O Pacto

O Pacto Joe Hill




Resenhas - O Pacto


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Lucas Rocha 13/12/2010

Seria o demônio o vilão da história?
O demônio sempre é pintado como um ser astuto, calculista e despreocupado com as emoções humanas, pronto para te sacanear no momento em que você firmar algum acordo com ele. Geralmente, é um ser que se apresenta com a coloração de pele avermelhada, cavanhaque enrolado no queixo, um tridente em mãos e cheiro de enxofre ao seu redor.

E, é claro, os chifres.

Em seu segundo romance, O Pacto (péssima tradução, por sinal, de um livro originalmente entitulado Horns chifres ou cornos, em uma tradução livre), Joe Hill nos apresenta a Ignatius Perrish, um cara que sempre tentou viver sua vida dentro das regras. Tudo estava muito bem, obrigado, até o dia em que a namorada de Ig, Merrin, é estuprada e assassinada e ele passa a ser considerado o principal suspeito do crime. Por ser de uma família abastada e contando com a ajuda do irmão um famoso apresentador de TV , Ig consegue se livrar das acusações da polícia, mas não da desconfiança de todos aqueles que o cercam.

Um ano se passa e Ig resolve comemorar o aniversário de morte de Merrin bebendo como um gambá e indo até o pequeno memorial criado no local em que ela morreu. Depois de mijar sobre a imagem de uma santa e fazer mais algumas coisas das quais não se lembra, Ig acorda no dia seguinte com uma dor de cabeça infernal e o que parece ser um par de chifres em sua testa. Ao olhar-se no espelho, Ig se intriga: como diabos aqueles chifres foram parar ali?

Toda a dúvida parece ficar em segundo plano quando o rapaz descobre para que servem aqueles chifres: quando as pessoas estão sob a influência dos cornos, deixam todas as suas inibições de lado e começam a contar detalhes sórdidos de suas vidas, bem como seus desejos mais íntimos e suas facetas mais surpreendentes, como se estivessem conversando com um demônio particular e pedindo orientação sobre qual seria a forma mais correta de agir. Quando vemos um personagem sofrer esse tipo de influência, que se alterna entre um estado momentâneo de hipnose e um momento de entrega total de sua natureza humana mais crua e visceral, não podemos deixar de nos identificar com toda a sinceridade dos discursos, toda a crueldade implícita nas palavras, no ser humano livre de suas amarras sociais e de sua autocensura, um pouco como nós mesmos e todos aqueles pré-conceitos que parecem já vir impregnados em nossa natureza humana. Incrível.

O texto de Joe Hill se alterna entre diversos pontos de vista: temos a história presente de Ig, mostrando a evolução gradual de seus chifres, dos poderes que eles carregam e a forma com a qual ele se utiliza deles para ajudá-lo a desvendar o mistério que cerca o assassinato de Merrin; o ponto de vista do passado, mostrando como Ig e Merrin se conheceram e como Ig veio a se tornar melhor amigo de Lee Torneau, um garoto com um sério problema para achar graça em piadas ou fazê-las usando a entonação correta, que mais tarde acaba por se tornar um importante político local. Todo o texto casa muito bem com o desenrolar da história: Joe Hill consegue manter o suspense até os últimos momentos, fazendo com que seguremos o fôlego enquanto lemos páginas e mais páginas de ação acontecendo, mistérios sendo desvendados e cenas belíssimas que parecem passar por nossos olhos como um filme muito bem executado.

Tentei encontrar algum defeito em O Pacto, mas além da inexistência desse tal pacto é, não tem pacto nenhum -, não achei nada que pudesse apontar como defeito de narrativa (tem uns errinhos de digitação, mas não são relevantes). Comparando este livro com o primeiro do autor, A Estrada da Noite, percebemos com clareza o amadurecimento de Joe Hill como autor e construtor de personagens. Ignatius Perrish é um ser complexo, em busca de justiça por um crime que não cometeu, uma criatura inocente que demora para perceber que as pessoas não são exatamente o que parecem a partir do momento em que contam o que realmente pensam sobre suas vidas e quais são os seus verdadeiros desejos.

