Lucas.Costa 13/03/2021
Uma Jornada empolgante com um desfecho decepcionante.
Ser prolixo é uma das características principais do estilo de escrita do mestre King. É uma característica que pode afastar muitos leitores, mas acredite, quando você se adapta, cada palavra, que antes parecia estar sobrando, é um deleite. Inicio assim porque julgo este livro como sendo o mais prolixo dos 24 que li do autor. Até uns 70% da leitura, eu ainda não sabia bem para onde o autor queria me levar, e quem dera ele tivesse parado somente na condução da jornada. Quando a objetividade entra em cena, todo meu interesse se foi. Como disse Donald Trump: STOP THE COUNT era um bom conselho nessa leitura.
ENREDO
King não é mestre a toa, é impressionante sua capacidade de cativar o leitor com basicamente qualquer plot que se passa em sua cabeça. Aqui não é diferente. Com uma condução lenta, mas nunca massante, o autor não poupa palavras para contar a história que se propos, com um excelente desenvolvimento, causa várias intrigas e por muito tempo eu me perguntei para onde ele estava me guiando, e, mesmo perdido, em nenhum momento me senti desinteressado, até que as revelações dos mistérios começam a se mostrar.
Entenda, esse não é um livro misterioso, nem sua revelação é algo que esperamos a leitura toda. Não é como aquele livro em que se fica tenso na espera da resolução, mas sim daqueles que se aproveita a jornada, o fim tanto faz, pq a jornada é muito agradável, mas antes parasse por aí...
Quando decide encaminhar para o final, o autor perde um pouco a mão e cria uma expedição aventuresca sem propósito e beeeeeem desinteressante. Ela vai envolver os interlúdios do livro e amarrar toda história. Do ponto de vista narrativo, é competente, mas é massante, entediante e quase me conduziu a uma leitura dinâmica. O livro caiu consideravelmente. Uma pena, pois gostei demais da jornada.
PERSONAGENS
Sempre é a parte que mais em encanta na escrita do autor, sua capacidade de criar personagens profundos e conseguir criar empatia através das páginas. Aqui senti isso um pouco menos. Não que não goste de Edgar e cia, mas não me apeguei tanto a eles... Achei as relações um pouco repentinas e, salvo por sua complexa relação com Pam e sua amizade com o fantastico Wireman (O melhor personagem do livro e com um background espetacular), as demais são um pouco superficiais e, em certo ponto, convenientes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
King é disparado meu autor preferido e de longe o que mais li. Apesar de criticarem os finais do autor, eu geralmente gosto, mas aqui eu tive de dar o braço a torcer... Depois do grande incidente que acontece na história, o enredo cai demais e minha vontade foi só terminar logo e seguir em frente com outra leitura; mas que venha mais King...