Resenhas - A Garota dos Pés de Vidro

Jamil.Menck 02/08/2017

Livro com capa bonita não é livro bom
O livro tinha tudo para ser um ótimo livro com uma história cativante que tinha tudo pra te prender, porém a escrita muito detalhada do autor e a demora para a historia se desenvolver acabou deixando o livro um pouco enjoativo. Esse é aquele tipo de livro que você lê 220 páginas pra gostar das últimas trinta.

Helaina 19/11/2013

Resenha do livro - A Garota dos Pés de Vidro - publicada pelo blog Mente Hipercriativa
Faz um tempinho que eu li esse livro, mas tinha dúvidas se faria ou não um post falando sobre ele. Por fim, acabei resolvendo aproveitar o feriado da Páscoa para fazer a resenha.

O livro conta a estória de Midas, um tímido fotografo residente no arquipélago de Saint Hauda’s Land e Ida, uma garota aventureira que vai até à ilha tentar descobrir a cura para a estranha transformação que está acontecendo. Ela está se transformando em vidro. Isso mesmo, seu corpo está virando vidro.

A estória acompanha essa transformação e o envolvimento de Midas e Ida enquanto ele tenta ajudá-la. Cheia de flashbacks da vida de Midas, somos envolvidos por uma atmosfera romântica muito doce e suave. É o tipo de livro que apesar da tensão que ficamos por causa da doença de Ida, ao mesmo tempo é como se estivéssemos em um lugar muito aconchegante, protegido e muito bonito (a paisagem descrita é de inverno com muita neve que eu adoro).

O livro (esteticamente falando) também é lindo. Não sei se as fotos desse post fazem jus à beleza dele. Além da belíssima capa, as páginas têm um tom bege e as bordas enegrecidas. Um livro bonito por dentro e por fora.

Então, porque eu demorei tanto para falar dele aqui? Bom, eu prometo que não vou contar o final (estragaria a surpresa de quem não leu), mas o motivo principal de eu não ter indicado o livro antes é exatamente a sua conclusão. A Garota dos Pés de Vidro tem uma atmosfera envolvente e misteriosa, mas se você gosta de chegar ao final de um livro com as respostas para todas as perguntas que foram feitas nele, esse não é um livro que eu recomendo. E não é o caso de uma estória que terá continuação (ainda não encontrei em nenhum lugar sobre a existência de uma continuação para a estória). E essa merecia uma!

Quem decidir mergulhar nesse romance vai ler momentos muito fofos entre os protagonistas e vislumbrar lindas paisagens enquanto acompanha o drama de Ida em busca da cura para sua doença. É um livro de fácil leitura e que foi como tomar uma xícara de chá quentinho durante uma noite fria (acho que essa é a melhor maneira de explicar como me senti durante a leitura). Não gostei da conclusão, mas não me arrependo de ter lido.

site: http://hipercriativa.blogspot.com.br/2012/04/resenha-garota-dos-pes-de-vidro.html

Nathália 06/12/2010

Vou falar pra vocês que não foi fácil sentar pra escrever essa resenha. Ainda não sei bem o que dizer desse livro, não sei direito o que achei dele!

É um romance bonito, mas melancólico. Com personagens sofridos e problemáticos que de alguma forma se entendem e se identificam.

Uma improvável história de amor entre Ida, otimista e animada, apesar de sua doença nada normal, e Midas, um recluso, tímido e caladão. Ela aparece como um sopro de ar fresco na vida dele, fazendo com que repense e priorize algumas coisas. E pra ela, ele significa uma última chance, uma esperança.

Mas Ida está literalmente se transformando em vidro e eles precisam correr contra o tempo pra tentar descobrir uma cura pra essa doença. E, ao mesmo tempo, aproveitar ao máximo o tempo que ainda têm juntos.

A narrativa é meio poética, até metafórica, e talvez por isso eu tenha achado algumas partes chatas.

O autor é bastante detalhista e através de Midas, que é um apaixonado por fotografias, podemos visualizar com facilidade os cenários monocromáticos do misterioso e mágico arquipélago de Saint Hauda’s Land no inverno.

