Paixão simples

Paixão simples Annie Ernaux




Resenhas - Uma Paixão Simples


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Rafael Mussolini 26/04/2024

Paixão simples
"Paixão simples" da Annie Ernaux (Editora Fósforo, 2023), prêmio Nobel 2022, expõe a voracidade do ato de se apaixonar loucamente por alguém. A escrita confessional de Annie eleva o tema para um lugar muito particular, mas que consegue se conectar com boa parte dos sentimentos e impulsos de quem já se apaixonou na vida. Se a paixão já é selvagem por natureza, no caso da narrativa ela adentra por um lugar ainda mais complicado, pois nossa narradora/personagem está envolvida com um homem casado. Além de narrar toda a sua excitação e angústia diante do caso de amor, Annie Ernaux nos mostra como o processo de escrita foi fundamental para que conseguisse, minimamente, levar sua paixão para o campo da razão, não sem antes perdê-la completamente.

Uma paixão pode ser arrebatadora e causar muita dor, principalmente se olharmos para ela mais pelo viés da moralidade do que para as razões individuais e intransferíveis que podem conectar duas pessoas. Uma das facetas mais interessante da obra é que Annie não pousou no lugar da culpa e do arrependimento para narrar a história, ela apenas faz uma tentativa de dissecar esse sentimento, principalmente após o afastamento, para dar conta de colocá-lo em algum lugar que dê notícias do porque nos apaixonamos e do porquê dói tanto.

Por sorte, ela sempre teve a companhia da escrita para sublimar suas vivências. Enquanto estava envolvida com o homem, o qual ela chama de A, a escrita se mostrava um “meio de passar o tempo entre um encontro e outro”, algo que depois, com o afastamento da situação, ela perceberia que era algo maior que isso.

"Com frequência tinha a sensação de viver essa paixão como se escrevesse um livro: a mesma necessidade de executar à perfeição cada cena, o mesmo cuidado com os detalhes. E até pensava que não me importaria em morrer depois de ter ido ao limite da minha paixão - sem poder precisar o que significava “o limite” -, da mesma forma que poderia morrer depois que tivesse terminado de escrever isto em alguns meses".

O livro devassa a paixão e sua relação com o desejo. Todo o tempo a autora nos mostra, em detalhes, as situações que ela decidiu se submeter para pagar o preço daquela fantasia, para saciar aquele desejo em seu estado mais ardente. Durante os meses em que viveu com A, Annie se entregou à ânsia de seu próprio corpo à espera do corpo daquele homem: “Nessas horas, eu era apenas o tempo passando por mim”. “Passei a medir o tempo de outra forma, com todo o meu corpo”.

A certeza de toda a narrativa é de que ela estava vivendo uma paixão, e tudo o mais que acontece a partir dessa contestação é quase um ensaio sobre esse sentimento e o que damos conta de fazer quando nos deparamos com ele.

"Fico me perguntando se, na verdade, não escrevo para saber se os outros fizeram ou sentiram as mesmas coisas que eu, ou então para que achem normal senti-las. E até mesmo para que as vivam, por sua vez, sem lembrar que um dia leram em certo lugar alguma coisa sobre o assunto".

Um outro ponto que merece menção é o acesso a uma narrativa que se debruça sobre a paixão por uma visão feminina. A paixão é um tema clássico da literatura, que perpassa todos os gêneros literários e que se tornou referência de muitos escritores consagrados. Portanto, é inspirador poder ler sobre o tema sob uma outra ordem, uma outra interpretação, algo que felizmente vem acontecendo com mais frequência na literatura contemporânea.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2023/05/paixao-simples-da-annie-ernaux.html
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regifreitas 10/06/2023

PAIXÃO SIMPLES (Passion simple, 1991), de Annie Ernaux; tradução Marília Garcia.

Depois de O LUGAR, esta é minha segunda incursão na obra da Nobel de Literatura de 2022, a francesa Annie Ernaux.

Em PAIXÃO SIMPLES temos o relato sobre o breve relacionamento que ela teve no final dos anos 1980 com um homem casado. Uma relação marcada pela espera de um telefone, pela suspensão das atividades do dia a dia para ficar apenas no aguardo de algum contato, de um mínimo de atenção por parte desse homem. Acompanhamos tão somente os pensamentos obsessivos dessa mulher; sobre o homem não sabemos praticamente nada. A intenção de Ernaux, aqui, parece ser a de explorar os limites da paixão e suas consequências.

A narrativa, contudo, não oferece uma análise profunda ou perspicaz sobre o assunto, nada do que outros já não tenham dito ou escrito a esse respeito. A tentativa de preservar a todo custo a identidade desse homem faz com que a obra seja uma toada monótona sobre os breves e intensos encontros do casal mas, principalmente, em como isso repercute na vida dessa mulher entre os intervalos de tais encontros.

