PorEssasPáginas 25/03/2013
Resenha Apocalipse Z - Por Essas Páginas
As vezes a gente paga pela língua, né? Tipo eu, que sempre dizia que zumbi era bicho que não se ajudava. Por mais que o filme/livro se esforçasse, a coisa nunca era deveras convincente. Stephen King até foi razoavelmente bem sucedido com Celular, mas ainda assim…
Até que, do ano passado pra cá, apareceram duas agradáveis surpresas dentro do tema: a série The walking dead (inspirada em uma série de quadrinhos, pelo que fiquei sabendo) e os livros de Manel Loureiro, Apocalipse Z.
Apocalipse Z, na verdade, é uma trilogia. O livro que estou fazendo a resenha, Apocalipse Z: o princípio do fim, é somente o primeiro. O segundo, Apocalipse Z: os dias escuros, acaba de ser lançado no Brasil. O terceiro, Apocalipsis Z: La ira de los justos, pelo que sei, só foi publicado em espanhol até agora. Como não leio espanhol, me toca de esperar a tradução…
O autor, Manel Loureiro, que assim como o protagonista da história é advogado, começou o livro como um blog na internet. A coisa toda fez tanto sucesso que acabou se tornando o livro.
Obviamente trata-se daquela história básica sobre um apocalipse zumbi… “Em uma pequena cidade espanhola, um jovem advogado leva uma vida tranquila e rotineira. Um dia, porém, começa a ouvir notícias sobre um incidente médico ocorrido em um país remoto do Cáucaso. Apesar de aparentemente corriqueiras, as notícias chamam tanto sua atenção que ele resolve registrar suas impressões em um blog. Aos poucos, o que eram apenas acontecimentos incomuns ocorridos em um país distante começam a se espalhar por toda a Europa. Em menos tempo do que poderia supor, o terror se instala. Ruas, bairros e cidades inteiras são tomados por criaturas com um comportamento assustador. Sem nunca ter visto nada parecido e completamente vidrado pela notícia, ele mal se dá conta de que, enquanto acompanha o desenrolar dos fatos de sua casa, a cidade onde mora também está sendo invadida por aquelas bizarras criaturas. Isolado, apenas com seu gato Lúculo e um vizinho, só lhe resta criar uma estratégia de fuga até conseguir encontrar outros sobreviventes. Entretanto, ao conseguir refúgio, ele logo descobrirá que a guerra está apenas começando. “ (fonte)
A história é toda contada em primeira pessoa, o que faz com que tu te identifique ainda mais. E trás a tona um formato que há muito tempo não via, que é a chamada literatura epistolar. Nesse caso em formato de diários. Começa com o blog do protagonista, onde ele descreve as coisas estranhas que estão acontecendo no mundo ao seu redor e, por fim, no diário propriamente dito, uma vez que não existe mais eletricidade para se manter um blog. E é justamente por lançar mão desse gênero que a gente entra na história de uma maneira que seria impossível de outra forma. A gente sente o que ele sente. A gente vive a angústia dele, a preocupação, o desespero. A gente ri com as situações inusitadas que acontecem e que ele próprio acha graça. A gente quer ajudar. É uma experiência única.
O Lúculo parece a Fifi. XD
E, obviamente, tem o Lúculo. Não tem como não morrer de amores pelo corajoso gatinho que enfrenta o fim do mundo junto com o dono. Aliás, a gente passa o livro inteiro preocupada com o Lúculo, exatamente como o protagonista.
E, é claro, a situação toda é desesperadora e assustadoramente verossimilhante. Do tipo, se existisse a possibilidade de acontecer um apocalipse zumbi, provavelmente seria como o livro descreve. Por isso dá medo. E as cenas de ação são bárbaras.
Enfim, recomendadíssimo. Mal posso esperar pelo segundo volume.
Resenha original em http://poressaspaginas.com/resenha-apocalipse-z-o-principio-do-fim