposa Cármen, espanhola da Galícia, junto com o filho deles de seis anos, Henriquinho; o linotipista Caetano e a mulher Justina, em luto fechado após a morte da única filha; e, por fim, o empregado do comércio Anselmo, com a mulher Rosália e a filha Claudinha, que é fascinada pelo glamour da vida da vizinha do andar de cima, Lídia.

As mágoas e ressentimentos dos personagens entre si e pelos vizinhos, o que faz com que alguns deles tenham atitudes eticamente condenáveis, demonstram a crítica social incutida nas páginas de Claraboia. Os anos 1950 e seus muitos tabus sexuais e sociais, são representados nesse microcosmo do edifício, com seus moradores cheios de preconceitos e do conservadorismo típico da cultura do período, seja na histórica Lisboa, no Brasil colonizado pelos portugueses ou nos Estados Unidos do american way of life.

Ler Claraboia é como transpor para a Europa do pós-II Guerra aquele cenário das donas de casa entediadas e fofoqueiras, com seus maridos hipócritas e metidos a baluartes da moral e dos bons costumes, que vemos tão bem representados nos filmes de época. No entanto, embora seja a crônica de uma geração, muito do que o livro mostra, principalmente sobre o provincianismo da classe média mundo afora, persiste nesse avançar do século XXI.

Como as demais obras de José Saramago, Claraboia, com seus 64 anos, não envelhecerá enquanto a humanidade, lamentavelmente, for do jeito que é!

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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do subsolo 21/04/2017

No livro a sensação é essa, que você é um observador.
Na verdade parecem mais cronicas misturadas em capítulos.
Os moradores que mais me agradaram foram o Abel e o Anselmo. De resto achei vulgar.
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