Pequena Abelha

Pequena Abelha Chris Cleave




Resenhas - Pequena Abelha


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Emilyn moretwopages 29/10/2021

Uma história especial e importante
Quando peguei este livro para ler, não imaginava o impacto que ele causaria em minha vida.

Sabe aquele assunto que você empurra com a barriga? Olhando somente para frente, mas nunca ao seu redor? Então, este livro vai apresentar uma realidade que não queremos enxergar, mesmo estando ao nosso lado.

Pequena abelha é uma refugiada da Nigéria de apenas 16 anos, porém com uma cabeça de uma mulher formada que já passou por muito coisa. Neste livro iremos conhecer duas realidades totalmente divergentes que acabam convergindo de uma maneira inusitada e pouco alegre. Duas mulheres são conectadas em uma praia e ambas irão salvar uma a vida da outra.

O livro é escrito com maestria, apresentando um tema pouco debatido e a realidade nua e crua de um refugiado na Europa, em que o preconceito mascarado por um nacionalismo afeta a vida de muitos seres humanos que só buscam viver uma vida longe dos perigos de terra que Guerra é o seu segundo nome.

Repleto de muito drama, o leitor irá acompanhar a trajetória de Pequena Abelha e sua busca por paz e moradia, muitos irão cruzar o seu caminho, mas poucos realmente irão se importar e tentar mudar algo. Com cicatrizes além das expostas em seu corpo, aprendemos sobre a importância do acolhimento e respeito a todos os refugiados.

Chorei e me alegrei, não é um livro com uma história feliz e muito menos fictícia, apesar dos personagens serem fruto da imaginação do autor, não há dúvidas que é a realidade de muitos refugiados do mundo.

Pequena abelha é um livro que todos deveriam conhecer e debater sobre esta história, há muito aprendizado na história não somente em relação a cultura de outro povo, mas sobre o preconceito doentio ainda existente.

Alguns pontos deixaram a desejar, porém não alteraram a minha opinião positivo sobre o livro. Realmente, finais abertos não me agradam e gostaria muito que está história tivesse um bom desfecho para finalizar com chave de ouro a luta de Pequena Abelha.

*obs possível spoiler> mesmo o amante no final ajudando Pequena Abelha, nada me tira o ranço de tudo que ele fez/falou antes com ela no começo, olhando somente para os seus pequenos problemas com a infidelidade.
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Camilla.Conti 24/12/2020

O paralelismo entre duas vidas...
Esse livro me chocou ao abordar duas realidades completamente diferentes, que se unem por meio de um evento completamente caótico. Envolve egoísmo, mas também empatia. Recomendo.
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Erika 15/05/2024

O que eu achei?
Quando comecei a ler pequena abelha no ano passado não consegui ir adiante da página 70, não me recordo porque. Dessa vez me envolvi tanto na leitura que li em 3 dias. É uma história cativante e que faz bastante sentido, nos faz olhar para algo além de nos mesmos! Muito bom!
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Patresio.Camilo 16/07/2020

Perturbador, mas reflexivo, e por fim triste.
Comecei ler este livro, pois uma colega de trabalho que considero muito me emprestou com a maior boa vontade.
Mas a julgar pelo título, pensei que fosse um romance água com açúcar.
Mas caí no pecado de julgar o livro pela capa.
Um começo interessante, narrado em primeira pessoa pela sofredora Abelhinha, uma refugiada nigeriana na Inglaterra.
A história é narrada ora por ela, ora por Sarah, uma jornalista. A vida de ambas já haviam se cruzado e assim vai desenrolando a história.
No decorrer do livro, conhecemos a saga de Abelhinha, que sim é perturbadora, e sim vai te incomodar, principalmente por saber que apesar do livro não dizer que é baseado em fatos reais, sim, este é a narrativa dos fatos reais.
Narrativa do que os imigrantes sofrem, daquilo que inúmeros povos ainda sofrem em pleno século XXI.
Uma história de uma amizade linda, entre Sarah e Abelhinha.
O livro tem algumas partes tediosas, como o início em que a tradução tenta trazer o inglês mal falado por alguns imigrantes, e penso que talvez a tradução tenha pecado um pouco neste aspecto.
Alguns trechos quando a Sarah narra, também ficam enfadonhos e penso que poderiam ter sidos melhor aproveitados, apesar que, talvez tenha sido esta parte ser cansativa para justificar certas atitudes dela.
Por isso que o livro não ganhará as 5 estrelas.
Mas é uma leitura que vale a pena, e sim, muito reflexiva também.
Espero que gostem.
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Lucas.Marques 04/05/2020

