Roberta - @rkrutzmann 19/02/2015{Resenha} Apocalipse Z - O princípio do fim O que fez com que eu decidisse que leria esse livro foi saber que o início dele é contado através de posts em um Blog, porque até então eu nunca havia ouvido falar dele. Porém olhando o vídeo da Duda do Book Addict eu resolvi que precisava ler, já que era um "blogueiro" contando e também porque ela disse que era muito bom. Depois de ter terminado a história, só posso concordar com ela.
"Acho que alguém abriu a porta do inferno, e já se começa a sentir o calor."
A história começa com um post do blog onde ele explica que criou o site como sugestão do seu psicologo para colocar para fora o que ele estava guardando, como forma de terapia devido à perda da sua esposa. Porém alguns dias depois de o blog ter sido criado, vamos acompanhando sob o olhar do escritor do Blog (não falam o nome dele no livro) as notícias que vão saindo de um acidente que ocorreu na Rússica, porém tudo é muito confuso e ninguém entende direito o que aconteceu.
"O mundo está se despedaçando e eu ainda não sei por quê"
Logo em seguida o governo da Rússia já estava fechando todo o país, ninguém poderia sair ou entrar nele. E tudo que se sabia é que no ataque sofrido, algum tipo de vírus vazou do laboratório. Não se passou muito tempo e o governo tirou toda a internet do país para que as notícias não vazassem mais, porém aquele vírus foi se expalhando rapidamente para os outros países. Ninguém sabia o que era, como era transmitido, seus sistomas, tudo estava uma confusão. Algumas pessoas até comentavam que o vírus deixavam as pessoas violentas, que elas começavam a atacar qualquer coisa que viam pela frente.
"Isso é coisa de maluco. Estamos à beira do abismo e ninguém tem uma ideia melhor que começar uma guerra. A propósito, muito próprio do gênero humano."
Então vamos acompanhando o desenrolar dessa história através dos posts do Blog, e vemos o quão rápido tudo se expalha pelo mundo. Logo as cidades já estão sendo isoladas para locais seguros, porém nosso blogueiro decide que ficará mellhor em casa com o seu querido gato Lúcubo. Apesar de todo o mundo ter virado um caos, ninguém conseguem explicar direito o que acontece com quem é infectado, mas através de um rádio o nosso blogueiro escuta os militares chamando os infectados de 'aquelas coisas' e atirando contra eles.
"Vou continuar fazendo anotações neste diário. Preciso escrever o que vejo e o que sinto. Preciso expor meus pensamentos sobre uma superfície em branco, se não quiser enlouquecer em dois meses. Este diário é meu interlocutor, o único em quem confio plenamente neste momento. Se tudo for para o vinagre de verdade, pelo menos ficará o registro de como vivi nesses dias terríveis. Que merda de consolo, meu chapa."
Não demorou muito tempo para que a área segura das cidades caíssem, e assim, 'aquelas coisas' tomaram conta de todas as ruas, inclusive na frente da casa do Blogueiro. Assim ele percebe o quão profundo é o problema. Não muito tempo depois ele percebe que não poderá ficar mais muito tempo trancado em casa e, assim, começa a planjear a sua fuga.
"Que grandíssimos filhos da puta. São como os sobreviventes do Titanic que estavam nos botes e batiam com os remos em quem tentasse entrar na água. Estão em seu precioso e seguro bote e têm medo de que vire e afunde se muitos entrarem. De modo que, resumidamente, nos mandam tomar no cu, educada, mas firmimente. Virem-se."
Apocalipse Z é um livro fantástico, com um narrador super envolvente, irônico e apegado ao seu gato. Em dado momento da história a eletrecidade, a internet, tudo vai para "o caralho", como o próprio narrador diz, então ele passa a escrever em um caderno que ele leva consigo. O livro é recheado de tensão, pois a partir do momento que ele coloca seus pés para fora de casa, tudo pode acontecer a qualquer momento, e mesmo sabendo que ele sempre escreve depois do que aconteceu (ou seja, ele ficou vivo), você não consegue deixar de prender a respiração e devorar as palavras na sua frente.
"O mundo está indo para o caralho rapidamente, se é que já não foi. Não é uma brincadeira. Está mesmo acontecendo e vai pegar todos nós, inevitavelmente."
Apesar da história contada ser terrível, vários momento eu me peguei rindo pelo fato do personagem fugir daquelas coisas carregando seu gato para lá e para cá. Imagine a cena: todas as cidades estão abandonadas, as únicas coisas 'vivas' que vagam por ela são os zumbis e você tem que achar um lugar seguro, portanto se vê obrigado a procurar, porém, não sem antes garantir que seu gato está com você. Além disso ser engraçado, também fez com que eu me apegasse ainda mais ao personagem. Esse detalhe realmente deu um algo a mais ao livro todo.
"Não fosse pelos uivos ocasionais dessas coisas aí fora e um ou outro golpe que dão no portão, eu poderia pensar que é uma agradável tarde de domingo. Quase me dá vontade de preparar uma xícara de chocolate e assistir a um filme. Infelizmente, não é uma tarde de domingo e todos os meus vizinhos estão mortos lá fora e querendo acabar comigo. Além disso, faz duas semanas que não tenho leite em casa. Que caralho."
Achei a ideia do autor maravilhosa, e estou ansiosíssima para ler os próximos volumes da série e ver onde essa história vai terminar. Para aqueles que gostar de um livro com ação, tensão e narradores irônico eu mais que recomendo esse livro. Inclusive, é interessante a questão psicológica que o livro trás, pois a partir de um momento o nosso narrador já viu tantos 'não mortos', tantas coisas horríveis, que sua sensibilidade quase já não é mais afetada. Fato que ele volta e meia trás, brincando que agora ele poderia virar um serial killer.
"Estávamos nesse estado de riso frouxo no qual qualquer bobagem, por mais banal que seja, nos faz rir sem controle. Era fantástico. Ainda éramos humanos. Ainda estávamos vivos. Ainda podíamos lutar."
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