Pequena Abelha

Pequena Abelha Chris Cleave




Resenhas - Pequena Abelha


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Ladyce 25/09/2016

Deixe-me primeiro deixar claro que a narrativa de "Pequena Abelha" não me pareceu mágica, nem me encantou, nem me fez chorar e muito menos não me fez ficar mais sensível ao problema social, mundial, que retrata, como parece ter acontecido a muitos leitores. Em segundo lugar, não gosto de literatura com um fim político. Toda vez que uma autor tem uma causa a retratar, a passar adiante, ele diminui o potencial de sua criatividade, por aceitar os parâmetros da mensagem. E ainda, em terceiro lugar, não gosto de narrativas contadas por uma voz infantil. Acho de imediato que haverá exploração emocional, que como leitora, estarei logo logo apta a ouvir violinos na música de fundo, pois eles estão a postos, como num filme de Walt Disney, para provocar o sentimentalismo. Poucos são os autores cuja voz narrativa, de criança ou de adolescente, recebem os meus cumprimentos. Lembro-me mais recentemente dos livros "O Retorno" de Dulce Maria Cardoso e de "Vermelho Amargo" de Bartolomeu Campos de Queirós que, sendo exceções, provam a regra. Achei a voz da Pequena Abelha ingênua demais, para dezesseis anos, com todos os sinais de uma exploração sentimental, ao longo do caminho.

A história explora a saga dos refugiados de guerra. Tema eminentemente contemporâneo e corriqueiro. No pano de fundo temos o retrato da indiferença do poder colonial inglês, que pode ser estendido a todos os poderes coloniais europeus ou orientais. A história da pequena imigrante nigeriana, fugitiva de guerra, é entremeada com a história de um casal de jornalistas ingleses. Suas histórias se intercalam, mesmo depois de se encontrarem. Duas narrativas, duas realidades. Um balanço de pontos de vista. Essa parece ter sido a ideia original do autor, já que o título original da obra era "On the other hand" – (Por outro lado). Aqui no Brasil, convencionou-se usar "Pequena Abelha", o mesmo nome dado à obra nos EUA onde o marketing estipulou o título para melhor exploração comercial. Ao personalizar o sofrimento generalizado de um povo, a história se torna mais próxima ao leitor. Essa mudança, no entanto, tira a ênfase dos dois lados da história: do refugiado e de quem o recebe. Neste caso, especificamente, uma situação muito mais complexa já que os antigos colonizadores são os que recebem, ou não, os refugiados de guerra de uma antiga colônia, onde muitos se consideravam cidadãos do poder colonial.

Chris Cleave é um autor inglês e faz uma interessante comparação entre colonizados e colonizadores. Conflitos entre empresas de petróleo, no delta do rio Níger com grupos étnicos minoritários, se estendem desde a década de 1990. A partir de 2004 houve um aumento significativo da violência entre eles. O casal de jornalistas ingleses é retratado com dois pontos de vista sobre o que acontece na ex-colônia. Sarah sente-se culpada pelos anos de colonização e não perde a oportunidade de demonstrar sua culpa como colonizadora sacrificando-se na tentativa de salvar pelo menos parte do que restava de civilização. Mesmo ao final, quando tudo parece estar se resolvendo, Sarah mostra sua culpa, ao dizer ao filho que é preciso proteger a Pequena Abelha "porque ainda não fizemos o suficiente para salvá-la." (Nigéria?) Seu marido, Andrew, por outro lado, não compartilha da culpa social. A responsabilidade pelo estado das coisas na Nigéria é deles, dos nigerianos, afinal a Grã-Bretanha já está fora de lá há muito tempo. É uma guerra entre nigerianos. Ele se acha incapaz, ou se recusa a fazer o sacrifício que lhe é requerido. Como um bom intelectual, no entanto, prepara um dossiê sobre o problema para futura publicação. Mas é assediado pelo fantasma da culpa que acaba por consumi-lo. Tampouco perdemos de vista a posição governamental britânica, representada por Lawrence amante de Sarah e funcionário do governo. Todos os aspectos de responsabilidade sobre o destino dos seres humanos aprisionados na máquina de guerra estão amplamente representados.

Ainda que a narrativa pareça bem organizada e distribuída, é necessário lembrar que as passagens dedicadas a Charles, filho de Andrew e Sarah, que com roupa de Batman, perambula pela narrativa, são extremamente cansativas e não adicionam nada de especial à trama. Pouca ênfase também é dada a qualquer dilema ético de Sarah ou de Lawrence que levam o affair amoroso adiante, traindo marido e esposa respectivamente, sem nenhum questionamento ético. O caso amoroso entre eles é bidimensional, e está na trama simplesmente para poder produzir a perspectiva da burocracia inglesa sobre os refugiados.

