letty biachi 01/03/2024Então tá, então tá bomVAMOS LÁ, a autora sabe conquistar o leitor logo de cara, percebi em "o amor não morreu" e aqui eu tive certeza. é como, usando a linha de pensamento das metáforas do livro, um chocolate derretendo na boca; saboroso. quando o iwan foi apresentado, achei ele um querido, mas um querido até demais, tipo assim, sabemos que é um homem escrito por uma mulher e é exatamente isso o que esperamos dele, mas nossa, eu achei um pouco exagerado o nível de bonzudo dele k e quando ele logo de cara após conhecer a clementine já deu um apelido carinhoso pra ela??? tipo? kkkkk, mas isso só foi apenas um pequeno de spoiler de como esse relacionamento seria apressado para o resto da história deles se desenvolver. me pareceu muito incabível que após se verem uma vez em uma circunstância esquisita eles já ficaram apaixonados um pelo outro, e que, mesmo se vendo só por breves momento a cada sei lá, dois meses, isso não tenha mudado. sim, eles eram um amor juntos, minhas partes preferidas eram suas interações (e as reflexões sobre luto, claro), mas ainda assim me incomodou o quão irreal e "rasa" essa paixão foi. mais pra frente entendi o apelo, a autora se apressou para desenvolver mais eles no presente, porém po, era só fazer um livro maior cacete kkkkkkk, e se demorar um pouco mais na construção do amor deles. eu sacrificaria fácil várias partes desse livro para ter esse desenvolvimento inicial.
não me entenda mal, gostei da história como um todo, gostei como além do romance o livro fornece bastante momentos de amizade, trabalho/realização profissional e pensamentos sobre luto -muito bons-, mas, tirando esse último, eu meio que não me importei e achei inclusive chatinho de ler. as crises existenciais acerca da vida, da morte, da vontades e do trabalho foram super válidas, mas as cenas mesmo onde a clementine estava sem o iwan eram muito fraquinhas e entediantes, não tinha charme, o iwan traz molho para a história, a cereja do bolo.
como personagens individuais, achei eles muito bem desenvolvidos, a clementine com seu medo de falhar e seus traumas, sua paixão pela arte e pelo novo e suas viagens, e o iwan com seu amor pela gastronomia, que achei bem legal. daria tudo para ter um namorado cozinheiro também, acho chique, romântico e útil, e os livros de romance precisam de mais personagens masculinos nessa profissão.
enfim, me senti apegada ao universo e ao dois protagonistas apesar dos pesares, mas o livro mesmo como um todo não me pegou, tinha potencial para bem mais e era isso o que eu esperava dele. quando a história começou a se encaminhar para o final foi a parte mais legal ao meu ver, as coisas começaram a acontecer quando a clementine ""acordou pra vida"". agora.... AAAAAAAA!!! que odio! aquela última cena da última vez que ela volta pro passado??? você JURA que o momento foi cortado e não me deu nem um gostinho de como foi?!? sendo que eu praticamente esperei o livro todo para esse momento?? fiquei incrédula quando percebi que não daria em nada, assim como aquele ""plot"" envolvendo a mãe do iwan, meudeus, já terminei o livro mas ainda estou esperando de alguma forma eles concluírem essa ""ponta solta"", que só ficou jogada mesmo. ai, muito decepcionante, sério!! fiquei chateada. CADÊ A RESPONSABILIDADE AFETIVA COM NÓS LEITORES ANSIOSOS?
bom, igual eu falei, o ponto alto aqui foram as pesagens sobre o luto, todas muito lindas, tristes e delicadas, e além delas também teve algumas frases (bastante até) que grifei, então não foi de todo uma experiência perdida, ainda mais que acompanhar o romance foi legal.
sei que cada um cria, em sua liberdade poética de escritor, suas próprias leis para viagens no tempo, mas eu bem que achei que em algum momento a pp acabaria "mudando" algo e que isso teria consequências que seriam interessantes de acompanhar o impacto no presente, mas não... claro que não. acho que daí teríamos que pensar demais e esses romances fofinhos são criados justamente para isso não acontecer.