Muita expectativa.
Muita gente ama esse livro, muita gente odeia. Fui tirar minhas próprias conclusões e fiquei decepcionado. História exatamente arrastada. Plot da Sarah completamente fútil, assim como achei a questão central extremamente mal explicada. As vezes, vale a pena fugir dos livros bem falados.
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Maiara.Sena 16/11/2022

Eu nunca vi ninguém falando desse livro, queria que ele fosse conhecido como tantos outros. É uma história que merece reconhecimento. Apenas leiam. Vou deixar um trecho aqui para vocês....
" Porque acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa " eu sobrevivi".
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Mirella.Catarina 16/06/2022

Maravilhoso
Um drama que vai te atingir profundamente e te deixar vários dias em estado de reflexão. Todo mundo deveria ler esse livro, não só pela relevância do assunto mas também pela escrita maravilhosa da autora.
NériHell 17/11/2022minha estante
O livro foi escrito por um cara, tem a foto dele na orelha da contracapa.




Laura.Thais 09/06/2020

Precisa de estômago
Eu demorei literalmente quase 1 ano pra terminar de ler esse livro. Eu não tive estômago. Foi bem traumatizante, mas é aquele .trauma que a gente PRECISA passar, por mais que doa ler coisas desse tipo, tão horríveis e brutais a gente PRECISA saber, precisa entender que coisas terríveis como nessa história acontecem de fato ao redor do mundo e que a gente tem que tentar ajudar o máximo que puder.
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Rfgaugustin 22/05/2021

Lindo!
Vale a pena! Há trechos belíssimos.
A história gira em torno de uma jornalista e de uma refugiada, assim como da história das duas juntas.
Sem spoiler! É uma narrativa bem bonita.
Recomendo.
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Andressa 06/01/2013

Pequena Abelha
Que decepção. Fui, obviamente, enganada pela capa - linda de morrer - e pela sinopse, na qual sugeria um grande mistério, daqueles que mudaria minha perspectiva sobre a vida.
Bom, o livro conta a estória de uma menina que se autodenomina Pequena Abelha, cuja vida está entrelaçada, por um acaso do destino, com uma moça chamada Sarah.
O livro é narrado de forma que os capítulos se alternam entre Sarah e Abelhinha. Gostei mais dos capítulos da Abelhinha, uma personagem muito querida, com um passado doído, mas cheia de frases sábias. Os capítulos da Sarah eram os que eu tinha imensa vontade de pular. Confesso que não gostei da forma na qual o autor escreve, achei tudo meio infantilizado, talvez pelo jeito que as falas dos personagens foram caracterizadas. Pode ser também, apenas um preconceito meu.
Iniciei minha leitura encantada pelo tal mistério que eu desvendaria a cada página. Não fui feliz. A busca pela descoberta do que aconteceu com elas me deixava, de fato, um pouco curiosa, mas ao descobrir o que era não cheguei a me surpreender. A tal grande tragédia superestimada não fugiu em absolutamente nada do esperado. Sim é triste, é horrível, é trágico. Mas é clichê.
Não comentarei mais nada relacionado à estória, pois a graça do livro - pra quem ainda não leu - é o tal mistério.
Quanto aos personagens, quero deixar claro que odiei o Lawrence - prepotente e egoísta. Andrew também não me agradava. Charlie e Abelhinha se salvam em meio há vários personagens chatos. Charlie é o filho de Sarah, um menino de quatro anos, muito fofo!
Enfim, não posso dizer que o livro é realmente ruim, mas poderia ser tão melhor. A questão é que me decepcionei. Talvez outros leitores não tenham sentido o mesmo. Ah, o ponto positivo, em minha opinião são as lindas frases da Abelhinha. Essas duas foram as que eu mais gostei:

"Vou lhe dizer: os problemas são como o oceano - cobrem dois terços do mundo." pg. 144"

"Para a cabeça ficar boa, a pessoa primeiro precisa ficar livre, não é?" pg. 153
Elena 07/01/2013minha estante
Realmente Andressa, fomos enganadas pela capa, a qual fornecia ?uma obra de arte perturbadora, excitante e comovente?, ainda assim, é uma bela capa.
A história em si é boa, toda a trama, mas o modo como autor Chris Cleave à conta, sem nenhuma cerimonia sobre os fatos, sem nenhuma emoção (Abelhinha, por exemplo, narra sobre a tragédia de sua irmã sem mistério algum, de modo simples e pratico) em trechos assim, não tornando o livro uma obra perturbadora e excitante. Entre outros fatos, não achei emoção no livro, tudo foi sem mistério e muito fácil.
Porem, o fato que mais me intrigou foi o pensamento de Chris Cleave sobre a África. Abelhinha vivia em uma tribo e quase não tinha contato com a ?civilização?, mas mesmo assim o autor generaliza a África nessa personagem, até mesmo no fim no livro, quando ela vai para Abuja, que no caso seria a civilização, uma cidade na África, os policiais são poucos racionais perseguindo Abelhinha sem ao menos ouvi-la.
Foi feita apenas uma ideia tradicional da África para contar essa história, para criar o personagem e a aldeia de Abelhinha. O senso comum foi de mais nesse livro, quantas vezes o autor já foi para a África? Quantas aldeias ele já conheceu para narrar o modo de vida de uma? Temos sempre que avaliar todos os lados da história, mesmo que vamos defender e contar apenas um, porem o senso comum utilizado pelo autor foi extremo.


Andressa 08/01/2013minha estante
Concordo plenamente, Elena. O senso comum toma conta do livro. Fiquei muito, muito decepcionada mesmo de como aconteceu o desenrolar do tal mistério. Acho que durou 2 páginas e não teve emoção ALGUMA. Abelhinha simplesmente vomitou (desculpe o termo, mas achei que ele seria adequado) duas ou três frases a respeito do que aconteceu com a irmã dela, como se fosse a coisa mais normal do mundo. E os personagens são muito chatos, penso que talvez foram mal construídos, todos muito rasos, sem desenvolvimento. E eu, particularmente, achei a linguagem do livro um tanto infantilizada (pela caracterização das falas e daquela função de Batman isso e aquilo) e quando me deparei com a seguinte frase "segurei seu pênis, mas já o senti começar a amolecer"(pg. 183) achei até engraçado, ficou tão deslocado e desconfortável. E esqueci de comentar na resenha, odeio quando a Abelhinha fala com o leitor, como se fossemos todos ingleses!!!




Kel Costa 06/06/2011

Se eu fosse resumir Pequena Abelha em uma única frase, seria: uma grande jogada de marketing. Não fiquei satisfeita com o livro. Ele não é ruim, lógico que não, mas é um livro que criou muito estardalhaço, causou muita expectativa e… não correspondeu.

“Depois de ler este livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como esta narrativa se desenrola.”

Lamento, mas contarei sim, da forma como eu conto sobre todos os outros livros que resenho. Pequena Abelha é narrado por dois personagens: Pequena Abelha e Sarah. Cada capítulo é pelo ponto de vista de uma das duas mulheres (na verdade, uma mulher e uma menina de, acho eu, uns 16 anos). Pequena Abelha é uma nigeriana que cresceu em sua vila e de repente se depara com todo o caos causado pelo petróleo que existe em sua terra (e pelos homens que o querem). Depois de fugir de sua aldeia e escapar da morte, em um determinado momento crucial, ela cruza com o casal inglês Andrew e Sarah. Ali, naquela praia, Pequena Abelha, Andrew e Sarah passam por uma situação inesquecível e então eles se separam.