O release do livro diz que, além de divertir, o romance nos leva a refletir sobre nossos conceitos maniqueístas de bem e mal, Deus e demônio, certo e errado, etc. E ele cumpre o que promete. Ig vai se transformando, pouco a pouco, na personificação do demônio com direito a tridente, cobras rastejando ao seu redor e tudo mais mas, por incrível que pareça, não é o vilão da história. Seus poderes ajudam-no a descobrir verdades inconvenientes e segredos enterrados nas profundezas da consciência, fazendo-nos pensar que o rapaz o demônio, em carne, ossos e chifres é o mais justo, inocente e menos pecador dentre os humanos. Um paradoxo, no mínimo.

O segundo livro de Joe Hill o consolida como um dos melhores autores de terror na literatura atual. O cara é bom, não há dúvidas disso. E seu segundo romance pode ser resumido em uma indagação que Ignatius Perrish se faz durante uma das passagens mais sombrias e arrepiantes da história: se Deus não aceita os pecadores no paraíso e a função do demônio é a de punir tais pecadores, então os dois devem estar jogando no mesmo time. Faz ou não faz sentido? É algo a se pensar.
Diane 20/12/2010minha estante
Parabéns! Muito bem escrita a sua resenha. Já estava com vontade de ler O Pacto, depois do que você escreveu tenho mesmo de providenciar essa leitura. Obrigada!


Lucas.Kalikowski 17/09/2014minha estante
[SPOILER] Há um pacto sim; na piscina, quando Ig troca com Lee a bomba pela correntinha e confessa que sente atração por Merrin, fazendo Lee "sair" do páreo.




Hayra.Oliveira 03/11/2020

Meu segundo livro de Joe Hill
"Talvez fosse o preceito mais antigo do Demônio, o de que se podia sempre confiar no pecado para revelar o que havia de mais humano em uma pessoa, fosse para o bem ou para o mal?"

Essa foi a minha segunda experiência com o autor (o primeiro livro que eu li foi O Mestre das Chamas) e eu me surpreendi muito.
Diferente do outro livro, nesse eu me prendi logo de cara com a história e desde então fiquei muito interessada em saber o seu desfecho.

Nesse livro o leitor tem a oportunidade de ver e avaliar uma história de diferentes pontos de vista, além de se surpreender várias vezes com o rumo que os acontecimentos se desencadeiam.
A ideia de você encarar os seus próprios demônios e a reação ao fazer isso é muito interessante e nos faz refletir sobre a nossa própria natureza.
Infelizmente o autor não explorou alguns temas e pontos que pra mim ficaram a desejar e por isso não me convenceu muito, mas no geral o livro é bem interessante e eu recomendo.
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Deysiane 06/03/2024

Horns/O Pacto
Uau... Que livro pesado! Até pensei em dar uma pausa em alguns momentos, mas eu simplesmente tive que continuar lendo porque eu precisava de respostas! Achei a história bem original, instigante e bem escrita. Sinta-se livre para ler contanto que você não se incomode com blasfêmias e baixarias.

"Talvez todos os planos do Diabo não fossem nada comparados ao que os homens conseguem tramar."
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Marcelo 27/02/2024

Boa Leitura
Gostei do livro de um modo geral. Os personagens são interessantes e a história é criativa. O ritmo é bom, achei a escrita agradável e fluida. Boa leitura!!!!
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booksgioh 16/12/2023

O pacto
Todos os personagens do livro precisam intervenção junto com o autor que escreveu essa bomba.

400 páginas de pura tortura e assuntos desconexos jogados na história.

considerando genuinamente fazer um pacto com o diabo pra esquecer esse livro e voltar o tempo que eu perdi lendo.
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E. Dantas 14/09/2011

Caminho certo até demais...
O monstro deu cria. Isso é um fato.
Joe Hill, que veio engatinhando com sua "estrada da noite"; deu passos vacilantes com os "Fantasmas do século XX" agora parece correr e pular com o surpreendente " O Pacto".
O filhote de Stephen King começou a orgulhar.

