Patrícia 25/08/2011Resenha Mix LiterárioDizer que a leitura de “Não sou este tipo de garota”, não me fez voltar no tempo e reviver toda aquela eletricidade, dúvidas e anseios causados pela adolescência seria mentira. Shiobhan Vivan traz nesta obra juvenil um simples retrato do que muitas garotas são quando estão nesta fase e eu não só me vi como enxerguei muitas amigas (Su, Tercia, Dan, Carol, Pri...). Que saudade dessa época!
Mas deixando o meu saudosismo de lado vamos conhecer mais um pouco desse enredo: Natalie é uma garota ambiciosa e feminista que busca em sua jornada ser presidente do conselho estudantil, obter notas altas para ingressar em uma universidade de renome e passar suas horas vagas com sua melhor amiga Autumn. Só que nossa heroína não imagina que talvez seus planos não fossem ser tão perfeitos assim, ao retornar para seu ultimo ano na Academia Ross Natalie não só reencontra Spencer - uma garota de apenas 14 anos que literalmente rouba a cena e que traz com ela uma série de questionamento, entre eles: Por que não podemos ser igual aos homens? - E Connor Hughes, um dos atletas mais lindos da escola e que vai tentar a todo custo derrubar as barreiras dessa menina durona e implacável.
Mas Natalie também tem defeitos e são eles que vão levá-la ao questionamento de quem ela realmente é, e por que por diversas vezes agiu de forma que julgava ser certa, mas acabava a prejudicar os outros.
Este livro não é sobre relacionamento entre homem e mulher ou uma discursão de como devemos agir como amigo, mas uma referencia de como estamos habituados a agir na individualidade, uma critica de como homens e mulheres acabam fazendo em relação ao outro. Por que há tanto preconceito quando uma mulher tenta se igualar ao homem, muitas vezes julgada de forma errada, não acho corretas certas atitudes femininas quando essa tenta se comparar aos homens em certo caso, mas o machismo corre solto e o preconceito é declarado.
O livro traz uma referencia Amélia Earhart, uma mulher que até hoje é o grande símbolo do feminismo, foi pioneira na aviação nos Estados Unidos, autora e defensora dos direitos das mulheres. Desapareceu 1937 em voo sobre o Oceano Pacífico, mas seu modo de vida, sua carreira e o modo como desapareceu até hoje fascinam as pessoas.
Siobhan foi brilhante em seu enredo, não só traça uma estória equilibrada em romance e comédia, como também nos fez voltar ao tempo e revivermos as dúvidas e dilemas que nos eram questionados, como o fato de não saber que tipo de garota éramos e ou que tipo seriamos, mas que tínhamos todo o futuro pela frente para descobrimos.
Portanto recomendo a leitura, um romance realista sobre as confusões e as descobertas que só a adolescência pode nos proporcionar.