Resenhas - Estou feliz que minha mãe morreu

jonathan 07/01/2023

Um grande ensaio sobre emoções e cura que deixaria qualquer terapeuta orgulhoso
eis aqui uma pequena lista de fatos sobre a minha leitura de ?estou feliz que minha mãe morreu?: pra começar, eu obviamente amo a minha mãe e, como era esperado, consegui escandalizar ela quando o livro chegou aqui em casa; mas o que realmente é interessante, é que não sou um dos maiores entusiastas de não-ficção e muito menos adepto do ?ler o que acabou de chegar em casa?, mas eu abri uma exceção para este livro que, coincidentemente se tornou o meu primeiro recebido e leitura do ano e uma grata surpresa ? apesar de todos os pesares da autora.

bom, agora vamos um pouco ao enredo. provavelmente a maioria de nós, os interessados por essa leitura, deve ter crescido com icarly, brilhante victoria, sam & cat e etc muito presentes no dia a dia, talvez até sonhando em ter uma vida cheia de acontecimentos engraçados e grandiosos como as das personagens ou mesmo dos atores e atrizes; mas caramba, se prepare (!), estamos prestes a estilhaçar boa parte do nosso imaginário infantil: a vida da nossa icônica sam puckett (se ela me permite chamá-la assim ao menos uma vez nesta resenha) não era tão brilhante assim. jennette mccurdy, dona desta obra e de todas as vivências relatadas nela, passou por inúmeros traumas ao longo dos anos de interpretação, todos eles originados pelos desejos, manipulações e comportamentos abusivos de sua mãe, debra, que queria transformá-la em um produto perfeito em todos os sentidos IMpossíveis.

falando diretamente sobre a escrita de jennette, posso destacar pontos muito positivos para o seu uso em um livro autobiográfico, ela foi capaz de transcrever dezenas de passagens marcantes da sua vida com a maestria de uma romancista, passando tudo para o papel e adicionando a introspecção do seu eu da época de forma brilhante. o modo como mergulhei nas páginas chegou a ser assustador porque, ao emergir, me deparava com algo que quase me permitia esquecer: aquelas palavras estavam retratando a vida de alguém ? pior, de alguém por quem eu tenho respeito, carinho e simpatia intrínsecos por ter feito parte da infância a um custo alto demais.

agora, partindo para o modo como jennette expõe as facetas mais obscuras da sua história e expressa seus sentimentos, enxergar como ela é capaz de fazer o uso de um tom mais ácido/irônico para descrever sua ?raiva, indignação e ressentimento? atuais pelas situações vividas ao mesmo tempo que nos faz acreditar que sua versão de anos atrás realmente acreditava e se sentia daquela forma naquelas situações, demonstra uma habilidade e desenvolvimento emocional absurdos, o que me faz enxergar esta obra como mais do que uma biografia, e sim como um grande capítulo em um processo de cura pessoal capaz de causar grande reflexão sobre diversos temas aos seus leitores.

além de todas as situações com a mãe, que são o grande foco do livro, também é possível passear um pouco (mesmo com seu tom comedido sobre algumas) pelas relações de jennette com os colegas de cena ? incluindo ariana grande e miranda cosgrove ?, relacionamentos amorosos e outros trabalhos além dos que conhecemos pela nickelodeon. vale também ressaltar que essa leitura pode parecer fácil pela escrita e trabalho incríveis realizados pela autora, mas se trata de um texto extremamente sensível e cheio de emoções que podem ser pesadas para quem as consome. o texto aborda violência física, mental, sexual (eu diria) além de temas sensíveis envolvendo saúde mental, principalmente transtornos alimentares. mas, aos que se interessam por biografias ou pela vida da própria jennette e se sentem seguros para continuar, garanto, é uma leitura para se lembrar por muito tempo!

Paulo.Ratz 04/04/2023

Parece ficção!
A vida dessa menina é tão absurda e ninguém nunca percebeu. Além disso a história é contada por ela quase como se fosse um livro de ficção, então mesmo quem não está acostumado a ler não-ficção vai curtir.

A edição em português não é das melhores, tem alguns erros de tradução e revisão. Tem tópicos sensíveis relacionados a distúrbios alimentares.

Lucas 08/10/2022

isso é um pedaço de história!!!!

tô muito feliz que a mãe dela morreu também. ansioso pra o lançamento no Brasil e eu poder recomendar mais ainda esse livro

Tainateixeira92 30/04/2023

Eu também estou feliz que a mãe dela morreu
Essa leitura foi uma das mais impactantes que fiz. Tive vários gatilhos e mal-estar. E como se avalia ou da nota para um livro que relata a vida dolorosa de alguém? Mas, essa leitura exige uma reflexão. Penso que uma autobiografia é uma forma do artista transmitir sua própria narrativa e de “reparar” a visão destorcida, que muitas vezes a sociedade cria por conta da mídia, das redes sociais. Fui da geração que assistia iCarly, mas esta serie não vai mais me tirar sorrisos. Apenas consigo admirar a trajetória da Jennette, ao ser tão corajosa e resiliente por compartilhar seus traumas com a sociedade, de forma tão detalhada e transparente.