Eu concordo com a definição de fábula pra essa história e, pra mim, a lição de moral dela é o amor. O amor que transforma e melhora as pessoas. Ou não.

Bia 24/03/2012

A garota dos pés de vidro
O livro na minha opinião é cansativo de ler, muito descritivo - mas tem gente que gosta.
Li umas resenhas por aqui e tive vontade de desistir do livro, mas nem tudo são tempestades. O livro é bom, tem uma ideia legal.
Os personagens são legais e bem elaborados, apesar de serem muito confusos.
O final não foi o que eu esperava, mas foi verdadeiro. O que no final, é o que importa.

- Indico para quem gosta de histórias de amor, ou algo assim.

Edyane034 24/07/2021

Legalzinho
Eu já esperava esse final mas mesmo assim me surpreendeu um pouquinho
A falta de personalidade do Midas me estressa as vezes, mas gostei dele apesar dos vários "hmmm"

Acho q a autora poderia ter explorado mais os seres, a doença q transforma em vidro e os personagens, pq esse universo parece ser bem interessante.
Eu gosto de personagens problemáticos e finais tristes ???

gleicepcouto 03/04/2012

A perfeita mistura entre o real e o fantástico
www.murmuriospessoais.com

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A Garota dos Pés de Vidro, Editora LeYa, é o primeiro romance do autor inglês Ali Shaw. A obra foi finalista dos prêmios Guardian First Book Award e do Crawford Award; além de vencedor do The Desmond Elliot.

A história tem como protagonista Midas, um introvertido fotógrafo, e Ida, uma jovem impetuosa. Completamente diferentes um do outro, seus destinos se cruzam quando Ida vai para o arquipélago de Saint Hauda's Land, onde Midas mora. Ela está em busca da cura para a sua doença: seus pés viraram de vidro e, tudo leva a crer que, em pouco tempo se nada fizer, todo seu corpo será transformado em vidro.

Em um ambiente frio e fantástico - com vacas aladas e animais completamente brancos (até os olhos); Ida, luta contra a doença iminente, e Midas, contra seus próprios demônios. Juntos, gradativamente, vão em busca não só de uma resposta para aquele mistério, mas também da cura de suas almas.

O que me atraiu no livro, de início, foi a parte gráfica. Tanto a capa quanto o detalhe da borda das páginas em cinza são de muito bom gosto. Fato. Já tinha lido a sinopse e um monte de resenhas negativas sobre a obra. Simplesmente não encaixava, na minha mente, uma capa linda com um conteúdo péssimo, com o plus de ter sido editado pela LeYa (editora que sou fã de carteirinha). Resolvi pagar pra ver.

Sábia decisão. O livro é de uma beleza singular.

Narrada em terceira pessoa, Ali Shaw nos apresenta uma história originalíssima, com seres fantásticos que beiram o absurdo: vacas que voam, pessoas que viram vidro, animais extraordinariamente brancos. Ele pega esses ingredientes e mescla com perfeição a sentimentos e ações reais e humanas: desolação, medo, amizade, amor.

O livro vai além da doença misteriosa de Ida. É fantástico perceber a procura pela sua cura física, enquanto Midas busca pela de seu espírito traumatizado com circunstâncias em seu passado que não entendia, das quais tinha raiva e até mesmo vergonha.

Estamos falando transformação em vida. Ida já era viva, mas estava morrendo. Midas, por outro lado, estava morto e precisava ser apresentado à vida. É uma reflexão sobre o que realmente é morte e o que é vida. Fabuloso.

Mesmo em um ambiente preto e branco, monótono; Shaw o preenche com cor com sua descrição minuciosa. Você não somente vê as cenas, mas sente seu cheiro, sua temperatura. Você vive a experiência com os personagens.

Personagens esses, que são belamente comuns - contrastando com a áurea surreal do livro. São repletos de erros e arrependimentos, mas convivem com o sobrenatural. A diferença entre a realidade dura e melancólica de Midas, que vê nas fotografia a sua válvula de escape; e a surrealidade da doença de Ida, que não se abalou quando viu uma vaca com asas, faz com que o leitor se pergunte o que pode ser considerado como verdade.