Como trabalho jornalístico esse é um bom romance. Como obra literária deixa a desejar. A narrativa, que lembra no suspense a obra cinematográfica de Alfred Hitchcock, parece óbvia demais para agradar ao gosto mais apurado. É um livro para as massas. Comercial. Explora o sentimentalismo. No entanto, se abre espaço para reflexões sobre a saga dos refugiados, para a crueldade da intolerância, serviu seu papel. Dou três de cinco estrelas.
GilbertoOrtegaJr 25/09/2016minha estante
Viu? falei que ao falar dos livros mais ou menos ou ruim, vc estaria fazendo um favor...o que tem de gente que compra este livro por causa do segredo dele...adorei sua resenha.


Ladyce 25/09/2016minha estante
Obrigada. Vamos ver como o grupo reage hoje à noite. O livro havia sido defendido exaustivamente por quem o sugeriu... kkkkk


Claudia Cordeiro 25/09/2016minha estante
Concordo; concordo; concordo....... ô livro chato, com aquela linguagem insuportável!...................


GilbertoOrtegaJr 25/09/2016minha estante
Lady, sempre desconfio destes livros que se amparam em um grande segredo


Graice Magalhães 30/09/2016minha estante
Sua resenha é perfeita! Estou abandonando a leitura faltando umas 80 páginas, não aguento mais aquela criança vestida de Batman, aquele adultério que não respeita sequer o luto e uma jornalista bem sucedida, dona de uma "Contigo", bancando a profunda e socialmente complexa. A Pequena Abelha é uma história à parte dentro de uma ficção ruim. A autora utiliza inúmeras comparações para descrever sensaçoes ou coisas que chegam a parecer um deboche com o leitor, coisas como - andava como se o terno fosse a pele sangrenta de um animal - ou algo parecido com isso, ou seja, pensamentos sem sentido durante todo o livro. Há muito tempo não leio um livro com uma escrita tão pobre e infantil.


Ladyce 30/09/2016minha estante
Obrigada Graice! Concordamos! Sentimos sua falta... espero que as coisas tenham se acalmado.... beijinhos


Graice Magalhães 09/10/2016minha estante
Sim....estou voltando à concentração aos poucos, rs....estarei na próxima, com certeza, saudades de todas, bjssss




Nick 26/04/2021

Nem sei o que dizer...
Cara.. Essa história é... nem sei kkkk
Não é ruim mas também não é boa. É sobre uma nigeriana que morava em um centro de detenção na Inglaterra, e que um dia foi solta junto com outras mulheres. Pequena abelha então, ligou para uns conhecidos, pedindo um lugar para ficar. E a partir daí começa a história da Pequena Abelha.
Não vou dar spoolers nem nada, então vou apenas dar a minha opinião.
Esse livro no começo estava bem legalzinho né, porém depois, começou a ficar um pouco confuso mas dava para entender. No decorrer da história, tem algumas coisas beem desnecessárias, que não agregam nem tiram nada no livro. O final ficou um pouco em aberto, sem contar o que aconteceu depois.
Eu realmente achei a leitura um pouco maçante demais. Esse livro é meio que um ''drama'' mas realmente não foi uma leitura muito satisfatória. ( Lembrem-se de que essa é só a minha opinião, se quiserem ler, dou todo o apoio, para poderem tirar suas próprias conclusões. )
Ly 26/04/2021minha estante
KKKKKKKK VOCE TA FALANDO IGUAL A MIM


Pedróviz 31/01/2022minha estante
Não vou ler não obrigado. Já li bastante coisas do gênero e estou saturado.


Pedróviz 31/01/2022minha estante
Parece que esses países só sabem produzir esse tipo de literatura. Cruzes.


Ly 31/01/2022minha estante
Na verdade não. Tem muitos livros bons escritos no continente africano, assim como em qualquer país. É só dar uma pesquisada ?


Pedróviz 31/01/2022minha estante
Pior que mesmo sabendo disso eu fiz aquele comentário exagerado kkk


NériHell 17/11/2022minha estante
kkkkk o mais engraçado, Pedro Luiz é que o livro foi escrito por um autor branco e europeu. Ou seja, parece que a Europa só consegue ver o isso sobre os países de continente africano.