Segundo a sinopse da editora, trata-se de uma das obras de Annie Ernaux mais adoradas pela crítica e pelo público. Mas, se não me desagradou, tampouco me arrebatou como o propagandeado. De O LUGAR gostei um pouco mais.

Entretanto, nenhuma das duas leituras conseguiu me convencer, ainda, sobre o mérito de a autora ter sido agraciada com o mais renomado prêmio literário existente. Como a Academia já provou diversas vezes, para cada García Márquez e Saramago eles cometem um Mondiano e um Naipaul. Aguardemos o julgamento do tempo.
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cinnamongir1 23/05/2024

Angústia, estupor e suspensão de julgamento moral.
?Não quero explicar minha paixão ? o que me levaria a considerá-la um erro ou um transtorno do qual seria preciso me justificar ?, só quero mostrar o que ela é.?

abismada. é impressionante a narrativa que Annie Ernaux constrói em pouquíssimas páginas. durante a leitura dos primeiros capítulos jamais imaginei o quanto seria atravessada por essa história;

a honestidade brutal ao revelar atitudes e sentimentos, as reflexões acerca da distinção entre as vivências e a construção das memórias, dos processos de escrita, de pensamentos, saudades? ai, fui capturada!

?Pensava que era muito estreito o limiar entre essa reconstituição e uma alucinação, entre a memória e a loucura.?

admiro muitíssimo sua rebeldia, que me obrigou a abandonar julgamentos em um esforço ativo (exercício que amo praticar.) e tudo isso em 60 e poucas páginas, cara, não é pra qualquer um.

?Descobri do que podemos ser capazes, ou seja, de tudo: desejos sublimes ou mortais, falta de dignidade, crendices e condutas que eu julgava insensatas nos outros uma vez que eu própria não as havia experimentado. Sem saber, ele estreitou minha conexão com o mundo.?
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Carla Verçoza 11/11/2023

Já é o quinto livro que leio da Ernaux, gosto bastante da sua escrita, pessoal, direta e sincera.
Em Paixão Simples, ela conta sobre um relacionamento que teve com um homem casado. Narra muito bem como ficou refém dessa paixão, vivia só pensando nisso e por isso, mesmo sabendo que algumas atitudes suas eram bobas ou imprudentes. Gostei muito.

"Com frequência tinha a sensação de viver essa paixão como se escrevesse um livro: a mesma necessidade de executar à perfeição cada cena, o mesmo cuidado com os detalhes. E até pensava que não me importaria em morrer depois de ter ido ao limite da minha paixão- sem poder precisar o que significava "o limite"-, da mesma forma que poderia morrer depois que tivesse terminado de escrever isto aqui em alguns meses."
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Aléxia 29/05/2023

A vida privada das mulheres intensas
A metalinguagem da Annie Ernaux me fascina porque você tem a sensação de estar acessando um texto privado ao qual você não teria o direito de ler. Um pouco por isso, me parece sempre que tudo que ela escreve é muito sincero.

Ela diz 'fico me perguntando se, na verdade, não escrevo para saber se os outros fizeram as mesmas coisas que eu, ou então para que achem normal senti-las. E até mesmo para que as vivam, por sua vez, sem lembrar que um dia leram em certo lugar alguma coisa sobre o assunto'.

Depois, ela se distancia do texto, como se a experiência vivida não fosse mais a dela. Nem a memória, nem a escrita - como se ela vivesse para poder escrever depois, como diz em outro livro.

Essa hiper consciência sobre o próprio projeto de escrita e até do que se vive poderia se transformar num jogo - como se ela pudesse de propósito querer viver experiências pra poder escrever depois.

Mas não é o caso de Paixão Simples. Ali, ela simplesmente vive por um homem. Um homem casado, com quem teve um caso quando ela já era divorciada e com dois filhos. E mesmo assim, sua percepção sobre o mundo é drasticamente nova: ela só conhece sua presença (felicidade) e sua audiência (espera). Tudo remete ao próximo momento com ele e, quando tudo passa, tudo remete à memória.

Li essa experiência com um certo descolamento, num dia triste em que não consegui identificar. Mas não deixo de pensar que deve ser um alívio você estar num estágio de paixão tão absoluta e descobrir que de fato alguém pode gerar em você um sentimento de pertencimento.

PS 1: essa história seria muito mais cruel se ela fosse millenial.