Ainda sobre Midas é interessante perceber a evolução do personagem ao longo das páginas, assim como sua complexidade. É uma pessoa completamente desprovida de expressão de sentimentos como afeto, carinho, amor; mas com muito custo, tenta mudar essa condição. Nós sofremos com ele. Torcemos por ele a cada novo desafio vencido, mesmo que seja algo 'pequeno' como um 'olá' para a garota na qual está interessado. É simples, mas é assim que as coisas são: enfrentamos pequenas lutas diariamente.

Se você for ler o livro buscando por ação ou um romance avassalador, tá perdendo seu tempo. A ação é bem comedida e tem mais relação com mudança de comportamento e sentimentos do que correr pra lá e pra cá em busca de uma fórmula milagrosa para Ida não se tornar vidro. Já o romance, é cadenciado e singelo, com o objetivo máximo de mostrar a capacidade transformadora do amor, ou até mesmo da falta dele.

A Garota dos Pés de Vidro é um livro no estilo ame ou odeie. Escolhi amá-lo. Não poderia ser diferente: o modo como Shaw mostra a realidade permeada pela fantasia é belo, assim como a mensagem do livro, de que a cura de tudo na vida é o amor.

O autor tem outro livro lançado, The Man Who Rained, mas ainda não tem previsão de lançamento no país.

A Garota dos Pés de Vidro (The Girl With Glass Feet)
Autor: Ali Shaw
Editora: LeYa
Páginas: 287
Valor: $25 a $40
Avaliação: Sábia e unicamente belo

Jé 24/05/2013

fantasia
esse lugar que o livro traz é magico, porem pouco detalhado, os personagens sao frios, nenhum com quem me identifiquei, nao houve uma paixao, so um "lance", fiquei aflita o livro todo, se ela ia ou nao se tornar vidro, mas nao entendi como ela poderia e outros personagens tambem ter pego essa doença. Aqueles filmes dramaticos e cinzas, que quase ninguem gosta, pra mim, seria esse livro. nao me apaixonei, nem gostei, mas acredito que a culpa seje minha, por nao ter nenhum dos sentimentos que o livro quer alcançar.

Bela 14/06/2014

Envolvente e encantador
A garota dos pés de Vidro, conta a história de Ida, uma mulher que está sofrendo de um fenômeno raro e desconhecido para as pessoas ou quase todas elas. Ida está se transforando em vidro, e tudo começa com a alteração de seus pés.

Como uma medida em busca de cura, ela vai para uma ilha, onde espera encontrar a pessoa que pode ter a solução para seu o seu problema. Essa ilha contem cenários que são extremamente encantadores e fantásticos, dignos de uma boa fotografia. E é nesse ramo que entra Midas, um jovem fotografo não profissional, que mora nessa ilha desde que nasceu e que conhece Ida por acaso.

Os dois passam a se encontrar com mais frequência e a conviver mais um com o outro. Aos poucos, uma relação vai surgindo entre eles, mas existem alguns problemas além da doença dela. Midas tem seus próprios dramas pessoais, relacionados à sua família, e que de certa forma, interfere na história de outras pessoas.

Uma história se enlaça a outra. Um drama dá continuidade a outro. É basicamente assim que funciona A garota dos pés de vidro, e essa é a parte mais gostosa da história. O modo como o problema de cada personagem é mostrado e explorado, os dramas pessoais, os problemas com o passado e o que temem do futuro. Podemos tirar grandes lições do livro.

Mas também é na parte mais deliciosa, que surge alguns problemas na leitura. O modo como o livro é escrito é consideravelmente fácil, mas existem algumas complicações, que em alguns pontos tornam a leitura um pouco confusa. Ocorrem muitos flashbacks e mudança de narradores no decorrer da história, em um capítulo acontece algo, então logo na página seguinte, somos levados a um passado de muito muito tempo atrás, na mente de outro personagem. Não é algo que atrapalhe de fato a leitura, mas a torna um pouco mais confusa.

