Patricia.Sattler 25/01/2023
Surpreendente
Maltratadas a vida inteira, Shelley considera a sua vida e a de sua mãe Elizabeth como as de um rato: sempre se esgueirando pelos cantos à procura de um lugar seguro para se esconder. Após ter sido vítima de bullying durante toda a trajetória do ensino médio, que começou lentamente com comentários irônicos e depreciativos que poderiam ser vistos como brincadeiras, mas que logo perderam qualquer vestígio de bom humor, levando a um violento atentado que culminou em seu afastamento da escola, uma autoestima fragilizada e quase à morte, Shelley e sua mãe decidem se mudar em busca de um lugar tranquilo em que finalmente pudessem superar seus medos.
“Não foi fácil encontrar uma casa que satisfizesse todas as nossas exigências: Deveria ser silenciosa. Deveria oferecer privacidade. Afinal, éramos ratos. Não procurávamos um lar. Procurávamos um lugar onde pudéssemos nos esconder.”
Ainda se recuperando dos traumas, do ataque que lhe deixou enormes cicatrizes e pesadelos e do abandono de seu pai após um divórcio conturbado, Shelley se muda com sua mãe para um pequeno chalé afastado da cidade e com vizinhos a quilômetros de distância. Sentindo-se segura entre as árvores, os campos e com apenas o som dos pássaros ao seu redor, Shelley sente como se tivesse sido libertada de uma prisão e finalmente volta a acreditar que sua vida está mudando e, dessa vez, para melhor.
Desde o começo do livro eu me senti completamente angustiada com as cenas em que Shelley narrava seu tormento com descrições explícitas sobre o bullying que sofria na escola e a violência com que eram executados contra ela. Essa parte da leitura é bem pesada, ainda mais se tratando de algo tão real e que muitas vezes não é percebido até que o pior aconteça.
A comparação criada entre a vida delas com a de ratos acuados e impotentes vivendo entre o medo de serem pegos, se esgueirando entre tocas e lutando para não encontrar um predador caiu perfeitamente no contexto do livro pois retrata as características das personagens como pessoas que jamais enfrentam seus agressores, que se calam por medo, que fogem de confusões e que aceitam caladas e indefesas a maneira indelicada e violenta como são tratadas.
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