Marezinha 29/12/2010

http://livrosmemordam.blogspot.com
Primeiramente gostaria de pontuar minha decepção. Não é que a história seja ruim – apesar de ser clichê. É boa. Mas que jogada de marketing babaca, hein? NADA justifica esse mistério todo, sobre não poder falar do que se trata o livro.
Durante a leitura eu fiquei pensando no filme O sexto sentido, onde também houve uma campanha para não se dizer o final. A diferença é: Se você sabe o fim deste filme, perdeu a graça. No caso do livro, você pode saber o início, meio, final, não vai mudar nada. Não existe um ponto surpreendente onde você diga: “É POR ISSO QUE DEVEMOS MANTER SIGILO!”
E partindo desse princípio que farei minha resenha.
Se você quer ler este livro, nem crie expectativa. Porque se criar, vai ser fail. Foi o que eu fiz. Criei uma puta expectativa, afinal, todos estão falando tão bem! E ainda vem essa putaria em não dizer do que se trata que uau, deve ser bom mesmo, hein? E o que acontece? É uma boa história, ressalto isso, mas devido a campanha TOTALMENTE DESNECESSÁRIA, eu julguei o livro como regular. Se tivesse dado a sinopse em vez da babaquice, eu com certeza teria pensado: que livro foda!
Uma dica pros marketeiros de plantão: só inventem segredos se houver motivo. Caso contrário, só deixa as pessoas putas. :)
Portanto, se você não quer saber do que se trata, não leia abaixo.
História sobre negro infeliz e africano é BATIDO. A grande parte legal do livro é: não é literatura fantástica. Sabe por que? Porque estou de saco cheio de literatura fantástica. Não agüento mais MESMO! Tá na hora de voltar a ter outro tipo de literatura super vendendo e, no caso desse livro, foi um ponto positivo. (Pena que só esteja vendendo assim devido ao marketing infeliz...)
Falar de imigrante ilegal, refugiados, blábláblá, ta em alta. Quero ver é alguém escrever um livro sobre um africano feliz. Aí sim, eu boto na capa que é surpreendente. Porque falar de infelicidade na África é o que todo mundo faz, cadê a surpresa?
Sim, estou puta com o livro mesmo.
Arrumando algo de bom para falar, a gente explode a campanha de marketing e finge que ninguém tentou enganar a gente com isso, ok? A história é delicada. Isso significa que não adianta ler correndo, é cheia de detalhes nas entrelinhas, por isso, leia devagar que vai ser legal. E o tom irônico do autor me fez dar bastante risada ao longo do livro.
Enfim, eu não vou dizer que recomendo, porque estaria mentindo. Mas vou dizer que pode ser interessante, se você não esperar nada do livro.
Cassius 31/12/2010minha estante
Concordo plenamente com o seu comentário a respeito do marketing barato... lembra a Polishop querendo vender seus horríveis produtos... o que surpreende no livro é a narrativa do autor muito bem conduzida para um enredo simples e clichê... Abraço!


Valdirene.Perez 01/01/2011minha estante



Também não gostei do livro, o desenvolvimento da história é chato, principalmente a linguagem usada pelas refugiadas.


Cíntia Mara 08/03/2011minha estante
Desde o princípio tenho olhado pra esse livro com desconfiança, justamente por causa da campanha.


Cristina 05/01/2013minha estante
"Se tivesse dado a sinopse em vez da babaquice, eu com certeza teria pensado: que livro foda!
Uma dica pros marketeiros de plantão: só inventem segredos se houver motivo. Caso contrário, só deixa as pessoas putas."

Melhor comentário para esse livro ever. Falou tudo!

Comprei ele com a maior empolgação pq tinha visto uma menina elogiá-lo muito no Youtube e quando fui ver, me decepcionei total. Engraçado pq o tempo todo que lia eu pensava: Quando vai vir a parte que fez a menina ficar tão empolgada. E o livro ia acabando, ia acabando e nada.

SPOILER:

Sem falar no final inverossímil de doer (O livro todo é inverossímil, mas o final é muito mais, né?). Quando que aquela mulher que havia passado momentos horríveis naquele país iria ter coragem de levar o filho pequeno para lá e ficar andando de um lado pro outro com gente perseguindo eles e ela consciente disso!!! Aff...


Elson 08/02/2018minha estante
Não ia ler, agora vou. Fiquei curioso não pelo final, mas para ver a babaquice. O debate me deixou curioso. Vamos à leitura.




Elton 28/10/2010

Livro Encantador versus Marketing Furado
Minha Gente,

Como os outros resenhistas já argumentaram aqui, é difícil falar sobre este livro sem discutir alguns pontos básicos da trama, não divulgada pela editora. Enfim, apesar de não concordar, respeitarei a estratégia e seguirei aqui sem qualquer spoiler.

Pequena Abelha apenas não merece cinco estrelas porque, assim como no exterior, foi adotado aqui no Brasil a estratégia de divulgar este livro como se a trama tivesse um enorme mistério, algo como a Ilha de Lost. Tal mistério não existe! Leia sem esperar muitas reviravoltas.