Fiquei abalada com a honestidade e a emoção que McCurdy na autobiografia, que vai desde a sua fama precoce na infância, até o pós-encerramento da sua carreira na Nickelodeon. Conforme sua vida é descrita, a gente passa a compreender sua saúde mental, sua luta contra a anorexia, bulimia e o vício em álcool. O título do livro pode parecer degradante, mas é o melhor significado da relação complexa de McCurdy com sua mãe. Jennette compartilha as dificuldades em lidar com a perda da mãe e como isso afetou sua vida pessoal e profissional. Mas o livro também despretensiosamente tem conselhos inspiradores e práticos para aqueles que enfrentam desafios semelhantes.

A sociedade precisa ser reeducada, a compreender que a maternidade não é um conto de fadas. Detesto essa romantização que se tem na figura materna. Enquanto algumas mães se dedicam completamente aos seus filhos/as e os amam incondicionalmente, outras podem ser abusivas, negligentes ou narcisistas. Infelizmente, muitas pessoas apresentam a maternidade como uma visão idealizada e perfeita, o que pode levar a expectativas irreais e injustas para as mães e consequências irreversíveis para os filhos/as.

Com uma mãe narcisista, o perigo de se romantizar a maternidade, pode acabar minimizando ou justificando comportamentos abusivos. A mãe narcisista é alguém que coloca suas próprias necessidades e desejos acima de tudo, incluindo as necessidades emocionais e físicas de seus filhos/as. Ela consegue manipular, humilhar e controlar seus filhos/as, deixando-os se sentir indignos, inseguros e sem valor. Se romantizarmos a maternidade, podemos acreditar que esse comportamento é normal ou justificável, em vez de reconhecer o dano emocional e psicológico que pode causar. Nem todas as mães conseguem oferecer amor e cuidado incondicional aos seus filhos. Ao reconhecermos esse problema, podemos criar um espaço para aqueles que têm mães abusivas a procurar apoio para conseguir lidar com os traumas que sofreram.

Recomendo a leitura, frisando que este livro pode gerar diversos tipos de gatilho.

Jônatas Iwata 23/10/2022

Não leia se você quiser saber mais sobre os bastidores de iCarly ou Sam e Cat, leia se você quiser ter uma visão subjetiva e profundamente instrospectiva sobre a indústria do estrelismo infantil, as pressões e luxos que vêm com isso, ou se quiser ter ainda mais nojo do Dan Schneider.

Gustavo616 17/03/2023

Não é Sam, é Jennette.
Esse têm sido um dos livros mais populares desde seu lançamento, talvez muito disso se deva ao seu nome, mas esse livro vai muito além do que está escrito na capa.

Cresci vendo a Jennette McCurdy na TV, fazendo o tão famoso papel de Samantha Puckett em iCarly e em algumas outras séries da Nickelodeon. Temos que reconhecer que a Jennette é uma grande atriz, pois quem assiste a qualquer programa de TV em que ela participou, depois de ter lido essa autobiografia, não vai notar nada de errado em seu trabalho, porém muita coisa aconteceu por trás das câmeras.

Nesse livro, a Jennette conta sobre sua infância e como começou seus trabalhos como atriz mirim e como sua carreira foi evoluindo ao longo dos anos, e tudo isso acontecendo com sua mãe ao lado em cada momento (literalmente, em cada momento) na maior parte de sua vida.

Debra McCurdy sempre quis que sua filha, Jennette, seguisse o sonho que ela nunca realizou de ser atriz. Ela se dedicava e se esforçava ao máximo para que a garotinha conseguisse seguir esse caminho, e a Jennete vendo que esse era o sonho de sua mãe, também se esforçou para tentar realizá-lo, um pouco por ela mas muito mais por sua mãe.

A forma como Debra exigia esforço e dedicação de sua filha acabou por cansar a pequena Jennette dessa carreira, mas ela tinha medo de sua mãe, de entristecê-la, ou pior, de enfurecê-la. A partir de então, Jennette começa a perceber que vai precisar dançar conforme a música que a sua mãe decidir tocar.

O título pode parecer exagerado para muitas pessoas, mas suas opiniões acabam mudando ao terminar a leitura dessa obra.

A Jennette McCurdy escritora me surpreendeu muito. Ela consegue contar cada momento de sua infância até a fase adulta de forma clara, direta e em muitos momento de forma impactante. Ler esse livro é basicamente ficar preso à leitura, é viciante e difícil deixá-lo de lado. Finalizá-lo é como acabar a amizade com uma pessoa especial.