De maneira geral, A garota dos pés de vidro é um livro inspirador e envolvente, onde você pode literalmente amar e detestar os personagens ao mesmo tempo, tudo por culpa de suas ações. Realmente adorei a experiência de ler, e me fez pensar o quanto nossas vidas podem mudar de uma hora para outra em um tempo que pode acabar sem que possamos aproveita-lo de verdade e o quanto é importante agir de acordo com o que sentimos, pois caso não façamos o que desejamos fazer, podemos nos arrepender para sempre disso.

OBS : Uma coisa me incomodou muito a revisão, com muitos erros nas palavras. Letras trocadas, frases trocadas e em desordem. Essa história merece uma revisão melhor.

Tania Capel 02/10/2013

"um caso onde fui traída pelos meus olhos"...
"A Garota dos Pés de Vidro" ou "um caso onde fui traída pelos meus olhos"...

ao olhar despretensiosamente a prateleira da livraria, digo despretensiosamente porque o livro que eu iria comprar já estava em minhas mãos de modo que só estava passando o tempo enquanto esperava que meus sobrinhos se encantassem por algo, me deparo com uma capa em azul branco e preto... com relevo brilhante... minha mão foi até o livro como um imã... e devo dizer que não consegui esquecê-lo por um só minuto... perguntei o preço do livro: caro! mas a qualidade da impressão era indiscutível... pensei, desisti. mas a capa não saia da minha cabeça de modo que ao passar minhas compras no caixa, num impulso, pedi ao meu sobrinho que fosse buscar o livro da capa bonita!.. assim que cheguei em casa, comecei a ler... e não parei até terminar.

o que eu queria compartilhar com vocês, leitores, é meu estranhamento: em muitos momentos os cenários descritos por Shaw me remeteram a um vídeo que assisti no 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea (no Sesc Belenzinho em São Paulo), a obra visual em questão é de autoria dos russos Galina Myznikova e Sergey Provorov, chama-se "Inspiration" (2009)... sua sinopse: "personagens de rosto encoberto mimetizam-se a uma paisagem florestal obscura e percorrem espaços soturnos em atividades incompreensíveis. O trabalho lança um olhar cheio de ansiedade à natureza, para representar a desesperança humana."

ao percorrer as linhas do romance de Shaw, o vídeo vinha constantemente a minha cabeça... preciso dizer que quando assisti ao vídeo eu não gostei... mas também senti certo estranhamento que o fazia voltar a minha mente vez ou outra. o romance da história de Shaw é meio água com açúcar e o que há de fantástico fica muito a desejar, mas há algo de profundo... que mexe lá nos cantos escuros da sua mente... como se, ao fixar os olhos na paisagem estranha, cheia de vultos que ora estão ali, ora são seus olhos que os cria... algo que você não sabe que se enconde em você... salta a sua frente.

um belo exemplar da literatura contemporânea!

Lidiane 14/01/2012

A Garota dos pés de vidro é um livro lindo, não apenas a capa que tem essa arte perfeita que nos conquista no primeiro olhar, mas sua história.
É um romance, uma história de amor improvável, impossível talvez. O ritmo em que é narrada é lento, mas pouco a pouco, nos sentimos presos e envolvidos nesse novo mundo. Como muitas opiniões que li sobre o livro, ele é um conto de fada, mas não daqueles que tradicionalmente vemos para criança, acho que é maior que isso.
Seus personagens são marcados, pelo que viveram, são mais profundos. Nossa garota Ida é mais forte do que costumam ser nossa frágeis donzelas e nosso "príncipe" não vem como um herói, sem temor num cavalo branco, ele é mais, há muito mais nele do que o tradicional.
O amor deles é de uma pureza e inocência tocantes, a forma como vai crescendo e os toma é inevitável.
Acabei de lê-lo e ainda estou envolvida pela história, não sei bem o que dizer sem contar a história, afinal o prazer é descobri-la lendo. Então vou dizer apenas que este conto de fadas é diferente, é tocante e me emocionou.