PS 2: shoutout para todas as mulheres apaixonadas e intensas que já sofreram com um ghosting.
Alê | @alexandrejjr 17/06/2023minha estante
Eu não sei do que eu gosto mais, Aléxia: se do texto ou do título. De qualquer maneira, obrigado por compartilhar tuas impressões conosco aqui do Skoob.




vicareno 08/09/2023

"Sem saber, ele estreitou a minha conexão com o mundo"
Terceiro livro de Ernaux que leio. Terceiro que me faz derreter por essa mulher.
Que escritora!
A frase que usei como título, extraída das páginas finais do livro, sintetiza, para mim a obra e o "estar apaixonado": tem certas coisas que só vivendo. E vivendo, passamos a compreender o porquê das loucuras, das doenças, mas também do êxtase e do vislumbre do paraíso que é viver um amor.
Nada nos torna tão humildes e conectados uns aos outros do que a avassaladora experiência de uma paixão com início e fim (afinal, "o pra sempre sempre acaba").
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Rafael G. 03/11/2023

Como já comentei em textos anteriores, Annie Ernaux tem um registro extremamente econômico, direto, sem rodeios, quase transparente, como se dissesse "é isso, só isso". Essa dicção tem a ver não somente com seu projeto autoficcional, mas também com sua tonalidade ensaística (muito própria da autoficção): nos seus livros, identifico essa intenção de não somente reencenar eventos, mas de acessar a paisagem emocional de um tempo vivido (intenção que ela explicita no próprio texto).

Aqui, ela compartilha uma paixão simples, mas ao mesmo tempo capaz de capturar toda sua vida, fazendo-a gravitar em torno da espera por um telefonema: um homem casado, que liga quando pode encontrá-la, vai até sua casa, permanece por três horas e então vai embora (lançando-a de volta à expectativa).

Neste sentido, a simplicidade da linguagem torna a experiência ainda mais violenta: do momento em que escreve, esta é uma paixão passada, não mais capaz de fazer toda a vida orbitar em sua gravidade - e o estado de apaixonamento parece algo na borda da loucura. A. é um homem estrangeiro e casado, que não sabe do que provoca em Annie. Para ele, provavelmente, os encontros são tão somente um caso. Para ela, significam tudo. Até que acabam.

O livro é curto, só 60 páginas, e eu fui engolido por ele. Como pessoa que já viveu o luxo de algumas paixões, o texto me capturou justamente nesse lugar da suspensão do tempo, em que nos tornamos completa espera, pura especulação do que faz e pensa o outro. Um estado que parece a todo tempo nos colocar diante do risco de perder as próprias bordas para tornar-se o objeto amado - ou o que imaginamos que ele deseja. E Annie não tira alguma lição cafona ou tenta explicar: simplesmente conta. Porque assim como foi uma paixão, já não é mais. E que delícia.
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jota 24/04/2023

BOM: um relato um tanto frio e seco de uma paixão, daí que foi uma paixão simples?
Lido em 23 de abril de 2023.

Paixão parece uma coisa complexa, porque pode tirar as pessoas dos trilhos, especialmente se o objeto da paixão, como ocorre aqui, tem pinta de Alain Delon, é diplomata da Europa oriental, aprecia boas roupas e carros caros e sobretudo é bom de cama, senão Ernaux não teria se apaixonado perdidamente por ele.

Mas se ela narra os encontros com o amante como se não fosse haver amanhã, a ausência dele e a espera de seus telefonemas como um suplício, se não toma banho um dia para conservar o esperma dele no corpo, por outro lado não se esquece de lembrar o leitor que é uma mulher educada, inteligente, economicamente independente etc. que não vai sair por aí cometendo porralouquices, só entre quatro paredes.

Então, viver uma paixão é uma coisa avassaladora, mas depois, olhar para trás e analisar o que se passou com uma lente de aumento que os escritores guardam na gaveta, é outra, daí que tudo aquilo que se assemelhava a um mundo de desejo, sexo e prazer, pode não passar mesmo, como diz o título do livro, de uma paixão simples. A ser substituída por outra paixão, ou não. Porque se Delon é um só, Ernaux também é única.

Gostei mais de O Lugar, editora Fósforo, 2021.
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Milena.Berbel 28/09/2023

"Não explicar minha paixão, só quero mostrar o que ela é"
A história narrada neste livro pertence à autora, mas é perfeitamente possível se reconhecer em alguma parte dela porque Annie Ernaux tem esse dom de transformar um relato pessoal em uma experiência quase que universal. Ela deixa de lado os detalhes mais supérfluos pra focar exatamente naquilo que poderia tornar a sua vivência a mesma vivência de qualquer outra pessoa.

Aqui não importam tanto os fatos, as circunstâncias, nem importa quem é o objeto do seu desejo, mas essencialmente como é viver nesse estado de paixão. Nessa quase perda de si mesma. Ela se expõe naquilo que é mais íntimo no seu sentir, na sua experiência de se apaixonar, com toda a honestidade, e o quadro é absurdamente humano (e um tantinho sufocante, eu diria).