A ambientação de Kingston, em Londres, e da Nigeria é encantadora e primorosa. Como uma das resenhistas bem falou aqui, dá quase para sentir o cheiro local. Chris Cleave não poderia ter acertado mais.

O autor também é capaz de fazer sacações brilhantes sobre a vida e os relacionamento dos personagens. Os capítulos variam entre o ponto de vista em primeira pessoa de Sarah, inglesa, e da Pequena Abelha, nigeriana e são muito convincentes.

Um senão: achei o último terço do livro um pouco corrido e a veracidade deixou um pouco a deixar se em comparação com o resto da obra. Mas ainda assim, recomendo a leitura. Queria muito saber se outros leitores também acharam isto.

Conclusão: não deixe de ler este livro, mas esqueça a bobagem do "mistério" apregoada pelos marketeiros da editora.

Saudações,
Elton - RJ
Ana Maria 29/10/2010minha estante
Ótima resenha! Também pensei haver algo surpreendentemente mortal no livro, o marketing realmente errou.
Ainda assim, a forma como tudo acontece é chocante.


Elton 31/10/2010minha estante
Estamos em sintonia: também curti muito sua resenha.


Creuza C. 31/10/2010minha estante
ÓTIMA RESENHA!!!


Fabi 06/01/2011minha estante
Concordo Elton, principalmente sobre o ultimo terço do livro, muito corrido e pouco explorado!

E claro, fiquei esperando o tal mistério...que pena me decepcionei. O livro termina e fiquei pensando se nao estaria faltando algumas paginas..hehehe
Apesar de td, gostei demais da Abelhinha!!

Ótima resenha!!




redomingos 07/03/2011

Dizem que não se pode julgar o livro pela capa. Depois de ler "Pequena Abelha" eu concordo. Quando li a capa desse livro por um e-mail enviado pela editora Intrínseca na época do lançamento fique doida de curiosidade. Mas, como o dinheiro estava curto, só agora consegui comprar o livro e descobri que cai em uma jogada de marketing.
O começo do livro é realmente muito bom, mas o meu interesse pela história terminou bem antes das páginas acabarem. Só depois que já tinham se passado mais de 180 páginas e eu ainda esperava o ápice anunciado na capa, foi que eu me dei conta que ele já havia passado.
E quanto a "maneira como essa narrativa de desenrola" não há nada de novo nem especial. Pra falar a verdade esse tipo e narrativa já foi melhor empregado em "cidade do sol".
Mas o que mata de tédio mesmo são os personagens. Não tem um personagem carismático na história. Sarah é muito egoísta, então uma atitude tão altruísta nem combina muito com ela. O garotinho Charlie é insuportável assim como Lawrence. Até a própria Abelhinha é um personagem estranho. Em alguns momentos ela é extremamente frágil e inocente, e logo depois ela é ardilosa a ponto de praticamente chantagear Lawrence.
É claro que a história de Abelhinha é tocante, principalmente porque todo mundo sabe que atrocidades como essa acontecem todo dia. Mas chega um momento em que o livro se perde totalmente. Por exemplo:(Pode haver um spoiler bem levinho) Você sofreu um trauma inimaginável num certo lugar. Isso custou a vida do seu marido e mudou sua vida para sempre. O que você faz? Leva seu filhinho pra lá? É claro que não!!!
Fran Kotipelto 10/03/2011minha estante
Obrigada pelo alerta...


Fer Kaczynski 23/08/2011minha estante
Realmente, o garotinho é insuportável, e o livro muito chato, me perdoe quem gostou, mas esse não recomendo a ninguém, puro marketing, decepcionante


letícia 09/12/2011minha estante
Adorei sua reseha.
Do meio para o final, o livro ficou muito cansativo. Não acontece nada de extraordinário no final e os personagens realmente não são carismáticos. O Charlie é muito chatinho mesmo.
E uma coisa que eu não citei na minha resenha e assino embaixo da sua: "Por exemplo:(Pode haver um spoiler bem levinho) Você sofreu um trauma inimaginável num certo lugar. Isso custou a vida do seu marido e mudou sua vida para sempre. O que você faz? Leva seu filhinho pra lá? É claro que não!!!" EXATO! Quem leva um garotinho de 4 anos para Nigéria com uma refugiada que estava sendo procurada e "jurada" de morte??? Quando eu terminei de ler, pensei "Pq não deixou o menino com os pais dela?". Foi cômico esse final.


Eliane Maria 14/02/2015minha estante
Concordo com você quanto ao desfecho , ficou totalmente fora da realidade.




Evy 06/12/2010

Arrebatador!
Pequena Abelha é de tirar o fôlego e o sossego. Não tem como você ler essa história e não se sentir um pouco incomodada com a realidade de que lá fora no mundo pessoas estão sofrendo, morrendo, passando por horrores enquanto nossa única reação é dizer "que horror" em frente ao noticíario tomando uma chá, ou café, ou qualquer coisa.