"Havia mais camadas numa pessoa do que a analogia das vestes e capas poderia sustentar, e ela suspeitou que, enquanto se tiram as outras camadas, novas são costuradas em seu interior." (pg. 277)

William 12/05/2015

O livro é cativante. Com personagens únicos e um enredo fantástico, envolve tramas que possuem raízes no passado de seus personagens, levando o leitor a se perguntar quais consequências serão desveladas na próxima página.

Midas possui problemas familiares que o alcançam e prejudicam seu relacionamento com Ida, uma menina que, aos poucos, vai tomando espaço em sua reservada vida na ilha de Hauda's Land à medida em que seu segredo, a transformação gradual de seu corpo em vidro, lhe é revelado. A (breve) história dos dois é contada de forma apaixonada e intensa, retratando um amor que nasce em meio a espinhos.

Com uma história e personagens secundários ricos, o livro, entretanto, peca por não explorá-los mais do que propõe. Há vários outros dramas paralelos a história de Ida e Midas (amigos próximos e familiares), porém o autor limita-se a compará-los aos problemas de relacionamento, isolamento e dramas dos personagens principais. Há, ainda, muitos elementos do cenário fantástico de Hauda's Land que serviram apenas como metáforas dos sentimentos presentes no livro.

Apesar de o enredo ser pouco trabalhado em seus próprios elementos, vale a leitura por ter uma narrativa simples e cativante ao mesmo tempo. Como metáforas da vida moderna, Ida e Midas encontram facilmente seu espaço em algum lugar na mente do leitor, que conseguirá identificar-se e envolver-se com a trama.

Lola 31/07/2011

A Garota dos Pés de Vidro – Ali Shaw
Uma história que com certeza será capaz de transformar os seus conceitos. Onde o tempo simplesmente corre. Veloz e incansável. E caro leitor, não se engane. É em meio às paisagens estranhas e misteriosas de Saint Hauda’s Land que você irá descobrir que nem sempre, o que parece é. E que existem momentos, mesmo contra a sua vontade, aonde o fim realmente chega. – Paola Bittencourt, ninguém muito importante, mas uma amante da imaginação bem aplicada.

O arquipélago de Saint Hauda’s Land é o palco de uma talvez possível história de amor entre Midas Croock, um excêntrico fotógrafo que passa os dias entre nuggets de peixe e sopa de lata e a viajada Ida Maclaird, que retorna ao conjunto de ilhas em busca de algo que cure sua misteriosa doença.
E nessa corrida contra o tempo, aliás, contra o vidro, Ida percebe que Midas tem muitas amarras a soltar antes de poder se entregar a ela.
As paisagens estranhas e fantásticas do arquipélago misturam-se as cores cinzentas que vivem no coração dos pacatos habitantes da localidade. As vidas dos personagens se entrelaçam de uma forma sutil e interessante, os capítulos são divididos de forma a contar um pouco da vida de cada um, os dilemas, as dúvidas e os arrependimentos por várias atitudes que deixaram de ser tomadas no passado.
A narrativa flui bem e a única coisa que demanda uma concentração maior é a parte da descrição das paisagens.
E em suma, é isso que o livro é, mesmo que os fatos se passem no presente os personagens vivem as voltas com seus erros do passado.
Porém eu sinto que talvez não tenha captado o espírito do livro. Porque no final eu simplesmente pensei: Certo, é pegadinha, esse não é o último capítulo. Mas, infelizmente era.
E eu senti que cheguei ao ponto onde tudo estava no início.
É claro que existe o fato de que a vida é mesmo assim, nem tudo acaba da forma que a gente espera, ou imagina. Mas eu vi em alguns personagens um tipo de acomodação que me incomodou e muito. E ver que tudo seguiu da mesma forma, me deixou com um sentimento de decepção.
E claro que no caso de Midas e Ida eu não esperava que as coisas acabassem da forma que acabaram.
Porque digam o que quiserem, passe o tempo que passar eu sempre vou crer fielmente de que o amor sempre vence, de que ele une e faz com que as dificuldades sejam superadas.
Talvez Midas e Ida não tenham tido o tempo suficiente para crescerem juntos, mas ele, no final das contas, cresceu muito a ponto de enfrentar sozinho seus medos há muito tempo arraigados em sua alma.
Não gostaria de desencorajar ninguém a ler A Garota dos Pés de Vidro, afinal visualmente e graficamente o livro é quase perfeito, a capa é impecável, e as folhas nas bordas são de um cinza que lembra algo que ficou muito tempo no fundo do mar. Mas eu não posso mentir que a história, a mim, deixou a desejar.
Talvez foi porque eu esperei do livro algo que ele não era. Enfim, apenas minha opinião, certo?