Pequena Abelha consegue fugir da Nigéria, mas ao chegar na Inglaterra é descoberta e levada para um centro de detenção de refugiados. Lá ela fica durantes dois anos e passa pelo pão que o diabo amassou. Por tudo que ela já sofreu em seu país, ficar trancada ali naquele lugar, sem saber se um dia irá ser solta, só piora seu estado mental.

E é com esse medo intenso presente em cada fio de cabelo, que Pequena Abelha, é solta dois anos depois. A primeira coisa que passa por sua cabeça é procurar pelas únicas pessoas que ela conhece na Inglaterra: Andrew e Sarah. Daí em diante, Pequena Abelha se vê numa enrascada por estar como ilegal no país e saber que a qualquer momento pode ser levada de volta para a Nigéria. A única pessoa que parece disposta a ajudá-la é Sarah, que na verdade não consegue ajudar nem a própria família. O que aconteceu naquele encontro na praia, na Nigéria, foi devastador e seria para sempre uma âncora capaz de afundar a vida de qualquer uma das pessoas envolvidas.

Não me entenda mal pelo que disse logo no início da resenha. O livro, realmente não tem absolutamente nada de ruim. A história da Abelhinha é emocionante e já no final foi capaz de me arrancar lágrimas. Uma criança que passa pelo que ela passou e presencia todas aquelas coisas (que você descobrirá ao ler o livro) não é de se admirar que fique marcada por toda a vida. O fato dela sempre pensar em se matar assim que pisa num lugar novo é apavorante, senti vontade de botar a menina no colo e dizer que estava tudo bem.

Mas, por outro lado, eu detestei a outra mulher da história. Não posso citar o motivo, pois aí sim estaria dando spoiler, mas diante do que Sarah faz, num momento como aquele pelo qual ela estava passando, se torna uma bela “bitch”. Também detestei o Lawrence. Só pensa no próprio umbigo e não faria falta alguma ao livro. Se a idéia do Chris Cleave era fazer o leitor sentir imensa repulsa por esses dois, então ele me acertou em cheio! Charlie é um amorzinho vestido de Batman e eu sentia pena dele pela mãe que tem. Andrew… bem, fica difícil defini-lo.

O ponto forte do livro é que ele tenta mostrar a situação totalmente desumana que ocorre com milhares de pessoas. Em países que habitam nossa mente apenas quando vemos alguma matéria falando sobre, mas que logo depois esquecemos. Nigéria, Jamaica e outros lugares onde coisas desse tipo (as narradas no livro) acontecem frequentemente e que não chegam ao nosso conhecimento. Eu esqueci de fazer a anotação de um determinado trecho do livro, mas vou tentar usar outras palavras. Em um momento, Abelhinha sugere algo como: “no meu país somos assassinados para que você tenha gasolina para seu carro”. Te faz fechar o livro e ficar pensando, revendo seus conceitos.

Enfim, o livro tem uma história forte e possui uma boa narrativa. Eu poderia dar 4 corujinhas a ele, mas dei 3 pelo fato de que me senti enrolada pelo marketing do livro. Não há nada que eu disse aí acima que não pudesse ser colocado na sinopse. Então a meu ver, foi criado todo esse mistério apenas para vender um livro que é bom, mas não é ótimo. E o pior, é que a maioria das resenhas que eu li antes de pegar o livro, realmente mantinham esse segredo. Sério, qual é o problema em dizer sobre o que se trata o livro? Eu teria lido mesmo que não houvesse todo esse mistério e aí sim teria dado 4 corujinhas, pois saberia o que me esperava e não teria criado uma história completamente diferente na mente.

Leia, vale a pena, mas não vá esperando encontrar nenhuma revelação impressionante.

Veja essa e outras resenhas no blog: http://www.itcultura.com/
Nine 29/06/2011minha estante
Kel, gostei muito da tua resenha, e era exatamente o que eu precisava para decidir se vou ler ou não! Também fico p. da vida quando tentam vender um livro dessa forma. Prefiro a real logo de cara, me convence mais. A história parece fascinante, embora para alguns possa parecer até comum, previsível... mas vou arriscar!