A maneira especial com que o autor narra a história é totalmente envolvente e apaixonante. Demorei pra ler por pura falta de tempo, pois é o tipo de livro que você devora inteiro, sem conseguir largar. A história é sobre... Bem, não posso contar muito. A sinopse do livro na quarta capa diz o seguinte:

"Depois de ler este livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como esta narrativa se desenrola"

E realmente é esse o encanto do livro e como não posso contar muito, vou contar só um pouquinho: é uma história sobre um encontro de duas mulheres numa praia da Nigéria. Um encontro onde uma delas precisa tomar uma decisão terrível. Dois anos após esse dia fatídico elas se reencontram e então tudo começa...

Leitura super recomendada!
Léia Viana 07/12/2010minha estante
Hum... é no estilo de "distência entre nós"?


Evy 08/12/2010minha estante
Léia,
Não sei se é no estilo de "distancia entre nós", pq eu não li esse :(
Mas eu recomendo Abelhinha, pq é muito bom!
Bjos


Gabi Pescarolo 30/12/2010minha estante
Vc já sabe pra quem vai quando as aulas voltarem, né? :)


Evy 04/01/2011minha estante
Sei sim Gabi :) Esse livro é ótimo!




Márcia 18/04/2011

Algo estranho

Com um grande investimento em marketing, “Pequena Abelha” chega com tudo, prometendo mundos e fundos numa leitura misteriosa e original. Lendo esse livro me lembrei das minhas aulas de redação sobre publicidade; o que uma propaganda bem feita não pode fazer, hein? “Pequena Abelha” é prova escrita disso.

Nada vi de “misterioso” nesse livro. Vi sim muita apelação disfarçada em palavras bonitas e, admito, bem escritas.

A narrativa em sim é interessante e agradável, o que é muito bom, porque apenas esse fator faz essa leitura prazerosa. Os personagens, inicialmente, se mostram interessantes, mas a promessa de que eles alcançariam outro nível em determinando momento da história frusta o leitor ao longo da leitura, já que isso não acontece. A história é estática. Ora contada por uma ora por outra personagem, aos poucos vai cansando o leitor. Além disso há a promessa desde a sinopse de um grande mistério acerca da ligação entre a “Pequena Abelha” e a Inglaterra. Bem, quanto a isso posso apenas dizer que a resposta é razoavelmente aceitável, mas esbarra em um grande clichê.

Há algo de estranho e de muito errado nessa história toda; é inverossímel, um pouco entediante e, bem, passável. Não há como analisar o livro a partir daqui sem revelar detalhes, basta apenas terminar confessando que essa foi uma das minhas leituras mais inaproveitadas.

No final há a tentativa do autor de coroar o que ele acha ser sua obra-prima com muito drama e talvez, surpresa. Para mim, foi apenas a cereja do bolo de apelações. Em outro contexto, eu poderia ter amado esse final, mas enquanto lia era como se o livro inteiro fosse um mingau num prato raso em uma mesa torta que estou esperando que esfrie, aos poucos ele vai tranbordando, mas e dai? Eu nem quero mingau mesmo.
Para mim esse livro é a grande bagunça que o mingau faz ao finalmente pingar no chão.
Hernane 26/04/2011minha estante
Metáfora muito bem aplicada hahahah


Camila 29/05/2011minha estante
Inverossímel? Quando? E que apelações forçadas você viu? Só se for na publicidade ne? Porque no livro em si não tinha nenhuma.


letícia 09/12/2011minha estante
"...essa foi uma das minhas leituras mais inaproveitadas..." concordo!

Achei super sensata sua resenha, disse muito do que eu não soube expressar na minha!


Cristina 05/01/2013minha estante
Concordo plenamente. Taí uma palavra que resume essa jogada de marketing, quer dizer, esse livro. É extremamente inverossímil.




Helen 18/07/2017

Então, a estória é boa, mas odiei a narrativa do autor. Não pretendo ler nenhum outro dele nunca mais. Como eu tava muito curiosa pra lê-lo, não teria sossegado enquanto não lesse. Mas, agora que terminei, a sensação é de que "era melhor ter ido ver o filme do Pelé"
Thamyres Andrade 18/07/2017minha estante
Q cruel kkkkkkk


Lia 28/08/2017minha estante
" Era melhor ter ido ver o filme do Pelé" tive essa sensação lendo Cidades de papel...


Rose.Agra 03/10/2017minha estante
Engraçado! Pensei exatamente o contrário. Achei a narrativa excelente porém uma história fraca demais.