O Pacto é, sem dúvida, o ponto onde Hill se firma na Literatura do Horror, com uma pegada forte, muito bem amarrada, empolgante e cheia de descrições muito mais Koontz que King.
O livro tem um cheiro de filme de Sam Raimi, cheio de esquisitices e humor negro, e talvez esse seja o grande ponto do Jovem Joe: Ele tá escrevendo o que ninguém anda escrevendo. Nem mesmo o caduco de seu pai que, na minha opinião, perdeu a mão desde que transformou o palhaço-filhote-de-cruz-credo-It numa aranha gigante.

Mas tem uma estrelinha apagada ali que eu tô vendo.
Pois é, a estrelinha que apagou foi por conta da genética mesmo, por que , pela primeira vez, deu pra ver Joe Hill tentando seguir um caminho do velho King. Coisa pouca, uma leve curvinha no final do livro, nada que queime sua reputação, mas me deu um frio na espinha imaginar que Hill esteja pensando que isso seja uma boa idéia e comece a sabotar sua obra.
No entanto, por agora, deixemos o frio na espinha apenas com o Pacto.
Um excelente divertimento para amantes de filme B; saudosos dos bons tempos de King e fãs cada vez mais orgulhosos de Hill.
Beijos e inté!
Marselle Urman 13/02/2012minha estante
Ainda tenho que defender o pai... Gosto tanto de King que até justifico seu talento nato para estragar finais de obras ótimas. De resto, boa resenha, mas vi mais Koontz no Estrada da Noite do que nesse.
Inté!


Rose 02/11/2012minha estante
Eu li "Estrada da noite" dele e achei tão idiota, que depois acabei não lendo mais nada.




Cagcardoso 28/04/2024

Amei esse livro, é muito bom. Achei a história inédita. Os personagens tem certa complexidade de personalidade, assim como a história. O final é bem amarrado com os acontecidos do desenvolvimento da história.
Isso é um livro bom, escrita maravilhosa!
Infelizmente a adaptação do filme ficou muito ruim!
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Paola 02/01/2022

"Você acha que conhece uma pessoa. Mas na maioria das vezes só conhece o que quer conhecer."

Achei a escrita cativante e sempre me induzia a terminar mais um capítulo.

Um livro que me fez rir, chorar e gritar de raiva no decorrer de seus capítulos, e que eu certamente irei recomendar para todos!
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Andre.Vieira 05/10/2021

História triste ?
O segundo livro do Joe Hill que eu leio. O primeiro foi "Nosferatu" e é um dos meus grandes favoritos. Agora sobre essa obra aqui, eu também gostei, não a ponto de ser favorito, mas gostei de verdade. Não voto as cinco estrelas, porque aqui acontece uns flash backs. Eu realmente não gosto disso, mesmo sabendo que as daqui foram para explicar mais a história. Não foram ruins, eu é que não sou chegado a esse tipo de coisa mesmo.
No livro Amaldiçoado eu pude perceber um certo padrão de estilo de escrita que ele também escreveu em Nosferatu nas horas que "o bicho vai pegar", "na hora da ação".
Joe Hill é muito bom autor, a mesma pegada que eu fiquei com o livro Nosferatu, aconteceu aqui, eu tive exatamente os mesmos sentimentos que os personagens tiveram, realmente não sei como esse cara faz isso. Vou comprar mais livros dele.
Eu também fiquei e estou com muita raiva do fundo do meu coração de Lee e Merrin.
Ig é muito inocente, pessoal vamos nos atentar mais com as pessoas.
Recomendo ,nota 08.
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Alexandre.Medeiros 05/04/2022

O Pacto
A História é muito envolvente, faz pensar em uma infinidade coisas que poderiam ter acontecido com Merrim. O que de fato descobrimos no final.
Um bom livro, dei muitas risadas com o poder dos chifres de IG. Que faz com que as pessoas sintam o desejo de falar a verdade sem qualquer filtro.

Obs. Fui ver o filme na sequência. O filme é bem mais ou menos.