Esse é um livro que me marcou muito, se tornou um dos meus preferidos da vida e será uma leitura que sempre vou recomendar à todos.

ALERTAS E POSSÍVEIS SPOILERS:

Esse é um livro que aborda diversos tipos de transtornos mentais e alimentares, tais como anorexia, bulimia, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e outros transtornos como o alcoolismo.

Acho interessante deixar isso claro à todos que quiserem ler essa obra. É isso.

Rosangela Max 18/08/2023

Uma vida de abusos.
Para pessoas como eu que adora ler sobre True Crimes e escutar/assistir Podcasts sobre o tema, não se surpreende fácil com o estrago que um(a) narcisista pode causar, inclusive cometer crimes fatais. Felizmente, não é esse o caso aqui da Jeannette, pelo menos não no aspecto físico, agora quanto ao emocional e mental já é outra história.
Desde criança tendo que lidar com um núcleo familiar difícil afeta a vida de uma pessoa de maneiras quase que irreparáveis, mas a autora mostrou que é uma sobrevivente.
Gostei da forma que ela contou a história dela.
Recomendo a leitura.

Bruna.Bandeira 27/12/2023

Pesado
Interessante e forte demais o relato de uma vida inteira de abusos, em um contexto que a nossa sociedade não nos mostra... No seio de uma família média branca americana, vivendo, em tese, o sonho americano através da ascensão profissional da atriz mirim... A narração do áudio livro deixou um pouco a desejar.

Duda.bae 18/01/2024

Estou feliz que a mãe dela morreu.
"Não tenho mais medo de nada, porque não me importo mais com nada desde que minha mãe morreu."

Como resenhar uma biografia dessas, hein?
Não vou me aprofundar muito, só queria falar algumas coisas sobre esse livro.
Eu comecei lendo despretensiosamente, eu não leio muitas biografias, aliás até hoje acho que li apenas a do Johnny Depp, mas quando comecei a ler essa, a escrita da Jennette me envolveu tanto que eu não larguei mais.

Jennette começa narrando sua história desde que ela tinha 6 anos, que foi quando a mãe decidiu que Jennette seria atriz, já que ela mesma tinha esse sonho e não conseguiu.

"Todos esses anos eu passei focada nela, além de todo o tempo gasto orientando cada pensamento e ação que eu tinha para o que achava que fosse agradá-la ao máximo foram em vão. Porque agora ela se foi."

A biografia não tem nada de leve mesmo, é pesada, é carregada de gatilhos e tristeza. Tristeza porque ela era só uma criança, uma criança que não pôde aproveitar sua infância em nenhum momento. A vida toda dela se baseava em deixar a mãe feliz, então ela fazia de tudo pra isso acontecer.

"Ela queria essa vida. E eu queria que ela a tivesse. Queria que ela fosse feliz. Mas agora que consegui, percebi que ela está feliz e eu não. Sua felicidade veio às custas da minha. Eu me sinto roubada e explorada."

Sério gente, eu tive que fazer várias pausas durante a leitura porque é tão surreal o jeito que a mãe tratava ela, como impunha as coisas sobre ela. Tem coisas que não dá nem pra acreditar de tão surreal que é, mas essa foi a vida dela, o pior de tudo é você saber que tudo isso de fato aconteceu. Chega ser revoltante, alguém que era pra te acolher e cuidar de você agir dessa forma, colocar esse peso na vida da própria filha, abusar mental, física e emocionalmente dela.

O mais triste é como Jennette não via que a mãe era abusiva com ela, apesar de uma pequena parte dela saber que era errado, mas Jennette só deixa isso vir a tona quando ela começa com a terapia, porém ainda sim se nega a acreditar que tudo o que a mãe dela fez não era de fato apenas para o bem dela, isso a afasta totalmente da terapia, e só volta a fazer quando ela descobre uma coisa que a mãe escondeu dela a vida inteira.

Jennette foi tão forte, não sei se eu suportaria tudo o que ela suportou. Fico feliz que ela tenha lutado para ficar bem e tenha conseguido, fico feliz também que algo bom saiu de iCarly, a amizade dela com Miranda, mas acho que se um dia eu tivesse vontade de assistir de novo, depois de ler essa biografia, eu não assistiria mais. Fico feliz também, muito aliás, que ela finalmente entendeu o quanto a mãe dela afetou sua vida, o quanto a mãe dela era abusiva. Ela merece ter uma vida tranquila depois de passar por tanta coisa.