Lorran 27/09/2010

Pequena Abelha
"Uma obra de arte: perturbadora, excitante e muito comovente." - The Independent

Disse tudo, a pessoa que escreveu estas palavras para o The Independent. E se eu tivesse que escolher apenas uma palavra, "perturbadora" seria ela. Pequena Abelha é daqueles livros que te levam a uma realidade que a gente custa a acreditar que possa ser real. Aquela sujeirinha que jogamos pra baixo do tapete para que tudo possa parecer bem. Realmente perturbadora a história da Pequena Abelha.

O livro leva o nome de uma das principais personagens da trama, mas gosto muito mais do título original: The Other Hand. Apesar de todo o drama que é vivido nas 272 páginas desse excelente livro, The Other Hand exala um pouco da mensagem de esperança proposta ao final do livro. Sem contar que acredito que por mais superficiais que possam parecer os dramas de Sarah comparados ao de Pequena Abelha, as duas histórias tem a mesma importância para a construção da trama.

"Você também teve problemas, Sarah. Está enganada se pensa que isso não é comum. Vou lhe dizer: os problemas são como o oceano - cobrem dois terços do mundo."

O livro tem como start um primeiro encontro entre as duas personagens citadas - Pequena Abelha (uma refugiada nigeriana) e Sarah (editora de uma revista de moda londrina), quando a decisão de uma afeta diretamente a vida da outra - e vice-versa. Apesar de outros personagens serem importantes na trama, não o são no mesmo nível de Sarah e Pequena Abelha. São os encontros perturbadores entre as duas que amarram de forma surpreendente a história do livro. Mesmo Batman (Charlie, filho de Sarah) sendo um símbolo perfeito do poder das escolhas em nossas vidas.

Mas realmente, conforme proposto na contracapa de Pequena Abelha, "não queremos lhe contar o que acontece neste livro. É realmente uma história especial e não queremos estragá-la."

"Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser o nosso segredo. Porque, acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: 'Eu sobrevivi.'"
Amélia 31/03/2012minha estante
Quem diria que um livro com o nome de pequena abelha pudesse ser tão perturbador. Parabéns pela resenha está ótima.


CamyTom 07/06/2012minha estante
Fiquei mais curiosa ainda para ler este livro. E que frase de impacto hein? "uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: 'Eu sobrevivi."


Lu 27/06/2016minha estante
Livro incrível, fascinante. Pena que nem todos que leram se envolveram na história, eu não consigo imaginar isso acontecendo comigo. Uma dica, que sempre sigo: controlem suas expectativas, leia com calma (às vezes é muito difícil), aproveite a história. Muitos gostaram e muitos se decepcionaram com o livro? Mais calma ainda na hora de ler. Eu compreendi os sentimentos de todos os personagens, não tem como não se colocar no lugar deles e sentir o que sentiram, para mim pelo menos. Dura realidade desse mundo cruel. É mais fácil fechar os olhos e fingir que não vê nada do que acontece com os outros...




spoiler visualizar
Leticia 12/10/2012minha estante
O livro ja tinha sido recomendado pra mim, agora apos ler sua resenha ele sera o proximo que vou comprar.


Janaina Vieira - Escritora 12/10/2012minha estante
Certamente vc vai se surpreender, é um excelente livro! Depois me conte o que achou.


Janaina Vieira - Escritora 12/10/2012minha estante
Certamente vc vai se surpreender, é um excelente livro! Depois me conte o que achou.




Léia Viana 11/02/2011

Dois mundos
Se eu tentasse apresentar este livro em uma cor, seria o cinza. Mas se tivesse que escolher palavras para defini-lo seria: sobrevivência, liberdade e amizade.

Os diálogos ao longo de sua leitura desnuda os sentimentos dos personagens na medida em que a narrativa avança. Não é possível falar da história em si, como pede o autor, no entanto, não é um livro para todos, porque seu enredo é arrebatador, tocante e perturbador, que pode deixar os mais sensíveis aturdidos e os mais fortes com um sentimento de que se esperava mais da história.

Pequena Abelha é uma obra que apresenta dois mundos, duas culturas, dois costumes entre duas mulheres e o lugar onde vivem. Em alguns momentos lembrei-me de um outro livro maravilhoso, que eu recomendo e muito a sua leitura para quem ainda não o leu: “A Distância entre nós”, que tem a sua história centrada na vida de duas mulheres: Bhima e Serabai.

Chris Cleave apresentou uma obra dentro da nossa realidade, melhor, refiro-me àquela realidade de que muitos, assim como eu, presenciam quase que sempre, nas redes de comunicação.
Evy 13/02/2011minha estante
Esse livro é arrebatador. Eu senti como um soco no estômago, um "acorda" pra vida que acontece lá fora sabe? É muito bom!