Recomendo o livro.
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Lilian.Cava 27/03/2021

Terceiro livro que leio dele e era isso que estava esperando
Eu nem sei o que escrever aqui porque simplesmente amei essa leitura e posso não conseguir passar esse sentimento.

Pensa num cara foda, com uma ideia genial, que faz escolhas narrativas arriscadas, mas que acerta 100%. Esse é o Joe Hill que eu estava esperando pra ler.

Em os Fantasmas do Século XX e Estrada da Noite já dava de notar seu talento, mas ele não estava no auge ainda. Pra mim, aqui ele chega lá.

Um livro que eu não tive vontade de largar porque queria saber o que iria acontecer, ao mesmo tempo que queria rasgar ele a cada 2 páginas quando começou a ser contada a história do "vilão".

Ahhhh foi demais!!!
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Samuel.Machado 20/07/2020

Tinha tudo pra ser um livro perfeito.
O livro tem uma boa história, mas que se perde do meio pro fim. É um livro engraçado na medida certa que prende o leitor, os personagens principais são bastante críveis e não tentam passar qualquer tipo de perfeição.

Lee Tourneau com certeza é um dos vilões mais detestáveis que eu tive o desprazer de conhecer em minhas leituras. Embora a figura mitológica inicialmente se mostre no personagem principal Ig, as características Fáusticas são escancaradas No Lee. É percepitível uma nuvem nebulosa de mistério que ronda Lee Tourneau desde a infância. Um trecho do livro destaca bem essas nuances entre Ig e Lee: "Então, por um tempo, ficou tudo quieto na velha fundição, onde o homem e o demônio estavam deitados lado a lado, embora, dizer quem era quem, fosse uma questão de debate teológico"

O que me desagradou no livro foram as partes que o autor quis fazer algo incrível mas acabou fazendo merda. A questão do pacto, da casa da árvore e da cerca da casa do lee não ficaram muito claras pra mim.

Enfim, o livro tem uma premissa interessante, uma boa escrita, personagens cativantes, vilão repugnante, mas peca na falta de explicação de alguns acontecimentos e no final do livro que deixa muito a desejar.
Regina 30/05/2021minha estante
Também achei confusa essa parte do pacto. A partir daí, a história se perdeu - pelo menos para mim.




may 15/03/2021

Definitivamente um livro que eu terminei na força do ódio, não consegui imergir na história. Tinham várias partes desnecessárias e não entendi a proposta, li quando era pequena então foi muito pesado pra mim kkkkk
Pode ser que um dia eu leia de novo e avalie de outra forma
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Luan 10/11/2023

Esse é um livro redondo e fácil de leitura, embora existam algumas "paradas" que podem incomodar os mais sensíveis. Toda a construção da trama por meio de um "whodunit" inicial é bem legal e surpreende por revelar o assassino logo no início da narrativa. Além, disso a construção dos personagens em recortes do passado é muito legal e permite um maior entendimento dos personagens. É uma trama construída de forma direta e sem enrolação. Vale a leitura.
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Charles Lindberg 29/01/2021

Bookstagram: @teachernoctowl

O Pacto é o terceiro livro (e segundo romance) de Joe Hill, filho de Stephen King, que preferiu publicar sem usar o nome do pai para não causar alvoroço. Sucesso de crítica com o seu primeiro romance, A Estrada da Noite, Hill retorna para nos entregar uma história muito mais poderosa e emblemática desta vez, num conto sombrio e contemporâneo sobre a corruptível natureza do ser e tudo o que o torna humano (ou não). Este volume desafia aquilo que entendemos por moralidade – e você vai concordar com ele.

Seis anos depois, continua um dos meus favoritos, e o melhor do autor -- embora ainda não tenha lido seu último. Infelizmente a adaptação cinematográfica falha demais em representar o ideário do romance.

É uma leitura que eu recomendo pra todo tipo de pessoa, até pra quem tá querendo começar o hábito de ler. Não é uma história leve, mas é linda.

Nota: 5/5 trompetes
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