Já quase perto do final ela escreve: "Fico me perguntando se, na verdade, não escrevo para saber se os outros fizeram ou sentiram as mesmas coisas que eu, ou então para que achem normal senti-las".

Acho que esta frase diz muito sobre essa obra.
Eu adorei o livro!
Ana Sá 28/09/2023minha estante
Adorei a resenha, Milena!


Milena.Berbel 29/09/2023minha estante
Obrigada, Ana!




Thami 20/11/2023

Amo a sinceridade da Annie e o ritmo desse relato está ótimo. Sempre ousando falar sua verdade, e com ela chocando muita gente e acolhendo um monte de outras. Ler sobre sua paixão avassaladora me deixou contente; todos deveriam ter o prazer de se apaixonar assim ao menos uma vez na vida.
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Nara 21/12/2022

Amei esse livro!

A autora começa com a descrição de sua primeira experiência assistindo um filme adulto.

Uma cena que começa num close-up nas genitálias e, depois, o ato em si em diversos ângulos. Nada muito diferente do que se tem hoje, ela frisa, mas faz esse comparativo maravilhoso:

"Pareceu-me que esta deveria ser a tendência da escrita, esta impressão que a cena do ato sexual provoca, esta angústia e este estupor, uma suspensão do juízo moral."

Paixão Simples será exatamente isso. Um relato sem nenhum pudor de uma mulher apaixonada por um homem estrangeiro e casado, que não se julga.

"De setembro pra cá, só fiz esperar um homem: que ele me ligasse ou viesse à minha casa(...)Quase toda a minha conduta era artificial. As únicas ações onde eu empenhava minha vontade, o meu desejo e essa coisa que deve ser a inteligência (capacidade de prever, avaliar os prós e contras, as consequências), tudo tinha uma ligação com esse homem.

ler no jornal as matérias sobre o país dele

escolher roupa e maquiagem

imaginar em que lugar da casa faríamos amor quando ele chegasse.

Nas conversas, os únicos temas que quebravam minha indiferença eram os que tinham relação com esse homem(...)A pessoa com quem eu falava nem desconfiava que o meu súbito interesse pelo que ela dizia devia-se não ao seu modo de contar, e muito pouco ao assunto em pauta(...)as frases que me prendiam tinha a ver com um homem e uma mulher. Parecia que elas me ensinavam alguma coisa sobre A. e davam um sentido àquilo em que eu desejava crer."

É lindo como ela descreve p/ além da relação com esse homem, o modo com que se relacionava consigo mesma, o próprio corpo, as sensações e, através da escrita, faz essa feitiçaria de colocar o que sente por esse homem, acima dele mesmo.

O leitor tem curiosidade em virar a página p/acessar o que ela sente  e, nem tanto por saber mais sobre quem seria esse homem.

Me fez pensar, como somos reféns do nosso tempo até no modo com que nos relacionamos. Ela vivencia isso em 1989, um mundo analógico. Só tinha um telefonema que podia ou não acontecer, nenhum outro acesso a esse homem que não fosse ele mesmo.

Nós, armados de meios de comunicação, parece que deixamos de nos relacionar c/ o que sentimos pela pessoa, p/ alimentar uma imagem de recortes que realizamos dela, por uma presença mínima online. O empobrecimento da dinâmica do prazer pela espera, do sentir pelo sentir.
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Augusto Stürmer Caye 11/10/2023

Euforia de uma paixão, louca obsessão, desejo irrefreável, irracionalidade do pensar, tudo belamente descrito nessa obra obcecada é apaixonante.

Gostei que o roupão felpudo é um personagem tanto nesse livro quanto no O Jovem, inclusive com evolução de sua história. Será que ele vai aparecer de novo?

Recomendo aos que apreciam o romance moderno.
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Mandark 19/01/2024

Uma aventura arriscada...
Minha primeira experiência com a escrita da ganhadora do Nobel de 2022 foi surpreendente. Sua escrita envolvente, crua e também cruel foi inesperada por mim. A forma como ela se despiu diante do mundo e descreveu todas as nuances de uma paixão me deixou inquieto. Rápida e certeira com as palavras, ela mostra o valor da escrita para além do esperado. Já quero ler outros títulos urgentemente. Esse foi minha primeira leitura de um presente de aniversário adiantado.
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Lud 02/02/2024

A experiência mais fraca de uma mulher
Se essa é a paixão simples imagina a complexa rs muito bom ler esse aqui pensando ?meu Deus que absurdo? em uma página e na próxima pensar hmm i?ve been there kkkk muito bom annie ernaux me sinto uma amiga próxima sua
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louisevfh 15/01/2024

É muito bom ler um livro que mostra que nós, em nossas obsessões românticas, não estamos sozinhas - como retrata a própria narradora, que tenta encontrar sinais de que ela não é a única a viver o vício em alguém.
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