Gabi Pescarolo 16/06/2011minha estante
Realmente, é um livro pertubador. Estamos tão alheios ao que acontece em outros locais que nos esquecemos que existe tanto sofrimento. Pequena Abelha é um tapa na cara bem merecido. Linda resenha!




Erika 19/11/2010

Envolvente
Acabei de ler o livro. Confesso que fiquei motivada pela intensa propaganda da obra (inclusive aqui no Skoob) e pela resenha de vários skoobers.

Bem, posso dizer que valeu a pena. Em alguns momentos a trama nos envolve de tal forma que fica difícil largar o livro. Trata-se de uma história que vai se construindo aos poucos. Ela começa do nada, do "ponto zero", e ganha forma a partir das revelações feitas pelas personagens. Então, as lacunas vão sendo preenchidas e tudo começa a ter sentido.

Vale destaque para o personagem Charlie, filho da co-protagonista Sarah. Ele é uma figurinha! Permanentemente vestido de Batman e morador constante do seu mundo de fantasia, torna-se um contraponto com as duas mulheres - extremamente conscientes e despertas para as duras questões da vida. É como se vivessem em universos paralelos.

Tenho apenas dois "senões": o excesso de divagações nos capítulos narrados por Pequena Abelha. Acho que o autor quis ser filosófico e estiloso, mas às vezes tanto lirismo cansa. Também não gostei do final, muito aberto, e não faz jus ao restante da história.
Evy 27/02/2011minha estante
Erika,
Ótima resenha.
Eu gostei muito desse livro, achei ele "um soco no estomago" e um "acorda pra realidade". Fiquei bastante reflexiva durante a leitura e quanto aos seus dois "senões" concordo com o último. Também achei o final muito aberto. Mas a parte das divagações eu curti. Adoro lirismo, mesmo em excesso, dependendo do autor. Este não me cansou.
Bjos!


Lodir 02/03/2011minha estante
Gostei da resenha! Espero gostar também!




Nica 06/11/2010

O livro trata mesmo é de cicatrizes
“Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser o nosso segredo. Porque, acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: Eu sobrevivi.” ( pg 17 )
Quem se propõe a resenhar Pequena Abelha, do escritor inglês Chris Cleave, vê-se diante de um desafio, já que nos é sugerido para não contarmos o que se passa no livro. Além de dificultar a resenha, está atitude induz ao leitor uma expectativa de que irá encontrar na leitura muitas emoções e surpresas, mas isso não acontece tão intensamente assim, e a curiosidade que se instala provoca certa decepção. No entanto, em nenhum momento, achei que em saber o enredo anteriormente pudesse me desestimulado a seguir à leitura, nada disso, apenas acho que a propaganda é bem maior do aquilo o livro se propõe.
Apesar disso, Pequena Abelha é um livro instigante, com ideologia filosófica, isto é, delicadamente o autor quer nos propor uma reflexão sobre nossos atos e relacionamentos. Amor, medo, dor, amizade, traição, sexo, violência, morte, desigualdade social, racismo, são temas abordados no limite entre a sutileza e agressividade.
A história possui dois narradores e ambos se intercalam em suas narrativas e perspectivas: Pequena Abelha e Sarah. A primeira, uma adolescente e refugiada nigeriana e a segunda, uma jornalista inglesa. Duas mulheres de culturas diferentes vêem-se diante de suas vidas entrelaçadas e um mundo em comum, dispostas a lutar para vencer as dificuldades uma da outra. Abelhinha e Sara se mostram corajosas, fortes, independentes, decididas em todos os momentos que a vida lhes cobrou atitudes e escolhas.
Embora seja uma história triste e reflexiva ela nos encanta pela simplicidade da narrativa, a leitura fluir pelo estimulo alegre e pela naturalidade da escrita, já que as narradoras são bem humoradas e dão a devida atenção ao leitor. Mas entre as protagonistas, a Abelhinha se destaca pelo tom de crítica, ironia, bom humor e temperamento hilário. Por várias vezes me percebi rindo na leitura, como por exemplo, quando ela vai pegar o taxi com as outras três refugiadas:
“Queria mostrar que éramos inglesas, que falávamos a sua língua e compreendíamos todas as sutilezas da cultura de vocês. Também queria que ele ficasse feliz. Foi por isso que me encaminhei para a janela aberta e disse para o motorista do taxi:
- olá, estou vendo que você é galinha.
Acho que o motorista não me compreendeu. A Expressão na cara dele ficou ainda mais azeda. Ele sacudiu a cabeça de um lado para o outro bem devagar. E disse:
- Lá na selva não ensinaram boas maneiras para vocês, não, suas macacas? .
Arrancou o carro muito depressa e foi embora , ...” ( pg 64)

Apesar de toda essa alegria, o livro trata mesmo é de cicatrizes, físicas e emocionais, marcas que nos ensinam que a vida custa o quanto se cobra dela. Cleave, como uma esfinge, nos induz a desvendar os enigmas que se infiltram no momento das escolhas e das decisões e principalmente das consequencias.