CooltureNews 04/11/2010

Por Andre Alves (CooltureNews)
www.coolturenews.com.br

Em um momento em que a literatura fantástica está saturada de vampiros, e agora anjos, eis que surge uma história bem diferente disso tudo. Em seu livro de estreia o britânico Ali Shaw cria uma romance fantástico indicado a vários prêmios e vencedor do The Desmond Elliot Prize.

O livro nos conta a história de Ida Maclaird, uma jovem aventureira que após começar a se transformar em vidro decide retornar ao arquipélago de Saint Hauda’s Land um lugar especial, diferente de qualquer outro. Um lugar que o autor descreve como monocromático, de florestas brancas, pântanos repletos de corpos de vidro e animais nada comuns. Como a criatura que transforma tudo que vê em branco puro, águas-vivas que emitem luz como poeira estelar ao morrerem e claro os gados do tamanho de insetos com asas de borboleta. Ida retorna à procura de Henry Fuwa, o criador dos gados borboletas, acreditando que de alguma forma ele possa ajudá-la a parar o avanço do vidro, já que o mesmo está envolvido nessas coisas inexplicáveis.

Nessa busca Ida acaba conhecendo Midas Crook, um recluso fotógrafo da ilha, atormentado pelo passado de sua família e como proteção acaba escondendo-se atrás da lente de sua inseparável câmera. Midas é tão solitário que sua única conexão pessoal é com seu amigo de infância Gustav e sua filha Denver. Até que encontra Ida enquanto buscava a foto perfeita de um feixe de luz e se depara com a garota e sua estranha beleza monocromática calçando grandes botas, o que desperta sua curiosidade. A partir desse momento Midas e Ida passam a ficar cada vez mais íntimos e Midas ao descobrir seu segredo faz de tudo para ajudá-la. Ida também passa a ter sua importância na vida de Midas ajudando-o a superar todos os traumas e frustações que ele carrega desde sua infância vivendo assim uma grande transformação.

Shaw nos introduz a personagens complexos, cada um vivendo seu drama pessoal, mas que nos ajuda a entender o contexto da história. Apresenta-nos também cenários fantásticos com uma riqueza de descrições impressionante e detalhes vívidos. Tanto que Santiago Nazarian afirma: “Você pode já ter mergulhado nas profundezas do mar, escalado os Alpes suíços e saltado de bungee jump, mas, se ainda não conhece os cenários fantásticos das ilhas de A Garota dos Pés de Vidro, ainda não viajou o bastante”.

Com a “doença” em estado terminal de Ida e cenários sombrios e melancólicos presenciamos uma triste história de amor, onde só algo milagroso pode deter o vidro de tomar conta de Ida por inteiro. Será que eles conseguirão deter o vidro? Será que Ida irá se transformar inteiramente em vidro? Isso você saberá lendo o esse fantástico livro lançado pela Editora Leya.

Vocês podem saber um pouco mais sobre o livro no post Lançamento: A Garota dos Pés de Vidro.

Como o post de lanaçmento teve bastante comentários falando sobre a capa do livro seguem uma fotos pra vocês conferirem o trabalho espetácular de finalização do çivro. Realmente é muito bonito, e gostei das laterais da página serem cinzas, evitam aquelas marcas de dedos rs.