Beijos


Eduarda 10/07/2012minha estante
Foi a melhor resenha que li até agora! Também nunca deixei de ler nenhum livro porque já sabia do que se tratava, pelo contrário: sem saber do que se trata é que eu nem compro kkk
Lerei, mas sem tantas expectativas :)




NériHell 17/11/2022

Promete mais do que entrega
A sinopse tenta instigar o leitor, mas não há realmente nada de tão surpreendente na história, que não pudesse ser minimamente introduzido, ao invés de criar essa aura de mistério que não se concretiza.
Essa é uma história de ficção, e a pergunta principal que fica é: Como um homem branco se acha autorizado e capaz de construir uma personagem tão longe da sua vivência e sua realidade?
As personagens são rasas e mal construídas, e a maioria dos diálogos do livro é dispensável.
Nesses diálogos os personagens não falam uns com os outros, mas parecem apenas proferir frases "de efeito" (que não causam efeito nenhum). A trama tem muitos furos e o desfecho é lamentável.
Se você quer ler livros com protagonistas negras, procure escritoras negras. Pequena Abelha é recheada de violência gratuita para tentar colocar um ar de mártir na personagem, mas não passa de uma sombra sobre como um homem branco imagina que seriam as reações e comportamentos de uma garota refugiada.
Se quer ler sobre refugiados, busque histórias reais escritas pelas pessoas que viveram isso na pele.
Pequena M 25/12/2023minha estante
Estava procurando uma avaliação assim, os que marcaram 5 estrelas me assustam, pois tudo o que você escreveu, foi o que pensei.




Raquel Lima 17/04/2014

Ruim
Nossa, as vezes fico me sentindo meio uma ET, quando vejo tantas pessoas gostando de um livro como este. O livro não tem nada, nem história e personagens menos ainda. Uma refugiada de um pais africano sofre uma drama familiar, juntamente com turistas americanos e isto se arrasta por toda a trama. Chato, chato, chato... Abelhinha é uma chata, com pinta de filosofa nata... Ridículo.
ademir.telles 11/12/2014minha estante
Livro totalmente inverossímil.
Um dos mais insuportáveis que já li...




Gabi Machi 05/06/2020

Pequena Abelha é um livro que sobre uma mulher inglesa e uma refugiada nigeriana, escrito por um homem inglês. E isso realmente se nota durante a narrativa. A história poderia ser boa, já que tem elementos bastantes intensos... mas para mim o autor pecou muito na construção dos personagens.

Por uma lado, Sarah é a típica mulher ocidental branca. Muito centrada no trabalho, vivendo uma vida dupla com seu amante, infeliz, mas tentando inutilmente ignorar sua infelicidade. Tenta de todas maneiras salvar Abelhinha, já que sente que sua própria salvação depende disso, mas falha ao não ajudar seu marido. Deixa-o afundar em sua depressão, e o despreza por o considerar covarde. Tenta salvar o mundo, mas ignora aqueles que são próximos e a amam.

Por outro lado, Abelhinha não é uma personagem crível. Aqui se nota que a personagem era bem longe de alguém da convivência do autor. Isso, para mim, gerou alguns problemas na narrativa. Por exemplo, em uma cena na casa de Sarah, Abelhinha fica abismada com a geladeira, que é capaz de formar um cubo de gelo; ela diz que nunca havia visto a água se transformar em sólido, porque não tinha geladeira na sua aldeia. Logo depois, lembrando de sua infância, Abelhinha narra uma cena, onde brincava de televisão com sua irmã: ela se passava por jornalista e dava notícias maravilhosas, como "está nevando sorvete". Sinceramente, "nevar sorvete" me parece mais um sonho de uma criança inglesa. Para uma criança que cresceu sem nenhum recurso e sem conhecer o mundo exterior, já que vivia em uma aldeia isolada das cidades grandes, sem televisão, me parece pouco plausível que seu sonho fosse que nevasse sorvete... o mais normal é que ela nem soubesse o que era neve nem nunca tivesse tomado um sorvete.