"Quero que minha vida esteja nas minhas mãos. Não nas mãos de um transtorno alimentar, nem de um diretor de elenco, ou de um agente, ou da minha mãe. Nas minhas"

Pra mim, chegar ao desfecho dessa biografia e ler até onde Jennette chegou, me rendeu um suspiro de alívio tão grande, espero que ela se mantenha bem. Foi incrível ler sua história contada dessa forma, amei a escrita dela, me prendeu totalmente e eu normalmente não gosto muito de biografias, mas que bom que peguei essa pra ler.

Mimi 30/12/2022

NINGUÉM ACIMA DELE
Fui ler o livro pelo hype e me surpreendi. A autora conseguiu passar exatamente como é se recuperar de um abuso e as fases dessa recuperação. É um gênero que eu não estava acostumada a ler, mas a escrita da autora é surpreendentemente fluida.

Vênus_Alice 22/02/2023

Todos estamos felizes que sua mãe morreu
É de comum conhecimento os abusos da indústria de Hollywood e da cinematográfica em geral, quando soube que ela passou por mals momentos durante a gravação de iCarly, não imaginava nada perto disso.

É difícil imaginar que uma mãe pode ser tão merda e mesquinha para sua filha, ela apresentou quase todos os demônios na vida dela (exceto o álcool), mas aos 11 anos já se preocupava em fazer dieta, a mãe impediu ela de ter uma vida, de ser saudável, de ter prazeres na vida, de ter uma infância, a impediu de ter uma personalidade e de fazer escolhas.

A cada etapa, a Jannete teve a implantação de mais um tipo de bomba que a poderia destruir, todas essas bombas disfarçadas de amor e carinho materno.

É agonizante saber que assistíamos a isso tudo e fomos enganados pela boa imagem que a mãe a obrigou a passar.

lana!¡ 20/04/2023

Eu também estou feliz que a sua mãe tenha morrido
"Por que romantizamos os mortos? Por que não podemos ser honestos em relação a eles? Especialmente as mães. Elas são as mais romantizadas de todos."

Essa resenha provavelmente é a mais difícil que eu já fiz nesse aplicativo, primeiramente porque isso aqui foi a vida real de uma pessoa. e não de qualquer pessoa, Jennette Mccurdy, a que todos nós conhecíamos como Sam Puckett de Icarly, CONHECÍAMOS, já que pelo menos eu, jamais vou conseguir me referir a ela mais como essa personagem

Esse livro foi dilacerante, agonizante e absolutamente triste, não entendi aliás o por que de botarem "hilário" na divulgação porque de hilário não tem nada. realmente a forma que a Jennette escreve tudo é de uma forma muito franca, até fiquei assustada com o nível de sinceridade e verdades que ela falou nisso tudo, para uma jovem que cresceu assistindo nickelodeon totalmente alheia à tudo foi literalmente uma bomba, mas é bom para entendemos o quanto a indústria de hollywood pode ser podre, jamais aliás vou conseguir ver nenhum ator ou atriz mirim em ascensão da mesma forma

Eu não consigo nem imaginar viver tudo que a Jennette sofreu nas mãos dessa mulher, só de ler me deu muita agonia eu não ironicamente fiquei mal várias vezes, que bom que essa praga morreu e hoje a Jennette conseguiu seguir sua vida e está finalmente saudável e se tratando.

thali 16/02/2024

Pra quem assistia icarly e não conhecia sobre a história dela, que é o meu caso, não imaginava tudo o que ela passava. ela é totalmente o oposto da sam.

pra mim, o título do livro faz mais sentido no último capítulo do livro.

madrugueilendo 09/01/2023

também fico feliz que sua mãe morreu :/
sempre é complicado avaliar um livro de não-ficção, ainda mais uma autobiografia de uma das atrizes que mais marcaram a minha infância, mas esse livro merece toda a atenção que vem recebendo.

o título e a capa assustam, mas o que você encontra dentro dele assusta ainda mais.

a relação extremamente abusiva com a mãe é um choque. as diversas vezes que a jennette se pôs em segundo, terceiro lugar. todas as vezes que ela foi psicologicamente abusada por pessoas que trabalhavam com ela, e conviviam com ela diariamente. a própria mãe ter feito a filha desenvolver anorexia & bulimia. as agressões verbais. saber que assim que jennette começou a crescer, e ter um corpo mais desenvolvido, a mãe pede a filha que pare cada vez mais de comer. de ingerir tanta gordura, para que não engorde, e que tenha um corpo mais infantil, para continuar ganhando papéis como atriz mirim. os diretores de séries assediando a jennette e não sendo suspensos de suas profissões.

milhões e milhões de situações tóxicas, cruéis e imperdoáveis. é um baque. todo o livro é um baque.

jennette é um escritora completa, e espero muito, muito mesmo, que ela continue escrevendo e que faça ainda mais sucesso do que está fazendo - que é merecido demais! apesar da história cruel, o humor ácido da jennette e a forma como ela nos introduz na própria história é genial.

livro forte, mas importante demais.