Visite o blog http://lereomelhorlazer.blogspot.com/
SBorgg 11/11/2010minha estante
Gostei muito da resenha que vc fez sobre
"Pequena Abelha"; se eu ainda não tivesse lido o livro, me interessaria pela história, pela maneira discursiva eficiente que vc a apresentou. Parabéns!




Nice Santos 23/01/2011

Resenha de Pequena Abelha por Nice Santos em www.mixliterario.com
Pequena Abelha, ou Abelhinha, é uma das protagonistas e narradoras da história, ela é uma refugiada nigeriana de 16 anos, que por causa da guerra pelo petróleo, e várias atrocidades humanas, busca abrigo na Inglaterra. Sarah é a outra protagonista e também narra a história. Sarah é Inglesa, editora chefe de uma revista, mãe do Batman-Charlie de 4 anos (que rende momentos hilários as páginas), esposa de um jornalista e amante de um funcionário público.

Dá pra notar que é uma história complicada, e é mesmo! Contada por duas pessoas, de pontos de vista diferentes. Fatos tristes e trágicos levam a esse encontro e ao desenrolar da narrativa. A leitura deve ser feita com bastante atenção, pois as histórias se misturam e se completam, seguem uma só direção, mas as vezes o leitor se perde (no meu caso, que tive que reler vários parágrafos), como num quebra-cabeça.

À momentos cansativos, outros empolgantes, outros totalmente estáticos, por não se acreditar no quanto um ser humano pode ser tão desumano, e também o contrário, onde o ser humano é simplesmente humano, e em outros casos muito humano. (Acho que exagerei, mas espero que faça sentido pra vocês como faz pra mim.)

O escritor Chris Cleave surpreendeu-me com o a riqueza das notas que há no final do livro, ele mostra que os fatos narrados tem inspiração na realidade, e comprova em seu site www.chriscleave.com
Danni 26/02/2011minha estante
Adorei sua resenha, minha opinião é igual.
Sendo uma resenha acho que deve ter sim toda a descrição =)




DIRCE 28/01/2011

Muitos zangões para uma só abelhinha
Para mim o ponto forte do livro é o clima de suspense que permanece no ar até a metade do livro. Meus olhos deslizaram nas palavras, virei as páginas com voracidade e, em dado momento, achei que se o enigma não fosse logo decifrado eu seria devorada ( pela ansiedade) , mas quando, finalmente, o grande mistério foi desvendado o escritor “ desafinou”: a sensação que tive é que me encontrava em um montanha russa a mil hora e, quando me foi dado conhecer o ocorrido, desacelerei.
“ A Pequena Abelha” é um livro que considerei bom embora triste:havia muitos “zângãos” atrás de uma “abelha” que nem ao menos era rainha - ela somente se refugiou na terra da rainha mãe.
As narrativas feitas pelos pensamentos da menina nigeriana ( Pequena Abelha) alternados com o da escritora inglesa ( Sarah) me deixaram com remorsos: a narrativa da menina me “prendeu” , me despertou questionamentos, me deixou condoída já, de Sarah, me entediou e eu sabia que estava sendo injusta, pois Sarah foi capaz de atitudes que a colocaram em perigo, atitude tomadas quase por reflexo.
Não fui devorada, mas fui “ amassada” ( como se um trator tivesse passado sobre mim). “Amassada” principalmente no final , pois os pesadelos, assim como os sonhos, acabam e o pesadelo da Pequena Abelha ,felizmente ou infelizmente, também chegou ao seu final.
Amandha Silva 05/02/2011minha estante
Ai Dirce, estou lendo o livro e estou nessa fase acelerada, ansiosa.
Espero curti a leitura até o final.


DIRCE 14/02/2011minha estante
Pode conter Spoiler, não sei...

Oi Amanda!
Apesar da sensação que tirei o pé do acelerador, é um livro que vale a pena chegar até o final da leitura, apesar do sentimento de impotência que somos acometidos, pois os questionamentos provocados nos passam valiosos ensinamentos. Acho que os "zângãos" ( leia: como sendo o centro de detenção para refugiados, a culpa que a abelhinha carrega consigo, aqueles seus brutais perseguidores ) tudo contribui para que eu fizesse uma "leitura" desoladora do The End e a abelhinha por ser tão guerreira e desprendida merecia que eu visualizasse um The End mais otimista.
bjs




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