A maneira como as duas vidas se conectam é o ápice do livro, onde realmente parece ter algo que vale a pena. Mas tudo acaba aí... pouco mais da história realmente vale a pena. A viagem de Sarah e Andrew à Nigeria também me incomoda um pouco; é o que eu costumo chamar de "turistada": viajar a um local sem respeitar as regras e costumes locais, achando que é superior por ser de um país mais rico. Ir a um local super pobre, cheio de conflito e ficar confinado em um hotel, achando que está fazendo um "turismo selvagem", ou pior, não acatando às ordens de segurança do local, colocando sua vida e dos demais em risco. Vejo uma similaridade com turistas estrangeiros que vêm ao Brasil e visitam favela, tiram foto da desgraça dos outros e acham tudo lindo. Não experimentam a verdadeira realidade do outro, mas acham que estão levando um aprendizado para vida inteira.

Um ponto interessante do livro é a narrativa intercalada de Sarah e Abelhinha, que faz como que sempre tenhamos duas visões da história. Pequena Abelha poderia ter sido um livro que talvez eu tivesse amado. Em outro ponto da minha vida, talvez eu conseguisse conceder uma licença poética ao autor e ignorar toda incongruência observada. Mas atualmente, com tantos problemas sociais que estamos enfrentando como sociedade, parece que existem tantas histórias verdadeiras a serem contadas, que uma ficção tão pouco real como essa não vale tanto a pena.
Thaís Furlan 13/06/2020minha estante
Obrigada pela resenha. Já sei que vou ficar com raiva e tão indignada quanto vc com a narrativa, então nem vou começar




fernandaugusta 14/04/2021

Uma abelha diferente
É difícil falar sobre um livro como "Pequena Abelha". A história é boa, mas a narrativa é muito lenta e até mesmo linear. Não temos "plot twist", nem grandes alterações de rumo. A história é assim e pronto, aceite-a.

Trata-se de um romance sobre - adivinhe - o encontro entre "Pequena Abelha" e Sarah. Duas mulheres que levam vidas muito diferentes, mas que terão seus destinos entrelaçados por conta de um encontro em um dia de sol e praia.

Sarah é editora-chefe de uma revista feminina moderninha. Mora no subúrbio de Londres. É casada com Andrew, que é jornalista. É mãe de Charlie, um garotinho que há tempos só se veste de Batman e acredita ser o homem-morcego.

O casamento de Sarah e Andrew já teve dias melhores. A relação esfriou e ela teve um caso, descoberto pelo marido. Para tentar salvar a relação ela usa um brinde que ganhou no trabalho, de passagens e hospedagem para passar uns dias na praia. Só que a praia fica na Nigéria.

Sarah e Andrew estão em um passeio sozinhos, em uma área afastada do hotel quando encontram duas irmãs, fugindo, uma delas é a Pequena Abelha. Atrás delas, homens armados e cachorros. Será que eles podem ajudá-las? No calor da hora, Sarah toma uma decisão que muda a vida de todos. Mas eles vão embora da Nigéria sem saber se aquelas meninas ficaram vivas, ou o que aconteceu com elas.

O tempo passou, a vida seguiu, e dois anos depois do dia na praia, Andrew está em casa quando recebe um telefonema de Pequena Abelha. Ela está em Londres, mas não conhece ninguém. Passou dois anos detida pela Imigração inglesa. Como Pequena Abelha conseguiu sair da detenção? Porque Andrew reagiu tão mal ao seu contato?

O reencontro entre Sarah e Pequena Abelha nos explica todas estas questões...

Não espere sorrir ao ler este livro. Falar sobre refugiados em tom leve é uma missão impossível. Acrescentando-se a isso suicídios, mortes, violência, medo e vidas quebradas e perdidas (tanto em Londres quando na Nigéria) temos uma leitura densa e reflexiva. Mas que, apesar de tudo, traz em seu final o vislumbre de uma mensagem de esperança e paz.

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